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quarta-feira, junho 12, 2019

Portugal e a China

“Between 2007 and 2017, world oil consumption grew at an average annual rate of 1.0 percent.”
—in World Oil 2018-2050: World Energy Annual Report (Part 2)
by DENNIS COYNE posted on 07/26/2018. Peak Oil Barrel

O novo drama chinês


Ao contrário da economia americana—em particular a que se seguiu à guerra civil de 1861-65 e que viria a desenvolver-se de forma endógena graças ao seu imenso território despovoado e à sua decisão de atrair pessoas e capitais de todo o mundo, com larguíssima predominância de europeus—o crescimento da China depois de séculos de hibernação imperial, estimulado em parte pela inesperada visita do presidente americano Richard Nixon a Pequim em 1972 (1), baseou-se num modelo de competição comercial externa alavancada na oferta de biliões de horas de trabalho barato e desprovido de direitos sociais. Este modelo permitiu à China importar em pouco tempo todas as virtudes e vícios do capitalismo industrial e financeiro ao mesmo tempo que acumulava superavits comerciais e reservas financeiras como nenhum outro país no mundo. Este modelo foi um sucesso. Para as desenvolvidas economias americana, europeia e japonesa, na medida em que aliviaram a pressão inflacionária sistémica do petróleo (pico petrolífero americano e formação do cartel da OPEP) e do trabalho, bem como dos efeitos perversos do consumismo. Para a China, porque lhe permitiu atrair investimento, conhecimentos técnicos e encomendas como nunca vira em toda a sua história de mais de dois mil anos. Tudo correu sobre rodas enquanto o mundo crescia a bom ritmo. No entanto, à medida que as assimetrias do crescimento aumentaram, e mais países entraram numa espiral de endividamento para manter os seus níveis históricos de bem estar, o caldo azedou. O protecionismo defendido e praticado por Donald Trump é, afinal, uma resposta racional à perda de competitividade da economia americana, nomeadamente face aos países asiáticos (2).

O crescimento industrial e pós-industrial depende, em primeiro lugar, do trabalho, seja este realizado por humanos, por outros animais, por máquinas, ou por nuvens de computação. O trabalho, por sua vez, depende do consumo de energia. Quanto mais energia houver, ou seja, quanto mais esta for economicamente acessível, maior disponibilidade haverá para a criação e o crescimento. Pelo contrário, à medida que a produção de energia encarece, haverá menos condições para o crescimento. É isto que tem vindo a suceder de forma cada vez mais indisfarçável às fontes de energia que alimentaram o crescimento exponencial da humanidade desde meados do século 19: carvão, petróleo, gás natural. As chamadas energias alternativas não são alternativa, e consumir menos também não é—o que desafia o regresso do populismo verde como saída limpa para os prognósticos cataclísmicos da comunidade científica do IPCC (3) (4).



O pico da produção petrolífera na China (iniciada na década de 1960) chegaria em 2015, dependendo agora a expansão da sua economia—cujo trabalho barato compete há já alguns anos com os custos laborais do Bangladesh, do Vietname, da Índia, da Indonésia ou do México (5)—não só do uso imparável de carvão poluente (a sua principal fonte energética), como de importações maciças de petróleo do Médio Oriente, Líbia, Angola, Canadá, Venezuela, etc. Esta irremediável dependência energética forçou a China relançar sob outro nome (Belt & Road/ Faixa e Rota) a velha Rota da Seda. O objetivo desta iniciativa é claro: garantir o acesso da China aos principais mercados de energia, ao mesmo tempo que mantem bem abertas as principais rotas comerciais da Eurásia, e ainda as que se dirigem a África e ao continente americano. É um binómio compreensível, mas não são favas contadas. O crescimento acelerado da Índia, mas sobretudo a explosão demográfca africana, irão disputar à China e ao resto do mundo a partilha dos recursos energéticos, minerais e alimentares disponíveis, cujos preços, pela sua escassez progressiva (a água potável é um dos casos mais dramáticos), tendem a manter-se elevados. À medida que forem rebentando sucessivas bolhas de crédito, com especial incidência nas dívidas soberanas, a moeda de troca pela energia necessária ao crescimento económico, ou até à simples manutenção das economias de crescimento zero, será cada vez mais o resultado palpável do trabalho produtivo, ou seja, bens consumíveis, como a água, bens alimentares, e produtos tecnológicos e culturais transacionáveis. O protecionismo que cresce em todo o mundo reflete, aliás, a tomada de consciência desta nova realidade. Travar a entrada dos imigrantes da fome e da guerra na Europa e na América, ao mesmo tempo que se pilham os recursos energéticos, minerais e naturais de países e continentes inteiros não é solução. Os dilemas e a tragédia começam precisamente aqui: a população mundial estava a aumentar em 2018 pouco mais de 1% ao ano, enquanto a economia crescia ligeiramente acima dos 3% em 2017, mas o aumento do PIB per capita estimado não ia além dos 1,9%. A demografia e o envelhecimento comem, assim, boa parte da expetativa de uma melhoria agregada da prosperidade e do bem-estar sociais. Os países mais ricos já perceberam que o crescimento tem limites e que estes se sentem na carne, enquanto os países mais pobres entendem, por outro lado, que a convergência com os ricos pode não passar de um sonho de verão. Por isso arriscam viagens perigosas em direção aos Estados Unidos da América e à Europa ocidental.

