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sexta-feira, março 30, 2018

Os criminosos

A banca transformou-se numa espécie de casino de criminosos


Os criminosos e as suas propriedades


Estado empresta 5,8 mil milhões para Banif, BES e Novo Banco 
DN, 30/3/ 2018, 01:33 
Os bancos portugueses contribuíram com mais de mil milhões de euros para o Fundo de Resolução em cinco anos. Mas o dinheiro colocado pelas instituições financeiras está longe de ser suficiente para assegurar as responsabilidades assumidas com os colapsos do BES, do Banif e com a venda do Novo Banco. E tem sido o Estado a entrar com a maior parte do dinheiro necessário para a entidade que paga os custos com resoluções. O Tesouro assumiu já compromissos de 5800 milhões, entre empréstimos, garantias e linhas de crédito.

Os criminosos e as suas propriedades é um título certeiro do saudoso pintor e escritor Álvaro Lapa, cuja retrospetiva comissariada por Miguel von Haffe Pérez no Museu de Serralves é de visita obrigatória.

A banca —70% da qual já não obedece a portugueses— e a partidocracia indígenas são uma associação de criminosos, cujo crime maior é a preparação do país para a sua entrega completa aos investidores/credores internacionais (1): China, Turquia, França, Espanha, USA, Irlanda, Qatar, etc. Em breve, porém, o problema da independência de Portugal regressará com um furioso e imparável bang! Só não consigo imaginar o que restará da próxima guerra civil portuguesa.

As empresas estratégicas, da energia (EDP/CHINA), incluindo a rede elétrica (REN/China), os aeroportos (Vinci/Qatar/França), todos os principais portos portugueses (Sines/China; Leixões/Turquia, Aveiro/Turquia, Figueira da Foz/Turquia, Lisboa/Turquia, Setúbal/ Turquia), autoestradas, seguradoras, hospitais, aviões (a falida TAP, só subsidiada consegue voar), e em breve a decadente e também falida ferrovia já não dependem da nossa vontade, nem dos nossos interesses.

Quando o Governo fala de resultados da economia nacional, fala realmente de quê e de quem? Quando a próxima bancarrota vier, que teremos para dar pelas dívidas que a canalha estimulou ou contraíu?

Mas se os principais setores estratégicos do país já não nos pertencem, outrotanto está agora a suceder ao pequeno capital e aos pequenos proprietários urbanos e rurais. Um século de congelamento das rendas urbanas conduziu à fragilidade económica e financeira extrema dos proprietários urbanos, tendo como resultado a completa impotência do país (proprietários, inquilinos e Estado!) face à gentrificação furiosa do eixo Lisboa-Cascais e do Porto. Algo semelhante ocorre também, e em breve atingirá velocidade de cruzeiro, nas propriedades rústicas, a começar, desde logo, pelo setor florestal. Sem qualquer estratégia para a propriedade rústica, salvo manter os privilégios de Lisboa aos latifundiários alentejanos do costume, e promover a usura da terra e da água com tecnologias agropecuárias e florestais intensivas, a expropriação progressiva dos pequenos e médios proprietários, e a expulsão das populações rurais que restam, está em curso. O país é cada vez mais apetecível, menos para os indígenas que o devoram e estragam.

Isto já não vai lá com partidos.

É praticamente impossível salvar a nossa paisagem partidária do seu rápido declínio, em grande medida causado pela estupidez oceânica dos seus protagonistas, e pela ganância e corrupção das elites burocráticas e rentistas que tomaram o regime de assalto.

Precisamos de pensar e desenvolver uma nova cartografia social e política, começando (é uma ideia que tenho vindo a desenvolver) por pensar, desenhar e escrever os algoritmos dos mapas democráticos que poderão ajudar ao renascimento da democracia e da liberdade, que neste momento mais não são que palavas. E palavras leva-as o vento!

POST SCRIPTUM — a falta de capital indígena é a principal causa do descalabro em curso. Falta indagar o que nos trouxe até aqui. Os investimentos da China e de Angola, ou ainda da Turquia, ou dos países árabes são bem-vindos desde que sirvam uma estratégia de real diversificação equilibrada da nossa dependência do capital global. Mas não é isto que tem vindo a ocorrer. Estamos a entregar setores estratégicos inteiros a governos que não sabemos se um dia destes não entrarão em guerra comercial com a Europa. Percebe-se que a China, a Rússia, a Turquia e o Irão estejam interessados em virar o sul da Europa contra o Norte. Mas será do nosso interesse cair nesta armadilha? O desespero nascido da indigência económica, financeira e orçamental, e da corrupção, nunca foi bom conselheiro.

NOTAS
  1. A promiscuidade entre políticos, banqueiros, franciscanos (!) e governos estrangeiros é completa e desavergonhada.
Observador: A negociação com os chineses da CEFC – China Energy Company Limited para investirem no Montepio Seguros começou na apresentação de uma proposta por parte do gabinete do primeiro-ministro, revela o Público na sua edição de hoje, a partir de informação que ficou registada em ata da Associação Mutualista Montepio Geral. 
A proposta chinesa encaminhada pelo gabinete de António Costa, com o objetivo de “encetar conversações” com vista “a desenvolver parcerias nas áreas dos seguros e da banca”. Uma intenção que acabou por se concretizar, após reunião da associação mutualista no passado mês de setembro, com o acordo de venda de 60% da Montepio Seguros ao grupo chinês. Está tudo na ata 187 da reunião do Conselho Geral do Montepio – Associação Mutualista. 
— in Montepio. Proposta de investidor chinês chegou via Governo, Observador
Entretanto, o Gabinete de António Costa desmentiu... a "manchete" do Público. Em que ficamos? Investigue-se! 

Atualizado em 6/4/2018 11:26

quarta-feira, março 04, 2015

Grexit ou quarentena?


LINK

Warren Buffett acha que a Alemanha deve colocar um ponto final na tragédia grega


Buffett On Europe: Germany Must Stop Greek Dog Peeing On Its Carpet
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 03/03/2015 20:00 -0500 

Quarentena, já ouviram falar? Uma saída parcial e temporária da zona euro é o que, na minha opinião, acabará por acontecer à Grécia, o mais tardar em 2016, mas é possível que venha a ocorrer ainda este ano.

Se e quando ocorrer, países como Portugal e Espanha terão que decidir se acompanharão ou não o Syriza, ou mesmo se poderão, ou não, evitar uma quarentena forçada fora do euro. Se decidirem e conseguirem prosseguir na Eurolândia, muita coisa terá que mudar nestes países, e não vai ser bonito de ver.

Greece taps public sector cash to help cover March needs - sources
By George Georgiopoulos
REUTERS. ATHENS Tue Mar 3, 2015 4:28pm GMT

(Reuters) - Greece is tapping into the cash reserves of pension funds and public sector entities through repo transactions as it scrambles to cover its funding needs this month, debt officials told Reuters on Tuesday.

É possível que a Alemanha e a França façam todos os esforços para ajudar Portugal e Espanha a evitarem becos sem saída como o da Grécia.

Por um lado, a degradação da situação grega prossegue a tal velocidade que a probabilidade dos eleitorados espanhol, e sobretudo português, copiarem a aventura do Syriza deverá cair a pique a partir de junho, o seja, à medida que se for observando a incapacidade do novo governo helénico reverter o plano inclinado da austeriade, da corrupção e da crise financeira sistémica responsáveis pela miséria crescente e convulsão social que se vivem no país. Não sei mesmo se o PS, apesar da propaganda marcelista que transporta António Costa no andor dominical da TVI, conseguirá sequer uma maioria relativa.

Por outro, a mini-cimeira energética que hoje teve lugar em Madrid, entre Juncker, Hollande, Rajoy e Pedro Passos Coelho, mostra que já há uma estratégia europeia de resposta às manobras energéticas da Rússia, a qual passa pela Península Ibérica. Putin sugere a substituição do corredor de gás russo-ucraniano por um corredor russo-turco-grego. Mas a União Europeia prepara legislação para o impedir. Como temos vindo a sugerir, os portos atlânticos de Espanha e Portugal, no caso de complicações maiores no Mediterrâneo, tornar-se-ão críticos para toda a Europa, dada a saturação conhecida dos portos no Mar do Norte e a instabilidade climática e geo-política do Báltico.

O leste da Europa, o Médio Oriente e o norte de África ao longo de todo o Mediterrâneo estão sob enormes tensões geo-políticas, as quais têm a sua principal origem no Pico do Petróleo e na disputa em curso pelo controlo da geografia do gás, de onde virá a fatia de leão do mix energético deste século.

Joint gas buying on EU leaders' summit agenda
EurActiv. Published: 04/03/2015 - 13:47 | Updated: 04/03/2015 - 15:58

EXCLUSIVE: EU leaders will discuss how best to strengthen the bloc’s bargaining power, including the collective buying of gas, when they debate the European Commission communication on Energy Union.

