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terça-feira, maio 12, 2015

TAP desfaz-se da PGA



A culpa não é dos trabalhadores da TAP, nem da PGA


Os principais responsáveis pelo colapso da TAP são Fernando Pinto e o Bloco Central que, agora, pretendem empurrar as culpas para os trabalhadores.

Há muito que vimos denunciando a instrumentalização da TAP pelos piratas do NAL—Novo Aeroporto de Lisboa.

É que para justificar um novo aeroporto e uma nova 'cidade aeroportuária', condição para entregar os terrenos da Portela à especulação imobiliária da Alta e Lisboa, cozinhada pelo PS com o senhor Ho, e especular também com os terrenos de um futuro NAL, seria necessário provar a saturação da Portela, e para isto, além de inundarem o país com mentiras, precisavam de fazer CRESCER A TAP.

Foi este o Padre Nosso do gaúcho Pinto ao longo dos últimos dez anos...

O resultado, sobretudo depois de Bruxelas ter imposto o fim do abuso de posição dominante pela TAP e SATA, foi a perda de competitividade galopante da empresa e o seu endividamento desastroso — de que a operação Brasil é apenas uma das componentes.

Antes das duas últimas duas greves já a TAP registava um passivo superior a dois mil milhões de euros!

  • Aviões antigos consomem demais (800 milhões de euros/ano em Jet fuel). 
  • Pessoal em excesso (580 milhões de euros/ano) comparam pessimamente com a concorrência que entretanto desembarcou em Faro, Porto, Funchal, Lisboa e Ponta Delgada. 
  • Em cima disto a implosão do sistema bancário, desde logo do BES (por acaso, o principal banco da TAP), foi a pancada que faltava para fazer ruir uma empresa pública que quis dar uma passada maior que a perna.

Quem não deve estar a gostar nada desta brincadeira é a Vinci, a quem impingiram a ilusão de uma TAP fulgurante e a miragem de uma cidade aeroportuária na Margem Sul.

Os árabes que financiaram a operação da Vinci devem estar a pensar: e nós que pensávamos ser os maiores aldrabões do mundo. Estes portugueses superam-nos!

Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão"

"Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão", afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores.

Fernando Pinto considera que "no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente".  Rádio Renascença

Reestruturação da TAP não exclui despedimentos

O plano de reestruturação financeira urgente pedido pelo Governo à TAP não descarta a realização de despedimentos. A companhia aérea está, neste momento, a analisar todos os cenários possíveis para superar os desequilíbrios causados pela greve dos pilotos e a redução do número de aviões - e consequentemente de equipas - é um dos cenários que está a ser ponderado, apurou o Dinheiro Vivo. DN Economia

quarta-feira, junho 11, 2014

Controlinveste despede mais de uma centena de trabalhadores

Aníbal Cavaco Silva, filha e genro Luis Montez

Igualdade, disse ela...


A dona do "Diário de Notícias" e do desportivo "O Jogo" vai iniciar um despedimento colectivo de 140 trabalhadores e rescisões amigáveis com mais 20. A reestruturação começa quatro meses depois da entrada do genro de Cavaco Silva, Luis Montez, no capital da empresa.

Controlinveste vai despedir 160 trabalhadores
11 Junho 2014, 12:20 por Rita Faria | Jornal de Negócios

A Controlinveste Conteúdos, empresa de media detentora de títulos como o “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias e “O Jogo”, anunciou esta quarta-feira, 11 de Junho, um processo de redução de efectivos que vai implicar a saída de 160 trabalhadores do grupo. Deste processo fazem parte um despedimento colectivo de 140 colaboradores e rescisões amigáveis de contrato com mais 20, de acordo com um comunicado da empresa, citado pelo “Diário de Notícias”.

Gostaria de perguntar à sindicalista e defensora socratina do Tribunal Constitucional, Isabel Moreira, e aos doutos sindicalistas do TC, se o princípio de igualdade se aplica, ou não, neste particular.