The United States is the world’s largest oil consumer (20%); the European Union is the world’s second largest oil consumer 14%); China is the world’s third largest oil consumer (13%)
—in World Oil 2018-2050: World Energy Annual Report (Part 2)
by DENNIS COYNE posted on 07/26/2018. Peak Oil Barrel

Onde está a energia que propulsiona o crescimento económico?


São estas as grandes regiões da produção petrolífera mundial: Médio Oriente, Rússia e China, Mar do Norte (Noruega e Reino Unido), África, Estados Unidos, Canadá, Golfo do México, Venezuela e Brasil. Metade dos maiores produtores africanos de petróleo encontra-se na costa ocidental de um continente em expansão demográfica, nomeadamente no historicamente rico Golfo da Guiné: Angola, Nigéria, Guiné Equatorial, Congo, Gabão, Gana. Percebe-se nesta geografia a crescente importância do pequeno retângulo português e da sua vasta Zona Económica Exclusiva, não só por ser parte da União Europeia, mas também por estar situado entre as três principais placas tectónicas do planeta (euroasiática, africana, norte-americana e sul-americana), e ainda pelas suas relações históricas com países como a China, Angola, Moçambique, Brasil, Venezuela, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Portugal poderá tornar-se um dos principais interlocutores pacíficos do ranger das placas geoestratégicas globais. Não por acaso Estados Unidos e China parecem disputar, lado a lado, os mais recentes investimentos nos setores estratégicos portugueses famintos de capital: energia, infraestruturas de transportes, imobiliário, setores da saúde, seguros e banca.

A China, ao contrário dos Estados Unidos, que é um país muito rico em petróleo, gás natural e recursos alimentares, e da Europa, porque o maior agregado de reservas petrolíferas se encontram na sua imediata periferia, precisa de recorrer a recursos financeiros gigantescos, nomeadamente sob a forma de investimento externo e softpower, para a garantia do seu abastecimento energético externo. As alternativas endógenas de médio-longo prazo, ou são insuficientes (energia hídrica, solar e eólica), ou são letais (carvão). Ou seja, apesar de crescer mais depressa do que a América e do que o velho continente europeu, a vantagem que a China ainda leva sobre os países tecnologicamente avançados e economicamente maduros poderá não chegar para garantir por muito mais tempo o crescimento exponencial do seu consumo energético. Outros, sobretudo a África, vão precisar de petróleo, gás natural, ouro e outros metais raros... A recente formação do embrião de uma União Económica Africana mostra que o ciclo da livre espoliação dos recursos africanos está a chegar ao fim. O perigo de um regresso da China ao isolamento imperial poderá, por todas estas razões, ser menos inverosímil do que parece. A nova China não deseja um tal retrocesso. A recente concentração de poderes em Xin Jinping, e a ofensiva contra a democracia que prevalece em Hong Kong, suscitam uma reflexão profunda sobre o que estará a empurrar uma vez mais a burocracia chinesa para posições defensivas, potencialmente isolacionistas.

Nem a Rússia, nem a China, poderão controlar a Eurásia e portanto o mundo segundo a célebre teoria do Pivot Geográfico da História de Halford John Mackinder. Resta caminharmos para um Novo Tratado de Tordesilhas onde se garanta uma redistribuição justa da energia necessária ao crescimento e desenvolvimento da humanidade, sabendo que uma nova era de crescimento lento e de equilíbrio está a nascer, e que poderá ser excecionalmente criativa—ou destrutiva (6). Em vez de crescimento material, é a vez de entrarmos numa era de crescimento imaterial exponencial, científico, tecnológico e cultural.

Aprendemos pacificamente a conhecer a China ao longo de 500 anos. É a altura de a China aprender a conhecer o Ocidente com a mesma humildade.



POST SCRIPTUM — A China está a tornar-se uma enorme dor de cabeça para o mundo. Não porque os chineses sejam gente má ou aldrabona por natureza, mas porque as suas necessidades de energia, já hoje, e a prazo, são insustentáveis e em grande medida causadoras das tensões visíveis na Venezuela, em África e no Médio Oriente. Em breve, o que começou por ser o protecionismo americano será também o protecionismo europeu, africano, etc. A China precisa de energia, de matérias primas e de comida (soja, etc.) em quantidades astronómicas. Por isso onde estes recursos existem, salvo raras exceções, há milhares de chineses. O caso da Líbia foi a este título paradigmático, quer em 2011, quer em 2014.

