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sexta-feira, março 24, 2017

Drinks, joints and coca lines

Anúncio da Super Bock sobre o incidente Dijsselbloem

Os donos e as donas do gado ficaram ofendidos e ofendidas.


A malta amocha quando um ministro dos negócios estrangeiros indígena saúda o seu colega do trabalho e da segurança social como um negociador de gado (o gado a que se refere são os trabalhadores e os patrões portugueses), mas entra em histeria moralista quando um holandês socialista nos recomenda que não gastemos tudo o que pedimos à União Europeia em putas e vinho verde.

A metáfora referia-se, como todos sabemos, às PPP, suas barragens inúteis, autoestradas e aeroportos às moscas (Beja), às rendas do senhor Mexia, ao excesso de deputados do nosso parlamento, às perdizes e aos pombos torcazes do menu do seu restaurante, ao saque pornográfico das nossas poupanças e fundos comunitários através do assalto ao sistema financeiro e bancário que (já não) temos. Quem irá realmente pagar os 10,75% de juros pelas obrigações perpétuas a emitir pela Caixa Geral de Depósitos? Não serão seguramente os prejuízos constantes e acumulados do saco azul do regime.

Quanto muito, o presidente do Eurogrupo não foi politicamente correto.

Em vez de ter dito (foi isto que Jeroen Dijsselbloem disse):
“As a Social Democrat, I attribute exceptional importance to solidarity. (But) you also have obligations. You cannot spend all the money on drinks and women and then ask for help.”
deveria ter dito:
“As a Social Democrat, I attribute exceptional importance to solidarity. (But) you also have obligations. You cannot spend all the money on drinks, joints, coca lines, callboys and women and then ask for help.

Post scriptum

Portanto, o socialista holandês tem razão! Será que que vai haver algum sobressalto nas bancadas da impoluta e mui politicamente correta Assembleia da República?

José Magalhães: Há pagamentos a deputados que são feitos sem controlo 
Negócios jng@negocios.pt
24 de março de 2017 às 09:37 
À pergunta sobre quanto ganha um deputado, José Magalhães, ele próprio ex-deputado eleito pelo PS, responde apenas: "há 230 remunerações". Tantas, portanto, quantos os parlamentares eleitos para o Parlamento. As remunerações, explica, variam de acordo com muitos factores, desde o círculo pelo qual cada um é eleito, a despesas de deslocação que façam, entre outras coisas.

Numa entrevista publicada esta sexta-feira, 24 de Março, no jornal "i", José Magalhães explica que há falta de controlo no pagamento nomeadamente de subsídios. "Em relação a um conjunto muito importante de remunerações, que são os abonos complementares para trabalho de círculo ou para trabalho nacional, é feito o pagamento não sujeito a qualquer comprovação", refere, lembrando que esta espécie de "segundo salário" para os parlamentares tem a vantagem de não estar sujeito a impostos. Na prática, diz, é feito o pagamento sem ser verificado se os deputados fazem o trabalho.

Atualização: 24 mar 2017, 10:43 WET 

domingo, fevereiro 01, 2015

Grécia manda Troika bugiar

Presidente do Eurogrupo e o novo ministro das finanças grego

Dijsselbloem para Varoufakis: “You Just Killed The Troika”


E agora, Tia Merkel? E agora, Grécia? Será que a Rússia, os chineses e o resto dos BRICS propuseram a Tsipras um Plano B? Obama e Cameron abriram, aposto um G'Vine, várias garrafas de Champagne por esta inesperada, ou talvez não, derrota alemã. Mas o calvário continua... e as ondas de choque, em breve, varrerão a pacatez lusitana que tem aturado uma democracia capturada por gente imprópria.

O novo ministro grego das finanças, professor universitário e um blogger dos quatro costados, esclareceu mais tarde a BBC sobre o grande burburinho que se levantou depois da pedrada no charco que foi a conferência de imprensa que reuniu o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o novo ministro das finanças grego, Yanis Varoufakis, e onde o primeiro teria confessado, entre dentes, ao segundo, quando ambos abandonavam a conferência de imprensa: “You Just Killed The Troika!” Ao que Varoufakis teria replicado: “Wow!”

Neste esclarecimento (YouTube) o ministro teve a preocupação de explicar que a Troika, na sua qualidade de mandatária da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, deixou de ser uma interlocutora útil para a Grécia, como para qualquer outro país da União Europeia, na medida em que as receitas prescritas e em boa parte seguidas pelos países sob programa de resgate não deram os resultados prometidos. Os países da União têm assim que dialogar diretamente com os credores, e sobretudo com as instituições europeias de que são membros de parte inteira, sobre a crise sistémica em curso e novas estratégias para lhe fazer frente.

O que começou por ser um problema da periferia disfuncional, burocrática e corrupta da UE, progrediu entretanto em direção a norte: França, Bélgica, Reino Unido, Áustria, Holanda e Alemanha. A Alemanha, por exemplo, infrige há algum tempo o limite de 60% do PIB imposto pela UE em matéria de dívida pública. Em 2013, segundo The World Factbook, a sua dívida pública era de 79,9% do respetivo PIB.

Mas regressando à entrevista dada à BBC por Yanis Varoufakis, convém ressalvar que o mesmo reconheceu relativamente à Grécia que o país precisa de uma verdadeira reforma estrutural e de uma repressão fiscal a sério. O que houve, por obra da direita e dos especuladores agora derrotados nas urnas, foram 1) deformas estruturais e 2) transferências fiscais maciças, dos mais pobres e da classe média, para os mais ricos e para os fariseus da Troika. Ou seja, há que ir ao fundo dos problemas, e rejeitar liminarmente a ideologia austeritária do banksterismo dominante e suas subservientes burocracias. Não por estas palavras, mas foi o que disse.

Aparentemente, mesmo antes de ser eleito, o Syriza levou a Carta a Garcia, neste caso a Mario Draghi, para que o hegemonismo quadrado dos alemães fosse decisivamente contrariado.

É pos isto mesmo que a frase de Jeroen Dijsselbloem para Yanis Varoufakis (Keep Talking Greece) — Acabastate de matar a Troika—é mais consequente do que parece.