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quarta-feira, abril 16, 2014

Tordesilhas 2.0



Coisas que estão em marcha e outras que deveriam, mas tardam...


  • Este mapa Google é uma carta onde tenho registado informações que ajudam a pensar o estado do mundo. 
  • A eurocidade Elvas-Badajoz é uma projeção de intenções que fazem sentido numa Península Ibérica em processo avançado de integração económica. Há até uma proposta de itinerário e metamorfose museológicos para a futura eurocidade.
  • As linhas cinzentas assinalam com razoável precisão a nova rede ferroviária de Alta Velocidade da Eurásia (que os Estados Unidos muito gostariam de sabotar).
  • As linhas azuis assinalam algumas das principais rotas intercontinentais do transporte do petróleo e outros recursos vitais.
  • A linha vermelha é uma linha de fratura geoestratégica em formação a que chamo Tordesilhas 2.0.

terça-feira, junho 18, 2013

Tordesilhas 2.0


A azul, eixos marítimos; a cinzento, eixos ferroviários em bitola europeia. Fazer zoom in para os detalhes, como o da eurocidade do Sudoeste: Elvas, Campo Maior, Olivenza, Badajoz.

A Europa precisa de eurocidades

Já ouviram falar da eurocidade do Sudoeste? Está a nascer em Elvas, Campo Maior, Olivença e Badajoz. O momento de apostar nesta emergência é agora!

As catatuas de São Bento e do Terreiro do Paço certamente não ouviram ainda falar de eurocidades. Mas o mundo sempre se moveu sem precisar de tais criaturas, e apesar delas. Leia-se, pois, a propósito, um texto escrito recentemente por um professor da universidade de Badajoz que preferiu viver em Elvas, Luis Fernando de la Macorra.

Visión y misión de la Eurociudad Elvas/Badajoz.

Una Eurociudad es una Agrupación Europea de Cooperación Territorial que pretende integrar el territorio de frontera, con el propósito de incrementar el bienestar y la calidad de vida de las poblaciones fronterizas y su proyección y afirmación exterior.

En la frontera hispano-lusa, ya se han puesto en funcionamiento varias Eurociudades en Galicia y Norte de Portugal y entre Algarve y Andalucía. Las Eurociudades Chaves/Verín, Valença-do-Minho/Tuy y Ayamonte-Vila Real de Santo António. Otra Eurociudad en la Península Ibérica, entre España y Francia, que es la más antigua y ejemplo para muchas de ellas, es la Eurociudad Vasca Bayona/S. Sebastián.

La Eurociudad Elvas/Badajoz es una idea ya consolidada hace ya algunos años que facilitará la constitución de un polo de desarrollo ibérico importantísimo a partir de las ciudades de Elvas y Badajoz.

Comenzando en el período de programación comunitaria 2014/2020, entre 2020 y 2030, la Eurociudad Elvas/Badajoz será una Eurociudad de entre 200 000 y 250 000 habitantes y con un potencial comercial alto en el Suroeste Ibérico. Será patrimonio de la humanidad, blingue, binacional, smart city y sostenible.

Tendrá una plataforma logística conjunta, una parada de AVE conjunta, un aeropuerto eurociudadano y gozará de cultura, deporte, sanidad, universidad conjugada y planificación y comunicación terrestre que le dará unidad y organización urbanística. Contará asimismo con medios de comunicación social bilingües y pretenderá lograr una armonización fiscal y laboral especial en el conjunto de Portugal y España. Habrá gestado una marca territorial de calidad propia que se fortalecerá con su proyección turística, comercial, medioambiental y cultural exterior en toda la Península Ibérica y en las Comunidad Lusófona e Hispánica Internacional.

La especialización productiva de su economía local será turística, comercial y de energías renovables y medio ambiente.

En definitiva, será el centro neurálgico y el polo de crecimiento y dsearrollo conjunto entre España y Portugal del Suroeste Ibérico, con una declaración patrimonial de la Humanidad conjunta y con un potencial económico y desarrollo ciudadano a la altura de los territorios europeos e ibéricos actualmente más desarrollados.
Trabajaremos, en los próximos años, con toda nuestra inteligencia y sabiduría para diseñar, institucionalizar y dsearrollar la Eurociudad Elvas/Badajoz como una afirmación europea e ibérica de Portugal y de España.