GAIL TVERBERG
Seven Reasons Why We Should Not Depend on Imported Goods from China
Posted on June 12, 2019, by Gail Tverberg

If a person doesn’t understand how badly the energy situation is working out for China, or how important energy consumption is, it is easy to think that the problems China is facing are primarily tariff-related. In fact, China’s situation is a very worrisome one, with or without tariffs being added.

To fix the situation, China would need a very cheap, non-intermittent, locally produced, non-polluting additional energy source. This energy source would also need to be rapidly scalable. Such an energy resource doesn’t appear to be available.

NOTAS

1. Uma semana que mudou o mundo: “Assignment: China - The Week That Changed The World”, e “How Much Credit for China’s Rise Goes to Richard Nixon?” January 27th, 2012. Asia Society.


Posted on May 22, 2019, by Gail Tverberg

Nearly everyone wonders, “Why is Donald Trump crazy enough to impose tariffs on imports from other countries? How could this possibly make sense?”

As long as the world economy is growing rapidly, it makes sense for countries to cooperate with each other. With the use of cooperation, scarce resources can become part of supply lines that allow the production of complex goods, such as computers, requiring materials from around the world. The downsides of cooperation include:

(a) The use of more oil to transport goods around the world;

(b) The more rapid exhaustion of resources of all kinds around the world; and

(c) Growing wage disparity, as workers from high-wage countries compete more directly with workers from low-wage countries.

These issues can be tolerated as long as the world economy is growing fast enough. As the saying goes, “A rising tide lifts all boats.”

In this post, I will explain what is going wrong and how Donald Trump’s actions fit in with the situation we are facing. Strangely enough, there is a physics aspect to what is happening, even though it is likely that Donald Trump and the voters who elected him would probably not recognize this. In fact, the world economy seems to be on the cusp of a shrinking-back event, with or without the tariffs. Adding tariffs is an indirect way of allowing the US to obtain a better position in the new, shrunken economy if this is really possible.

3. “The true feasibility of moving away from fossil fuels”

Posted on April 9, 2019, by Gail Tverberg

One of the great misconceptions of our time is the belief that we can move away from fossil fuels if we make suitable choices on fuels. In one view, we can make the transition to a low-energy economy powered by wind, water, and solar. In other versions, we might include some other energy sources, such as biofuels or nuclear, but the story is not very different.

The problem is the same regardless of what lower bound a person chooses: our economy is way too dependent on consuming an amount of energy that grows with each added human participant in the economy. This added energy is necessary because each person needs food, transportation, housing, and clothing, all of which are dependent upon energy consumption. The economy operates under the laws of physics, and history shows disturbing outcomes if energy consumption per capita declines.

4. “Have We Already Passed World Peak Oil and World Peak Coal?”

Posted on February 22, 2019, by Gail Tverberg

Most people expect that our signal of an impending reduction in world oil or coal production will be high prices. Looking at historical data [...], this is precisely the opposite of the correct price signal. Oil and coal supplies decline because prices fall too low for producers. These producers make voluntary cutbacks because the prices they receive fall below their cost of production. There often are supply gluts at the same time.

This strange situation arises because prices must be high enough for the producers at the same time that goods and services made by oil (and other energy products) are inexpensive enough for consumers to afford. There is a two-way battle taking place:

(1) Prices producers require tend to rise over time, because of depletion. The easiest to extract a portion of any resource (such as oil, coal, copper, or lithium) tends to be removed first. What is left tends to be deeper, lower quality, or otherwise more difficult to extract cheaply.

(2) Prices consumers can afford for discretionary goods (such as cell phones and automobiles) tend to fall for a combination of reasons:

Wages of many workers fall because of competition from lower cost labor in other countries.

Some jobs are eliminated through the use of computers or robots.

Young people are increasingly being required to pay for higher education (beyond that which is provided free), leaving many with loans to repay, reducing their discretionary income.

Changes to US healthcare law (mostly starting January 1, 2014) lead to required health insurance premiums. While some citizens find cost savings in this approach, healthy young people often experience cutbacks in discretionary income as a result.

Rents and home prices keep rising faster than incomes.

When the discretionary income of the many non-elite workers of the world falls, they buy fewer finished goods and services. Finished goods and services are manufactured using commodities of many kinds, including oil, coal, copper, iron ore, and fresh water. When discretionary demand falls, commodity prices tend to fall. This is the problem we are encountering now. It tends to cause the prices of many commodities to fall below the cost of production. Eventually, producers decide to quit because production is no longer profitable. This is the issue that leads to peak oil, coal or copper.

5. Where in the world is cheap labor?
By David Whitford, editor-at-largeMarch 22, 2011: 10:29 AM ET
Fortune

The FLA brings together multinational companies like Nike (NKE, Fortune 500), Adidas and Hanes (HBI); universities like Princeton and Notre Dame; and NGOs like the National Consumers League and Human Rights First to end sweat-shop working conditions in factories around the world. I spoke to van Heerden last week, shortly after he returned from a trip to China, where the inflation rate has reached nearly 5%, food inflation is more than 10%, and double-digit increases in the minimum wage are suddenly the norm.