(...)
The Commission communication called for member states' energy deals with non-EU nations to be vetted by the executive, before being signed.  That is up for debate by heads of state and government.

A discussão em curso sobre a urgência de criar uma União Energética Europeia com cláusulas protecionistas claras, ajuda a consolidar a nossa análise sobre o que aí vem, ou seja, grandes investimentos energéticos na Península Ibérica: rede ibérica de gasodutos, reforço da frente portuária, e aposta decisiva na nova rede ferroviária ibérica de bitola europeia, quer orientada para o transporte de mercadorias, quer para o transporte de passageiros.

Seria pois de grande utilidade afastar desta zona crítica todos os piratas e idiotas que nos sucessivos governos têm tido os dossiês da energia e dos transportes nas unhas.


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quinta-feira, novembro 13, 2014

No Barreiro?!



Cheira-me que o esturro tem nome: Parpública!


Quando é que o ministro das taxas e taxinhas acorda e chama a si a pasta dos transportes, em vez de continuar a permitir ao Sérgio das PPP que continue a fazer fretes, neste caso... à Parpública?

Adaptado de um email chegado à nossa caixa de correio:

...o Barreiro e a Trafaria não são opções alternativas do mesmo campeonato.

A primeira opção é entre um terminal de contentores de águas profundas, permitindo a concorrência com o Terminal XXI de Sines (se houver interessados, se crê que haverá) e um terminalzeco para pequenos calados.

No 1º caso, a alternativa ao Terminal XXI poderá ser, ou a Cova do Vapor/Trafaria, no estuário do Tejo, ou o futuro Terminal Vasco da Gama, em Sines, se a APSines resolver o problema do monopólio da PSA.

No 2º caso, tratando-se de um "pequeno" terminal, orientado para servir a Grande Lisboal, região que já dispõe de 2 bons terminais na margem direita do Tejo, ambos ampliáveis, como se viu na sessão do passado dia 4 na OE (e que contou com a sábia deserção do SET Sérgio Monteiro, para não ser confrontado com a realidade, o que é uma forma inédita de ouvir a sociedade civil), já existe o porto de Setúbal, que tem boas acessibilidades rodo e ferroviária, para servir toda a península de Setúbal.

O Barreiro tem, de facto, dois problemas sérios para resolver: o desemprego e os terrenos da Quimiparque/Parpública. Mas estes problemas, por mais sérios (desemprego no Barreio), ou obscuros (buraco criado pelo regime na Parpública) que sejam, não se devem resolver carregando ainda mais no lombo dos contribuintes.

O estender da bitola europeia do Poceirão até ao Barreiro seria extremamente fácil e barato de fazer, e permitiria ressuscitar o Grupo Oficinal do Barreiro, fazendo aí a manutenção e a adaptação do material circulante da nova bitola, em vez de ter de o fazer em Espanha. 

Mas, como já percebemos, o Poceirão-Caia ainda não entrou na mente do Sérgio Monteiro, que não parece pertencer ao mesmo Governo que lançou o "Compromisso Verde", onde consta claramente a prioridade para a ferrovia nos transportes de médio e longo curso.

E como não temos ministro da economia, mas apenas um ventríloquo de Paulo Portas, vamos mesmo ter que esperar pela nova maioria, seja ela qual for, para regressar a este tema.

Quanto aos 20 e tal mil milhões de euros do QREN 2014-2020, único investimento externo que poderemos ambicionar nos próximos tempos, esperemos, em suma, que seja mesmo Bruxelas a dizer para e como vai a massa. Pois dos indígenas já sabemos o que esperar: estado central e autarquias semi insolventes, bancos e capitalistas rendeiros sobre endividados, ou seja, sem capital e com ações a rastejar nos cêntimos, e uma cleptocracia partidária e neocorporativa em guerra civil pelos últimos orçamentos públicos de miséria e cardumes de carapaus que se avistam no horizonte comunitário.

Quem fala de crescimento não sabe do que fala, mas lá que anda à caça de votos, anda!

quinta-feira, maio 08, 2014

Os cretinos do meu país

Três paquetes em Lisboa — Mail Online


Portugal prepara-se para destruir completamente a viabilidade comercial de todas as suas ligações ferroviárias em direção a Espanha e resto da Europa


Como o governo continua a pastar bovinamente em matéria ferroviária, ou entregue aos piratas do NAL da Ota em Alcochete (piratas do Bloco Central da Corrupção —PS-PSD-CDS— entenda-se), a Espanha diz que aspira a converter-se na grande plataforma logistica do sul da Europa e norte de África.

A propósito, quando é que despedem o impedido da EDP, das Estradas de Portugal, da TAP e de outras PPP, Sérgio Monteiro?

A propósito, quando é que deixamos de ter uma imprensa indigente?

A corja rendeira e este Governo nem sequer percebem o que está a acontecer.


MINISTERIO DE FOMENTO

España aspira a convertirse en la gran plataforma logística del sur de Europa y el norte de África

Para el desarrollo de esta infraestructura, se está llevando a cabo una implantación progresiva del ancho UIC en este corredor ferroviario. Así, se ha avanzado en las nuevas líneas de alta velocidad, con pasos importantes como la puesta en servicio el pasado enero de los 131 km de la línea de alta velocidad Barcelona-Figueres, con una inversión de 3.700 M€, completando la primera conexión ferroviaria transfronteriza en ancho internacional en España. Además, en junio de 2013 entró en funcionamiento el tramo Albacete–Alicante, que forma parte también de este de este corredor.

En los PGE-2014, ha recordado el secretario de Estado, se van a destinar 606 M€ para la construcción de las principales líneas de Alta Velocidad que forman parte del corredor.

PDF

Portugal, que tem uma excelente posição estratégica e a possibilidade de criar uma fachada de portos ligados à futura rede de RTE-T (será que a indigente imprensa indígena sabe o que isto é?), vai acabar por ficar apenas com "portos de fachada" entregues à malta dos TIR, vendo reduzir o seu hinterland a uma facha vertical de 240Km, limitada pela raia, de Vigo e Salamanca e Badajós!

Ou seja, os cretinos e corruptos da classe política do meu país estão a transformar Portugal numa ilha ferroviária.

Como é lógico, a Espanha aproveita o cretinismo galaico-lusitano. Nesta matéria a ignorância alastra de Lisboa até ao Norte. Que triste :(

Enquanto este encolhimento gritante do país ocorre diante dos paspalhos que somos, entretidos com futebol, concursos descerebrados e telenovelas, outros paspalhos, engravatados, posam como pacóvios diante de paquetes cheios de velhos. Que acham que vai acontecer a este turismo daqui a uma década?

quarta-feira, março 19, 2014

Brotas pede demissão de Sérgio Monteiro

Duvido que Passos Coelho o ouça. É teimoso como um burro!


O António Maria há muito que recomenda a remoção do testa de ferro das PPP deste governo, o senhor Sérgio Monteiro, mas os motoristas do regime que ocupam os lugares de primeiros ministros, pelos vistos, têm as mãos atadas pelos seus empregadores mais confiáveis!

14 de Março de 2014

Ex.mo Senhor Ministro da Economia e Emprego,

Como cidadão sinto-me no direito de  pedir  a  V.Ex.ª  que,  por pura incompetência e por ser incapaz de se informar,  demita o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sr. Sérgio Monteiro, que na última sessão pública do Grupo de Trabalho para escolha  das Infraestruturas de Alto Valor acrescentado para que  se espera venham  verbas da CE, admitiu ser possível a localização no Barreiro de um futuro porto de águas profundas.

Acabei de ouvir V. Ex.ª afirmar na Televisão  que o Ministério da Economia a que preside está empenhado em que Portugal  seja considerado um país sério e respeitador dos seus compromissos, o que só é possível se os projectos para que pede dinheiro forem minimamente bem estudados.

Mas o país será considerado um país risível  sem qualquer noção do que é um planeamento e que anda a pedir verbas para as delapidar, por qualquer comissão da CE encarregue de decidir sobre o assunto, quando descobrir que andou a ponderar a construção de um porto de aguas profundas no Barreiro sem previamente consultar uma carta sobre os fundos do Tejo, que podia ser fornecida pelos serviços Hidrográficos da Marinha, e sem ouvir os Pilotos da Barra, nem o comandante de nenhum  navio de longo curso, nem os responsáveis pela travessia fluvial diária de Lisboa para o Barreiro.

E, ainda, sem se aperceber  das grandes  potencialidades do Barreiro e das povoações vizinhas para criar polos de navegação de recreio criadores de empregos e de  riqueza.

Sem outro assunto  de momento.

Subscrevo-me com os meus  melhores cumprimentos,

António Brotas

Professor Catedrático Jubilado do IST

Co-autor do livro: "O erro da Ota"

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Autarcas e empresários de acordo com ferrovia Aveiro-Vilar Formoso - JN

Quem tem o dinheiro manda!


