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terça-feira, fevereiro 20, 2018

Depois desta crise—I


Evitar a armadilha populista do pessimismo


E se, como defende a economista Carlota Perez, a próxima era de crescimento (que será sustentável, ou não será) estiver mesmo ao virar da esquina? O ponto de vista desta distinta professora venezuelana-inglesa merece seguramente a atenção daqueles que procuram ver para lá do buraco negro criado pela implosão da era petrolífera, e que, no campo cultural, tentam imaginar as alternativas necessárias ao que Brett Bloom chama petro-subjetividade.

 

Una visión de futuro para América Latina: Carlota Pérez at TEDxCiudadDelSaber

domingo, dezembro 09, 2012

Basta, diz Camilo

Um dos estádios falidos do Euro que os portugueses estão a pagar com desemprego e empobrecimento.

Basta!, de Camilo Lourenço —uma leitura de Natal

“...os empresários portugueses, com raríssimas excepções, vivem de dívida.” — Camilo Lourenço.

Os estádios falidos do Euro e a gestão ruinosa de José Sócrates são marcas indeléveis do colapso de Portugal na primeira década do século 21. O livro de Camilo Lourenço descreve com meridiana clareza e uma prosa amigável os meandros desta nossa desgraça, mas também dez linhas de força que, se conjugadas a tempo e horas, nos ajudarão a reencontrar o equilíbrio das nossas contas públicas e privadas e uma nova mentalidade económica.

Este livro, com um desenho gráfico excelente, que só peca pela apressada revisão a que teve direito (esperemos que nas 2ª e próximas edições, gralhas e gráficos sejam corrigidos), é frontal e coloca-nos a todos no centro dos problemas, evitando a demagogia das oposições felizes e das culpabilizações fáceis. Embora pudesse ter dedicado um pequeno capítulo ao contexto global da presente crise sistémica, tal como fez com a brilhante síntese sobre Portugal e o Euro, a verdade é que a descrição das causas endógenas da dramática situação em que nos encontramos é tão certeira quanto as medidas que propõe para estancar a hemorragia e preparar o país para uma nova era de equilíbrio e alguma prosperidade.

“... em 36 anos (...) Portugal pediu ajuda externa três vezes. A primeira em 1978, a segunda em 1983 e a terceira em 2011. Nos três casos, as razões que nos levaram a pedir ajuda para não cair na bancarrota, foram praticamente as mesmas (...). Se as razões para o resgate foram praticamente as mesmas, a pergunta que se impõe é: por que razão não aprendemos com os erros?” (CL, op.cit. p. 58)

A minha resposta a esta pergunta foi dada num texto sobre o fim do império português, que começou a ser criado em 1415 e que terminará de vez, no sentido do entendimento coletivo da nossa história, em 2015, ou seja, seiscentos anos depois. Curiosamente, a China esteve mergulhada num grande isolamento durante todo este mesmo tempo, prevendo-se que recupere o seu protagonismo pleno, precisamente, em 2015 (1).

Mas a pergunta de Camilo Lourenço não deixa de nos interpelar a todos, e sobretudo aqueles que tendo sabido transformar o golpe militar de 25 de Abril de 1974 numa revolução democrática, não souberam depois construir uma verdadeira democracia económica, política e cultural.

“... o facto de não haver propostas políticas de mudança da situação actual não nos deve impedir a nós, sociedade civil, de pensar alto sobre o problema. Ou seja, devemos ser nós a apontar que aspectos é necessário mudar para termos, na segunda década deste século, um crescimento semelhante ao da segunda metade da década de 80 e inícios da de 90. Por onde começar então? Não tenho dúvidas em apontar o dedo a um sector: o Estado.” (CL, op.cit. p. 61)

Não estamos isolados, e por isso Camilo Lourenço propõe que

“Os países do centro da Europa, com destaque para a Alemanha, deviam pensar num plano global de reconversão das economias do Sul. Isto é, além dos programas de ajustamento que estão a ser aplicados em Portugal e Grécia, devia haver um programa de reestruturação das economias do sun belt” (CL, op.cit. p. 131)