Is China still an option for global manufacturers seeking lower costs of production?

It's an incredibly fast-moving situation. Labor markets which we previously thought were inexhaustible, like China and India, have actually tightened up quite dramatically. Employers can't get workers. Wages have gone up. Add to that the energy cost increases, and the factories, the contract manufacturers, are now suddenly squeezed. So they're turning around to their buyers -- to the retailers or the brands -- and they're saying, "Hey, my prices need to go up." And the brands are saying, "Whoa! We don't think we can pass those prices on to the consumer." There's something of a train smash looming.

6. How energy shortages really affect the economy
Posted on August 27, 2018, by Gail Tverberg

The more a person looks at the story of how rising oil prices might allow oil extraction indefinitely, the less reasonable it seems. If the story about oil prices rising endlessly were true, we would have seen coal prices rise endlessly in Europe a century ago, when it was the dominant form of supplemental energy available. It didn’t happen.


Última atualização: 20/6/2019, 21:29 WET

domingo, junho 11, 2017

Portugal fora da nova Rota da Seda?

Comboios circulam a 250Km/h no Casaquistão, TALGO fornece e mantém carruagens.

Durão Barroso foi, se não me engano, o coveiro da indústria ferroviária portuguesa. Despachou os canadianos da Bombardier, e depois desta decisão irresponsável nunca mais o país e os seus sucessivos governos foram capazes de definir uma política de transportes adequada à estratégia de interoperabilidade e uniformização da norma ferroviária (UIC). Basta lembrar a este propósito o que o ministro João Cravinho não fez e deixou fazer na Linha do Norte, cujos remendos continuam por rematar.

As Cimeiras Ibéricas têm sido um ritual vazio em matéria de harmonização ferroviária e energética.

A chamada ligação Lisboa-Madrid, em bitola europeia, apesar de ser a ligação menos cara e de concretização relativamente rápida, apesar de vir a servir uma populaçao residente e flutuante na casa dos 16 milhões de pessoas, e apesar de corresponder a uma das prioridades da União Europeia há muito traçada (TEN-T), continua no limbo da indecisão indígena lisboeta, boa parte da qual foi, na minha opinião, claramente induzida pelos lóbis financeiros, partidários e autárquicos da construção civil especulativa, do transporte rodoviário (TIR), da falida TAP, e do famigerado NAL—Novo Aeroporto de Lisboa, que esteve para acontecer na Ota.

Para o NAL da Ota, que não chegaria a existir, construiram-se o gigantesco nó rodoviário do Carregado, a Ponte das Lezírias (mais de 11 Km), a Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, o moderno apeadeiro de caminhos de ferro com o mesmo nome (ambas às moscas), e a autoestrada A10. Quanto custou toda esta corrupção em cadeia? Onde estão os seus responsáveis políticos, autárquicos e técnicos? Quem paga agora a óbvia falta de rentabilidade destas infraestruturas? A esta última pergunta é fácil responder!

A mudança de agulha do NAL da Ota para um NAL em Alcochete obedeceu à mesma força que produziu o escândalo na Ota: o DDT Espírito Santo e os seus ministros assessores, o lóbi 'socialista' de Macau e a prometida Alta de Lisboa, em suma, obedeceu a um plano clandestino há muito desenhado e que consiste numa operação simples: fechar o Aeroporto da Portela, pois aí se prometera ao senhor Stanley Ho uma Chinatown de luxo, e construir entretanto um novo aeroporto fosse onde fosse!

Mas para justificar o fim do aeroporto da capital era preciso demonstrar que a sua capacidade estava esgotada, o que sucessivas levas de piratas e louva-a-deuses intentaram ao longo de mais de uma década, instrumentalizando a dócil e cada mais indigente imprensa que temos. Pior, forçando a TAP a saturar os slots disponíveis na Portela, com prejuízos crescentes nas suas contas, até que a empresa faliu e teve que ser esquartejada de qualquer maneira.

Pelo caminho, a Câmara Municipal de Lisboa de António Costa empochou umas valentes centenas de milhões de euros pela venda dos terrenos do aeroporto a um fundo soberano do Qatar, perdão, à Vinci!

Mas o mais extraordinário desta história sórdida, que só um regime renovado será capaz de aspirar convenientemente, é que foi ela que, no essencial, atrasou criminosamente o imprescindível upgrade da rede ferroviária portuguesa, sem o qual Portugal se transformará rapidamente num ilhéu ferroviário desconetado das vias rápidas do crescimento sustentável.

A China relançou aquela que é a mais importante, historicamente decisiva mesmo, via de comércio entre Lisboa e Vladivostoque, ou Xangai: a Rota da Seda. Sem esta rota, composta por uma via terrestre que atravessa toda a Eurásia, e por duas vias marítimas, uma entrando pelo Mediterrâneo, e outra seguindo pelo Índico até à Zâmbia e Moçambique, para depois, por via férrea, chegar aos portos angolanos, em direção ao Golfo da Guiné, à Europa, e ao continente americano (ver mapa interativo que preparei há já algum tempo sobre este assunto), a Europa ocidental continuará sujeita às tensões geoestratégicas de um pequeno território dividido por montanhas, rios e religiões.