Luis Fernando de la Macorra y Cano.

quinta-feira, março 22, 2012

A corja do aeroporto

Enquanto os cachorros da SIC, de São Bento e de Belém ladram, a caravana passa...

O que a corja que já meteu este governo no bolso quer é trocar o combóio (coisa popular horrenda!) pelo embuste da Ota em Alcochete. Assim teriam mais betão pela frente, na Alta de Lisboa/Portela e em Alcochete. Imagino que terão o apoio do PCP!

Bruselas quiere que todas las infraestructuras incluidas en la red básica, incluidos el Corredor Mediterráneo y el Atlántico, estén completadas en 2030. Para ello, ha propuesto movilizar 32.000 millones de euros del presupuesto comunitario durante el periodo 2014-2020. Con estos fondos se costeará entre el 20% y el 40% de los proyectos, especialmente los tramos transfronterizos — in RTVE.es.

A Espanha é o maior credor de Portugal. Depois vêm a Alemanha e a França (ver gráfico do New York Times). Qualquer destes três grandes países aposta numa Rede Europeia de Transportes, com "TGV"!

Percebe-se, pois, que França e Espanha tenham respondido imediatamente ao caricato governo português, explicando-lhe diplomaticamente que uma rede ferroviária europeia não depende apenas dos apetites e humores de um qualquer mordomo lusitano, chame-se ele Passos de Coelho, Gaspacho ou Cavaco!

O governo português, se seguisse literalmente as palavras tontas do atual primeiro ministro, teria que indemnizar, não apenas o consórcio Elos, mas também todo o investimento espanhol já realizado na ligação AV Madrid-Lisboa!

Além do mais, Portugal perderia não só os fundos comunitários já atribuídos à ligação Poceirão-Caia, como perderia sobretudo toda e qualquer credibilidade em futuras candidaturas a programas de apoio comunitário. A rede Barroso é como se sabe temporária, e os povos têm memória!

Basta reparar como todos os cães de fila do embuste da Ota em Alcochete regurgitam esta noite baboseiras triunfais sobre o suposto nado-morto, para notarmos mais uma vez como este país continua no bolso dos ladrões e criminosos que o levaram à bancarrota!

Em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros dos Transportes da União Europeia, dedicada precisamente à rede transeuropeia de transportes, a ministra espanhola Ana Pastor afirmou, ainda assim, estar "tranquilizada" com a garantia que recebeu hoje do ministro da Economia português, Álvaro Santos Pereira, de que Portugal vai adoptar a bitola europeia nas ligações ferroviárias alternativas ao projecto de alta velocidade, que decidiu na quarta-feira abandonar definitivamente.

No entanto, apontou, o governo espanhol, bem como as autoridades francesas, querem saber precisamente quais as intenções de Portugal, já que têm implicações no "corredor sul" da rede transeuropeia de transportes — in Jornal de Negócios/Lusa, 22 Março 2012 | 16:15

O Tribunal de Contas é um tribunal faz de conta, ou seja um embuste político-partidário execrável. Como tal deveria ser extinto. É mais uma das muitas excrescências burocráticas deste regime demo-populista e corrupto até à medula. Querem poupanças? Comecem por aqui!


POST SCRIPTUM

Deixo à consideração do leitor um comentário OTR, de uma toupeira amiga.... cuja qualidade das informações respeito.
“O contrato do Poceirão-Caia era ruinoso - com uma TIR sem risco de 12% - e foi bom o TC tê-lo chumbado. Para além disso, como sabes, estava atrelado a um projecto estúpido (sem ligação a Sines e com aquela terceira linha parva).

Sei, por experiência, que a "renegociação" / alteração do projecto e das cláusulas financeiras do contrato não podia dar bom resultado. Para além disso, era uma operação ilegal e violadora do direito de concorrência.

Lê, com atenção, o acórdão do TC: pagar 300 M à Elos é, apenas, fruto da ignorância dos jornalistas.

E lê, com atenção, o comunicado do ME: está lá a linha que sempre defendemos.