E no que toca ao trabalho de casa, depois de, nas suas palavras, termos realizado mais reformas estruturais nos últimos dezasseis meses do que nos últimos vinte anos —flexibilização da legislação laboral, lei do arrendamento mais equilibrada e regras de licenciamento amigas da atividade económica—, defende linhas de ação claras para mudar as mentalidades e o país:

1—Modernizar uma Administração Pública obsoleta; 2—Simplificar o Sistema Fiscal e a Administração Tributária; 3—Acabar com a gratuidade da Educação e da Saúde; 4—Combater a Justiça cara e de fraca qualidade; 5—Acabar com o concubinato Estado-empresas; 6—Reduzir o excesso de dívida nas empresas; 7—Fazer das exportações o motor do crescimento; 8—Considerar a produtividade como a verdadeira medida da riqueza; 9—Aumentar imperativamente a competitividade da nossa economia; 10—Potenciar o nosso relacionamento com África e, finalmente, para possibilitar tudo isto, 11) Reformar a geração de Abril!

Como ele próprio escreve, naquele estilo metafórico bem anglo-saxónico,

“Portugal tem três motores que fazem crescer a sua economia: o consumo (público e privado), o investimento e as exportações. Destes três, dois pararam em pleno voo. E não há combustível para os voltar a pôr a trabalhar. Resta o terceiro, as exportações, que não se têm portado nada mal nos últimos anos.” (CL, op.cit. p. 241)

Mais claro, quase sempre certeiro, e menos provocatório, não podia ser.

Depois do diagnóstico, a terapia, ou seja aquele óleo de fígado de bacalhau que ninguém quer tomar, ou melhor, que a maioria da população, e sobretudo dos eleitores, está disposta a engolir, tem engolido, e não quer deixar de engolir agora, para não ter que engolir uma dose de cavalo mais tarde, mas que os devoristas do regime, de Mário Soares a Otelo Saraiva de Carvalho, passando pelo estalinista serôdio Arménio Carlos, e o antigo devoto salazarista, Diogo Freitas do Amaral, afastam como o demónio foge da cruz!

As estatísticas publicadas neste livro sobre a pandilha da Justiça são o cutelo que deveria cortar este mal corportativo pela raiz. Acontece, porém, que como tenho vindo a defender, sem uma nova assembleia constituinte que escreva outra Constituição, dificilmente se conseguirá desatar o concubinato corporativo plasmado no ridículo compêndio constitucional que temos —mil vezes ultrapassado, à direita e à esquerda, mas que serve sempre, nas alturas próprias, para defender as posições da corja devorista. Nada mais ridículo no regime partidocrata e demo-populista que temos do que a circunstância de o PCP ser ser sempre o maior detrator das revisões constitucionais por vir, e o maior defensor da Constituição que está. Isto diz tudo sobre a hipocrisia e corrupção que levaram a democracia portuguesa, por três vezes em três década sucessivas, à bancarrota.

Camilo Lourenço defende um pacto de regime entre o PS, o PSD e o CDS-PP para vencer os enormes desafios criados pelas sucessivas deformações que a democracia portuguesa foi acumulando desde que foi instaurada. Acredito que na emergência que se aproxima (o peso do serviço da dívida em 2013, 2014 e 2015 —19, 18 e 16,6 mil milhões e euros— será dificilmente suportável) quem estiver em Belém acabe por exigir dos partidos do chamado arco da governação (na realidade apenas têm desgovernado) um pacto, ou até, um governo patriótico de salvação nacional. Mas duvido que chegue, ou que não prenuncie até o esgotamento intransponível do regime e a necessidade imperiosa da sua mudança imediata.

O mais tardar em 2015 a sociedade civil terá que estar preparada, do ponto de vista cognitivo e psicológico, para impor uma Nova Constituinte que escreva uma Nova Constituição. E não serão apenas os partidos existentes que serão chamados a este desafio. Toda a sociedade civil será convocada!

NOTAS
  1. Leia-se a este propósito este post, e este.


segunda-feira, junho 18, 2012

Sexy economics

Lauren Lyster: ninguém faz da economia um tema irresistível, como ela.

