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segunda-feira, março 02, 2015

Linda Isabel trava assalto catalão

Isabel dos Santos

A angolana Isabel dos Santos defende a banca portuguesa do assalto catalão. 


Ainda dizem que foi uma descolonização mal feita. Foi a que foi possível. Obrigado Isabel ;)
Isabel dos Santos quer fusão entre BPI e BCP
É a resposta da empresária Isabel dos Santos à oferta pública de aquisição que o CaixaBank lançou sobre o BPI.
Expresso, 2 de março de 2015
Na realidade, é mais isto: angolanos defendem posição dominante que detêm no que resta da banca portuguesa (BCP e BPI), e defendem-na, neste caso, contra a invasão espanhola.

É diferente mas não deixa der simpático, num país onde o putativo candidato presidencial, maçon e cor-de-rosa, António Vitorino, presidiu, até 2013 (sintomático, não?) à Mesa da Assembleia Geral do braço do Banco Santander em Portugal, o Santander-Totta, repararmos que Angola está mais interessada na independência de Portugal do que alguns indígenas sem vergonha, mas que a imprensa indigente local insiste em transportar ao colo, como se fossem peluches.

Não tenho nada contra Espanha. Devíamos até cuidar com carinho das nossas relações com a Galiza, Salamanca, Mérida e Sevilha. Mas daí até ignorar quais são os interesses estratégicos de Madrid e Barcelona na praça lisboeta, vai um passo de estupidez que não dou e demonizo, no país, quem o dê.

Que raio de Maçonaria temos, afinal? Pelos vistos não passam de tabernas onde se congregam desgraçados sem pátria.

Mais...
Isabel dos Santos: "OPA é afastada dos interesses da banca portuguesa"
03/03/2015 | 15:36 |  Dinheiro Vivo

ISABEL DOS SANTOS: "Enquanto a OPA anunciada por Caixabank pressupõe uma integração ibérica, legítima à luz dos interesses de quem a faz mas afastada dos interesses do sistema financeiro português, a nossa proposta de fusão projeta um movimento de consolidação em Portugal", afirmou fonte oficial de Isabel dos Santos, ao Dinheiro Vivo.
Noutro tempos estas questões eram decididas por gente com algum conhecimento da história do país e noções firmes de estratégia. Hoje, pelo que vamos vendo, Portugal foi entregue a uma pandilha de ladrões e piratas de meia tijela que se babam diante de qualquer pratos de lentilhas, sejam elas chinesas ou espanholas.

Façam uma lista dos conselhos de administração das principais empresas deste país e verão onde pasta a corrupta elite parida por esta democracia demente.


POST SCRIPTUM

O La Caixa é um banco público, não é? Catalão, não é, Espanhol, não é?
As más línguas asseguram: La Caixa, numa possível fusão BCP-BPI, é a salvação da EDP.
Sobre a rendeira, sem vergonha, EDP: €17 mil milhões de dívida acumulada. Em breve as rendas excessivas serão decisivamente postas em causa, agrade ou não aos burocratas de Pequim. Foi isso mesmo que Merkel (através de Juncker), Hollande, Rajoy e Passos Coelho estiveram a decidir na mini-cimeira energática realizada em Madrid no dia 4 de março. Capiche?

Atualização: 4 mar 2015, 11:12


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segunda-feira, dezembro 22, 2014

Pertence à Maçonaria?

Beija-cu, portal da catedral de Saint-Pierre, Troyes, sec. XII.

A propósito de uma tempestade parlamentar e do perigo da caça às bruxas


Eu preferia que as Maçonarias e as Opus Dei, que são ou se tornaram grupos de pressão, tal como as igrejas, os partidos políticos, as confederações patronais, as ordens profissionais e os sindicatos, fossem instituições públicas, quer dizer formalizadas e escrutináveis. O que não significa transformá-las em peep-shows da laia da Casa dos Segredos.

E preferia, assim, que houvesse igualdade de oportunidades e um regime de incompabilidades, racional e transparente, no exercício de cargos públicos, mas também na concorrência privada.

Como as coisas estão, sem discutirmos estes temas, incidentes como o que ocorreu na Assembleia da República em volta da indigitação do próximo diretor do SIS tenderão a ser recorrentes.

“Está disponível para divulgar o seu registo de interesses e revelar se pertence a alguma sociedade secreta de natureza maçónica no âmbito da qual tenha deveres de obediência que possam, por essa via, pôr em causa a prioridade do interesse público?” — Teresa Coelho, deputada do PSD.