É por tudo isto que a ausência de Portugal na EXPO2017, em Astana, capital do Casaquistão, é daqueles erros de política externa só compreensível como um resultado triste da corrupção e das asneiras crassas que temos tolerado à classe política e ao demo-populismo vigente. Menos mal que, apesar da ausência oficial, lá estiveram, ainda que por mérito próprio, dois socialistas: António Guterres e Leonel Moura.


Inauguração da EXPO2017, em Astana, Casaquistão.


Longe, longe está Astana ... a cidade da EXPO2017 e do forum future energy 
fcsseratostenes, domingo, 11 de junho de 2017 
Longe, longe está a cidade de Astana, capital do Kasaquistão. 
Escrevo isto por ter lido a notícia, hoje, da inauguração da Expo2017, em Astana, com a presença de António Guterres e de Filipe VI de Espanha. Guterres porque é das normas internacionais, Filipe VI porque a ligação ferroviária de 800km entre Astana, a capital e Almaty, a capital económica, é feita em Talgo de alta velocidade. O Kazaquistão é um país rico em petróleo e gás, é governado por uma elite que sobreviveu ao colapso da união soviética, está mal classificado quanto aos direitos humanos, mas é das boas práticas internacionais colaborar com a economia dos países assim para estimular a consolidação da democracia. O canal mezzo mostra por vezes concertos e ópera na sala principal de Astana. Estão abertos à Europa, estão no caminho da nova rota da seda. 
...porque não está ninguém dos orgãos superiores da nossa república na foto oficial? E porque mesquinhez o XIX e o XXI governos portugueses recusaram a presença na Expo2017? Cujo tema é a energia do futuro... Desculpa esfarrapada do governo: nenhuma companhia do ramo quis cofinanciar a participação. No tempo da bancarrota de 1892 estes problemas resolviam-se com subscrições públicas. Agora, é o silencio. Só hoje foi tornada pública a ausencia de Portugal, e nas páginas escondidas do interior dos jornais.

sexta-feira, maio 19, 2017

Nacionalidade e esquizofrenia

As moedas mundiais, que só apareceram na Época Moderna, têm tido uma duração média de 100 anos. 

Portugal foi, é e será um país europeu com os olhos virados para o mar.


El misterio portugués 
Gabriel Magalhães, 23/09/2009 03:31 | Actualizado a 02/10/2009 13:10. La Vanguardia 

¿Cuáles son los retos actuales de la portugalidad? El lector ya se ha dado cuenta de que, en realidad, Portugal es un país inviable. Siempre lo ha sido. No posee una individualidad geográfica; sus raíces más profundas las comparte con Galicia; su propio idioma es una evolución, una mundialización del gallego. La independencia portuguesa hay que crearla todos los días. Por eso, ser portugués cansa muchísimo.

Um texto subjetivo, quase justo, sobre o nosso país. Falha em dois pontos cruciais: é incapaz de explicar o mistério da nossa independência (ninguém em Portugal vive a esquizofrenia duma dupla nacionalidade imposta), bem como a existência dum idioma novo e seminal, vindo do galaico-português, que veio do latim, etc., mas que também veio do árabe, tanto no vocabulário, como na entoação da língua.

A manta de retalhos que existe na Península Ibérica resultou da chamada Reconquista Cristã, em resposta à queda do Império Romano e ao ascenso do Islão (que fecharia então o acesso a Rota da Seda, que a China está neste momento a reabrir, mas que há quem queira manter fechada...), e nem os Reis Católicos alteraram realmente este mosaico de nações. Rainhas portuguesas em Leão, Aragão e Castela foram 12...

Quanto ao futuro, diria que terminou em 2015 um ciclo de 600 anos de diáspora europeia moderna e contemporânea, cujo primeiro passo foi dado por Portugal, sob influência decisiva duma rainha portuguesa vinda de Inglaterra (Filipa de Lencastre), ao pisarmos terra em Ceuta, uma cidade estratégica que ainda hoje, mesmo tendo optado por ser espanhola, depois de 1640, continua a exibir na sua bandeira as cores de Lisboa e o brasão de armas de Portugal). Não é um pormenor!

Já agora: depois de completada a rede de autoestradas e depois da necessária atualização das ligações da nossa rede ferroviária à rede euro-asiática (2030), a prioridade será reconstruir uma marinha mercante e militar ligeiras ultra-moderna.


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Leituras recomendadas

The Rise of the Great Powers
Documentário televisivo chinês, difundido pela CCTV-2 em Novembro de 2006

The documentary “endorses the idea that China should study the experiences of nations and empires it once condemned as aggressors bent on exploitation” and analyzes the reasons why the nine nations rose to become great powers, from the Portuguese Empire to current United States hegemony. The series was produced by an “elite team of Chinese historians” who also briefed the Politburo on the subject.” In the West the airing of Rise of the Great Powers has been seen as a sign that China is becoming increasingly open to discussing its growing international power and influence—referred to by the Chinese government as “China’s peaceful rise.” (LINK)


The rise and fall of navies, Paul Kennedy, Herald Tribune, Aril 5, 2007.