Can economics be a sexy entertainment? Yes it can! With Lauren Lyster. Absolutely smart and irresistible ;)

Uma excelente entrevista a Steve Keen sobre "blood banks", governos zombies e a sua proposta para um "modern debt Jubilee"— através do qual se deixaria de resgatar os bancos à custa da miséria dos demais (nomeadamente através da austeridade indiscriminada e do terrorismo fiscal), e se passaria a resgatar os devedores honestos, protegendo os seus ativos e suportando os custos da reestruturação das suas dívidas. Keens não é contra os bancos, considera-os, aliás, essenciais a qualquer economia capitalista. Mas é contra os piratas que tomaram conta do sistema, e a sua artilharia erudita e sibilina encontra-se publicada no seu magnífico blogue: Debtwatch.

A visão de um economista australiano, pós Keynesiano, como a si mesmo se vê, feroz opositor da teoria neoclássica e dos marxistas mas que, como a maioria dos economistas, tem talvez o defeito de pensar que a economia é um sistema acima da realidade, seja esta a que se manifesta nos limites reais dos recursos disponíveis, a demografia ou a que decorre das deslocações tectónicas do poder e riqueza das nações. A minha divergência com Steve Keen é, no entanto, pontual e simples de entender: sem corrigir a interpretação letal de Keynes que permitiu aos bancos, governos, empresas e pessoas endividarem-se alegremente ao longo dos últimos vinte ou trinta anos, como se o mundo fosse um poço de ouro sem fundo, não haverá nenhum automatismo que faça regressar o sistema financeiro a um novo patamar de estabilidade razoavelmente duradouro.




Certamente estimulado pela presente crise mundial, Steve Keen tem vindo a modelizar uma teoria sobre a instabilidade financeira desenvolvida pelo Keynesiano crítico que foi Hyman Minsky. O devoto keynesiano Paul Krugman não terá outra alternativa que não seja estudá-lo, para melhor defender a sua cada vez mais ameaçada Nobel dama!
Most of Steve Keen's recent work focuses on modeling Hyman Minsky's financial instability hypothesis and Irving Fisher's debt deflation. The hypothesis predicts that an overly large debt to GDP ratio can cause deflation and depression. Here, the falling of the price level results in a continually rising real quantity of outstanding debt. Moreover, the continued deleveraging of outstanding debts increases the rate of deflation. Thus, debt and deflation act on and react to one another, resulting in a debt-deflation spiral. The outcome is a depression. Steve Keen argues that the current global economic crisis is the result of too much debt — in Wikipedia.
E já que estamos a escrever sobre piratas e banksters aqui fica a desconstrução realizada por Lauren Lyster da audição de Jamie Dimon no Senado americano a propósito do grande JPMorgan, que perdeu de repente DOIS MIL MILHÕES DE USD e cuja exposição aos contratos de derivados equivale ao PIB mundial!

As our guest Heidi N. Moore puts it, “the mafia has better disclosure than the banking industry.” Sadly, this type of scrutiny was not applied to Jamie Dimon today. Instead, we saw lawmakers who have JP Morgan to thank as a major contributor asking Dimon how they should better regulate JP Morgan! Plus we wonder if Banker Bonus Arbitrage is upon us, when “toxic” assets unloaded on bankers turn out to be the gift that keeps on giving. We discuss a Reuters report that raised a few eyebrows around the CA studio. Demetri and Lauren give you their take in Loose Change.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Portugal 140

Precisamos de refazer a economia interna!

Urinol seco da Waterless
Urinol seco da Waterless

By the end of 2010, most... Western countries will have to significantly raise taxes in order to avoid public finance from going bankrupt. All present speeches and projects about stabilizing or lowering taxes will last what can last unkeepable promises suggested by political cowardice and/or blind ideology: very little time. Instead of that, the State will be back in people’s pockets.

... If companies cannot provide the money that the State needs, then the State will get it into the consumer’s pocket. No ideology there, just a « cold monsters’ » survival reflex. — in Global European Anticipation Bulletin (November)

Com crescimento zero e desemprego a caminhar para os 15% ou 20%, deixará de haver dinheiro para financiar o Estado. Se este persistir na via do terrorismo fiscal (ao som da pandeireta do Bloco de Esquerda), mais empresas fecharão a porta e a bancarrota de Portugal será uma questão de anos — poucos!