Os autarcas finalmente acordaram para a dura realidade: ou ligamos por via férrea os portos do norte-centro do país (Leixões-Aveiro-Figueira da Foz), e do Sul (Lisboa-Setúbal-Sines) à nova rede ferroviária de bitola europeia que Espanha tem vindo a construir em modo acelerado para se ligar à Eurásia, ou Portugal transforma-se numas segundas Desertas do arquipélago da Madeira.

E já agora não se cometa mais um assalto aos bolsos dos portugueses construindo linhas que não estejam preparadas para transportar passageiros a velocidades competitivas com o avião.  O problema de saber que Carochas e Ferraris circularão nestas novas linhas não será do estado português, nem das suas finanças, mas de quem tiver guitarra e unhas para a tocar na nova bitola.

O estado português, neste caso, fortemente subsidiado pela UE, apenas tem que garantir a construção das linhas e dos correspondentes sistemas de alimentação elétrica e de sinalização. O resto serão concessões a ser entregues a quem ganhar os concursos de exploração. Pelo que temos visto ultimamente, para além dos naturais interessados, com economias de escala adequadas aos negócios em perspetiva —Alemanha, Espanha, França e Reino Unido—, haverá ainda que contar com o interesse dos chineses, brasileiros, angolanos e árabes na formação dos consórcios cujo principal investimento recairá no chamado material circulante (locomotoras, carruagens, etc.) e nos recursos humanos qualificados.

A ideia de usar bi-bitolas para atamancar e proteger mais uma vez os indigentes rendeiros que temos deve ser afastada desde já, pois tais fantasias e engenharias à LNEC apenas poderão redundar em novos SWAPs e em novas PPP ruinosas. Continuaremos atentos!
O anúncio foi feito após o encontro que, para além de vários autarcas das duas regiões (como do Porto, Braga, Viseu e Guarda), reuniu esta terça-feira, no centro de congressos do Europarque de Santa Maria da Feira, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte, o seu homónimo no Centro, o secretário-geral do Eixo Atlântico, vários especialistas em transportes e os responsáveis máximos da Associação Empresarial de Portugal (AEP), da Associação Industrial do Minho e do Conselho Empresarial do Centro.

Terminado o encontro, o presidente da AEP, José António Barros, declarou que "este corredor entre Aveiro e Vilar Formoso deve ser a prioridade do país, com as devidas ligações aos quatro portos existentes entre Viana do Castelo e a Figueira da Foz".

Autarcas e empresários de acordo com ferrovia Aveiro-Vilar Formoso - JN

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Portos pedem consenso na definição do investimento

A única proposta de consenso decente é esta: demitir o senhor Caldeirinha.
De resto, estaremos atentos ao significado da palavra 'consenso'. Em geral, significa falta de visão, falta de estratégia, delapidação da riqueza e das oportunidades nacionais, mais dívida pública a encher os bolsos da cleptocracia instalada, compadrio e corrupção. Bem-vindo ao Bloco Central senhor Seguro!
Vítor Caldeirinha evidenciou a particularidade de as conclusões terem resultado de um "trabalho conjunto realizado por muitas entidades", durante o qual "as empresas e a economia real" foram "chamadas a definir os investimentos estratégicos em transportes de forma consensual e alargada".
www.portosdeportugal.pt > Artigo > Portos pedem consenso na definição do investimento

domingo, dezembro 29, 2013

Onze prioridades para 2014

Aeroporto da Portela (20/11/2013): espaços e consolas sem uso exibem instalações sobre dimensionadas e uma gestão desajustada aos novos paradigmas tecnológicos que emergiram no início deste século. A nova ANA Vinci vai ter que rever todos estes pressupostos perdulários de uma administração pública incompetente, irresponsável e corrupta, dominada por comissários políticos mais ou menos disfarçados. Foto: OAM


Não perder tempo com a algazarra partidária é essencial

O ano de 2013 está a chegar ao fim. Mais de cem mil compatriotas, muitos deles nossas filhas e netos, abandonaram o país em busca de trabalho. Centenas de empresas qualificadas, para não morrerem na praia da irresponsabilidade partidária e corrupção entranhada deste regime que conduziu, numa década apenas, Portugal à bancarrota, evitada in extremis por uma troika de credores que naturalmente exige juros, também tiveram que procurar clientes por esse mundo fora.

Tem sido um banho gelado depois de anos de conforto artificial numa democracia imatura que falhou. O preço da irresponsabilidade criminosa dos políticos está a ser pago com o sangue, suor e lágrimas de milhões de portugueses, e continuará infelizmente a ser pago por todos nós durante, pelo menos, duas décadas. O mínimo que devemos exigir de nós mesmos, em nome do futuro, é correr democraticamente com esta corja!

Há duas maneiras: com um golpe de estado, ou pela via eleitoral pressionada por fortes movimentos de cidadania exigindo uma democracia sem ditadura partidária, austera no orçamento e na ética, referendária sempre que puder sê-lo, transparente e responsável, solidária mas não tola.

Eu prefiro a segunda via, e creio que a esmagadora maioria dos meus concidadãos prefere o mesmo. Outra ditadura, de direita, ou mascarada com o ideário enganador da esquerda, só nos faria regredir até ao século 19. No entanto, se tudo piorar na Europa e no mundo, se a tímida recuperação agora anunciada não passar de uma história de Natal que o novo ano fará em fanicos depois de novas bolhas financeiras começarem a explodir por toda a parte, as nossas opções democráticas começarão a desaparecer rapidamente.

Eu defendo a criação de um novo partido democrático cujo principal objetivo é forçar uma limpeza rápida e drástica do regime, retirando o excesso de poder dos partidos, diminuindo o peso tentacular e obtuso da burocracia, e atacando sem tréguas a corrupção entranhada nas leis, nas instituições e nos protagonistas. Não creio na fórmula mágica da democracia direta, mas creio que a introdução e uso regular de referendos nacionais, regionais e locais é um instrumento necessário para corrigir e salvar a democracia portuguesa do cancro partidário e da corrupção. Seria preciso mudar a Constituição? Pois que se mude e quanto antes, melhor!

As várias plataformas, grupos e individualidade que comungam o mesmo diagnóstico sobre a doença terminal que atingiu este regime devem unir-se, e devem unir-se já, pois a nossa democracia corre mesmo perigo de morte. As próximas eleições europeias são uma oportunidade que não devemos perder para dar um sinal claro à maioria que deixou de votar, ou vota em branco, que é possível e que vamos mesmo varrer a casa e salvar a democracia.

A todos deixo onze prioridades para o Novo Ano. Leiam-nas como uma base de discussão a somar ao Programa do Partido Democrata, ideário no qual estou decididamente envolvido.

Onze Prioridades para 2014

  1. Ler os documentos Portugal: Memorando de entendimento sobre condicionalismos específicos de política económica, de 17 de maio de 2011, e Decisão de execução do Conselho da União Europeia de 19 de novembro de 2013.
  2. Diminuir o peso asfixiante do estado, das elites rendeiras, das corporações profissionais e das burocracias na sociedade.
  3. Ligar os portos e as principais cidades portuguesas entre si e à rede europeia de transporte ferroviário para pessoas e mercadorias, incluindo, em primeiro lugar (até 2016), a linha de alta velocidade Pinhal Novo-Caia, seguida das ligações Porto-Vigo e Aveiro-Salamanca (até 2020) e, finalmente, Porto-Lisboa (até 2030).
  4. Diminuir o preço da energia e aumentar a eficiência energética da economia, das cidades e dos edifícios, começando por todo o vastíssimo parque imobiliário do estado central e autarquias.
  5. Baixar os impostos — todos os impostos, e deixar às empresas a liberdade, o direito, a oportunidade e o benefício social de prosperarem.
  6. Estabelecer um valor mínimo e um valor máximo para as pensões financiadas pelos descontos obrigatórios de quem trabalha, e indexar os valores das pensões de reforma aos anos de desconto e à idade dos aposentados, que deve deixar de ser compulsiva salvo por motivos de saúde ou incapacidade.
  7. Prosseguir as reformas dos sistemas de saúde e educativo, reforçando a eficiência e a avaliação de resultados do que deve permanecer na esfera pública, separando o que deve ser público do que pode ser privado—sem subsídios, nem PPPs.
  8. Levar a cabo as prometidas e desejáveis privatizações da TAP e da RTP/RDP, e impor a renegociação de todas as PPP com a consequente eliminação das rendas excessivas dos oligopólios energéticos e rodoviários.
  9. Acabar com os subsídios, apoios públicos e isenções fiscais às fundações e associações sem fins lucrativos que não sigam boas práticas de gestão e transparência, e que não justifiquem socialmente os benefícios que recebem do estado, ou que não passem de coberturas para uma fuga 'legal' aos impostos.
  10. Criar as cidades-região de Lisboa e do Porto, com a consequente fusão dos municípios e respetivos serviços técnicos e administrativos.
  11. Diminuir para 170 o número de deputados da Assembleia da República, impor regras claras sobre conflitos de interesses ao exercício das funções de deputado, nomeadamente nas comissões parlamentares, e, por fim, definir um limite claro de dois mandatos consecutivos, ou três intercalados, a todos os cargos públicos de eleição.
Bom Ano e muita coragem!

quarta-feira, dezembro 18, 2013

E agora Sérgio?