Uma empresa em dificuldades —toda a gente sabe que o mundo da imprensa tradicional, jornais, rádios e televisões incluídos, está a implodir há mais de uma década— que necessita de despedir, despede, apesar das dificuldades existentes na lei e no comportamento dos tribunais. Doutro modo a alternativa seria a insolvência e o fecho de ainda mais empresas do que as que têm fechado portas desde 2008 para cá.

Pergunta-se: então porque é que no capturado e falido estado que temos, na insolvente RTP, na exaurida CP, no escândalo de corrupção e roubo que foi o BPN, ou no buraco que é a TAP, a lei que vigora é diferente?

Ou há igualdade, ou comem todos. Lá diz o provérbio.

segunda-feira, novembro 26, 2012

Espanha Low Cost

Duane Hanson Tourists II
1988
polyvinyl chloride, coloured with oil, mixed technique, accessories
Collection Hanson, Davie, Florida
© VG Bild-Kunst, Bonn 2010

Petróleo mais caro, desaparecimento dos baby-boomers e redução drástica do estado social é igual a menos turismo e crise duradoura no setor aeronáutico. Ganham os comboios e as estratégias low cost em geral.

Tanto na Grécia, como em Espanha, as bolhas imobiliárias, de que o entusiasmo por novos e luxuosos aeroportos, hubs e cidades aeroportuárias foi o grito que antecedeu o colapso, os estragos estão à vista, mas os efeitos nefastos de tanta miopia e corrupção resultante do conluio entre banksters e tríades partidárias, só a partir de 2013 vão começar a abater-se sobre milhares de profissionais, negócios e famílias em toda a sua dimensão destruidora.

Em Portugal, talvez porque voltámos a colocar na chefia do governo um empregado do BES, a estupidez continuou de vento em popa no que se refere à fracassada e potencialmente catastrófica estratégia de transportes do país. Os banqueiros falidos, os rendeiros das PPP, e os piratas que tomaram por dentro os partidos do Bloco Central (PS, PPD-PSD, CDS-PP) insistem em fazer de Portugal uma ilha ferroviária, e de Alcochete um aeromoscas semelhante ao de Beja, mas multiplicado por 100!

Vieram recentemente a lume declarações de Álvaro Santos Pereira que parecem querer corrigir o desnorte completo que o governo tem demonstrado até agora em matéria de política de transportes.

Não tem havido nem clareza, nem firmeza, na gestão dos conflitos portuários e ferroviários. Não há lisura nem transparência nos processos de privatização, nomeadamente da CP, da ANA e da TAP. O que há é um apodrecimento das situações que, tal como ocorreu em Espanha, em particular no caso da Iberia e dos aeroportos, acabará por gerar reestruturações verticais desordenadas, injustas e muito mais dolorosas de empresas públicas geridas como sacos azuis. Será que o governo em funções ainda irá a tempo de evitar o pior?

Vale a pena ler a este propósito o mais recente artigo de Rui Rodrigues sobre o que se está a passar em Espanha. Reproduzimo-lo na íntegra, agradecendo antecipadamente ao jornal Público.


O sonho de um grande hub entre a iberoamerica e a Europa, de que o Terminal 4 de Barajas é o símbolo,  afundou a Iberia e, em parte, a Espanha :(

Iberia rende-se às Low Cost e alta velocidade ferroviária
— reestruturações e tendências também em Portugal

Rui Rodrigues, in Público/ Cargas&Transportes (25-11-2012)

Em Novembro de 2012, a Administração da Companhia Aérea espanhola Iberia anunciou um rigoroso plano de reestruturação que vai obrigar ao despedimento de 4500 funcionários (23%), num total de 20 mil trabalhadores. Em cada três pilotos, um vai ser dispensado.

Os salários dos trabalhadores que continuam na empresa terão fortes quebras (25 a 35%), sendo congelados até 2016 e, no caso dos pilotos, os seus vencimentos terão uma redução de quase 50%. A empresa anunciou que vai encerrar as rotas que dão prejuízo e vai diminuir, no próximo ano, o número de voos em 15%, prescindindo de 25 aviões. A data limite para terminar acordos com os sindicatos é o dia 31 de Janeiro de 2013, pois a empresa está a ter perdas diárias de 1,7 milhões de Euros, o que é uma situação insustentável.