“Tenho dever de obediência à Constituição da República, à lei, à ética e à minha consciência” — Neiva da Cruz, novo diretor indigitado do SIS.

“Pertence ou não à maçonaria ou a alguma associação secreta que condicione ou influencie o cumprimento das suas funções?” — Teresa Coelho, deputada do PSD.

“Não me sinto condicionado por absolutamente nada, a não ser pela lei” — Neiva da Cruz, novo diretor indigitado do SIS

in Observador, 19/12/2014, 17:10

Recebi a este propósito uma correspondência de que transcrevo dois notáveis emails em defesa da liberdade individual, nomeadamente da liberdade de organizar e fazer parte de uma agremiação secreta e elitista desde que de semelhante praxis não resultem conflitos com as leis gerais, nem o prejuízo de terceiros.


Email de Jorge Paulino Pereira

Caro Eng.,

1. Li o texto que me enviou. Não tinha sabido o que se passara na Assembleia Nacional, ou Assembleia da República, e fui tentar perceber o que ocorrera.

Confesso que fiquei chocado que alguém, na sua qualidade de deputado, tivesse perguntado a uma qualquer pessoa que irá ocupar um lugar público e com um carácter de quase interrogatório policial, se ele era maçon. Não perguntou se ele era católico ou islâmico, se era da Opus Dei ou de uma Ordem religiosa, se ele era do Benfica, do Porto ou do Sporting, se ele gostava de meninas ou se era homossexual. Mas pela mesma forma de pensar, poderia também ter feito essas perguntas, o que me parece mal e profundamente incorrecto porque obviamente nenhuma destas questões se deveria colocar a alguém que vai exercer um cargo público.

2. Ao pensar nisto tudo, veio-me à memória Fernando Pessoa. Ele defendeu a liberdade das pessoas se associarem entre si da forma como quisessem quando, em 1935, um tal deputado Cabral impôs no Parlamento uma lei contra associações secretas.

Essa lei foi aprovada, por larga maioria, pelos deputados do Estado Novo. Contudo, na prática, foi utilizada apenas como instrumento de dissuasão e nunca foi legalmente aplicada para condenar mações do Grande Oriente Lusitano Unido (GOLU), a única Obediência Maçónica então existente.

Essa lei tinha em mente essencialmente atacar e desfazer as carbonárias anarco-sindicalistas e comunistas que ameaçavam, revolucionariamente e de forma violenta, o status quo social (e obviamente o status quo político). No entanto, impôs que organizações iniciáticas e secretas (como o Grande Oriente Lusitano Unido ou outras de carácter irregular associadas a antigas ordens religiosas ou do tipo alquímico) se tornassem de facto clandestinas.

Mais tarde, também foi sugerido que esta mesma lei fosse utilizada para impedir que a Opus Dei se instalasse em Portugal porque ela era vista, por certos sectores do regime de então, como uma estrutura secreta e iniciática que pretendia tomar o poder (curiosamente, Salazar e Cerejeira foram sempre contra a Opus Dei porque diziam que ela representava a vinda dos Novos Jesuítas. E apesar de não ser público, e agora a sua forma de pensar até ter sido completamente distorcida pelos pseudo-historiadores da actualidade, Salazar e Cerejeira e Bissaia Barreto foram sempre todos anti-jesuítas na sua mocidade, estando na onda do que defendia o então Bispo de Coimbra, também ele, ferozmente anti-jesuíta).

3. E porque é que Fernando Pessoa defendeu a Liberdade de existirem Associações Iniciáticas e secretas ou quaisquer outras?

Porque ele defendia a Liberdade Humana, ou a Liberdade do Indivíduo (ou liberdade individual), ou a liberdade de pensar e de actuar de cada um dos homens que vive temporariamente nesta Terra, como um ser racional.

Defendia que cada homem podia fazer o que quisesse e o que lhe apetecesse, desde que não colidisse com a Liberdade do seu outro vizinho. Só um pensamento sem baias e sem condicionalismos de qualquer ordem pode dar a dimensão transcendental ao Homem. Uma pessoa só é verdadeiramente livre quando puder pensar como quiser, se puder contactar com outros como entender, se puder falar como achar correcto. Ou seja, o Homem só será livre quando for livre o seu pensar e quando estiver livre o seu Pensamento e a sua acção do dia-a-dia.