O homem das PPP é responsável por um desastre sem precedentes

Schäuble falou em novos investimentos em infraestruturas. Atenção aos piratas do NAL!

Numa recente entrevista efectuada por José Gomes Ferreira ao Sec. Estado dos Transportes, quando este foi questionado sobre as ligações ferroviárias de bitola europeia, Sérgio Monteiro respondeu que tinha uma equipa a estudar o assunto e que no dia 15 de Dezembro de 2013, iriam ser anunciadas as conclusões desse grupo de trabalho.

Nessa entrevista, a novidade foi saber que ao fim de dois anos e meio de Governo, o actual governante nem sabia o que queria fazer num assunto tão crucial para a economia portuguesa.

Estamos no dia 18 de Dezembro e nada foi anunciado nem se sabe o que o Governo pretende fazer.

A realidade é esta:

Portugal já perdeu 800 milhões de euros de fundos comunitários, do quadro financeiro 2007-2013, que estavam previstos para troço Poceirão-Caia, o qual iria custar 1200 milhões, e não os 1450 propalados pela imprensa induzida, pois já se tinha retirado do projeto uma 3ª via de bitola ibérica à ligação prevista. O resto eram verbas do BEI com uma taxa de juro de 2,6%.

Portugal está a caminho acelerado de se transformar numa ilha ferroviária, na medida em que a Espanha já anunciou que vai terminar com a bitola ibérica em Badajoz, logo que a nova linha ferroviária dupla (Badajoz-Madrid) de bitola europeia para comboios de mercadorias e passageiros rápidos estiver terminada (metade da plataforma está pronta).

Os nossos portos de Sines e Setúbal, Autoeuropa etc., vão ficar isolados da
Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) para mercadorias. A desistência do gigante MSC relativamente à ferrovia portuguesa é um sinal do que aí vem. Quem nos garante que a Autoeuropa e outros não sigam o mesmo caminho?

A região de Lisboa vai ficar excluída de um mercado de dezenas de milhões de turistas provenientes de Espanha. No eixo Madrid-Lisboa vivem mais de 10 milhões de pessoas.

O mesmo ocorre no resto de um país que vai ficar dependente de portos secos (mercadorias) e de estações ferroviárias (passageiros) em Espanha. As empresas de TIR, como a Luís Simões, começaram já a deslocar as suas operações para Salamanca e Madrid. Como a fiscalidade espanhola é mais favorável, é evidente que muitas empresas de transporte e afins acabarão por se fixar em Badajoz, e não em Elvas!

Será que a malta do parlamento já se deu conta da gravidade da situação para a economia nacional, ou continua a pensar apenas nas 'mesadas' de cada um?

sexta-feira, dezembro 13, 2013

Nem comboios, nem navios

Contentores da MSC

MSC deixa portos portugueses a ver navios

Público: “A decisão de suspender o processo partiu da sede da multinacional em Genebra.”

A política de transportes deste governo está a desmoronar-se aos pedaços, cortesia do Sérgio das PPP e do motorista do BES, Pedro Passos Coelho. Obedientes ao Bloco Central do Betão e ao albergue maçónico que temos, o Sócrates Pinto de Sousa e os dois coelhos, o Jorge e este Pedro, entregaram-se de alma, bolsos e coração, ao aeroporto da Ota, para lixar o Porto, dar trabalho aos empreiteiros do regime e cumprir o que os seus antepassados prometeram ao senhor Ho. O resultado está à vista: TAP e CP falidas até ao tutano; 60% do mercado aeroportuário em trânsito acelerado paras companhias Low Cost; as empresas rodoviárias TIR a deslocalizarem-se para Madrid e para os portos secos que Espanha está a semear ao longo da raia (Vigo, Salamanca, Badajoz...) e, finalmente, o golpe de misericórdia da MSC!

MSC desiste da entrada na operação ferroviária, Público, 12/12/2013 21:00

A ferrovia prefere a bitola europeia (UIC) ligada aos portos, pois não gosta de roturas de carga. Logo, a MSC abandona Portugal atraída pelo canto de sereia de Ana Pastor. A Espanha tem a segunda maior rede de alta velocidade ferroviária do mundo, e vai investir OITO MIL MILHÕES DE EUROS NA MELHORIA DE PORTOS E FERROVIA, ligando os principais portos de águas profundas (Corunha-Langosteira, Vigo, Huelva, Algeciras, Valéncia, Barcelona, etc.) à Europa através da implementação da bitola europeia ferroviária (UIC). É uma política de transportes inteligente. É a política de transportes oficial de Bruxelas!!!



Para que servirão então os portos portugueses se a mercadoria ficar a boiar numa ilha ferroviária? Ora diga lá, senhor Pastel de Belém?

Este governo, por completa e desmiolada obediência aos Desperados das PPP e do betão, está a dar cabo das traves mestras de qualquer economia industrial: a energia e a mobilidade. Quando todos percebermos o crime, algum dos idiotas deste governo, ou do próximo, virá explicar que está tudo controlado, e que vão já a correr colocar as travessas da bitola europeia no sítio, pelo menos de Sines até Badajoz. Até esta tarde o governo sempre manteve que a ligação do Porto de Sines a Espanha é para ser em bitola ibérica. Pobres diabos!

E o caricato Seguro, que opina?


COMENTÁRIO

Chama-se a isto "deslocalização". E para onde vai a MSC?. E as outras? Andorra é uma hipótese, mas não acredito que tenha porto. Assim sendo, o candidato é um dos 3 portos do golfo de Cádiz.

Imagino que a MSC & Cª devem ter ficado sensibilizados com a intervenção da Ana Pastor em Cádiz quando anunciou os 8 mM€ para a melhoria das infra-estruturas, valor esse certamente proveniente do programa 2014-2020, o que significa que esse mesmo programa está formalmente encerrado.

Outra das coisas (possivelmente a única) que ainda merecia alguma atenção relativamente à CP Frota era o transporte de contentores por ferrovia. Ora se a MSC está desinteressada,...., está tudo dito. A privatização da CP Frota já era.

Ainda por cima não esperaram a entrega das fantásticas conclusões de um grupo de trabalho criado pelo Sérgio para as infra-estruturas. Estes tipos da MSC são mesmo uns marotos. Agora que a coisa estava a ficar mais animada é que resolveram "suspender ferro" e zarpar daqui para fora.

Como no caso do NAL, na Ota ou em Alcochete, se a TAP se vai, para que queremos nós um NAL. Ora se uma MSC decide o que decide, para que queremos nós portos preparados para os Super-Panamax?

Mas vá lá, descobriu-se agora o vanguardista conceito de portos Low-Cost, coisa do Augustus Mateo, claro, e assim será certamente pertinente investir em portos. Também já se tentou um NAL por 600 milhões, em Alcochete, para as Low Cost, diziam... Porque não então outros tantos em portos low cost. Já agora façam 2 para fazerem companhia um ao outro.

A pouco e pouco começa-se a perceber os contornos e o alcance das (in)decisões em volta da UIC. O "sistema" portuário está a comer por tabela, e aquilo que tantas vezes se alertou relativamente à concretização do programa ferroviário espanhol está agora a aparecer à luz do dia.

Creio pois que os portos nacionais têm um grave problema de competetividade face aos espanhóis.

O Rui Moreira na sua última entrevista em 2 colunas disse muito.

Porto reconhece apenas Leixões como porto. Ligações ferroviárias se possível em UIC, é com a Galiza, desinteressando-se de Lisboa e da Beira Alta, para mercadorias. Estação de AV no Porto será no aeroporto de Pedras Rubras. É claro que o Porto se quer ligar à Europa via Galiza, pois pelo centro e sul está cada vez mais difícil! Será assim tão complicado perceber isto?

Um bom fim de semana.

RMV

sábado, novembro 30, 2013

Rota da Seda Express

Forget the space race. The new arms race is over high-speed trains — Smart Planet.

4 mapas e o desastre da governação indígena

Portugal corre o sério risco de se transformar numa ilha ferroviária e portuária se o atual secretário de estado Sérgio Monteiro (o homem de mão das PPP) continuar a destruir a mobilidade do país, com o beneplácito dos serviçais de turno: o magnífico ministro cervejeiro que substitui o incómodo e independente Álvaro Santos Pereira, o Maduro que começa a cair de podre e vai tomar conta (!!!) do QREN, e o responsável-mor por todo este descalabro, e motorista do BES, o imprestável Jota PM Pedro Passos Coelho. Este governo está, realmente, a destruir o país!