O paleio do comunicado contra a "alta velocidade" é política. O PPC, sem saber, atirou-se ao TGV e agora tem de lhe chamar outra coisa. Por mim, que se lixe.

Eu não faço futurologia, nem passo cheques em branco. Mas este passo era crítico e imprescindível.

Falta agora influenciar o novo projecto e cuidar que ele não se perca. Mas chorar por aquele contrato não me parece boa ideia.”
 Os argumentos aqui expostos são sólidos e merecem reflexão. Ficam, porém, duas perplexidades no ar:
  • A quem se deve o sincronismo da divulgação do relatório do TC com a ida do ASP a Bruxelas, precisamente para participar numa reunião decisiva sobre as redes ferroviárias de Alta Velocidade no âmbito do PET?
  • Havendo novo concurso para um novo caderno de encargos, expurgado das incongruências e despesismo tolo do anterior projeto cor-de-rosa (dupla estação em Évora —certamente desenhada por um Pritsker Prize!—, terceira via, etc.) compromete ou não o uso das verbas comunitárias já atribuídas?
Uma coisa é certa: o fim definitivo do "TGV" é o fim definitivo de uma enteléquia, ou seja, de algo que nunca existiu, nem está escrito em nenhum documento oficial: o "TGV"!


ÚLTIMA HORA!
Portugal da la patada definitiva a Florentino Pérez por el AVE a Lisboa

...lo peor para el país, quizás, será la pérdida de imagen de cara a la inversión extranjera. Será difícil justificar internacionalmente que la adjudicación del concurso del AVE a Elos sea declarada "ilegal" dos años después de la firma del contrato, cuando el consorcio llevaba ya invertidos casi 300 millones de euros.  CapitalMadrid.

Que as ratazanas da cloaca lusitana não descansem enquanto não puserem o país mais de rastos do que já está, em nome exclusivo das suas rendas e ganâncias, rasgando contratos e compromissos de estado reiteradamente subscritos com outros países e com a UE, percebe-se, dada a natureza das alimárias. O que não entendo é a sonolência bovina dos eleitores do meu país. Acordem!

"O Governo espanhol vai continuar a construir a sua linha de alta velocidade entre Madrid e a fronteira portuguesa com um traçado para velocidades de 350 km/hora, tal como estava programado e acordado com Portugal desde que foram assinados os primeiros acordos para este projecto em 2003." Público (edição impressa)

Só quem não conhece os organismos de planeamento do estado espanhol (Ministerio de Fomento, etc.), que felizmente não foram capturados pelas ratazanas locais, como aqui fez o Bloco Central, destruindo praticamente toda a competência técnica do estado português, é que poderia imaginar que o governo espanhol (independentemente de ser "socialista" ou "popular"), alterasse um milímetro do que foi planeado há mais de uma década — ainda que recebendo de Portugal, ao longo de todo este tempo, os sinais caricatos de uma nomenclatura corrupta que apenas se dedica aos assaltos de curto prazo à riqueza disponível.

Ou seja, hora para investir em Elvas e na futura eurocidade Elvas-Badajoz! Eu vou começar a procurar um apartamento na velha cidade-fortaleza ;)

Fundos comunitários do TGV vão ser reprogramados para outros projectos em Portugal

A Comissão Europeia (CE) e Portugal estão em convergência sobre o destino dos fundos disponibilizados para o projecto de alta velocidade TGV, abandonado na quarta-feira pelo Governo, disse hoje em Lisboa José Manuel Durão Barroso.

O presidente da CE afirmou ainda que Portugal vai permanecer em todos os programas de financiamento acordados originalmente e integrar as redes transeuropeias.

"Existe uma convergência entre a Comissão e as autoridades portuguesas nesse aspecto. Tanto quanto sei, Portugal ficou em todas as redes, mas, do ponto de vista português, houve a vontade de uma reprogramação, nomeadamente dos níveis da velocidade", referiu. Jornal de Negócios online.

O Passos de Coelho está a transformar-se num verdadeiro primeiro ministro à distância. Se não tem cuidado sucede-lhe o mesmo que ao Santana Lopes. O Portas é o mesmo!