E o Homem, como ser racional, deve questionar tudo: a existência de Deus, a estupidez humana, a existência de vida para além da Morte, os princípios e valores inerentes à forma deste ou daquele pensar ou actuar, os credos políticos e religiosos, os caminhos que ele acha serem os correctos para se emancipar.

Nesse âmbito, as pessoas têm o direito de se associarem fraternalmente entre si do modo como pretenderem, independentemente ou dependentemente, dos seus credos políticos ou religiosos, ou dos seus gostos pessoais, confessionais ou clubísticos. As pessoas podem-se associar num grupo de amigos, ou numa organização qualquer, ou numa tertúlia, ou nos almoços de 3ª feira ou de 4ª feira ou de outro qualquer dia da semana ou do mês. E podem ter os seus critérios, manias, rituais ou quaisquer metodologias estranhas para organizar e proceder aos seus trabalhos, se assim o entenderem.

Podem começar o almoço por saudar um qualquer ente desaparecido ou o chefe bem-amado, ou Deus ou o Partido Político onde estão. Não interessa! Podem fazê-lo, se assim o quiserem. Ou antes, devem ter a Liberdade de o poder fazer. Podem e devem fazê-lo em Liberdade, sem que sejam importunados por isso. Afinal, para mim, as revoluções do 25 de Abril e do 5 de Outubro e todas as demais revoluções, só servem para alguma coisa, se for esse o princípio básico que estiver subjacente a elas. Só a Liberdade leva à Democracia.

Fernando Pessoa considerava que essa Liberdade  era o princípio basilar da Democracia. E a Democracia pressupõe a igualdade das pessoas serem respeitadas por todos os outros e não serem excomungadas ou perseguidas ou discriminadas. E se houver entre essa gente um qualquer espírito de comunhão religiosa, política ou qualquer outra, não serei eu que lhes irei atirar uma pedra ou que os procurarei perseguir ou destruir. Como também não deve haver qualquer outra pessoa que o possa fazer, em nome da Democracia ou da Santa Liberdade.

Se forem católicos e se se encontrarem secretamente, não devem ser perseguidos; se forem protestantes e se quiserem ter os seus conciliábulos, não devem ser importunados; se forem maçons e se se juntarem, não devem ser inquiridos ou questionados. A Liberdade de Pensamento pressupõe a Liberdade  de Associação e a liberdade das pessoas se juntarem do modo como entenderem.

E só pela Polícia (e nunca por uma deputada de um qualquer parlamento) as pessoas devem ser inquiridas se pertencem a uma qualquer associação, seja política, seja religiosa, seja clubística, confessional ou doutro tipo.

Tal como não se espera que nenhum deputado venha a perguntar a alguém, no âmbito da sua função de deputado, se ele é paneleiro ou se ela é fressureira, qual a forma como gosta de fazer amor com a mulher, ou se reza o terço à noite antes de se deitar ou se vai à missa aos domingos e dias santos, ou se vê os jogos do Benfica, do Sporting ou do Porto em casa deste ou daquele amigo, e que tipo de bebida é que toma, e se se encontra às 2ªas feiras ou aos fins-de-semana com estes ou aqueles amigos.

Um deputado, ou deputada, não pode, nem deve, fazer esse tipo de perguntas, sob pena de se auto-excluir como deputado (ou deputada). Ponto final parágrafo.

4. Segundo consta e também por aquilo que estudei, a Maçonaria é uma organização iniciática que, teoricamente, procura agrupar gente que tem certo tipo de valores e de princípios; e onde está, com certeza, gente que tem esses princípios e valores; e também gente que não tem esses mesmos princípios e valores e que obviamente deve representar uma pequena minoria no seio da maioria.

E todos eles devem poder agrupar-se e associar-se entre si, sem que para o efeito sejam importunados. Como as pessoas da Opus Dei se devem poder associar e agrupar nas suas reuniões, e devem poder defender os seus valores e os princípios que entendem ser os correctos, Como qualquer franja ou tendência de um Partido Politico se pode agrupar, dentro dele ou fora dele, para formar um conjunto restrito de pessoas que pensam de certo modo e que secretamente procuram levar a sua organização partidária para um certo objectivo que eles consideram correcto.