O INE acabou de publicar os dados do desemprego relativos ao 3º Trimestre de 2009. E esses dados mostram que a situação é pior do que aquela que o governo e os seus defensores pretendem fazer crer, e que as medidas tomadas pelo governo são claramente insuficientes,

No 3º Trimestre de 2009, o desemprego oficial atingia 547,7 mil portugueses. Mas o desemprego oficial não inclui a totalidade dos desempregados. No número oficial de desemprego, não estão incluídos aqueles, que embora na situação de desemprego, não procuraram emprego no mês em que foi feito o inquérito, por estarem, por ex., desencorajados. E também não estão considerados no número oficial de desempregados, todos os desempregados que, para sobreviveram, fizeram um pequeno “biscate”, por ex. de uma hora. Se somarmos ao desemprego oficial os desempregado que não são considerados no cálculo do número oficial de desempregados, obtemos para o 3º Trimestre de 2009, 696,9 mil desempregados e uma taxa efectiva de desemprego de 12,3% ( a taxa oficial é apenas 9,8%, embora na região Norte a taxa oficial seja 11,6%, em Lisboa e Algarve 10,3%, no Alentejo 10,2%), portanto os valores do desemprego efectivo são bastante superiores aos números oficiais de desemprego que são divulgados pelos media. No fim do 3º Trimestre de 2009, o numero de desempregados a receber o subsidio de desemprego era apenas de 350,8 mil, o que correspondia somente a 64,1% do numero oficial de desempregados, e somente a 50,3% do numero efectivo de desempregados. Isto significa que entre 196,9 mil e 346,1 mil desempregados não recebiam subsídio de desemprego. E daqueles 350,8 mil que estavam a receber o subsídio de desemprego, 112 mil recebiam o subsidio social de desemprego, cujo valor é inferior ao limiar de pobreza (354€ por mês – 14 meses). A medida anunciada pelo 1º ministro na Assembleia da República de redução do prazo de garantia vai apenas permitir a mais 10.000 desempregados receberem subsidio de desemprego. É uma medida claramente insuficiente face à gravidade e à dimensão da situação. É urgente adaptar a lei do subsidio de desemprego à actual situação, o que o governo se tem recusado a fazer. — Eugénio Rosa.

As pessoas não podem aumentar os níveis de consumo porque não conseguem emprego (mesmo as mais qualificadas), ou porque estão desempregadas, ou porque estão ameaçadas de desemprego ou simplesmente sujeitas à congelação ou ameaça de congelação dos seus salários e das suas carreiras profissionais.

As empresas independentes, por sua vez, não podem retomar o investimento pois não vislumbram onde possa estar a procura (a interna debilita-se a passos largos por via do desemprego estrutural e do endividamento geral do Estado e das populações, e a externa deteriora-se pela deterioração global dos termos de troca, cada vez mais desfavoráveis ao endividado e improdutivo Ocidente) e, por outro lado, não encontram quem lhes empreste dinheiro se não a preços usurários (1).

Só os bancos e empresas agarrados ao Estado (entre nós, Mota-Engil, Teixeira Duarte, EDP, BCP, BES, etc.) têm sido, até ver, incessantemente alimentados por uma liquidez especulativa, criada irresponsavelmente por Estados e Uniões de Estados endividados, que através dos respectivos bancos centrais emitem moeda puramente virtual de forma suicida.

No meio de toda esta loucura o capital especulativo aproveita todas as oportunidades, por efémeras que sejam, para drenar ainda mais a pouca seiva genuína da economia para o buraco negro dos derivados e para os criminosos paraísos fiscais que continuam alegremente sugando a poupança mundial.

Estreitando ainda mais o beco sem saída da economia ocidental —desindustrializada, viciada na ideologia e na falsa economia do consumo, especulativa, endividada— temos tido, desde 2008, uma grande depressão e deflação.

Mas no ar paira já o espectro de uma nova vaga de inflação (a começar pelos preços da energia e das principais matérias primas... a que se seguirão os alimentos básicos) e do vampirismo fiscal das cada vez mais autoritárias e burocráticas democracias ocidentais!