Última atualização: 24 mar 2012 12:55

domingo, março 21, 2010

Eurocidades

Que falta para a eurocidade do Caia? O TGV?


Ver Eurocidade do Caia num mapa maior


El estudio del tramo Badajoz-Portugal del AVE sitúa la estación en suelo extremeño

La estación internacional que incluye la línea del AVE Madrid-Lisboa en la frontera lusa estará en suelo extremeño. Será así de aprobarse el estudio informativo del tramo Badajoz-Frontera Portuguesa, que se encuentra ya en exposición pública, y que incluye la propuesta de una estación internacional junto a la frontera portuguesa, en suelo español.

En el estudio informativo se concreta que la estación internacional, que también dará servicio a Badajoz y su comarca, "se propone esté situada junto a la frontera portuguesa (río Caia)", contemplándose "una conexión con el lado portugués, que podría materializarse con la ubicación al otro lado de la frontera de algunas instalaciones, como un aparcamiento, enlazadas mediante una pasarela de conexión". — El Periodico de Extremadura (18-12-2008)

 A União Europeia atravessa neste momento uma prova de fogo por causa das profundas assimetrias de desenvolvimento entre os estados e regiões que a compõem, e ainda por causa da tremenda crise de endividamento empresarial, público e familiar que acabou por desembocar num colapso sistémico do Capitalismo à escala global, o qual vem sacudindo com mais veemência as economias viciadas no consumo e nas importações baratas, afectando menos as que vivem sobretudo da produção e da exportação de produtos. Há, por mais incrível que pareça, a possibilidade de países como a Grécia, Espanha e Portugal serem postos fora do euro, ainda que parcialmente e por um período limitado de tempo! Tudo vai depender da capacidade da Alemanha poder suportar os custos colossais do saneamento financeiro da União Europeia.

Enquanto as crises financeiras dos PIIGS afligem a Alemanha pelo seu potencial desestabilizador relativamente ao euro, há outros países bem maiores, em situações financeiras bem piores, e cujas ameaças à tranquilidade mundial são bem mais preocupantes. Refiro-me naturalmente ao Japão, aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

Numa palavra: o programa de transportes ferroviários de alta velocidade na península ibérica vai ter que abrandar necessariamente a sua marcha. Os futuros AVEs, LAVs, ou TGVs, vão ter que correr a velocidades inferiores às anunciadas, baixando as velocidades de ponta dos 350Km para 300Km/h, e apontando para velocidades médias na ordem dos 250Km — pois só assim poderão controlar os custos exponenciais associados à velocidade, seja na concepção-construção das infraestruturas e material circulante, seja na caríssima manutenção deste tipo de transporte. Por outro lado, o endividamento excessivo dos governos, das empresas e das famílias, associado a um desemprego estrutural e conjuntural sem precedentes, conduzirá necessariamente a um abrandamento das actividades económicas e de diversão, a uma vigilância mais apertada dos custos escondidos dos bens públicos e de consumo (até agora subsidiados sem limites, sem transparência e sem controlo), e à consequente análise mais criteriosa do custo-benefício dos grande investimentos públicos. Os Estados europeus vão deixar de estar autorizados a parir elefantes brancos invendáveis (nomeadamente quando os ditos acabam por ir parar aos leilões das privatizações!) Como já é patente, a rede de alta velocidade ferroviária em toda a península ibérica começou a diferir datas e a travar alguns dos investimentos, lançando uma neblina de indefinição (ver mapa) sobre o optimismo oficial dos governantes do PSOE e do PS.

Mesmo a ligação Madrid-Lisboa, cujo interesse estratégico para ambos os países é óbvia, parece estar envolta numa bruma cada vez mais densa de indefinições. Onde estão os projectos de execução? E os prazos reais? 2013, 2014, 2015? Quando será, alguém sabe de ciência certa? Duvido!