Eu sou o mais tolerante possível. Acho que este princípio de associação e de reunião deve ser estendido aos comunistas e aos fascistas e aos anarquistas, aos socialistas ou aos conservadores, aos republicanos ou aos defensores da Monarquia. São livres de pensar e de se reunir e não devem ser questionados por isso. Todos se devem poder associar do modo como entenderem, todos devem ter a liberdade de poderem exprimir os seus propósitos e ideais e princípios, mesmo que sejam contrários à forma de viver da maioria das outras pessoas.

Compete ao Estado saber se eles são perigosos ou não. E, se o forem, no âmbito das leis que regem esse país, poderão ser perseguidos. Mas apenas quando provoquem situações que provoquem revoluções ou banhos de sangue (e mesmo assim, mais tarde, os que lhes sucederem até podem consagrar esses tais extremistas mortos ou presos, como seus heróis ou heróis nacionais).

5. Aliás, Fernando Pessoa era muito mais tolerante e liberal do que a grande maioria das pessoas e entendia que as minorias não deveriam ser anuladas. Por isso também defendeu, no seu tempo, a liberdade da existência de paneleiros. Ele não era homossexual, mas entendia que quem quisesse ser, podia sê-lo e não deveria ser perseguido por isso.

As minorias não devem ser perseguidas embora não seja obrigatório que se tenha de estar obrigatoriamente com elas. Cada qual pode escolher os amigos e as pessoas com quem quer estar, ou com quer falar, ou com quem quer conviver ou reunir.

Contrariamente ao que também consta por aí, posto a circular obviamente por paneleiros ou seus defensores (e depois pelos muitos historiadores de meia-tigela ou da moda que pululam por cá), Fernando Pessoa não era homossexual. Até vou relatar um episódio verídico e curioso que me foi contado por um amigo meu que era chegado à família de Almada Negreiros.

A viúva de Almada Negreiros ter-lhe-á contado que Fernando Pessoa, volta e meia, “ia às putas” e tinha geralmente umas duas ou três raparigas, que eram certas durante algum tempo. Procurava-as, esvaziava os tomates, e conversava com elas durante pouco tempo antes de se ir embora. Sobre uma dessas prostitutas, que o atraiu mais ou que despertou o seu sentido poético, compôs uma qualquer quadra ou poema.

Ora, um dia, Fernando Pessoa apanhou uma blenorragia com essa rapariga, o que foi um caso sério porque não era a primeira vez que ele tinha tido esse mal. Mas acho que, daquela vez, terá sido particularmente doloroso e, na época, ainda não havia penicilina para tratar essa doença.

Mais tarde, num grupo de amigos, alguém terá comentado que a Poesia era um Bálsamo para todas as doenças e que curava todos os males. E, com a sua ponta de humor britânico, de carácter arguto e de fino estilo, Fernando Pessoa disse que não era bem assim. E, como exemplo, disse que tinha estado com uma puta a quem tinha feito uns versos, e essa poesia e versos não o tinham safado de ter apanhado um valentíssimo esquentamento (blenorragia) por ter relações com ela.

6. Agora, algumas informações de carácter histórico. Contrariamente ao que se diz por aí, Fernando Pessoa  não era maçon do Grande Oriente Lusitano Unido (GOLU ou GOL), única obediência maçónica então existente. E apesar de não o ser, defendeu abertamente a liberdade de existência dos maçons do GOLU ou GOL e o direito à legalidade institucional da Maçonaria Portuguesa e noutros países.

E neste caso também é espantoso como se fabrica a História, invertendo completamente a realidade para servir propósitos de grupo ou para arranjar acólitos ou heróis para engrossar o grupo dos que defendem um qualquer tipo de pensamento.

Contudo, Fernando Pessoa pertencia a uma organização secreta e iniciática onvde estavam Bissaia Barreto e Salazar e Cerejeira e Duarte Pacheco e Almada Negreiros e Cotinelli Telmo e Mendes Cabeçadas e Carmona e muitos mais, que formaram a elite do regime implantado no 28 de Maio de 1926, E onde, antigamente ou no seu tempo, tinha estado gente que pouco tinha a ver politicamente com estes, como Alexandre Herculano e Norton de Matos e José da Silva Carvalho e Fontes Pereira de Melo, e António Augusto de Aguiar e Teófilo Braga, e António José de Almeida e Batalha Reis e Brito Camacho e muitos mais. Afinal, foi esta gente que constituiu a nata do Estado Novo e a nata da organização das comemorações nacionalistas e nacionais do século 19 e a nata da Monarquia e da República. E essa organização sobreviveu no Estado Novo, sem obviamente nunca ter sido questionada por ninguém, apesar de ser iniciática e secreta, porque tinha no seu seio, o poder, e também o contra-poder; enfim, porque agrupava as elites de Portugal.