Os mapas que se seguem explicam, sem mais palavreado, a completa indigência, incultura e irresponsabilidade da cleptocracia que tomou de assalto a praia portuguesa, com a colaboração, é certo, de uma chusma de intelectuais invertebrados, e que continua sem perceber que, mais cedo ou mais tarde, o destino evidente lhe cairá em cima como um pesado saco de mortos.

A China sempre esteve atenta à Europa, pois pertence à mesmíssima Eurásia

A União Europeia não anda a dormir, exceto alguns ladrões de Lisboa

Quando o Islão começou a ameaçar a Rota da Seda, a China procurou alternativas nos oceanos e aproximou a capital principal do  mar (Rotas do Grande Navegador chinês Zheng He)

A antiga Rota da Seda que o Islão comprometeu temporariamente

A recente análise agregada do Banco de Portugal sobre a queda da economia portuguesa não diz nada de útil ao país, a não ser que as falsas PME, que são uma parte muito significativa, em volume de negócios, do conjunto das PME e que, na realidade, não passam de extensões bancárias dissimuladas, ou braços 'independentes' dos grandes grupos rendeiros do país, perderam o grande mercado das obras públicas desnecessárias e/ou abusivas e ruinosas (PPP etc.), tendo ao mesmo tempo perdido o grande mercado falsamente verde da especulação energética. Para retirar Portugal do plano inclinado em que está resta uma única oportunidade no terreno das obras públicas: construir depressa e bem a rede ferroviária de bitola europeia que falta para ligar as cidades-região de Lisboa e Porto e os principais portos do país a Espanha e ao resto da Eurásia!

Corea del Sur quiere restablecer la Ruta de la Seda

La presidenta surcoreana, Park Geun-hye, ha propuesto restablecer la Ruta de la Seda: crear una red común de autopistas y rutas ferroviarias que conecte Corea del Sur, Corea del Norte, China, Rusia, Asia Central y Europa.
El proyecto, titulado 'La Ruta de la Seda Express', se presenta como un plan global destinado a promover la idea de una Eurasia única. Aparte del transporte, prevé unir también las infraestructuras energéticas de la región y crear un bloque económico común.

Según Park Geun-hye, el programa contribuirá a establecer la paz en la zona y a resolver los problemas relacionados con Corea del Norte. Llamó a que Pyongyang colaborara en el proyecto y siguiera el camino de reformas y apertura hacia el resto del mundo.

Texto completo em RT

¿Nueva Ruta de la Seda?: China marcha a la 'conquista' de Europa y Asia Central

En su 'marcha hacia Occidente' el primer ministro Chino llegó esta semana a Europa para visitar Rumanía, tras asistir a la reunión de líderes de China-Europa Central y Oriental (CECO). Una marcha que vislumbra una nueva Ruta de la Seda.
Durante la reunión con su homólogo rumano, el mandatario chino Li Keqiang anunció que su país tratará de duplicar el comercio con los países del centro y este de Europa para el año 2018. El valor de los intercambios comerciales entre China y Europa Central y del Este llegó a 52.000 millones de dólares en los primeros diez meses de 2013. Si se alcanza la meta de Li, el comercio de China con la región debería elevarse a más de 120.000 millones de dólares en los próximos cinco años.

Pero, ¿cómo pretende China lograr esta meta? El gigante asiático planea seguir un camino ya conocido: apoyar el financiamiento de proyectos de infraestructura a gran escala, como atestigua el compromiso de Pekín de construir un ferrocarril entre Hungría y Serbia (ambicioso plan que vinculará en el futuro China con centro Europa).

Texto completo em RT

Em 7 de agosto de 2005, foi confirmado que o Departamento do Patrimônio Histórico de Hong Kong pretende propor a Rota da Seda Marítima como Patrimônio da Humanidade. Wikipédia.

Is China's New High-Speed Train Worth the Trek?

China opened the world's longest high-speed rail line, connecting Beijing in the north to Guangzhou in the south in just eight hours. The WSJ's Carlos Tejada explains the pros and cons of taking the train versus flying. | WSJ, 12/26/2012 11:44:12 PM3:08

quarta-feira, outubro 30, 2013

Salazarismo ferroviário

Viaduto ferroviário de Alcácer do Sal; linha Sines-Évora (em bitola ibérica?)

TEN-T Corredor Atlântico; bitola europeia, da fronteira espanhola até Pequim!

TEN-T Corredor Mediterrânico; bitola europeia, da fronteira espanhola até Pequim!

A caminho da ilha ferroviária!

Espanha, depois de ter anunciado que descontinuará as suas linhas de bitola ibérica junto à fronteira portuguesa, prepara portos secos ao longo da fronteira com Portugal, país falido a caminho de um novo Salazarismo, desta vez, ferroviário.

Salamanca inaugurará em breve um porto seco em Salamanca para acolhimento e posterior transporte ferroviário das mercadorias provenientes dos portos portugueses da Figueira da Foz, Aveiro e Matosinhos, para o resto da Espanha e União Europeia... até à Turquia, se for o caso!

Quem apostou em autoestradas e aeroportos, e boicotou as ligações ferroviárias em bitola europeia entre Portugal e Espanha e o resto da Europa deve estar satisfeito. Nomeadamente os concessionários de autoestradas e vendedores de portagens, e as frotas TIR. Imagino que haverá também algumas contas bancárias na Suíça e noutros paraísos fiscais, de alguns advogados e políticos indígenas, que engrossaram mais de 7 dígitos com este negócio, que é um atentado à segurança estratégica do país. A Justiça tem aqui a prova de uma conspiração económica muito mais grave do que os cortes temporários de vencimentos e pensões dos funcionários públicos. Faça o que tem a fazer, se quiser. Algum dia tudo isto será esclarecido.

Sempre insistimos que a política de transportes dos governos do Bloco Central da Corrupção iriam dar nisto: em vez de ligações ferroviárias contínuas dos portos portugueses até Espanha e resto da Europa, seremos forçados a entregar as nossas mercadorias, os contentores e os graneis desembarcados nos portos portugueses aos portos secos de Salamanca e Badajoz de onde seguirão por ferrovia de bitola europeia para toda a parte, sobretudo à medida que o transporte ferroviário se for tornando menos competitivo, seja pelo preço dos combustíveis, seja pelas penalizações fiscais que começam a recair sobre os meios de transporte poluentes. É que sendo a rede portuguesa velha e em bitola ibérica, persistir como burros ao serviço de piratas na rejeição e boicote permanentes do projeto europeu conhecido por TEN-T, Redes Trans-Europeias de Transportes, fará que não haja outra solução se não entregar a Espanha o grosso do negócio de transporte de mercadorias trans-europeu com origem em Portugal. No sentido contrário, i.e. do continente europeu até Portugal o negócio ficará todo nas mãos de alemães, franceses e espanhóis! Estupidez tamanha seria inimaginável se Portugal não tivesse sido, como foi, tomado de assalto por um bando de ladrões.

Porto de Leixões e Zaldesa apresentaram oferta conjunta a operadores logísticos

“O porto de Leixões e a Zaldesa realizaram uma apresentação conjunta dos seus serviços a importantes operadores logísticos internacionais, na cidade espanhola de Salamanca. Entre os operadores logísticos estavam, por exemplo, a Luís Simões, a Chrono Express e a Transitex.

Para além da apresentação dos serviços actuais do porto de Leixões e da Plataforma Logística de Salamanca, foi ainda destacada a futura nave da Zaldesa na Plataforma Logística de Leixões que, recorde-se, será gerida pela Zaldesa.

Nesta reunião em Salamanca estiveram ainda, para além de representantes das duas administrações e dos operadores logísticos, membros da CCDR Norte, da Direcção-Geral de Transportes da Junta de Castela e Leão e da Alfândega de Salamanca” — in CargoNews (29-10-2013).

E no entanto, os nossos economistas e políticos de pacotilha só falam de pensões. Das suas pensões, evidentemente!


POST SCRIPTUM

Os nossos irmãos nem queriam acreditar!
Este vídeo do Canal Badajoz revela até que ponto Portugal anda literalmente a entregar o ouro a Espanha. Em vez de ligarmos os portos portugueses à Europa, estamos a ligá-los a uma fileira de portos secos na raia do país vizinho. Manda carajo!!!



Ler também: Do Panamá a Badajoz (e ver mapa de supressão de linhas de bitola ibérica junto à raia espanhola.)