Uma tendência que o proteccionismo em ascensão, apesar de dissimulado pelas agências de comunicação, agravará muito para além da nossa imaginação!


Post scriptum
— Não resisto a publicar o que escrevi ao Parlamento pouco depois desta postagem... com mais uma medida drástica, entretanto acrescentada, cuja inspiração vem da esforçada Holanda e de Singapura (ler notícia da AP): abandonar o IA e impor uma imposto s/ Km percorridos!

Caros partidos,

Power utilities maximize profits by spending as much as possible on expansion of supply even though energy saving could much more efficiently accomplish the same result. -- Thomas R. Blakeslee.

Há coisas em que podem estar tranquilamente de acordo! Uma delas é a EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:

Se estudarem bem a coisa, verão k é o maior, mais imediato e factível cluster para a actual economia portuguesa, muito mais reprodutivo e manejável por uma pequena economia como a nossa do que o desenvolvimento tecnológico endógeno de novas fontes e tecnologias energéticas.

A primeira aposta, depois de parar com a maioria das barragens previstas, é criar um regime que beneficie concretamente os produtores e distribuidores de energia em função da sua eficiência e sustentabilidade.

A segunda aposta a tomar é suspender imediatamente a lei sobre o uso obrigatório ar condicionado em edifícios públicos, adequando-a em menos de 3 meses a novos padrões de eficiência energética.

A terceira aposta é desenvolver um vasto programa de investigação e desenvolvimento para a melhoria da eficiência energética no sector da produção de máquinas, motores e equipamentos industriais domésticos.

A quarta aposta é lançar um programa nacional de uso eficiente da água na agricultura, com lançamento duma ambiciosa plataforma colaborativa entre universidades, empresas de criatividade e os próprios agricultores.

A quinta aposta é reformular radicalmente os regulamentos de edificações urbanas tendo por objectivo uma poupança energética na ordem dos 30%, reforma esta necessariamente associada a um programa de apoios, incentivos e investigação em todo o vasto sector de construção e obras públicas.

A sexta aposta é adoptar até 2012 a recente decisão holandesa de acabar com o IA e o Imposto de Circulação calculado por cilindrada, substituindo-os por um Imposto de Circulação Progressivo — quanto mais quilómetros percorridos, mais pesado o imposto! Esta medida, no âmbito do paradigma "utilizador-pagador", deveria ainda ser complementada por um sistema de taxas variáveis em função do congestionamento urbano das cidades com mais de 100 mil habitantes, e preços de garagem igualmente indexados aos nível de congestionamento automóvel nas cidades.

Nada disto, porém, poderá ir para a frente sem previamente a AR criar uma verdadeira task force para este efeito, com grande capacidade de acção e adequadas ferramentas conceptuais de mediação interna e externa.

Coragem!

OAM

NOTAS
  1. Os juros de mora cobrados pelos bancos (que obtêm dinheiro nos bancos centrais praticamente de borla), nas contas a descoberto, nas letras e nos créditos acima dos plafonds negociados dos cartões de crédito, sobem hoje a mais 11%, e mesmo a mais de 30% ! É por esta razão que os lucros bancários não param de crescer !!


OAM 652 19-11-2009 12:41 (última actualização: 22-11-2009 15:14)

quarta-feira, agosto 13, 2008

Crise Global 18

Recessão mundial já começou

Ou seja, os governos de quase todo o mundo vão ter que rever os seus planos de investimento e obras públicas, muito para além do que temiam.

Se descontarmos a contabilidade criativa que abunda nas estatísticas políticas oficiais de boa parte dos países, nomeadamente Portugal, a recente revisão em baixa do nosso crescimento para 0,5% é uma anedota típica de Verão. Estamos em recessão, ponto final!

Leia-se o que Nouriel Roubini acaba de escrever sobre o assunto:

The Perfect Storm of a Global Recession

There is now an increasing probability that the global economy - not just the US - will experience a serious and protracted recession. Macro developments in the last few weeks suggest that now all of the G7 economies (the group of the major advanced economies including US, UK, Japan, Germany, France, Italy and Canada) are already in a recession or close to tipping into one. Other advanced economies or emerging markets (the rest of the Eurozone including Spain. Ireland and the other Euro members; New Zealand, Iceland, Estonia, Latvia and some other South-East Europe economies) are also on the tip of a recessionary hard landing.