Que isto ajude a fazer a luz em alguns espíritos que se julgam iluminados, sem o serem…

Melhores cumprimentos

Jorge Paulino Pereira


Réplica do Eng.
[...]

Resposta de Jorge Paulino Pereira

Caro Eng.,

1. Eu falo por mim e represento-me a mim próprio. Não falo pelos maçons nem pela Maçonaria... Eles devem-se representar a si próprios, a título individual; e os chamados altos graus da Maçonaria devem falar por ela, a título de representantes das várias Obediências Maçónicas a que pertencem. E actualmente há muitas Obediências maçónicas, como sejam o Grande Oriente Lusitano, a Grande Loja de Portugal, a Mênfis-Misrain, a Maçonaria Feminina, etc, etc, etc. E, para além destas estruturas que se assumem como maçónicas, há muitas outras, secretas e de caracter iniciático e que até são mais restritas porque de mais dificil acesso e divulgação e entrada de membros.

2. Aliás, o Mundo tem estruturas iniciáticas deste tipo, bem montadas e protegidas, e que envolvem até pessoas de vários países, numa rede que passa despercebida à maioria das pessoas e que envolve os sectores financeiros e os sectores políticos e os sectores religiosos. Desse modo, às vezes, do nada surge um nome de uma pessoa que ninguém conhecia e que, de um momento para o outro, aparece na ribalta e parece ter sido sempre uma figura de proa sem que ninguém o soubesse... Os Estados poderosos infiltram essas estruturas restritas de poder para daí tirarem os seus proveitos ou defenderem os seus interesses. E não vou falar nem da Assembleia dos 500, nem do Grupo de Bildeberg, etc. Em suma, os maiores países (e o Mundo em geral) são governados, geridos e perspectivados por elites que se agrupam nos vários países e que, não raramente, têm uma organização transnacional.

3. Em Portugal, os problemas que têm ocorrido com o SIS, envolvem alguns maçons da Grande Loja de Portugal. Não devem ser generalizados para todos os casos, como a imprensa sensacionalista o faz. Também é sabido que alguns maçons, que pertencem a esta e outras Obediências, têm desempenhado lugares públicos e cargos privados, de forma pouco abonatória (em minha opinião, alguns são verdadeiros ladrões e traidores à Pátria, e deviam ter sido afastados das Obediências a que pertencem, se os valores e príncipios que são propalados como sendo os da Maçonaria, fossem seguidos). Mas todos eles, apesar de maçons, fazem-no de forma individual e não como tendo organizado essa estratégia no seio da Maçonaria (e isto apesar de poderem estar envolvidos vários maçons de uma mesma loja ou Obediência maçónica)

4. Permita-me que lhe diga o seguinte: eu defendo que só as elites devem governar um país porque só elas têm os conhecimentos e o saber para o poderem levar para a frente. Foi assim com a Ordem dos Templários e a Ordem de Cister na primeira dinastia, e depois com a Ordem de Cristo e a Ordem de Cister, no período áureo dos Descobrimentos. E também defendo que as elites devem estar agrupadas entre si em organizações de carácter restrito (fechado ou não, mas sempre mais ou menos com carácter secreto). Um País não pode, nem deve, ser governado pelas claques de futebol, embora elas sejam uma maioria. A ignorância e o oportunismo são sempre os apanágios das grandes massas populares ou das massas uluantes como lhes chamo (até apresentei uma Teoria das Massas Ululantes num dos livros que escrevi - J. “Lisa ou a Pentalogia das Cores”).

5. Em conformidade, não acho que seja Democracia o sistema existente em que vivemos e que eu apelido de “Partidocracia”. Actualmente, os Partidos são viveiros de políticos incompetentes e oportunistas que chegam a Primeiros-Ministros em organizações pretensamente abertas e que de facto são dominadas por uma minoria (por vezes, quase parecem ser gente indigente, quase gangsters ou gente que defende os seus interesses e que se reune em reuniões secretas antes de tornarem públicos os seus intentos). E obviamente, não são nas estruturas maçónicas que eles pensam e organizam essas tomadas de poder. Mas fazem-no, em reuniões secretas que ninguém contesta e que toda a gente sabe que existem (afinal, as mesmas críticas que apontou à Maçonaria...)

