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quinta-feira, janeiro 30, 2014

O embuste das barragens

Jorge Moreira da Silva diz-se 'verde'. Falta provar!

Cherchez la femme, c'est-à-dire Goldman Sachs

Plano nacional de barragens vai custar 16 mil milhões

O presidente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) afirmou, na quinta-feira, que o plano nacional de barragens vai custar "16 mil milhões de euros", [...] mais de 20 % do resgate a Portugal.

Sol, 14 de Dezembro, 2012

Plano Nacional de Barragens «seria outro» para o atual Governo

O ministro do Ambiente afirmou esta quarta-feira que o Plano Nacional de Barragens «seria necessariamente outro», se o atual Executivo o tivesse desenhado e escusou-se a avançar qual a eventual indemnização pela interrupção da construção da barragem do Tua.

Na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, Jorge Moreira da Silva respondia à questão de Heloísa Apolónia, deputada do partido ecologista Os Verdes, sobre se a barragem do Tua era um erro.

O responsável lembrou que o plano foi elaborado pelo anterior Governo e que «depois de uma decisão, de um concurso e de uma contratualização» reabrir o processo «podia contribuir para um risco para os contribuintes».

TVI24, 29 de Janeiro, 2014

Ai sim, Jorge Moreira da Silva? Você faria diferente, se pudesse? Então aqui vai a minha teoria para o ajudar a fazer o que deve, isto é, suspender a construção da barragem do Tua e abrir um inquérito!

Eu não posso aqui e agora provar a minha teoria. Por falta de meios e de tempo. Mas, em última análise, compete à PGR, ao DCIAP, ao Tribunal de Contas, à ERSE, ao Tribunal Constitucional, e aos deputados e partidos políticos instalados tomar boa nota desta teoria e investigar. Para isso lhes pagamos.

A história é simples de contar.

A Goldman Sachs, em 2007, quando percebeu no que a bolha do Subprime iria dar, e quando percebeu o fim dos generosos subsídios do Obama às eólicas, nomeadamente por causa do 'boom' que estava a começar no 'fracking', resolveu desfazer-se da empresa Horizon Wind Energy, provocando uma subida momentânea e artificial das cotações da EDP (ver artigo aqui publicado em agosto de 2012), e negociando (secretamente, presumo) a venda da Horizon à EDP,  que assim se tornava um player mundial das energias renováveis, bla, bla, bla, bla, bla....

O financiamento de que a EDP precisaria para comprar a Horizon (2,15 mil milhões de dólares) foi obviamente garantido nos mercados financeiros pela mão, uma vez mais, presumo, da Goldman Sachs (pela mão de quem haveria de ser?), e de caminho, para ajudar a segurar este embuste, a EDP sacou em outubro de 2007 o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) ao senhor Sócrates Pinto de Sousa que, por sua vez, já então precisava desesperadamente de dinheiro que o défice público não visse, nem contabilizasse. Foram muitas centenas de milhões de euros que a EDP, a Iberdrola e a Endesa adiantaram por conta... das famosas barragens, inúteis, caríssimas e que os portugueses foram condenados, sem consulta prévia, a pagar durante 75 anos, mas pior, por conta também de uma ainda não ventilada mas completamente inconstitucional alienação dos direitos de exploração privada das águas das bacias hidrográficas e albufeiras abrangidas pelas novas barragens!

Impugnar todo este embuste é só uma questão de seriedade, de vontade política, e de coragem, claro!

Para complemento dos gráficos, publicados no texto acima citado, e que demonstram a sincronia entre as ações da Goldman Sachs, da EDP e de José Sócrates no ano 2007, aqui vão mais dois de hoje, onde se revela até que ponto os chineses também caíram na esparrela da Goldman! Por algum motivo alguém colocou o Carlos Moedas à cabeceira do barítono Pedro Passos Coelho.

A queda continuada das ações da EDP só foi travada depois da entrada das Três Gargantas.

