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sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Hiper-Keynes à beira do precipício. PIGS fora do euro?

Wolfgang Schäuble - ministro das finanças alemão

Goste-se ou não de Schäuble, o homem fala a mais pura das verdades 


Schäuble: política expansionista está a criar “economias-zombies” 
Negócios, 26 Fevereiro 2016, 09:41 
“O modelo de crescimento baseado na dívida atingiu os seus limites. Está mesmo a causar novos problemas, aumentando o endividamento, gerando bolhas e riscos excessivos, tornando a economia ‘zombie’”, afirmou Schäuble na madrugada desta sexta-feira, 26 de Fevereiro na reunião de banqueiros centrais e ministros das Finanças das 20 maiores economias do mundo, em Xangai, China. 

De facto, Portugal nunca esteve tão perto de se tornar uma economia zombie. Com boa parte do tecido industrial destroçado ou exaurido em dívidas, atrasado e falho de competitividade, com os principais grupos rendeiros falidos e em saldos desde que voltámos a ajoelhar perante os credores (2011-...), com a banca insolvente e nas unhas de espanhóis, catalães, chineses e angolanos (nomeadamente por efeito da sua excessiva exposição à bolha imobiliária, ao Estado social-populista e suas EPs artificialmente colocadas fora do perímetro orçamental, aos rendeiros do regime e à fuga em frente destes para os países emergentes), com os grupos privados de comunicação social falidos, e uma TAP a caminho do desastre, Portugal, ou se reforma de uma vez por todas, começando por ajustar a dimensão do estado e da despesa pública aos seus rendimentos reais, ou acabará por se deparar um dia destes com as portas do crédito internacional fechadas. A solidariedade fiscal da UE chegou aos seus próprios limites, como a crise dos refugiados tem vindo a demonstrar.

Mas para quem ainda acredita em rosas, foices e martelos, a discussão em curso, sotto voce, sobre o sugerido mecanismo de insolvência soberana, aplicável aos euro-países cujos graus de endividamento atingiram pontos de não retorno, colocando cada vez mais prementemente na ordem do dia a necessidade de uma mutualização das suas dívidas, ou o referido mecanismo de insolvência soberana, sob pena de ocorrerem danos irreparáveis na Zona Euro, é a que mais deve importar a todos nós. Não estou, porém, nada seguro, que a saída de Portugal da zona euro seja melhor do que pôr as contas públicas, os rendeiros e os piratas do regime na ordem.

«Mecanismo de Insolvência Soberana»: Merkel propõe-se impedir-nos o Acesso ao Mercado financeiro >>> O Governo das Esquerdas, o PSD e o CDS/PP apoiam-na? 
O Economista Português. Posted on Fevereiro 25, 2016
Portugal, Itália e Espanha «correm o risco de serem atingidos por uma séria crise de confiança», afirma o Professor Bofinger. 
[...]
O Sr. Primeiro Ministro, no debate do Orçamento, referiu a reestruturação da nossa dívida por acordo com os credores. Ninguém valorizou financeiramente a fórmula, que passou por um simples  puxão de orelhas ao financeiro Centeno,  mas ela não parece ingénua. O Dr. António Costa parece estar ao corrente do plano da Srª Merkel, não terá dito nada aos seus concidadãos e prepara-se para o aprovar, se é que não o aprovou já?  O novo plano da Srª Merkel é com efeito apresentável como uma reestruturação da dívida alcançada por acordo com os nossos credores – e à custa dos portugueses, a exemplo de tantas outras maravilhas recentes do federalismo europeu, adoradas acriticamente pela nossa classe política, como o fundo de resolução bancária. O Economista Português gostaria também de conhecer a opinião sobre o assunto dos outros partidos políticos da situação: o PSD, o CDS/PP – além dos que apoiam o governo, o PS, do PCP e do Bloco de Esquerda.

German ‘bail-in’ plan for government bonds risks blowing up the euro 
‘If I were a politician in Italy, I’d want my own currency as fast as possible: that is the only way to avoid going bankrupt,’ said German ‘Wise Man’ 
Telegraph. By Ambrose Evans-Pritchard | 7:27PM GMT 15 Feb 2016 

A new German plan to impose “haircuts” on holders of eurozone sovereign debt risks igniting an unstoppable European bond crisis and could force Italy and Spain to restore their own currencies, a top adviser to the German government has warned. 
“It is the fastest way to break up the eurozone,” said Professor Peter Bofinger, one of the five “Wise Men” on the German Council of Economic Advisers. 
“A speculative attack could come very fast. If I were a politician in Italy and I was confronted by this sort of insolvency risk I would want to go back to my own currency as fast as possible, because that is the only way to avoid going bankrupt,” he told The Telegraph. 
The German Council has called for a “sovereign insolvency mechanism” even though this overturns the financial principles of the post-war order in Europe, deeming such a move necessary to restore the credibility of the “no-bailout” clause in the Maastricht Treaty. Prof Bofinger issued a vehement dissent. 
The plan has the backing of the Bundesbank and most recently the German finance minister, Wolfgang Schauble, who usually succeeds in imposing his will in the eurozone. Sensitive talks are under way in key European capitals, causing shudders in Rome, Madrid and Lisbon. 
Under the scheme, bondholders would suffer losses in any future sovereign debt crisis before there can be any rescue by the eurozone bail-out fund (ESM). “It is asking for trouble,” said Lorenzo Codogno, former chief economist for the Italian Treasury and now at LC Macro Advisors. 
This sovereign “bail-in” matches the contentious “bail-in” rule for bank bondholders, which came into force in January and has contributed to the drastic sell-off in eurozone bank assets this year. 
Prof Bofinger wrote a separate opinion warning that the plan could become self-fulfilling all too quickly, setting off a “bond run” as investors dump their holdings to avoid a haircut. 
Italy, Portugal and Spain would be powerless to defend themselves since they no longer have their own monetary instruments. “These countries risk being hit by a dangerous confidence crisis,” he said. 
[...] 
... Portugal is already in the eye of the storm, facing a slowing economy and a clash with Brussels over austerity. 
The risk spread on Portugal’s 10-year debt surged to 410 basis points over German Bunds last week, pushing borrowing costs back to unsustainable levels in real terms. Portugal’s public debt is 132pc of GDP. Total debt is 341pc, the highest in Europe. The country is in a debt-deflation trap and requires years of high growth to escape.