"By 2010, China's submarine force will be nearly double the size of the U.S. submarine fleet The entire Chinese naval fleet is projected to surpass the size of the U.S. fleet by 2015." -- USA Congressional Research Service, March, 2007.

In the very first decades of the 15th century, the great Chinese admiral Cheng Ho led a series of amazing maritime expeditions to the outer world, through the Straits of Malacca, into the Indian Ocean, across even to the eastern shores of Africa. Nothing at that time compared with China's surface navy.

Yet, within another decade, the overseas ventures had been scrapped by high officials in Beijing, anxious not to divert resources away from meeting the Manchu landward threat in the north and about how a seaward-bound open-market society might undermine their authority.

Coincidentally, on the other side of the globe, explorers and fishermen from Portugal, Galicia, Brittany and southwest England were pushing out, across to Newfoundland, the Azores, the western shores of Africa.

While China's great fleets were being dismantled by imperial order, Western Europe was beginning to move into "new" worlds, full of ancient peoples and cultures in the Americas, Africa, Asia and the Pacific. Any place vulnerable to Western naval and military power was at risk. Above all, as the American naval captain A. T. Mahan taught us over a century ago in his classic book, "The Influence of Sea Power Upon History" (1890), the West valued navies as the key to global influence.

sábado, maio 03, 2014

Portugal, Japão, BRICS e CPLP

Tóquio, 2005 © ACP/OAM

Duas novas realidades a ter em conta: BRICS e CPLP


Enquanto pende a ameaça de extinção económica, demográfica e radioativa sobre o Japão, a Índia (1) emerge como terceira economia mundial, depois dos EUA e da China.

Japão quer ter estatuto de observador na CPLP
Portugal Digital, Redação, 03/05/2014 12:00

Lisboa - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, expressou esta sexta-feira, durante a sua primeira visita oficial a Portugal, o interesse do Japão de se tornar membro observador da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Segundo uma declaração do primeiro-ministro luso, Pedro Passos Coelho, Portugal manifestou o seu apoio a esta pretensão.

O interesse japonês em adquirir o estatuto de observador na CPLP está associado à ambição do Japão de aprofundar as parcerias com países de expressão portuguesa que estão a ampliar a sua presença em África e na América Latina.

Embora a maior economia mundial e a terceira união demográfica do planeta se chame União Europeia, a verdade é que este gigante sem cabeça e patas de barro ainda não pode ser levadao totalmente a sério. E assim sendo, cada um por si. Ou seja, Portugal só pode salvar-se dos vários naufrágios que ocorrem a cada dia que passa se pensar pela sua própria cabeça, se se lembrar da sua história, se ouvir o coração e se sonhar. Depois de colocarmos as contas públicas em dia, depois de libertarmos a economia e a sociedade da canga burocrática e rentista que tem corrompido e atrofiado o país, precisaremos de reforçar a nossa condição europeísta alargando, sem pedir licença a ninguém, os horizontes estratégicos que nos são mais favoráveis, e mais favoráveis são, também, à Europa.

Há uma realidade que se consolida a cada ano que passa. Chama-se BRICS (2).

Quando os BRICS tiverem o seu banco de desenvolvimento comum e o seu mecanismo de segurança financeira montados, equivalentes ao Banco Mundial e ao FMI, possivelmente assentes numa zona monetária comum, formada por um cesto de moedas orientais, muita coisa poderá mudar neste mundo a caminho de uma nova era de crescimento mais digital e cultural do que carnívoro e estupidamente consumista.

A crise na Ucrânia, criada pelos EUA, destina-se, antes de mais, a impedir estes desenvolvimentos.

Os belicistas falidos de Washington querem uma nova guerra na Europa e um pretexto para isolar a China das suas fontes de abastecimento energético, tal como fizeram na década de 1940 ao Japão, estendendo assim a II Guerra Mundial ao Pacífico e experimentando nesta carnificina a primeira selvajaria nuclear da História, da qual nunca pediram desculpa, creio.

Portugal tem que estar muito atento a estes movimentos REM da diplomacia mundial. Normalmente antecedem choques e ajustamentos violentos das placas tectónicas da geoestratégia.

Há, porém, uma realidade que desponta no horizonte e que não deixa de ser surpreendente e interessante ao mesmo tempo. Chama-se língua portuguesa. No centro topológico dessa língua existe uma nação antiga, que foi império e escudo durante séculos, pequenina, cristã à sua maneira pagã, relativista, tolerante, europeia, mas sobretudo pragmática e peripatética. Será esta conjunção o cisne branco porque todos esperamos para travar o passo aos cisnes negros da fragilidade e tragédia que ameaçam esmagar de novo a humanidade? Não sabemos, mas desde os Templários que se ouvem vozes sobre este nariz e esta praia da Europa. 