Repare-se como as renováveis da EDP também foram salvas in extremis por Pequim.



terça-feira, setembro 13, 2011

Portugal dos Pequenitos - 2

A Pitonisa dorida

O Antonio Barreto, com aquele seu ar de Pitonisa dorida, arengou no JN de hoje sobre o Douro (dizia o titulo do artigo). Mas nao, so falou do Vinho do Porto e da saga incestuosa das suas execraveis instituicoes. Se n fossem os ingleses, ao contrario do q afirma erroneamente o historiador de barbicha trotskysta, nem tinha havido alguma vez Vinho do Porto, nem, depois de ter sido inventado e mundialmente popularizado pelo bifes de suas majestades britanicas, continuaria a existir nos dias q correm. Ignorara porventura a Pitonisa dorida que o Douro nao existe sem o rio que lhe da o nome? Que pensa e diz o historiador distraido, das barragens assassinas do Mexia , Socrates e Companhias? Ja ouviu falar de destruicao de rios por segmentacao hidroelectrica? Ja ouviu falar de eutrofizacao das albufeiras? Sabe o mal q a vinha e o olival intensivos podem fazer a um rio e afluentes com margens ingremes como Douro, o Sabor, o Tua, ou o Bestança? Meu caro Antonio Barreto, estude a realidade em vez de posar para a historieta do pais!

Barragens assassinas


O estudo tecnico mais actualizado sobre o embuste das novas barragens que Socrates e a EDP congeminaram, escrito por Joanaz de Melo, depois da oportuna critica q lhe foi dirigida, demonstra claramente q a sujeicao de 75 anos que querem impor aos portugueses, cobrando-lhes uma factura de 16 mil milhoes de euros pelo caminho, nao vai trazer apenas mais 3% de energia electrica/ano. Nao senhor, vai trazer mais 0% de energia electrica/ano! Se isto nao configura o maior roubo do bem comum alguma vez arquitectado contra os portugueses, entao nao sei de que "corrupcao" fala o jovial To Ze Seguro, novo secretario-geral do Partido Socialista. Va la homem, comece a trabalhar e a fazer algo de util pelas suas proprias promessas!

sábado, fevereiro 26, 2011

O lóbi desesperado da EDP

Camilo Lourenço: “Portugal precisa, rapidamente, de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.” Negócios online, 25-02-2011.


Inocentemente ou não, Camilo Lourenço está a fazer um frete mediático a António Mexia, por duas razões principais:
  1. porque a nossa principal dependência energética não é suprível pela energia eléctrica (as barragens assassinas de Sócrates-Mexia não substituem nem nunca substituirão de forma significativa o petróleo, nem o gás natural — mas aumentarão a eutrofização das albufeiras, afastarão os turistas dos vales do Douro, Tua, Sabor, e Côa, ameaçarão a segurança da cidade de Amarante e, antes de mais, custarão uma pipa de massa aos consumidores indefesos, precisamente, em barris de petróleo!)
  2. porque aquilo que o cabotino Mexia quer é aumentar, ainda que seja para accionista burro e investidor incauto verem, os activos de uma empresa sobre endividada, da qual faz parte uma famosa EDP Renováveis, em queda catastrófica, que acaba de anunciar que já não distribui os dividendos de 2010, e cujas acções caminham a todo o gás para o preço da bica (1).
Tudo isto é grave, sobretudo se tivermos presente que o objectivo dissimulado do cabotino Mexia já só pode ser um: evitar o desaparecimento da empresa antes de a mesma poder ser tomada de assalto por uma grande energética espanhola, francesa, alemã, brasileira, angolana ou chinesa. É a síndroma TAP que move o cabotino Mexia, e as suas antenas mediáticas!


REFERÊNCIA

Para ajudar a compreender este problema, sobre o qual temos escrito frequentemente, transcrevo este elucidativo texto de João Joanaz de Melo.

Há século e meio que em Portugal as políticas de obras públicas megalómanas têm sido entendidas como paradigma de desenvolvimento.
Por João Joanaz de Melo, Professor de Engenharia do Ambiente na Universidade Nova de Lisboa.

No sector energético, apesar das belas intenções pela eficiência energética, o esforço é dirigido para os empreendimentos caros e de eficácia duvidosa: barragens, carro elétrico, micro-geração, TGV, com investimentos previstos na próxima década orçando em dezenas de milhar de milhões de euros – o investimento do Estado em eficiência energética mal chegará a 150 M€ no mesmo horizonte.

Os defensores do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) tentam adquirir uma patina de respeitabilidade invocando motivações ambientais. Alegadamente, estes empreendimentos agressivamente promovidos pelo Governo e pelas grandes empresas eléctricas (EDP, Iberdrola e, em menor escala, Endesa) destinam-se a reduzir a dependência energética, diminuir a emissão de gases de efeito de estufa e permitir armazenagem de energia eólica recorrendo à bombagem. Objectivos meritórios, mas infelizmente falsos.