6. Contudo, é normal que os amigos defendam os amigos, não só no dia a dia, como na política e na sua carreira profissional. Pela sua forma de ver as coisas, então isso queria dizer que organizações como o Rotary ou o Lyons, ou a Opus Dei, ou Associações Empresariais, ou o Benfica ou o Sporting ou o Porto, não deveriam existir, porque pode ter a certeza absoluta que, em todos os lados, os amigos se protegem uns aos outros; que, em todos os lados, os lugares disponíveis são distribuídos pelos amigos; e que, em todos os lados, funcionam “irmandades” que levam “os amigos” a se protegerem entre si. Afinal quando nós nos encontramos e trocamos opiniões nesta tertúlia ou noutra, estamos a fazer uma irmandade de troca de opiniões. E depois exprimimos os nossos pontos de vista também escudados por aquilo que foi essa vivência comum, mesmo que não nos encontremos em almoços ou jantares ou reuniões.

7. Contrariamente ao que se diz por ai, a Maçonaria no século 19 não foi perseguida e eram maçons que estavam na estrutura de poder porque representavam a elite de então. Quase todos os primeiros-ministros de Portugal no século 19 ou 20 eram maçons de várias obediências ou passaram por elas. Os maiores escritores e investigadores de Portugal eram maçons de várias obediências ou passaram por elas. Os próprios reis de Portugal eram maçons ou estiveram em organizações iniciáticas. Importa também registar um aspecto: no século 19, havia poucas centenas de maçons, mas não eram todos da mesma obediência. Por exemplo, o Duque de Saldanha era de uma, Passos Manuel de outra, Costa Cabral de outra (no meu livro A Maçonaria Portuguesa em Torres Vedras desde os os inicios do século 19 até 1910 esse assunto está bem discriminado e explicado). Aliás, eu tenho em preparação um livro (ainda muito atrasado) que mostra que em Portugal desde a sua fundação foram sempre organizações iniciaticas que asseguraram o poder, o governo e a gestão do território. E ainda bem...

8. Em minha opinião, o problema só existe quando passamos a ter Obediências maçónicas que servem os interesses de outras obediências maçónicas estrangeiras e não os interesses de Portugal. Por exemplo, nos inicios e meados do século 19, é obvio que houve maçons portugueses que estiveram ao serviço dos interesses da França e outros ao serviço dos interesses da Inglaterra. E empurrraram as obediências a que pertenciam nessas direcções por vezes afectando seriamente o interesse nacional. E nestes casos, eles até se perseguiram uns aos aoutros, apesar de todos dizerem defender os mesmos valores e príncipios da Maçonaria e serem todos maçons, embora de diferentes obediências.

9. Para concluir: compreendo o seu ponto de vista e a sua preocupação e até concordo com os seus receios. O que descreveu e o que o apoquenta nunca deveria acontecer em qualquer Obediência maçónica (e julgo que não acontece...). Tendo presente o que enunciei, neste e-mail e no anterior, também entendo que não se deve perseguir a Maçonaria ou os maçons, ou a Igreja e os padres, como se não deve perseguir ninguém pela forma como pensa ou como está integrado num grupo de pessoas ou amigos. E, por isso, continuarei sempre a defender a Democracia baseada na Liberdade Individual e na Liberdade de todos os seres humanos, independentemente da forma como pensam ou como vivem nas suas variadas vertentes do dia a dia.

10. Por isso, entendo que a questão colocada pela deputada na 6ª feira é inadmissível porque é uma intromissão no círculo de privacidade de uma pessoa que está a ser avaliada no âmbito de um lugar ou posto na função pública portuguesa.


Melhores cumprimentos

Jorge Paulino Pereira

domingo, outubro 06, 2013

5 de outubro maçónico

Mário Soares e Álvaro Cunhal na manifestação do 1º de maio de 1974

A corja partidária prepara a vingança contra o grito de autonomia democrática das últimas eleições. Mas terá a resposta que merece.

O Facebook andou o dia todo a receber e distribuir efusivos vivas ao 5 de outubro e à República desmamada que temos. Os meninos e as meninas da Maçonaria, como se ainda fossem uma coisa do Salazarismo, resolveram dar o nó. Convém meditar sobre esta seita meio clandestina, sem qualquer justificação numa sociedade democrática aberta, a não ser para perpetuar a corrupção, a mediocridade e a consanguinidade no poder, e dizer disparates sobre as delícias do republicanismo indígena, um dos mais cretinos e corruptos que a Europa conhece.