ÚLTIMA ATUALIZAÇÂO: 30 out 2013, 14:02

sexta-feira, outubro 25, 2013

Do Panamá a Badajoz

Comboio com amoníaco descarrila no Poceirão, 24/10/2013

Enquanto os comboios portugueses continuam a descarrilar, a rede espanhola de bitola europeia, articulada com os seus portos de águas profundas e o resto da Europa, avança!

Um vagão de um comboio de mercadorias que transportava amoníaco descarrilou na tarde desta quinta-feira na estação do Poceirão, em Setúbal, levando à queda de uma cisterna com 30 toneladas daquele produto. Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), não há risco de fuga nem feridos — Público, 24/10/2013 - 19:06.

Segue-se uma epístola aos incompetentes e perdulários sobre a falta de tino e de estratégia portugueses em matéria de transportes, de onde ninguém sai vivo, do governo moribundo, à ADFER, passando pelo outrora confiável Instituto Superior Técnico.
Caro Senhor Engº ML,

O Congresso da ADFER foi uma revelação: nem sequer projecto existe para aceder às verbas do QREN para o 2014-2020 :(

A malta que entenda lá o que quiser entender; acreditem no vidente de Pamplona, rezem à virgem de Guadalupe, vão de joelhos até Fátima, mas qualquer porto português que queira competir com os espanhóis, que queira ser interessante para estrangeiros, ou que pelo menos queira sobreviver —e neste ponto a questão é mesmo de sobrevivência— teremos que explicar aos responsáveis políticos o que significa a sigla UIC, dê lá por onde der!

Face ao estado em que está o material circulante de passageiros —a vida útil da maioria já está mais para lá do que para cá— gastar dinheiro em bitola ibérica seria pura perda de tempo e de recursos financeiros que não temos. Trate-se, pois, de mudar a bitola, por exemplo na remodelação da Linha de Cascais, desviando temporariamente e por troços os tráfegos para a estrada, enquanto se substitui a via. Idem para as vias existentes em direção à fronteira. Caso não saibam fazê-lo, questionem os japoneses sobre o assunto.
Mau seria começarmos todos a ver, ano sim, ano não, descarrilamentos de comboios por falta de aderência aos carris!

Quanto aos portos portugueses, quem dera à Espanha ter a nossa costa atlântica...

Se qualquer porto português quer ter uma dimensão pelo menos europeia, terá que considerar a incontornável bitola UIC. O apregoado porto da Trafaria sem UIC seria mais uma réplica de Sines —qual aeroporto de Beja na Trafaria—, a não ser que fossem usados camiões de 60 toneladas, ou se fizesse o sempre desejado (pela malta da Mota, do senhor Ho e do BES, claro) aeroporto da OTA em Alcochete, para aí operar os famosos A380 de carga aérea tão queridos do banqueiro Ricardo. Subsistiria, porém, uma dúvida: como levar metade ou mais da carga até Espanha? Ninguém está a ver contentores da Trafaria e de Setúbal a voarem até Madrid, ou mesmo até Barcelona, a não ser um completo lunático, que acredite em renas voadoras, claro.

Realize-se uma listagem sobre as prioridades dos portos portugueses, atendendo à sua importância e necessidades de investimento. Em qual é mais urgente investir, e que retorno se irá obter desse investimento. É de apostar já em Aveiro, dada a localização das nossas empresas exportadoras? Ou em Sines?

Uma coisa afigura-se-me mais ou menos óbvia: a questão do Panamá irá por certo promover um maior acesso de e para os portos europeus. Atente-se, por exemplo, na experiência canadiana e americana na costa virada ao Pacífico, face ao aumento das trocas comerciais com a Ásia. Na aviação comercial é a mesma coisa: o seu principal equipamento (aviões) dirige-se para a onde? Para a Europa? Não, os 777 voam para a China, Índia, Japão, Coreia e o resto da Ásia e Austrália!

Ora havendo um aumento das trocas comerciais com a Ásia, alemães, franceses, mas também os asiáticos, estão a tratar de antecipar soluções. Este é um cenário que Espanha soube reconhecer e aproveitar para rentabilizar por três ou mais vias:
1) investimentos da UE via fundos do QREN 2007-2013 e 2014-2020,
2) taxas que os utilizadores irão pagar;
3) e redução da importação de energias fósseis necessárias à operação de veículos térmicos (locomotivas e camiões diesel).

E Portugal? Bom, Portugal comporta-se como uma verdadeira ilha (1) pejada de meias soluções, cada uma 'melhor' do que a outra. Diga-se em abono da verdade que nunca vi tanto caço previsível junto. Por vezes, com os meus amigos, até lhes chamo "UNS PORTENTOSOS CAÇOS, DE PRIMEIRA!"

O material ferroviário em Portugal atingiu, todo ele, pelo menos, metade da sua vida útil. Na linha de Cascais é já um cadáver. Será assim rentável um investimento em bitola ibérica para durar 20 a 25 anos? Não me parece. Aliás, a primeira linha a ser reconvertida para UIC será a Linha de Cascais. O traçado é o mesmo. Basta mudar balastro, travessa UIC, carril de 56, e fazer um acordo com a Bombardier para fornecer comboios numa base de parceria. Se o transporte for bom para nós, vocês lucram, se não for, também terão que arcar com parte do prejuízo. Assuma-se que durante dois anos vai haver comboios em condições de circulação muito especiais, recorrendo-se ao transporte rodoviário para mitigar as faltas, e faça-se uma Linha de Cascais em condições. Acreditem numa coisa: as pessoas voltam à Linha e todos ficam a ganhar. O que temos neste momento, e a evidente falta de perspetivas aceitáveis, é que não nos leva a lado algum.

Voltando aos portos...

Nas ligações com a Europa há APENAS 2 LINHAS QUE INTERESSAM.

Já vi o mapa 2, 3, 4 e 5 vezes e não me parece haver muitas alternativas. Temos duas linhas - a da Beira Alta e a Linha do Leste (agora Poceirão / Caia), que me faz recordar o PowerPoint do "Conde Costa Cabral".  Simples, mais simples, é impossível.

Assim sendo, temos que decidir o que realmente queremos:

—Potenciar a indústria nacional (aquela que exporta)? Então estamos a falar da Beira Alta.
—Ou fazer transbordo de contentores de navios para comboios? E então estamos a falar de Sines.

Por mais volta que se dê, é assim, não é preciso nenhum Viegas de palanque para nos iludir, exceptuando aqueles que gostam de ser enganados, e olhe que também os há, ... UNS CAÇOS DE PRIMEIRA.

A opção Beira Alta.

Como já se escreveu, a Beira Alta potencia os portos da Figueira e Aveiro.

Em praticamente toda a linha da Beira Alta existe feixe de linhas nas estações mais importantes, o que potencia o transporte de mercadorias. A linha está feita (o investimento maior está realizado). É só trazer a dita até à Figueira, como era na origem, e da Figueira levá-la, não pela Linha do Norte, que está congestionada, mas até Aveiro.

Para sul, é puxada até Coimbra, onde se poderá ligar ao Metro de Coimbra, que funciona igualmente em UIC. Ficamos, assim, com o problema do Centro resolvido, e escusamos de recorrer ao porto seco de Salamanca, bem como ao parque de estacionamento aí construído para passageiros com destino a Madrid.

Os tráfegos de passageiros da Linha da Beira Alta não se relacionam com Lisboa, mas sim com Coimbra, por questões de saúde, educação, trabalho,.... . Alguém que se dirija a Lisboa ou ao Porto terá que fazer transbordo em comboios de bitola ibérica em Coimbra para a Linha do Norte. Desde que os comboios circulem à tabela e existam boas condições de enlace, ninguém se queixa.

A opção é Sines.

Se for Sines a opção escolhida, a única solução para circulação de comboios em total segurança é, no mínimo, uma via dupla UIC. Ao lado da atual (que é ibérica) que deve ser aproveitada para o transporte de materiais e iniciar a duplicação em UIC. Inicialmente poderão conviver as duas bitolas, considerando situações como a do Pego. É claro que Setúbal terá de se articular com Sines apesar do 'estrangulamento' do Outão.

Caso queira, posso aprofundar mais este assunto, muito embora muita coisa esteja publicada neste blogue sobre o mesmo tema.

De Ermidas-Sado até à fronteira a única bitola que interessa (A ÚNICA) é a UIC.

Por acaso haverá tráfego que se veja de contentores que justifiquem a bitola ibérica entre Sines e Beja, ou entre Sines e Évora? Terá Beja, por exemplo, indústria que justifique a bitola UIC? Olhe, nem UIC nem aeroporto! Até hoje ainda estou para perceber como é que aquele iluminado do Augustus Mateus foi desencantar aquela do ‘transhipment’ de pescado em Beja. É claro que almoçou uma fantástica sopa de alimado de cação (Fish Dog) que deve ter adorado e saiu do restaurante a abanar o rabo, mas entre um alimado e um aeroporto vai uma grande distância. Olhe, agora têm uma SCUT entre Sines e Beja, toda em estaleiro, que ninguém sabe como nem quando acabar, e no entanto, aos Domingos, os caçadores adoram os viadutos para a caça aos tordos, os cães ficam por baixo dos viadutos à espera que a caça caia. Haja alguém que dê uso à infra-estrutura!