As motivações ambientais seriam para rir se não fossem para chorar. As 9 grandes barragens recentemente aprovadas (7 do PNBEPH, mais Baixo Sabor e Ribeiradio) são verdadeiros crimes ambientais, preparando-se para destruir as paisagens maravilhosas e habitats raros dos últimos grandes rios selvagens de Portugal. Será também destruída a identidade, a cultura e os meios de desenvolvimento local, de que a condenada linha do Tua é um exemplo desolador. O emprego gerado nas grandes barragens é na ordem de 2 a 10 vezes inferior, por euro investido, a alternativas como o turismo rural, a requalificação urbana ou a eficiência energética.

Em termos energéticos, estas 9 barragens representarão apenas 1% do consumo de energia do País, gerando 2 TWh/ano de electricidade. O investimento requerido será oficialmente de 3 600 M€. Somando a isto os lucros das grandes eléctricas e os encargos financeiros, os cidadãos portugueses irão pagar pelo menos o dobro, durante décadas, na tarifa ou nos impostos – uma dívida brutal sobre os nossos filhos e netos (as concessões vão até 75 anos).

A mesma quantidade de energia poderia ser poupada com investimentos na ordem de 360 M€ (10 vezes menores), em medidas de eficiência energética com retorno até 3 anos, com enorme potencial de receitas para as famílias e para as pequenas empresas de gestão da energia e de requalificação urbana; e com muito mais eficácia na redução da dependência externa e de emissões de GEE.

Quanto à bombagem hidroeléctrica, o PNBEPH diz que precisamos idealmente de 2000 MW. Ora, entre os sistemas já funcionais e os projectos em curso, só em barragens já existentes, teremos a curto prazo 2507 MW instalados.

Não se vislumbram objectivos ambientais ou sociais para a febre das barragens: apenas o favorecimento das grandes empresas eléctricas e construtoras, e a captação de receitas extraordinárias para o Orçamento de Estado, atirando com os custos para as gerações futuras. Já passámos a fase de vender os anéis – agora querem mesmo cortar-nos os dedos.

NOTAS
  1. Foi seguramente este o primeiro blogue a chamar a atenção para o endividamento estúpido da EDP, e para as fragilidades e manobras de propaganda barata do seu cabotino líder.

    O “BPI: ‘EDP pode ser uma armadilha de valor’” — Negócios Online, 04 Março 2011) vem finalmente alertar os especuladores, o estado português e os partidos, para a bomba-relógio que o endividamento aventureiro da principal energética nacional representa para a sua autonomia e para a eficiência, sustentabilidade e preço da energia de que precisamos como de pão para a boca.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Energia 3

A arrogância do Mexia

17-02-2009 (Sol) — O presidente da EDP, António Mexia, questionou hoje o interesse de uma alternativa ferroviária à linha do Tua por entender que, com a construção da barragem, a ferrovia perde o seu principal atractivo que é a paisagem.

O que este Mexia cínico não diz a ninguém é que o plano de barragens em curso, que o expedito Pepe rápido de Freeport despachará à velocidade da luz, perante a hesitação (e oportunismo?) de Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva, serve apenas para encobrir o fracasso das eólicas, cujo rendimento energético é um verdadeiro flop!

Quando os americanos e a Merrill Lynch souberem da marosca, lá se vai o optimismo caseiro fabricado pela EDP (1).

A variabilidade e inconstância dos ventos, subavaliadas nos estudos aldrabados que justificaram os vultuosos investimentos na energia eólica portuguesa, não permitem atingir a produção energética prometida aos investidores e ao país. Para compensar há então que construir num instantinho (para isso serve o Pepe rápido de Freeport) 11 novas barragens, já que a capacidade de compensação das centrais hidroeléctricas existentes é insuficiente para atingir a quantidade de mega Watts prometida e esperada. Se fossem substituídas as turbinas envelhecidas das actuais centrais hidroeléctricas por turbinas mais eficientes, haveria compensação, mas ao que parece insuficiente, e sobretudo longe dos parques eólicos construídos e em construção.

Trata-se pois de fazer barragens para enganar os accionistas da EDP, e para vender energia a preços leoninos —i.e. de cartel— aos incautos portugueses.

Sabiam os portugueses que a energia que consomem à noite é de origem nuclear, vem de França, e é vendida a Portugal ao preço da chuva, quer dizer, abaixo do preço de custo? Paga-se, porém, esta energia nocturna a preços comparativamente elevados face ao que realmente custa, engordando ilegitimamente as margens de comercialização dum bem essencial que, como tal, deveria ter preços regulados, em vez da corrupta fantochada de livre concorrência que os neoliberais de Bruxelas (a começar por Durão Barroso) andaram a impingir à Europa nas últimas duas décadas.