Na penumbra da democracia partidária que vemos arengar nas inúmeras sinecuras dos ditos eleitos há um reino biológico de estupidez, cupidez e corrupção chamado Maçonaria. Será mais difícil fazer o que há que fazer, isto é, superar o regime corrupto e em bancarrota que expulsa mensalmente do país dezenas de milhar de portugueses, se não exigirmos a legalização destas pequenas igrejas anti-democráticas. Contra estas sobrevivências jacobinas ridículas precisamos de refundar a democracia!

Para tal será preciso preparar e convocar uma Nova Assembleia Constituinte, que faça a revisão constitucional profunda do texto pateticamente ideológico em vigor. Em breve PSD e PS estarão em fanicos. Antes que tal ocorra é vital que se lance o diálogo sobre a mudança democrática do regime partidário que, ao invés do que propugna, conduziu Portugal à mais grave das crises sociais e de insolvência financeira de que há memória viva.

No imediato é fundamental construir uma plataforma eleitoral capaz de consolidar a dinâmica de renovação democrática independente em curso, concorrendo às próximas eleições europeias com uma lista de candidatos autónomos e credíveis.

A corja partidária quer vingança, mas a nossa resposta deve ser uma nova e soberana resposta democrática à sua incompetência, corrupção e arrogância.

CNE e empresas de sondagem trabalham para a nomenclatura partidocrata instalada

A micro-sondagem do Partido Democrata feita com a ferramenta disponível do Blogger (e pouco mais de 100 euros de investimento) foi menos ambiciosa, mas muito mais precisa na deteção das grandes novidades nas intenções de voto dos portugueses —a emergência clara das CANDIDATURAS INDEPENDENTES e a SUBIDA DO PCP— do que as cada vez mais incompetentes e subordinadas agências de sondagens indígenas.

A distorção induzida pelos juízos arbitrários da corja partidária da CNE, que provocou justamente o boicote das televisões, foi uma manobra que ninguém investigou, mas que precisa de ser investigada, talvez entrando pelas capelas da Maçonaria.... Se tivesse havido debates televisivos e cobertura mediática da campanha, o PS teria perdido mais votos a favor do PCP e dos candidatos independentes, teria havido mais votos brancos e nulos (isto é, votos contra os dinossauros autárquicos sem vergonha, e contra os paraquedistas autárquicos, sobretudo oriundos dos bairros finos de Lisboa), e as votações nos candidatos independentes teria sido ainda mais expressiva.

As previsões à boca das urnas da Eurosondagem, das Autárquicas de 2031 (sic!), ainda favoreciam Menezes... No dia seguinte as eleições às eleições, como que por mistério, as anteriores sondagens desapareceram do sítio desta chafarica. E até mesmo o sorumbático Pedro Magalhães andou a navegar no vazio da propaganda sondagística.

Precisamos de uma boa tese de doutoramento (feita em universidade estrangeira, claro!) sobre a realidade obscura das empresas de sondagem e ninhos universitários. Dispõem de tecnologia e de gente competente. No entanto, tem a mania de errar sempre a favor da propaganda de quem as sustenta até ao fecho das urnas. Ao fim do dia eleitoral, no entanto, como que por milagre, todas coincidem na previsão dos resultados sem grande margem de erro! É esta espécie de transformação das sondagens em mais uma ferramenta oculta de manipulação e propaganda que é preciso averiguar e, se necessário, punir com mão pesada.

Entretanto, que tal pouparmos a massa pública desperdiçada nestas agências de propaganda, recorrendo aos instrumentos já disponíveis na tecnosfera ao preço de uma esferográfica?

Última atualização: 6 out 2013, 11:17 WET

segunda-feira, setembro 26, 2011

Portugal dos Pequenitos - 8

Afinal quem são os "indígenas"?

Deixando de lado as ideias de Sousa Tavares, que valem apenas o papel onde se embrulham, Vasco Pulido Valente retoma a velha teoria sobre os culpados do descalabro português, sacudindo a água do capote da sua geração, a dos sessenta anos e que em 25 de Abril andavam na casa dos trinta, portanto já estudados, formados e empregados.