Desculpe a expressão: PORRA QUE É MUITA INCOMPETÊNCIA À SOLTA.

E depois há o outro lado...

ACREDITE O MEU AMIGO QUE AS OPORTUNIDADES DESPERDIÇADAS POR PORTUGAL VÃO SER CRITERIOSAMENTE APROVEITADAS POR ESPANHA.

Acha que os espanhóis perdem uma? Questione a ADFER lá do sítio e pergunte-lhes a opinião. Acha que eles se deixam enrollar?!

E é assim: temos duas linhas que interessam...

A indústria nacional, a tal que é supostamente exportadora, está balanceada numa das linhas, a da Beira Alta, e Sines na outra. Se o Viegas e o seu amigo Tão (o tal dos eixos telescópicos) lhe segredarem que é pelas Termas de Monfortinho, porque o que está a dar é Coria, não acredite. Os últimos que compraram Cória foram os romanos, e até hoje ainda não souberam como lá foram parar!

Trate pois prioritariamente destas duas linhas, aprendendo com Cascais, deixando para a fase seguinte as outras. Olhe que com tanta auto-estrada no sentido norte-sul (são três!) não vai haver certamente falta de transporte.

Os políticos servem para quê? E o que é que se pretende?

A melhor solução é tratar de fazer a coisa com cabeça, tronco e membros, em vez de se tentar privatizar, não a solução, mas o problema. Trate-se de comprar os comboios à Bombardier, definindo no cronograma o tempo para a realização da obra.

Explique-se às pessoas que o encerramento parcial da linha de Cascais tem como objectivo melhorar a qualidade de transporte e de vida das pessoas. Estas não são tão burras como querem fazer parecer que elas parecem. Pela abstenção, votos nulos e brancos das últimas eleições as pessoas bem demonstraram que não andam tão distraídas como nos querem fazer crer.

O Senhor Engº deve saber, bem melhor do que eu, que um comboio não tem a mesma flexibilidade que um autocarro. Quer fazer a obra como? Tipo modernização da Linha do Norte? Então o Sr. escreveu que o processo de modernização da Linha do Norte foi o que se vê - um fiasco, e quer repetir o mesmo em Cascais?!

Já agora falem com a DB, que eles têm uns comboios todos porreiros na margem esquerda do Reno. Aproveite-se uma encomenda de um operador grande para se comprar umas 50 composições para Cascais com 25 Kv.

Acredite, se quiser. Por mais que lhe custe acreditar, não há outra alternativa.

A linha da Beira Alta, creia o meu amigo, desde a sua modernização, não transportou um parafuso! Todo o tráfego escolheu o IP5. Feche a linha para obras que ninguém dá por isso. Quer uma linha com que dimensão: nacional ou internacional? Se é para ser nacional, deixe estar como está e está muito bem. Se é outra a ambição, já começa a ser tarde :(

Zé Ferroviário

NOTAS
  1. A propósito da ilha ferroviária em que o governo moribundo ainda em funções quis transformar Portugal sugere-se a análise atenta das linhas de bitola ibérica que a Espanha vai suprimir junto à fronteira portuguesa. Todas as ideias de construir vias de bitola ibérica para Espanha caíram por terra. Sérgio Monteiro foi muito mal aconselhado (ou quis ser mal aconselhado...). Esta política levou-nos, porém, ao desastre. A Espanha decidiu, não só levar a bitola europeia aos seus principais portos no chamado Corredor Ferroviario Mediterráneo (Algeciras, Barcelona,  Valéncia, etc.), como fechar as linhas, não rentáveis, de bitola ibérica, junto à fronteira portuguesa (ver mapa/ El País). OAM


quinta-feira, maio 09, 2013

Tordesilhas 2.0


Mapa estratégico para Portugal


Mais cedo ou mais tarde o Ocidente e o Oriente terão que negociar um novo Tratado de Tordesilhas. Chamo-lhe, em homenagem ao bom-senso, Tordesilhas 2.0.

Esta mapa condensa algumas linhas de força em desenvolvimento e o lugar de Portugal na geometria resultante. Numa era que vai ser determinada, digo bem, determinada pelas principais vias de acesso terrestres e oceânicas ao petróleo, carvão e gás natural, resulta evidente a nova centralidade do país.

No entanto, o Bloco Central da Burrice e da Corrupção que nos conduziu à desgraça em que estamos ainda não percebeu a gravidade de certas hesitações, como as que têm sido plasmadas nas sucessivas cimeiras ibéricas, desde Durão Barroso, na questão vital da ligação de Portugal e dos seus principais portos marítimos à Europa.

A próxima cimeira ibérica vai realizar-se a 13 de maio deste ano, em Madrid. Ou seja, na próxima Segunda-Feira! Já ouviram algumas das criaturas que se sentam em São Bento mencionar o assunto? O governo já nos contou o que tenciona defender em tão importante reunião? Já ouviram algum dos adiantados mentais que infestam as nossas televisões referir-se ao assunto? Eu não:(

Há duas coisas que Espanha está a fazer e os indígenas da Tugalândia não: avançar rapidamente numa rede ferroviária adequada a este século e ligar a dita rede aos seus principais portos marítimos e à rede europeia de transportes ferroviários de pessoas e mercadorias.

Basta olhar com olhos de ver para o mapa que tive a pachorra de povoar de indicadores, para percebermos todos o que está em causa!

quarta-feira, novembro 07, 2012

O crime do Anti-TGV

Um ano para o embate... No deck o baile de máscaras prossegue

Este governo segue a política de transportes corrupta e suicida de José Sócrates!

Ao travar a ligação ferroviária em bitola europeia Lisboa-Madrid, em nome do embuste da Ota em Alcochete e dos piratas dos grupos BES e Espírito Santo (e da Mota-Engil e companhia), o que nós vamos conseguir é isolar Portugal e os portos portugueses da Espanha e, portanto, do resto da Europa!

Face à imbecilidade e corrupção reiteradas dos políticos, banqueiros e industriais rendeiros, no que toca às ligações ferroviárias da rede espanhola/europeia de bitola UIC a Portugal (que a propaganda mediática transformou no papão chamado "TGV"), a Espanha já desenhou e em breve porá em obra três portos secos para mitigar a interrupção das ligações a Portugal e aos portos atlânticos portugueses: um na Galiza, outro em Salamanca e outro ainda em Badajoz. Uma vez concluídas estas interfaces logísticas multimodais, as mercadorias passarão a viajar em TIR das empresas e dos portos atlânticos portugueses até estes portos secos da raia, de onde depois seguirão por via férrea UIC até os destinos espanhóis e do resto da Europa.

A ofensiva do porto de Barcelona no Brasil é uma prova clara de que já perceberam o bloqueio dos mentecaptos lusitanos do oeste, e que portanto os portos espanhóis em geral, e os de Algeciras e Barcelona, em particular, só poderão oferecer vantagens comparativas face às novas Berlengas da Tugolândia. As greves dos estivadores, patrocinadas pelos estalinistas do PCP, são, aliás, uma grande contribuição para o enterro da nossa frente portuária :(

Responsáveis? As elites rendeiras e politocratas criminosas deste pobre país que em breve estará, não como a Grécia, mas pior do que a Grécia.

Ou afundamos este regime, e depressa, ou este regime afundará, por mais de um século, Portugal!

Seco Molhado


Mensagem esclarecida da Blogosfera:
Nada que um porto seco em Badajoz, anexo à zona industrial de Badajoz, com utilização da 2ª saída da Autopista da Extremadura N-V não resolva. Para mais toda a linha do Leste (ao contrário do (Far)Oeste) já possui plataforma ferroviária bem consolidada ao longo de dezenas de anos para levar via dupla entre Abrantes - Torre das Vargens - Elvas - Badajoz". Em Badajoz as próprias linhas já possuem travessas de dupla fixação.

Apenas será necessário aumentar o numero de pórticos em Badajoz para a transferência dos contentores das galeras dos camiões para os comboios que circulam em bitola UIC a partir de Badajoz. Sim que não faz sentido fazer o transporte por via ferroviária em bitola ibéria em apenas 200 km. Para quê carregar um comboio de mercadorias de Sines para Badajoz, quando os ganhos em 200 km são todos da estrada. Apenas fará sentido o transporte por exemplo de contentores de Sines ou Setúbal para o interior da Peninsula Ibérica.