A falência óbvia da União Europeia face à China e à generalidade dos países emergentes, onde os recursos energéticos, naturais e financeiros estão obviamente nacionalizados, deve servir-nos de lição. E sobretudo deve servir para travarmos colectivamente a inércia especulativa que persiste nas entranhas da tríade de piratas neoliberais que tomou conta do PS (representado pelo cada vez mais insuportável Pinóquio de Freeport), exigindo a renacionalização dos principais recursos naturais, energéticos e financeiros estratégicos do país.

As minas de ouro que são as grandes bacias do Douro e do Tejo, i.e. os rios que dão água e energia eléctrica a mais de 80% das grandes cidades-região de Lisboa e Porto, não podem estar na mão de especuladores, nem à mercê duma qualquer falência que possa comprometer a independência nacional em matéria de água e energia eléctrica.

Não é um qualquer Mexia de trazer por casa que pode atemorizar uma Secretária de Estado, e muito menos a democracia!

Outro objectivo não declarado da EDP do cínico Mexia (um imbecil chapado) é a apropriação privada dum bem comum: a água! Ou seja, os piratas da EDP e da Iberdrola pretendem pura e simplesmente tomar conta de duas verdadeiras minas de ouro situadas nas duas principais bacias hidrográficas nacionais: a água e a energia eléctrica.

Muito mais do que pelo assassínio de paisagens, que alegremente estão dispostos a cometer, esta gentalha tem que ser posta no sítio pelo perigo que representa para a independência e autonomia nacionais. A sua lógica de submissão canina à falida globalização neoliberal é de facto uma ameaça que deve ser debelada quanto antes.

Que José Freeport se passeie de braço dado com os ex-ministros portugueses ao serviço das privatizadas Iberdrola e EDP (2) é toda uma lição de promiscuidade entre a política e os negócios, de reiteração de um modelo neoliberal ultrapassado que tem quer rapidamente revisto, e mesmo de traição pura e simples aos óbvios interesses portugueses no que se refere ao absoluto controlo das nossas principais reservas estratégicas: água, energia, território e mar.


NOTAS
  1. 17-02-2009 (Económico) "A energética liderada por Ana Maria Fernandes (na foto) é a acção preferida do Merrill Lynch para o sector das Renováveis."

    "Na opinião dos analistas do banco norte-americano, a acção da quarta maior eólica do mundo está "a ser castigada por um ‘outlook' incerto relativamente ao investimento", sendo que o Merrill Lynch espera que a administração clarifique a situação na apresentação dos resultados, marcada para 26 de Fevereiro."

  2. Hoje de manhã José Sócrates andou de braço dado com o presidente da EDP —o dito Mexia, ex-boy do PSD— arengando que a nova barragem (que destruirá o rio Sabor) é uma oportunidade de emprego e de progresso para o país. Acontece que a EDP, hoje uma empresa privada, está envolvida em três processos judiciais sobre a legitimidade de prosseguir com a barragem que destruirá, para nada, uma paisagem única e habitats protegidos por lei. Manda a lei e a decência que o primeiro ministro se mantivesse equidistante dos contendores, neste caso, a EDP e a Liga de Protecção da Natureza. Mas não, o homem por detrás do primeiro ministro é um facilitador nato. Está-se nas tintas para a lei e para a decência. E o resultado é este: andar de braço dado com o pirata-mor da EDP. Como amanhã andará de braço dado com o pirata-mor e traidor Pina Moura —lacaio da Ibertrola. Uma desgraça que merece, cada vez mais, uma inadiável revolta de cidadania.


OAM 538 17-02-2009 17:10

quarta-feira, abril 23, 2008

Barragens

Linha do Tua
Linha do Tua, um dos mais belos e históricos trajectos ferroviários da Europa, ameaçado de
execução sumária por um governo irresponsável e desnorteado (foto: RR)


Patos-Bravos & Socratintas Associados
assassinam rio Tua!


I
Especuladores bolsistas da EDP (quem actualmente a dirige não passa dum factotum), mais a Patos-Bravos & Socratintas Associados pretendem assassinar a Linha do Tua! Lembram-se da consigna "As Gravuras não sabem nadar!"? Pois estamos agora perante uma conspiração contra o desenvolvimento local ainda mais grave! Douro e Trás-os-Montes precisam de melhorar o seu azeite, o seu vinho, as suas amendoeiras, o seu turismo residencial e de passagem, os seus clusters tecnológicos, os seus institutos universitários e técnico-profissionais. Precisa de fixar as populações e precisa de atrair novos protagonistas. Não precisa para nada da barragem do Tua!

