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terça-feira, maio 21, 2019

Afinal de quem são os quadros?

Joe Berardo, 2019
Montagem, autor desconhecido

Os bancos são os últimos a poderem reclamar as obras da coleção Berardo


O Estado só tem que esperar... pois, tanto quanto sei, Joe Berardo não poderá vender nenhuma das obras de arte que fazem parte do acervo da coleção Berardo, nem o seu conjunto, propriedade da Fundação Berardo. Se o pobre milionário pretender vender a coleção a terceiros, o Estado exercerá o direito de opção, independentemente do valor eventual de uma qualquer oferta de compra, cujo montante poderá nunca ser aceite pelo Estado, e arrastar-se nos tribunais durante décadas. Entretanto, o Estado irá atrás de todas as ilegalidads e irregularidades da teia Berardo, podendo mesmo fazer duas coisas: resolver o contrato com o CCB e terminar a exposição pública das obras (é chato, mas lá terá que ser...), bem como declarar o acervo da Fundação Berardo património cultural inalienável. Poderá ainda retirar todas as regalias institucionais e rendas públicas às fundações e IPSS do comendador, com bons argumentos! Outro ponto importante diz respeito aos credores bancários (Caixa, etc.). Mas aqui, não é Joe Berardo que deve responder, mas os políticos do PS que promoveram a ruinosa PPP Berardo, na tentativa de ajudar a financiar o assalto ao BCP.

quinta-feira, janeiro 31, 2019

A caixa negra de um resgate

Caixa Geral de Depósitos (CGD) (3779646223)

Propaganda não é prosperidade, nem paga dívidas


Resgate a Portugal foi o terceiro maior de sempre na história do FMI 
O Jornal Económico. Mariana Bandeira, 03 Janeiro 2019, 14:09 
O resgate financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Portugal foi o terceiro maior da história da instituição liderada por Christine Lagarde. O ranking das maiores injeções de capital do fundo é encabeçado pela Argentina e pela Grécia.

A venda de ouro português foi uma prática sistemática desde o fim da ditadura. Foi, aliás, esta venda que financiou, em primeiro lugar, os novos direitos sociais do Portugal democrático.

Tal delapidação só parou em 2010, quando o Banco Central Europeu proibiu o governo português de mexer nas 382,5 toneladas que ainda restam das 801,5 toneladas existentes em 1974 (Wikipédia).

Estas reservas são, pois, uma espécie de colateral dos 51,7 mil milhões de euros emprestados pelo BCE e pela UE, para evitar a bancarrota do país cor-de-rosa que temos.

Continuamos, ao fim de três anos de propaganda governamental e partidária responsável por uma divisão social e cultural crescente entre os portugueses, no top dos devedores mundiais:
  • quase 250 mil milhões de euros de dívida pública bruta (a líquida andará pelos 225 mM€) 
  • mais de 700 mil milhões de euros de dívida total. 
Existem mais ou menos dez milhões de contas bancárias em Portugal. Mas total do dinheiro depositado nos bancos não vai além dos 140 mil milhões de euros, ou seja, pouco mais de metade da dívida do Estado e das suas sinecuras.

Por outro lado, menos de 200 mil portugueses têm depósitos superiores a 100 mil euros.

É por estas e por outras que a recente decisão, do PS, PCP e Bloco, de forçar os bancos a comunicar ao fisco as contas com mais de 50 mil euros, se parece com a preparação para uma nova crise financeira indígena. Quando? Quando batermos outra vez à porta do FMI e do BCE, porventura na iminência de uma nova bancarrota nacional. O governo pretende, pois, saber em que bancos e contas estarão os montantes de depósitos e obrigações potencialmente sujeitos a perdas por efeito de um bail-in (resgate interno) em caso de nova crise bancária acompanhada de falência de bancos. A preocupação anunciada com fugas ao fisco não passa de uma cortina de fumo.

A crescente agitação sindical é um sinal claro de que a reversão da austeridade não aconteceu, e que o governo, aflito, se prepara para novas emergências. E você, já se preparou?