Depois, ainda importa considerar que a bitola ibérica do lado espanhol será irremediavelmente descontinuada. Não acredito que Espanha queira suportar 2 custos de infra-estrtuturas ferroviárias. Atente-se por exemplo no número de comboios de passageiros que chegam e partem de Badajoz com rumo a Madrid. Praticamente todos esses serviços serão transferidos para a nova linha UIC. Apenas subsistirá algum serviço de características regionais que passa numa linha alternativa ao eixo Badajoz-Merida-Placência-Madrid, que é uma linha que passa pela localidade de "Cabeza de Boi". Na melhor das hipóteses Espanha irá propor que Portugal assegure a manutenção das linhas de bitola ibérica que utiliza para os comboios vindos de Portugal, pois os comboios espanhóis, deixarão em breve de as utilizar!

Quem tiver mais paciência para estatísticas e tratamento de dados, é ver a transferência de tráfegos de passageiros que irá ocorrer da estrada e bitola Ibéria para a rede de AV do Eixo Badajoz-Madrid. Para os mais distraídos basta referir que a própria Ibéria deixou de operar voos que se sobreponham às OD (Origens / Destinos) já servidos pela AV.

Toda esta história da bitola faz-me recordar o processo que foi a construção da linha do Douro, em que um dos principais bancos portuenses à época - o BCP (Banco Comercial Portuense) entrou na loucura da construção da linha do lado espanhol, mesmo para além fronteira. O resultado foi a sua falência.

É claro que a não adesão há rede UIC (vulgo, bitola europeia) vai ter as suas consequências e os seus custos. Ao contrário do que nos podem fazer crer, e à populaça, e aos desmiolados políticos da Lusitânia oeste, a competitividade (e a logística) das exportações nacionais (ou produtos desembarcados em portos portugueses) está seriamente comprometida pela falta de alternativas à estrada e à rede de bitola ibérica. Alguém acha que daqui a 20 anos os espanhóis vão querer suportar os custos astronómicos da manutenção de uma rede de bitola ibérica apenas para fazer passar comboios da Takargo?

IMPRENSA

Entre os dias 4 e 8 de novembro o Port de Barcelona, com a colaboração da Câmara de Comércio, Indústria e Navegação de Barcelona e da SEP, Secretaria de Portos de Brasil, realiza uma missão comercial ao Brasil que conta com a participação de mais de 40 empresários, tanto do setor logístico (transitários, consignatários, armadores, operadores logísticos e terminais) bem como de importação e de exportação.

O objetivo da missão é impulsionar o comércio exterior entre a Catalunha e o Brasil, promover novas oportunidades de negócios entre os dois países e aprofundar na relação entre o Port de Barcelona e os portos brasileiros.

[...]

No marco da missão comercial, a delegação de Catalunha visitará o porto de Santos, o principal porto do Brasil e da América Latina, onde o Port de Barcelona vai assinar um acordo de colaboração para reforçar as relações comerciais entre ambas as instalações e desenvolver projetos futuros.
— in Cargo News, 6 nov 2012.

quinta-feira, setembro 06, 2012

Corrida portuária no Atlântico

Espanha, Arteixo, Porto Exterior da Corunha, concluído em 2012.

Portos de águas profundas, precisam-se!

Sines andou mais depressa depois do Terminal XXI ter sido entregue à Autoridade Portuária de Singapura, mas falta espevitar todo o potencial que este porto de águas profundas e a sua área de actividades complementares oferece, a tempo de evitar que algum tráfego essencial de grandes navios, nomeadamente da classe Post-Panamax e Suezmax, ou ainda da classe Mærsk E e Maersk Triple E, todos eles exigindo profundidades de acostagem acima dos 15 metros, acabe por eleger a Galiza como preferida porta de entrada na Europa, ou fugir para os portos do Mediterrâneo.

É que em Ferrol, onde se construiu o único porta-aviões que a Espanha tem, já existe desde 2005 (Acciona) um novo porto de águas profundas, o chamado Porto Exterior de Ferrol, cujas ligações à rede ferroviária espanhola foram recentemente anunciadas pela ministra galega Ana Pastor. E a Corunha deverá inaugurar ainda este ano o seu Porto Exterior, de águas profundas, situado na Punta Langosteira, na mesma localidade que alberga o quartel-general da Zara (Inditex), e que passará a processar todas as cargas sujas e perigosas que hoje colocam em risco a saúde dos habitantes da bela e sempre muito animada cidade galega.

Na realidade, o Porto de Sines tem dimensão, gestão e potencial de crescimento para continuar a ser a principal porta de entrada atlântica de mercadorias contentorizadas na Europa, mas não pode andar a dormir na forma, em compassos de espera partidários para favorecer os rendeiros, as corporações e as clientelas do costume. Se crescer como deve, e se for capaz de criar uma infraestrutura de transhipment adequada, a par de se tornar também um porto de exportação a sério (pois nenhum navio gosta de regressar a casa vazio...), então os novos portos de mar batido da Galiza, para além de servirem sobretudo a região, poderão tornar-se parte dessa frente atlântica economicamente forte de que a península ibérica precisa para ser Europa.

Até o Economist percebe estas coisas, e opina sobre o que falta fazer para tornar os portos portugueses competitivos, tendo sobretudo presente que Roterdão está praticamente saturado, e que um dia destes, quando menos esperarmos, os russos podem pregar uma partida à Alemanha, ou a estupidez americana e israelita poderão conduzir ao fecho do Canal do Suez, ou mesmo do Golfo Pérsico!

Ports in the storm
Portugal needs to privatise its ports to reap the full benefits of its location. The latest in our series on reforming Europe’s economies

The bulkiest vessels can carry 14,000 twenty-foot containers—a cargo that would require a train 85km (53 miles) long if transported by rail. The result is huge economies of scale: the cost per container on an Asia-to-Europe trip has fallen from around $1,000 to below $300, according to one study.

Big ships will stop at only four or five destinations in Europe, raising the stakes for ports trying to win their custom, according to Neil Davidson of Drewry Shipping Consultants. To lure them, ports need deeper harbours and bigger cranes to unload the cargo. They also need to offer an attractive onward route to final customers. This can be overland using trucks, or by sea if the port offers connections with lots of smaller ships. For Portugal, this means competing to serve the cities of Seville and Malaga by lorry or train, or acting as a shipping hub by battling with rival ports in Spain and Morocco.

in Economist, Mar 24th 2012 | Sines | from the print edition

Visto o panorama, até um idiota percebe que a frente portuária da Portugaliza só terá pleno e estratégico êxito se for capaz de ligar o transhipment, não só a uma moderna e versátil navegação de cabotagem pelas costas europeias, por forma a chegar ao maior de número de portos preparados para contentores, como também a boas redes de estradas (já temos!), e à rede ferroviária de bitola europeia que, sem roturas de carga, chegue rapidamente e a preço competitivo aos quatros cantos de Ibéria e aos quatro cantos do resto da Europa!

É assim tão difícil compreender?  Quando é que os políticos aprendem a tratar do que é importante?


COMENTÁRIO

Adapto para esta publicação a observação oportuna e clarificadora de Luís Cabral da Silva:

Cabe aqui um comentário à referência feita no texto do Economist sobre a descarga completa de um porta-contentores de 14.000 TEUs (em Portugal, só possível em Sines), a qual careceria de um comboio de cerca de 90 km de comprimento para o seu transporte! Não existem comboios com tal comprimento. Na Europa, a referência são composições com um comprimento máximo de 750m, o que significaria no caso apontado pelo Economist algo como 127 comboios para um super porta-contentores. No entanto, se o transporte optasse pela via rodoviária, seriam necessários de 10.000 a 14.000 camiões, dependendo da sua capacidade e dos limites das vias rodoviárias percorridas!

Claro que só num porto terminal poderá ocorrer a descarga da totalidade de um navio das dimensões referidas, mas, no limite, teria então também que se equacionar um movimento equivalente e de sentido contrário para a sua carga, ou o negócio seria pouco menos do que ruinoso.

No caso de Sines, a acessibilidade ferroviária de que dispõe nada tem que ver com estes números, pelo que urge conferir-lhe novos acessos ferroviários "profissionais", que não poderão ignorar as redes transeuropeias já desenhadas e decididas por Bruxelas e, consequentemente, a bitola europeia.  A velha e limitada bitola ibérica não serve! Apesar de contar ainda com fortes apoios em membros do actual Governo.

ATUALIZAÇÃO
Pastor califica de “espectacular” el comportamiento de los tráficos portuarios en los últimos meses

“…Pastor se refirió a la necesidad de conectar España con Europa a través del ancho ferroviario UIC como una de las principales prioridades y al mismo tiempo, retos a alcanzar, ya que ello permitirá la conexión de los puertos y en definitiva, la intermodalidad, elemento “clave” en el modelo de eficiencia y rentabilidad que persigue el ministerio.”

in Diario del Puerto, 6 set 2012.

Última atualização: 6 set 2012 13:35