Por outro lado, basta olhar para o mapa de realizações e projecções da Alta Velocidad Ferroviaria Española publicado na Wikipédia, para se perceber que as ligações entre Aveiro e Vilar Formoso, e entre Porto e Vigo, caso fossem realizadas nos prazos outrora anunciados, de nada serviriam pois nem Vigo tem previsão fiável para a sua ligação a Orense, Zamora (para chegar a Madrid ou Irún), nem há qualquer previsão para a conclusão da ligação entre Salamanca e Ávila (para chegar a Madrid) ou Valladolid (para chegar a Irún). Ou seja, para já, a prioridade da Moncloa é apenas uma: chegar a Lisboa e ao porto de Sines o mais depressa possível. O resto logo se vê.

Mais cedo ou mais tarde haverá uma nova rede ferroviária ibérica em bitola europeia. O mais importante, salvo nas ligações entre as principais cidades, não é a alta velocidade, mas a adequação das linhas (isto é a bitola das vias) e sistemas de apoio ao transporte de pessoas e mercadorias. O importante é construir uma rede apertada de mobilidade ferroviária que sirva pessoas e empresas, alimentada com energia eléctrica (e não diesel!) O contrário, portanto, do que os corruptos governantes portugueses têm congeminado a este propósito, nomeadamente para continuar a alimentar uma incompetente clientela de especuladores e candidatos a monopólios privados, incapazes de correr em mar aberto.

Em 2013, 2014 ou 2015 haverá um transiberiano a ligar Barcelona, Saragoça, Valência, Córdova, Sevilha e Madrid a Lisboa, e no sentido inverso, Lisboa a Madrid, Sevilha, Córdova, Saragoça, Valência e Barcelona, entre outros grandes e pequenos destinos ibéricos. Nestas ligações haverá, no entanto, uma única estação internacional, e não será em nenhuma das grandes cidades, mas na fronteira entre Portugal e Espanha, mais perto de Badajoz do que de Elvas, mais precisamente no Caia.

Por um entendimento que não entendo, ou por má negociação da parte portuguesa, a estação do Caia encontra-se apenas do lado espanhol, quando deveria estar literalmente encavalitada na fronteira do Caia, e além do mais, servida por metro de superfície ligando em rede Badajoz, Elvas, Campo Maior, Olivença e Talavera la Real. É preciso ambição, pensar em grande, se quisermos obter resultados que se vejam. Neste caso, lançar a primeira verdadeira eurocidade ibérica!

E é por isso que proponho a deslocação da estação do Transibéria (nome unificado que proponho para o AVE/LAV/TGV) 500 ou 600 metros para Ocidente, por forma a termos uma estação de comboios verdadeiramente internacional, onde cesse por tratado a fronteira entre Portugal e Espanha, havendo em seu lugar um território bi-nacional, bilingue, com a mesma moeda, mas também com a mesma fiscalidade e uniformidade competitiva de preços. Se soubermos resolver a esta escala todos os problemas jurídicos, económico-financeiros, políticos e culturais que naturalmente se colocam, teremos resolvido o problema teórico-prático da criação de uma eurocidade alargada, envolvendo uma comunidade de municípios, onde desde logo estariam incluídas Elvas, Badajoz, Campo Maior, Olivença e Talavera la Real. O nome dessa cidade nova? Caia!

Tenho falado com bons amigos de Elvas e de Badajoz sobre estes temas. É para todos nós claro que a futura estação do transiberiano no Caia, associada à plataforma logística que ali será igualmente instalada, e ao requalificado aeroporto de Badajoz (em Talavera la Real) compõem um mosaico de desenvolvimento a meio caminho de Lisboa, Madrid e Sevilha, com um enorme potencial.

Mas para que esta rêverie se torne realidade teremos que atacar de frente os fantasmas da iberização, nomeadamente aqueles que assustam Portugal — isto é, a iberização como Cavalo de Tróia do sonho de uma grande Espanha com capital em Madrid. Oitocentos e sessenta e sete anos de história portuguesa demonstram à saciedade que esse será sempre um pesadelo sem futuro. Madrid e Castela terão o seu acesso ao Atlântico, por cortesia de Portugal e interesse mútuo. O futuro da Europa passa e passará mais do que se pensa pelo Atlântico, e por isso passa e passará mais do que se pensa pelo renascimento das velhas potências atlânticas, ainda que desta vez para conter e negociar com novos actores mundiais, com que nos damos, aliás, há séculos!


OAM 673—21 Mar 2010 21:00