VPV acha que a sua geração, afinal, logo que chegou a alvorada da liberdade de Abril de 74 “tentou tudo para a suprimir”, depois de a ter ansiado. “Assistiu, calada, ou mesmo se juntou, à louca procissão do PREC, em nome de uma doutrina que não percebia e de uma sociedade em que nunca aceitaria viver.”

Mas diz ao mesmo tempo que “a ausência do que tinha sido o movimento estudantil entre 1960 e 1974 no Governo e nos partidos entregou o poder a uma série de arrivistas, que não o tornaram a largar.”

Ora é aqui que a porca torce o rabo. Então a “geração estudantil de 60 a 74” não teve nada a ver com os governos e partidos correlativos? — in Os idos de 60, por José, Porta da Loja.

Parece que Vasco Pulido Valente tentou desculpabilizar a sua geração pela tripla bancarrota sucessiva do país, nos últimos 30 anos. Logo ele, que tanto ridicularizou os "indígenas" galaico-lusitanos!

Se preferirem, posso substituir a expressão "bancarrota sucessiva" por declínio escandaloso de uma democracia populista, incestuosa e corrupta até ao tutano. Na verdade, a guerra colonial insustentável (que durou de 1961 a 1974) conduziu ao desgaste inexorável das elites militares (nomeadamente do Quadro Permanente de Oficiais, sobretudo as oriundos da Academia Militar), que acabaram por conspirar e derrubar uma ditadura exangue que, nem o movimento estudantil, nem as Oposições verbais, tinham força, ou sequer estratégia inteligente, para derrubar. Mas quem derrubou a ditadura —os chamados "Capitães de Abril"—, apesar do apoio popular que obteve de imediato, e das instrumentalizadas ideologias marxistas-leninistas requentadas que o movimento estudantil e o Partido Comunista exportaram para a cacafonia do PREC, acabaria por ceder o poder à fraca Oposição anti-Salazarista, que apressadamente se foi metamorfoseando em partidos, sindicatos e numa crescente burocracia que não mais largaria o poder e o espaço público, até que o cancro da perda acelerada de soberania se revelou em toda a sua trágica dimensão: a bancarrota evidente de Portugal. Se a Eurolândia sobreviver, perderemos boa parte da nossa soberania (é o preço a pagar pelo calote cometido); se a Eurolândia não sobreviver, perderemos ainda mais depressa a nossa soberania, e neste caso, se vier a ocorrer, os credores entrarão pelo país dentro como a Índia, em Dezembro de 1961, entrou por Goa, Damão e Dio — sem cerimónia, nem aviso!

O problema maior de Vasco Pulido Valente, do Miguel Sousa Tavares e de muitos outros comentadores da coisa pública, é que não são analistas, não estudam a verdadeira mecânica do mundo actual, das economias e das nações, e têm horror intelectual aos pormenores. Sabem coisa nenhuma de finanças, de política económica, de mobilidade e transportes, de demografia, e se isto não bastasse para os desqualificar como leituras recomendáveis, detestam o estrangeiro e o mundo como qualquer dos "indígenas" ignorantes e brutos que criticam. Querem lá saber, o Vasco, o Miguel, o Marcelo, e todas as suas réplicas, de geografia e estratégia!

Para a maioria dos nossos jornalistas intelectuais, o que importa acima de tudo é a coscuvilhice entre-portas, a fulanização do texto, a qualidade literária dos adjectivos. Escrúpulo analítico e atenção aos factos e às séries estatísticas nunca os preocuparam. Posam para a história esquecendo que esta mesma vem sendo destruída pela superficialidade bacoca e complacente da nossa fraca inteligência nacional.

Que nos valham, uma vez mais, e agora, se possível, mais profundamente, os estrangeirados, os emigrantes e os novos portugueses que percorrem o mundo como a sua própria casa — pequena, cada vez mais familiar, e onde é urgente tecer uma nova ordem de inteligência, justiça e equilíbrio económico global. Portugal são os Portugueses, e não a dúzia de seitas que, julgando-se donas do país, nos conduziram de novo à vergonha. Sobreviveremos, sim, mas para não demorarmos mais tempo do que o necessário, seria bom reformar compulsivamente a corja responsável pelo descalabro, começando por desfazer as antinomias da sua fraca retórica.

PS: regressei a Lisboa e à minha praia de Carcavelos, para voltar de novo ao Porto e ao Douro no final desta, ou da próxima semana. Que lugares tão irresistíveis, e tão estranha gente.