O grande buraco da Caixa tem uma cor dominante: a cor da rosa. Parece assim evidente que Geringonça rosa-e-vermelha tudo fará para esterilizar o novo inquérito e os possíveis processos judiciais que entretanto surjam à superficie. Basta investigar Joe Berardo e o que levou Elisa Ferreira (e Francisco Louçã...) para o Banco de Portugal, para que mais este esclarecedor artigo de Helena Garrido abra uma nova e mais negra Caixa de Pandora.
Se os deputados quiserem, haverá culpados na CGD 
Helena Garrido. Observador, 31/1/2019, 7:44 

Com a informação disponível neste momento já é possível concluir que o período que gerou mais perdas para a CGD foi o que vai de 2005 a 2007, quando Carlos Santos Ferreira era presidente do banco e Armando Vara e Francisco Bandeira faziam parte da sua equipa. No relatório e contas de 2016 conclui-se que 39,5% das perdas apuradas nesse ano (imparidades) vieram de financiamentos concedidos entre 2005 e 2007. 
É nesse período que se inicia o processo da Artlant com a espanhola La Seda; é nesses anos que se financia Vale do Lobo; é nesses anos que se concedem empréstimos que envolvem indirectamente a CGD na guerra pelo controlo do BCP e é nesse tempo que se dá crédito para controlar a Cimpor. Quando Carlos Santos Ferreira passa para o BCP, a administração seguinte da CGD, liderada por Fernando Faria de Oliveira e que vai até 2010, gera igualmente perdas significativas (23,6% dos 5,6 mil milhões de euros de perdas apuradas em 2016), mas já estamos perante erros por omissão, por não decidir acabar com alguns projectos.
Joana Amaral Dias: “A Caixa é um poço sem fundo” 
Jornal i, 01/02/2019 12:09 
Injetámos mais ou menos 20 mil milhões de euros na banca nos últimos dez anos; destes, seis mil milhões de euros foram para a Caixa. Recordo que, em 2012, a Caixa não fez parte do escrutínio da troika e logo nesse ano foram injetados pelo governo de Pedro Passos Coelho 1,5 mil milhões de euros sem qualquer auditoria. Agora não há imparidades no banco? Vão justificar esses 6 mil milhões como? E esta auditoria da EY é de 2000 a 2015 porque é óbvio que antes de 2000 exatamente a mesma promiscuidade se passou na Caixa Geral de Depósitos, não há dúvidas. Teve momentos melhores, teve momentos piores, talvez este momento tenha sido pior, sobretudo depois de 2005, mas isso não foi um vírus ou um bug do milénio. A Caixa sempre foi este poço sem fundo, serviu como braço forte do poder político para basicamente comprar aliados, para arquitetar uma perigosa rede clientelar que contribui para que Portugal seja campeão da corrupção.

Atualizado em 02/02/2019, 16:08 WET

quinta-feira, março 23, 2017

É o Diabo!



Caixa paga 10,75% pela dívida perpétua emitida!


Com esta remuneração, todos gostaríamos de ter um bocadinho da Caixa Geral de Depósitos, mesmo sabendo que o casamento seria indissolúvel. Deixar lá 100 mil euros até à eternidade e receber mensalmente 895 euros até que o nosso último trisneto se esquecesse que era um dos capitalistas da Caixa, quem é que rejeitaria tal perspetiva? O nosso investimento, em vez de obter uma rentabilidade negativa, ou seja, em vez de diminuir a cada dia que passa, como hoje sucede, estaria a engordar a 10,75% ao ano, numa era longa de crescimento efetivo abaixo dos 2%, juros assimétricos, e inflação escondida. É claro que as coisas não serão assim tão lineares, mas o que resulta evidente desta desmesurada rentabilidade prometida pela Caixa aos investidores institucionais é a extrema fragilidade, ou mesmo quase insolvência, em que o banco público se encontra. A confiança na sua viabilidade é tão baixa, tão baixa, tão baixa, que os tomadores da dita dívida exigem mais do dobro do que o país paga pela dívida pública a 10 anos, e quase 26x mais do que os mesmos investidores ganham com a dívida alemã a 10 anos (0,414% no dia de hoje). Vale o risco!

Esta operação terá curiosamente lugar num dos paraísos fiscais da União Europeia: o Luxemburgo. Ouviram o Bloco, ou o PCP, piar?

No mesmo dia em que somos surpreendidos com mais este escândalo financeiro que o governo e os média se encarregarão de cobrir com creme pasteleiro, o IGCP anuncia aos indígenas uma remuneração de 1,708% (1,90% + a negativa Euribor a 6 meses) para as suas famosas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), a lançar na próxima semana. Ou seja, menos 6x do que o bodo aos ricos da Caixa.