NOTAS
  1. India became 3rd-largest economy in 2011 from 10th in 2005: World Bank
    Lalit K Jha, Washington, Last Updated: April 30, 2014  | 13:00 IST. Business Today

    In a matter of six years, India emerged as the world's third-largest economy in 2011 from being the 10th largest in 2005, moving ahead of Japan, while the US remained the largest economy closely followed by China, latest figures have revealed.

    "The economies of Japan and the UK became smaller relative to the US, while Germany increased slightly and France and Italy remained the same," according to data released on Wednesday by the International Comparison Program (ICP), hosted by the Development Data Group at the World Bank Group.

    The Developing India-China Maritime Dynamic
    By Abhijit Singh, May 01, 2014. The Diplomat

    During the 17th round of Special Representative Talks in February this year, India seemed open to the possibility of joining the Maritime Silk Route – a grand maritime project proposed by Beijing that promises connectivity, infrastructure, and commercial development. Reportedly, while the Indian interlocutor didn’t overtly display enthusiasm for the proposal, he wasn’t unfavorably disposed to the suggestion either. India’s contingent optimism about the MSR – however qualified – could, in fact, be construed from its willingness to engage in a structured maritime dialogue with China.
  2. Un objectif : EuroBRICS
    Jean-Paul Baquiast, 21/04/2014 - Defensa

    Les pays du BRICS ont annoncé récemment qu'ils entendaient mettre en place dans les prochains mois l'équivalent du FMI et de la Banque mondiale dans le cadre de l'association qu'ils ont décidé de créer entre eux il y a environ un an.

    Il s'agit d'abord de mobiliser des épargnes venant directement des pays concernés, afin de financer des opérations intéressant ces mêmes pays. Il s'agit ensuite d'échapper à l'influence jugée excessive des Etats-Unis au sein du FMI et de la Banque mondiale. Ces organismes imposent aux pays assistés des conditions d'accès aux crédits depuis longtemps jugées non seulement inefficaces mais encore permettant aux pays riches et aux intérêts financiers qu'ils représentent une intrusion illégitime dans la gestion des pays « assistés ».

    Mais les Etats-Unis refusent toute modification du statut des organismes à vocation internationale mis en place à la fin de la seconde guerre mondiale, qui leur assurent un rôle dominant. Ils bataillent en effet depuis quatre ans pour repousser une réforme structurelle qui les priverait d'une partie de leur pouvoir d'influence, notamment le droit de veto constituant l'essentiel de leur pouvoir de décision.

    Selon les informations actuellement diffusées, le fonds de réserve de futur organisme serait disponible dès 2015. La Banque internationale correspondante serait mise en place aussitôt après. Le montant du Fonds serait initialement fixé à 50 milliards de dollars. D'ores et déjà la Chine a proposé de fournir 41 milliards, le Brésil, l'Inde et la Russie 18 milliards chacun, l'Afrique du Sud 5 milliards. Le montant du futur fonds ne serait pas aussi élevé que celui du FMI (370 milliards de dollars) mais initialement le nombre des pays pouvant y prétendre serait moins grand. Dans la perspective de l'établissement d'un monde multipolaire, échappant à la domination jusqu'ici exercée unilatéralement par les Etats-Unis, ce Fonds sera le bienvenu.

    Une participation européenne

    Nous pensons que l'Europe ne devrait pas s'en tenir à l'écart. L'Europe ou tout au moins l'Eurogroupe, par l'intermédiaire de la Banque centrale européenne et de ses fonds d'investissement utilisant l'euro, pourrait offrir une contribution importante au fonds d'investissement des BRICS. Cela ne l'obligerait pas d'ailleurs à se retirer du FMI. La participation européenne serait en euros. Une parité fixe ou flottante pourrait être organisée avec la future unité de change commune qu'étudient par ailleurs les BRICS. Au sein du fonds BRICS, les européens pourraient participer directement au financement de projets intéressant les membres du BRICS ou d'autres pays considérés comme partageant les mêmes préoccupations politiques et économiques. Plus généralement, ils se mettraient en état de négocier avec eux sur des bases solides d'éventuels traités de libre-échange. Ceux-ci équilibreraient utilement le futur Traité de libre-échange transatlantique en cours de négociation.

    Brazil and Germany must lead on free Internet
    Thorsten Benner, DW

    Germany should capitalize on Brazil’s emergence as a key voice for digital rights. The two countries should lead by example and build global coalitions toward an open, free and secure Internet, argues Thorsten Benner.

    South Africa, China In Talks To Build Science And Tech Park
    May 1, 2014 Busayo. Ventures

    VENTURES AFRICA – South Africa and China are in talks for the establishment of a joint science and technology industrial park that will stimulate high-tech manufacturing industries in the former’s economy.