Neste contexto, as rotas nacionais e europeias serão fortemente reduzidas ou abandonadas. Recentemente, parte deste serviço já tinha sido transferido para a sua filial Iberia Express.

O grupo IAG, a que pertence a Iberia associada à British Airways, está interessado em efetuar uma OPA a 100% à Vueling, companhia aérea de baixo custo. Será esta empresa que deverá explorar parte das rotas abandonadas. A opção de transferir uma quota do mercado das companhias tradicionais para as de baixo custo não é inédita. A Air France anunciou este ano uma reestruturação que prevê transferir voos para a Transavia, subsidiária Low Cost. A Lufthansa vai fazer o mesmo com a Germanwings.

A estratégia futura da Iberia passará por apostar mais nos voos de longo curso e abandonar as ligações para as cidades espanholas, que já estão ligadas à nova rede ferroviária de bitola europeia. Nas 40 rotas nacionais só duas ainda são rentáveis. Uma delas é a ponte aérea Madrid-Barcelona, cujo tráfego caiu para metade desde o início da existência do comboio de Alta Velocidade (AV).

Tendo em conta a soma de postos de trabalho directos, mais os indirectos que vão ser afectados, será provavelmente um dos maiores despedimentos de sempre em Espanha.

Em 2013, as alterações no espaço aéreo espanhol terão assim profundas mudanças e devem-se a várias causas. As principais são:

1.Forte concorrência das companhias aéreas de baixo custo, Low Cost. Estas, nos 10 primeiros meses de 2012, já representavam 58,7% dos passageiros internacionais do país vizinho, estando o seu mercado mais concentrado para os destinos das Ilhas Baleares e Canárias, bem como da Catalunha. Os principais mercados emissores são o Reino Unido e a Alemanha com 36,1% e 19,7%, respectivamente.

2.O comboio de Alta Velocidade na nova rede de bitola europeia está a retirar mercado ao avião, em território continental espanhol. Nesta rede ferroviária, mais de 23 milhões de passageiros já utilizam o comboio de Alta Velocidade anualmente. Nos próximos anos, este valor vai aumentar à medida que mais linhas entrarem em serviço.

3.O aumento do preço do petróleo e das taxas aeroportuárias em Barajas (112% em dois anos), que é a principal base da Iberia.

Analisemos os três pontos mencionados.

1-CONCORRÊNCIA DAS Low Cost

A melhor imagem que se pode dar do mercado aéreo espanhol e do êxito das Low Cost é observar os valores do tráfego dos 10 primeiros meses do ano. De Janeiro até Outubro de 2012, considerando o mercado de Espanha para União Europeia-Schengen, as companhias que mais passageiros transportavam eram:

1º - Ryanair com 11,4 milhões, 2º - Air Berlin 7 milhões, 3º - Vueling 5,1 milhões e 4º lugar a Iberia com 3,6 milhões e 5º - Easyjet com 3 milhões.

As três primeiras e a 5ª são Low Cost. Estas posições eram impensáveis, pois, há poucos anos, a Iberia era a primeira. Muitos até diziam que as companhias de baixo custo não passavam de uma “moda” e que, mais tarde ou mais cedo, iriam desaparecer do mercado. A gestão destas companhias aéreas Low Cost tem por objetivo reduzir os custos em todos os sectores. Os gastos desnecessários são eliminados, excepto na manutenção e segurança - só existe classe turística, não são servidas refeições durante as viagens, os serviços em terra são reduzidos ao mínimo, porque a venda de bilhetes é efectuada através da internet, ou reserva via telefone, evitando intermediários.

Estas empresas geralmente utilizam um aeroporto base com baixas taxas, de onde irradiam os voos para os diferentes destinos, unindo 2 pontos entre si (ligações ponto a ponto). As tripulações, 6 pessoas por avião, pernoitam sempre na sua própria casa e raramente utilizam os hotéis dos destinos. Se se considerarem os 365 dias do ano, este procedimento permite uma enorme poupança de recursos.