Em suma, sem a mão do BCE por baixo, já vimos o que valem as promissórias indígenas. Nada, ou quase nada. E, portanto, assim que o BCE fechar a bica do Quantitative Easing (na versão LTRO e TLTRO), Portugal entrará de novo numa zona de elevado risco. O risco de um novo resgate!

Teodora avisou, Schäuble avisou, o BCE quer multar Portugal, e o maior e um dos maiores fundos de investimento em dívida soberana, linchados pelo Banco de Portugal ao verem as suas compras de títulos do BES reduzidos a lixo, disseram que os elevados juros pagos por Portugal são o resultado da falta de confiança dos mercados nos nossos governantes e governadores...

Ou seja, o Diabo pode mesmo estar ao virar da esquina. Basta que o barril de petróleo suba para valores próximos dos 75-80 dólares (por enquanto continua a cair), ou que os juros americanos e europeus respondam à inflação emergente com uma subida consistente das taxas, para que o baralho de cartas da Geringonça se precipite para umas eleições antecipadas. Marcelo Rebelo de Sousa não tem sangue frio para aguentar uma pressão a sério.


POST SCRIPTUM

Um dia depois deste post, Mariana Mortágua veio contestar o mérito da operação da Caixa, reconhecendo que a mesma “põe em causa o balanço” do banco público. Pois põe! É que a pipa de massa a pagar em juros dificultará e muito o regresso do mesmo aos lucros. É caso para dizer que o que o Banco de Portugal roubou aos edge funds que foram convencidos a meter dinheiro no buraco negro do BES vai agora devolver pela mão estendida da Caixa, ou seja, farinha do mesmo saco que o sistema financeiro obrigará, uma vez mais, o pobre contribuinte a pagar. Chama-se a isto austeridade de esquerda, e não devolução de direitos, ou de rendimentos, como propagandeia a Geringonça.

Bloco defende que nova emissão de dívida da Caixa deve ser travada
Marta Moitinho Oliveira martaoliveira@negocios.pt
Negócios, 24 de março de 2017 às 12:26 
O Bloco de Esquerda defende que a emissão de dívida que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) realizou esta quinta-feira, no valor de 500 milhões de euros, põe em causa o balanço do banco e aconteceu por imposição da Comissão Europeia, que teve de aprovar o plano de recapitalização da Caixa. O partido liderado por Catarina Martins quer que o banco público já não faça a segunda emissão, de 430 milhões de euros, que tem de ser feita nos próximos 18 meses. 
“A recapitalização [do banco público] não pode ser feita à custa do equilíbrio financeiro da Caixa”, disse a deputada Mariana Mortágua, aos jornalistas, no Parlamento.


REFERÊNCIAS

"Hedge funds" ficaram com mais de 40% das obrigações da Caixa

Nuno Carregueiro nc@negocios.pt
Negócios, 23 de março de 2017 às 20:31

A Caixa Geral de Depósitos concluiu esta quinta-feira a emissão de 500 milhões de euros em dívida subordinada que conta como capital (AT1), numa emissão que constou com uma forte participação de "hedge funds".

De acordo com um comunicado do banco do Estado colocado na CMVM, os títulos de dívida foram subscritos por mais de 160 investidores, com as ordens a totalizarem mais de 2 mil milhões de euros, o que superou em mais de quatro vezes o montante da emissão, de 500 milhões de euros.

A Caixa revelou também a distribuição da colocação dos títulos, quer por tipo de investidores, quer por geografia. As gestoras de activos ficaram com praticamente metade dos títulos, sendo que os "hedge funds" compraram 41%. Uma distribuição explicada pelo risco elevado dos títulos colocados, que atraem os investidores mais propensos ao risco, como é o caso dos "hedge funds".

Os investidores do Reino Unido compraram mais de metade dos títulos (59%), sendo que os portugueses ficaram apenas com 14%.