And once this group of twenty plus economies enters into a recession there will be a sharp growth slowdown in the BRICs (Brazil, Russia, India and China) and other emerging market economies. The IMF defines a global recession as a global growth rate below 2.5% as emerging market economies usually grow much faster (6%) than advanced economies where growth averages about 2%. For example, a country like China - that even with a growth rate of 10% plus has officially thousands of riots and protests a year - needs to move 15 million poor rural farmers to the modern urban industrial sector with higher wages every year just to maintain the legitimacy of its regime; so for China a growth rate of 6% would be equivalent to a recessionary hard landing. It now looks like that, by the end of this year or early 2009, the global economy will enter a recession. -- in Nouriel Roubini's Global EconoMonitor.

As fabulações de José Sócrates e do dromedário das obras públicas sobre novas auto-estradas que já custam 40% mais do que o governo estimou (antes de haver um único risco, uma única conta de merceeiro e qualquer candidato), aeroportos intercontinentais rodeados de cidades aeroportuárias (capitaneados pelo grande vice-Rei do aeromoscas de Beja), pontes lunáticas entre o Barreiro e Chelas, e TGVs a desembarcar na Gare do Oriente depois de arrasar meia zona oriental da capital, bem terão que esperar por melhores dias, como creio que tive a oportunidade de avisar há três anos atrás!

OAM 416 13-08-2008 02:53

sexta-feira, agosto 08, 2008

Curso de Verão - Economia

Chris Martenson
um dia para conhecer a economia actual


Tudo o que você precisa de saber sobre economia sem frequentar a universidade, num extraordinário curso online, da autoria do cientista especializado em finanças e estratégias de sobrevivência, que é ao mesmo tempo, a par de Elaine Meinel Supkis e de Immanuel Wallerstein, um dos mais notáveis analistas (news services) norte-americanos da actualidade: Chris Martenson.

Para entender a complexidade e os desafios da actualidade, Chris Martenson propõe um modelo analítico a que chama de "Três E"":
  1. Economia
    • crescimento exponencial do dinheiro
    • colapso de uma bolha financeira
    • demografia
  2. Energia
    • Pico petrolífero
  3. Ambiente (Environment)
    • Alterações climáticas
    • Produção alimentar
Para já, foram publicadas 16 lições. A não perder (apenas em inglês).
Chris Martenson é autor do já famoso livro The End of Money and the Struggle for Finantial Privacy.

OAM 409 08-08-2008 11:17

terça-feira, outubro 16, 2007

Nobel 2007

Os grandes especuladores são os verdadeiros hackers da economia mundial.


October 15, 2007. I have rather annoyed feelings about this prize. Aside from not getting it myself. For example, when I figured out the 'carry trade', no one ever talked about what it really was and suddenly, everyone was talking about it in public. Namely, it was kept secret like so many other tools used in the money magician's kits. Also, I was one of the first people to explain to the Chinese, how to be a true capitalist. Namely, I taught them about Sovereign Wealth. For that alone, I deserve a prize. Or to be shot, heh.

(...)

Back to math and magic money: the Nobel Prize winners are part of the machinery which is totally out of control. Computers have sped up the wealth-creation process but they also threaten the system because of speed of movement of magic creation mechanisms. Right now, for example, the media and the magicians are all pretending there is no liquidity suddenly. It 'froze up.' But it didn't freeze up at all, it stopped flowing into one set of investment schemes and suddenly began to flow elsewhere as we see in China or Arab oil nations. It is flowing to raw materials like the oil in Russia.

Language remains the key tool for money making spells. This is why they have to also use false words and conjure up false images to fool people while they manipulate things to get rid of old magic tools while not losing so much money as they drop these tools. It is a game of hot money running from hot potatoes. Right now, they want to dump all the money needed for loans to businesses in the US/EU/UK empire so they can use their loot to chase down profits in the raw materials markets like gold, oil and food. Then the key profit item is to move all this loot back into safe royal pirate coves! -- Elaine M. Supkis in No Nobel Economics Prize For Me.

OAM 262, 15-10-2007, 23:45