De todas as novas barragens previstas pela Patos-Bravos & Socratintas Associados, a do rio Tua, é a que menos, ou melhor, nenhum sentido faz. Antes de construir novas barragens seria mais lógico, mais barato e mais sustentável optimizar as que existem, substituindo e renovando os respectivos conjuntos geradores de energia(1), com o que se poderá obter um acréscimo de produção na ordem dos 30%. E antes de encalacrar mais o país, para satisfazer a preguiça empresarial da Patos-Bravos & Socratintas Associados, há que investir na eficiência energética, onde poderemos recuperar mais 30% de energia (2), actualmente literalmente atirada à rua! E finalmente, temos muita energia solar e marítima (3) por explorar.

Neste país governado por corruptos e imbecis contam-se pelos dedos de uma só mão as centrais e instalações solares foto-voltaicas em funcionamento, enquanto na Espanha existem mais de 160 centrais, "quintas", "hortas" e instalações foto-voltaicas, sendo que o país vizinho é provavelmente o país do mundo onde mais investimento preventivo foi realizado para mitigar o estrangulamento energético oriundo do pico petrolífero mundial. Os espanhóis disporão em 2010 da maior rede de alta velocidade ferroviária do planeta (e em 2020 toda a sua rede ferroviária terá sido reconvertida para a bitola standard europeia); dispõem já da maior capacidade instalada de energia eólica e solar do mundo; têm uma das agriculturas tecnológicas mais empreendedoras e avançadas da Europa. Por cá, a nomenclatura asfixiante que continua a dominar leva alegremente Portugal para o abismo! Não se admirem pois que, dentro em breve surjam tensões regionais e autonomistas explosivas. Desde logo a começar pelos arquipélagos da Madeira e dos Açores. O aviso está feito!

II
Rui Rodrigues: "Estão previstos alguns investimentos, em Espanha, que indirectamente irão beneficiar a região de Trás-os-Montes. Nos próximos anos, com a conclusão da nova rede ferroviária espanhola, vai ser possível ligar Madrid a Puebla de Sanábria, em 1 hora e 40 minutos e a capital espanhola a Salamanca, em 1 hora e 30 minutos. Está também prevista a reabertura do troço de Fuente de S. Estéban até Barca de Alva, que ligará a fronteira portuguesa a Salamanca. Se do lado português for reaberta a via desde Barca de Alva até ao Pocinho, a linha do Douro terá ainda maiores potencialidades turísticas.

"Quanto mais tráfego tiver a linha ferroviária do Rio Douro e melhor funcionar, maior beneficio resultará para a linha do Tua, que dela depende, e que já foi considerada, por revistas estrangeiras, como uma das cinco mais belas linhas turísticas da Europa. Em Portugal, existem poucos locais com aquela beleza, sendo difícil descrever, por palavras, os cerca de 54 quilómetros de via férrea, que separam Mirandela da foz do Tua, pois é uma experiência inesquecível, que fica na memória de qualquer visitante e com o desejo de um dia lá voltar. Para se ter uma ideia da beleza ao longo deste itinerário, podem-se ver as fotos aqui." -- Ler integralmente este excelente artigo na edição electrónica do Público.



NOTAS

  1. Só que este tipo de investimento não faz subir as ações! E por isso, os piratas especuladores, responsáveis pelo actual colapso financeiro mundial, preferem mais barragens, mais activos, ainda que a factura fique por pagar durante várias gerações, como sucede actualmente, por exemplo, com os estádios de futebol vazios, com as SCUTs e com os encargos das criminosas parcerias público privadas (ponte Vasco da Gama e as loucuras chamadas Novo Aeroporto de Alcochete e Nova Travessia Chelas-Barreiro, entre outras). Temos que parar com esta sangria e pôr na prisão os seus autores!

  2. O que disse Nuno Ribeiro da Silva (ex-Secretário da Energia do governo Cavaco Silva e actual presidente da ENDESA-Portugal, a maior empresa energética e de distribuição de gás espanhola):

    "Nuno Ribeiro da Silva entende que é possível poupar mais electricidade com a instalação de lâmpadas de baixo consumo do que se produziria com uma central nuclear. Defende que os preços da energia eléctrica deviam ter aumentado 9% e entende que, mais do que construir novas barragens, só porque é chique, é necessário e mais barato aumentar a potência instalada nas barragens existentes. A política fiscal deve, em seu entender, estar coordenada com os objectivos da política energética."