    China’s deputy Ambassador to South Africa, Yang Yirui said the issue was discussed between China’s Science and Technology Minister Wan Gang and his South African counterpart, Derek Hanekom in February while the former attended the first meeting of BRICS (an acronym for an association of five major emerging national economies: Brazil, Russia, India, China and South Africa) science and technology ministers.

sábado, novembro 30, 2013

Rota da Seda Express

Forget the space race. The new arms race is over high-speed trains — Smart Planet.

4 mapas e o desastre da governação indígena

Portugal corre o sério risco de se transformar numa ilha ferroviária e portuária se o atual secretário de estado Sérgio Monteiro (o homem de mão das PPP) continuar a destruir a mobilidade do país, com o beneplácito dos serviçais de turno: o magnífico ministro cervejeiro que substitui o incómodo e independente Álvaro Santos Pereira, o Maduro que começa a cair de podre e vai tomar conta (!!!) do QREN, e o responsável-mor por todo este descalabro, e motorista do BES, o imprestável Jota PM Pedro Passos Coelho. Este governo está, realmente, a destruir o país!

Os mapas que se seguem explicam, sem mais palavreado, a completa indigência, incultura e irresponsabilidade da cleptocracia que tomou de assalto a praia portuguesa, com a colaboração, é certo, de uma chusma de intelectuais invertebrados, e que continua sem perceber que, mais cedo ou mais tarde, o destino evidente lhe cairá em cima como um pesado saco de mortos.

A China sempre esteve atenta à Europa, pois pertence à mesmíssima Eurásia

A União Europeia não anda a dormir, exceto alguns ladrões de Lisboa

Quando o Islão começou a ameaçar a Rota da Seda, a China procurou alternativas nos oceanos e aproximou a capital principal do  mar (Rotas do Grande Navegador chinês Zheng He)

A antiga Rota da Seda que o Islão comprometeu temporariamente

A recente análise agregada do Banco de Portugal sobre a queda da economia portuguesa não diz nada de útil ao país, a não ser que as falsas PME, que são uma parte muito significativa, em volume de negócios, do conjunto das PME e que, na realidade, não passam de extensões bancárias dissimuladas, ou braços 'independentes' dos grandes grupos rendeiros do país, perderam o grande mercado das obras públicas desnecessárias e/ou abusivas e ruinosas (PPP etc.), tendo ao mesmo tempo perdido o grande mercado falsamente verde da especulação energética. Para retirar Portugal do plano inclinado em que está resta uma única oportunidade no terreno das obras públicas: construir depressa e bem a rede ferroviária de bitola europeia que falta para ligar as cidades-região de Lisboa e Porto e os principais portos do país a Espanha e ao resto da Eurásia!

Corea del Sur quiere restablecer la Ruta de la Seda

La presidenta surcoreana, Park Geun-hye, ha propuesto restablecer la Ruta de la Seda: crear una red común de autopistas y rutas ferroviarias que conecte Corea del Sur, Corea del Norte, China, Rusia, Asia Central y Europa.
El proyecto, titulado 'La Ruta de la Seda Express', se presenta como un plan global destinado a promover la idea de una Eurasia única. Aparte del transporte, prevé unir también las infraestructuras energéticas de la región y crear un bloque económico común.

Según Park Geun-hye, el programa contribuirá a establecer la paz en la zona y a resolver los problemas relacionados con Corea del Norte. Llamó a que Pyongyang colaborara en el proyecto y siguiera el camino de reformas y apertura hacia el resto del mundo.

Texto completo em RT

¿Nueva Ruta de la Seda?: China marcha a la 'conquista' de Europa y Asia Central

En su 'marcha hacia Occidente' el primer ministro Chino llegó esta semana a Europa para visitar Rumanía, tras asistir a la reunión de líderes de China-Europa Central y Oriental (CECO). Una marcha que vislumbra una nueva Ruta de la Seda.
Durante la reunión con su homólogo rumano, el mandatario chino Li Keqiang anunció que su país tratará de duplicar el comercio con los países del centro y este de Europa para el año 2018. El valor de los intercambios comerciales entre China y Europa Central y del Este llegó a 52.000 millones de dólares en los primeros diez meses de 2013. Si se alcanza la meta de Li, el comercio de China con la región debería elevarse a más de 120.000 millones de dólares en los próximos cinco años.

Pero, ¿cómo pretende China lograr esta meta? El gigante asiático planea seguir un camino ya conocido: apoyar el financiamiento de proyectos de infraestructura a gran escala, como atestigua el compromiso de Pekín de construir un ferrocarril entre Hungría y Serbia (ambicioso plan que vinculará en el futuro China con centro Europa).

Texto completo em RT

Em 7 de agosto de 2005, foi confirmado que o Departamento do Patrimônio Histórico de Hong Kong pretende propor a Rota da Seda Marítima como Patrimônio da Humanidade. Wikipédia.

Is China's New High-Speed Train Worth the Trek?

China opened the world's longest high-speed rail line, connecting Beijing in the north to Guangzhou in the south in just eight hours. The WSJ's Carlos Tejada explains the pros and cons of taking the train versus flying. | WSJ, 12/26/2012 11:44:12 PM3:08