Os aviões adquiridos são novos, para tirar partido da eficiência no consumo de combustível e é utilizado um só modelo, geralmente o A320 da Airbus ou o Boeing 737-800, o que possibilita uma enorme diminuição nos custos de formação e manutenção. Esta estratégia de redução dos gastos permite converter os ganhos em tarifas mais baixas.

O modelo de negócio das Low Cost é mais eficaz até aos 2300 Km, desde a base em que operam. Acima deste valor, a rentabilidade do negócio é menor.

2-NOVA REDE DE BITOLA EUROPEIA

Está a ser construída, em Espanha, uma nova rede ferroviária de bitola europeia que já transporta mais de 23 milhões de pessoas, ligando mais de 20 cidades entre si. Os novos corredores já terminados, desde Madrid até Sevilha, Málaga, Barcelona, Valência e Valladolid, levaram à migração de milhões de passageiros do avião e viatura particular para o comboio, que agora é o modo de transporte mais utilizado, nos respetivos corredores, o que permitiu uma forte poupança de energia, pois a nova ferrovia é de tração elétrica e não depende do petróleo.

3-TAXAS E PREÇO DO PETRÓLEO

Nos últimos anos a AENA, empresa espanhola equivalente à ANA-aeroportos, efectuou avultados investimentos nos aeroportos de Madrid, Barcelona e Málaga, que atingiram um valor superior a 13 mil milhões de Euros. Quando foram feitos os respectivos projectos, o crescimento de tráfego anual atingia uma média de 8%. Este valor levaria a que o tráfego mais do que duplicasse ao fim de 10 anos. Como o mercado diminuiu, as verbas gastas não tiveram o retorno esperado. Esta situação obrigou a empresa a subir as taxas aeroportuárias e, de 2011 para 2013, o aumento será de 112% em Madrid e em Barcelona de 108% (fonte - AENA).

Caso se considere os custos totais para as companhias aéreas, o preço do combustível já representa 33%, as taxas aeroportuárias 12% e as taxas de navegação 6%. Os restantes 49% são outros gastos, necessários para o funcionamento das empresas (manutenção, pessoal, etc). O forte aumento das taxas em Barajas vai levar à saída da Easyjet que ali tinha criado uma base e à redução de voos por parte da Ryanair.

A AENA está a gerir 47 aeroportos e 20 deles têm menos de 500 mil passageiros, por ano. Muitos devem ter um encerramento parcial para reduzir os custos.

Tendências para o futuro e em Portugal

Desde que as Low Cost iniciaram a sua atividade, em Portugal, o seu mercado já se aproxima dos 40% e com tendência para aumentar. A TAP, seja privatizada ou não, vai ter que ser reestruturada brevemente, pois a empresa tem tido prejuízos, divulgados pela Imprensa, para além do elevado passivo acumulado. A estratégia da TAP deveria também passar pelo mercado de longo curso.

O preço do petróleo vai ser determinante nas opções futuras do mercado dos vários modos de transporte. A rodovia já paga, em vários países da UE, quase 60% de impostos sobre combustíveis. Se os mesmos valores forem aplicados à aviação, as Low Cost estarão melhor preparadas para tal situação do que as companhias aéreas tradicionais.

As Low Cost como só efectuam ligações “ponto a ponto” desfizeram a estratégia da Iberia, que utiliza o aeroporto de Madrid como hub. A nova rede ferroviária agravou ainda mais esta situação por ter desviado milhões de passageiros para o comboio. No futuro, o mercado vai cada vez privilegiar as ligações “ponto a ponto” em detrimento dos aeroportos hub.

As grandes alterações que estão a ocorrer no transporte de pessoas na Europa e em Espanha permitem concluir que, para distâncias até aos 750 Km, o mercado de passageiros opta pela ferrovia e, no intervalo 750-2300 Km, cada vez mais pelas Low Cost.

POST SCRIPTUM

Por que motivo em Portugal a imprensa, o governo, e o gaúcho que gere a TAP escondem o óbvio?




Ryanair é um caso de estudo que não vale a pena ignorar...




Última atualização: 27 nov 2012 : 1:38