    "As pessoas gostam mais, e acham mais chique, fazer centrais novas do que pegar nas que existem e fazer o upgrade. Quanto se poderia aumentar? Podia-se aumentar a potência das barragens, como acontece nos casos de Venda Nova II e do Picote II. No todo nacional não se chegaria a duplicar a potência instalada, mas poderia chegar-se a mais 35%. Alqueva está preparada para duplicar a potência. Mas há outra coisa interessante. Temos no território um potencial de água e de vento que se for combinado de forma inteligente permitir-nos-á chegar a um nível de auto-suficiência que poderá ultrapassar confortavelmente os 50%. E é engenharia nossa com recursos nossos (vento e água) e o know-how seria exportável. Para isso era necessário estudar as intervenções nas barragens existentes e as novas a construir, articulando tudo com o eólico. Há muita coisa que se pode fazer e não são apostas (como no nuclear) é só arregaçar as mangas e meter mãos à obra."

  3. Mesmo deixando de lado a nova geração de reactores de energia nuclear, em fase acelerada de desenvolvimento na Europa, a energia eólica, a energia fotovoltaica e solar térmica, e ainda a energia das ondas e marés dos milhares de quilómetros das nossas costas e Zona Económica Exclusiva bastam para demonstrar à saciedade a brutalidade da opção de construção de novas barragens pelo actual governo. Ferir desnecessariamente economias locais e regionais, e destruir paisagens e património industrial (Linha do Tua) únicos, quando as tecnologias alternativas e sustentáveis de que necessitamos para a nossa autonomia energética se encontram ao virar da esquina, sendo ao mesmo tempo grandes oportunidades estratégicas para o desenvolvimento económico do país, só não é uma prova de completa estupidez governativa, porque é, isso sim, a demonstração de que a corrupção inunda os corredores ministeriais e parlamentares da nossa democracia.

REFERÊNCIAS

  • New generation of nuclear power
    "Research into a new generation of nuclear power plants is being conducted in the form of irradiation studies. By the middle of the 21st century cheaper and environmentally friendlier form of atomic energy may be available, being even safer than today’s technologies." -- Greener, cheaper, safer, in EU-Research Information Centre.

  • Wave Power and Technology
    Waves are caused by wind blowing over water, and winds are generated by the sun heating the earth. Water covers around three-quarters of the earth's surface. The World Energy Council estimates that the energy that can be harvested from the world’s oceans is equal to twice the amount of electricity that the world produces now.

    Wave energy technology is very young compared to generating electricity from hydro or wind turbines. Wavegen is at the leading edge of developing methods to harness wave energy and convert it into electricity using processes and technologies that do not damage the environment. (PDF)

    CETO A patented technology that delivers Zero-Emission Power and Freshwater from the energy of the ocean's waves. CETO is the only wave energy technology that pumps high pressure seawater ashore making it the most efficient and cost effective way to desalinate freshwater from wave energy.

  • IEA Ocean Energy Systems Implementing Agreement 5 Year Strategic Plan 2007 – 2011

    The IEA Ocean Energy Systems Implementing Agreement (IEA OES) was launched in 2001 with approval from the IEA CERT and the Renewable Energy Working Party. The need for technology cooperation was identified in response to increased activity in the development of ocean wave and tidal current energy in the latter part of the 1990’s and the beginning of this decade, primarily in Denmark, Portugal and the United Kingdom. These three countries were the inaugural signatories to the IEA OES Implementing Agreement. (PDF)

  • IEA | OES International Energy Agency | Ocean Energy Systems

    Available global Ocean Energy resource is in the same order of magnitude of the present electricity production worldwide. Five basic forms for Ocean Energy can be harvested to generate electricity and fresh water by various means. (PDF)

  • Ocean Energy Glossary

    The primary aim of this glossary is to provide an efficient and fast reference to the ocean energy specific terms for professionals and the general public. Further, it is meant to give some contribution to promoting best practice and use of common concepts in the ocean energy field. Given the role of international organisations in promoting the use of "standard" concepts, the IEA-OES proposed in collaboration with the CA-OE project to develop a glossary to influence harmonization of terminology in Ocean Energy. (PDF)


OAM 349 23-04-2008, 13:00