Caixa paga 10,75% pela emissão de dívida perpétua
André Veríssimo averissimo@negocios.pt | Rui Barroso ruibarroso@negocios.pt
Negócios, 23 de março de 2017 às 13:08

O banco liderado por Paulo Macedo fechou a taxa final para emitir dívida subordinada que conta como capital (AT1). Para convencer os investidores a apostar nestes títulos perpétuos, a Caixa Geral de Depósitos vai pagar 10,75%, segundo dados avançados pela Bloomberg. O valor indicado inicial era de entre 11% e 11,5%. No entanto, o juro elevado atraiu um nível e procura que triplica o montante em oferta. A liquidação da operação está prevista para 30 de Março.


IGCP lança nova emissão de Obrigações do Tesouro na próxima semana
Agência Lusa/ Observador, 23/3/2017, 11:13

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai emitir a partir da próxima semana uma nova série de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), com um montante indicativo de 500 milhões de euros. De acordo com o aviso do IGCP, publicado na quarta-feira em Diário da República, este montante poderá ser aumentado, por opção do emitente, até ao dia 31 de março de 2017, inclusive.

De acordo com uma nota publicada no ‘site’ do IGCP, as OTRV serão colocadas através de oferta pública de subscrição dirigida ao público em geral a decorrer entre o dia 27 de março e 7 de abril 2017, com pagamento de juros, semestral e postecipadamente, em 12 de abril e 12 de outubro de cada ano, calculados a uma taxa de juro variável e igual à Euribor 6 meses acrescida de 1,90%, ocorrendo o reembolso do capital em 12 de abril de 2022.


Grandes investidores internacionais fazem aviso a Portugal
Elisabete Tavares
Expresso, 22.03.2017 às 13h42

O grupo de grandes investidores a nível mundial que sofreu perdas com obrigações do Novo Banco alerta que o país continua a ser penalizado pela decisão do Banco de Portugal, e refere que um acordo seria benéfico para Portugal.

Este grupo, liderado pela BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, e pela PIMCO, uma das maiores investidoras em títulos de dívida, faz parte do conjunto de instituições que perdeu 2,2 mil milhões de euros com a transferência de cinco séries de obrigações do Novo Banco para o banco tóxico que sobrou do antigo BES.

O aviso surge numa altura em que a Caixa Geral de Depósitos procura angariar investidores para a sua emissão de obrigações perpétuas de 500 milhões de euros, no âmbito do projeto de capitalização do banco público.


Quase 500 bancos aproveitaram a última ronda de dinheiro grátis do BCE
Rui Barroso ruibarroso@negocios.pt
Negócios, 23 de março de 2017 às 12:41

Os bancos da Zona Euro acorreram em força à última operação de refinanciamento de prazo alargado direccionadas do BCE (TLTRO). Para estimular a concessão de crédito na Zona Euro, o banco central fez várias operações deste tipo, com juros de 0% ou mesmo negativos e um prazo de quatro anos, sendo que a cedência de liquidez desta quarta-feira é a última agendada.

Houve 474 bancos a participar na operação, segundo dados da Bloomberg e foram alocados 233,5 mil milhões de euros. O valor é bem superior aos 110 mil milhões de euros estimados pelos analistas, o que sinaliza que as entidades financeiras da Zona Euro quiseram aproveitar esta provável última oportunidade para assegurarem liquidez.


Dívida perpétua
Nota da Caixa Geral de Depósitos (PDF)


BCE quer ultimato a Portugal: mais reformas ou sanções
Rui Peres Jorge rpjorge@negocios.pt
Negócios, 20 de março de 2017 às 21:10

Portugal está há três anos com desequilíbrios macroeconómicos excessivos e não tem adoptado as medidas necessárias para os corrigir apesar de várias recomendações europeias, o que de acordo com as regras do Procedimento relativo de Desequilíbrios Macroeconómicos (PDM) deveria implicar uma multa de quase 190 milhões de euros (0,1% do PIB ao ano). Esta é a posição do BCE, avançada a 20 de Março, numa análise à avaliação realizada em Fevereiro pela Comissão Europeia aos desequilíbrios na UE, na qual o banco central repete críticas à mão leve que Bruxelas tem revelado na gestão deste mecanismo de coordenação, mostrando-se "especialmente surpreendido" com o comportamento de Portugal, cujo governo prometeu muito e fez pouco em 2016.

Atualização: 24 mar 2017, 16:39 WET

domingo, setembro 04, 2016

Do Bloco Central à Frente Popular Pós-Moderna

in Council on Foreign Relations, Geo-Graphics blog


A austeridade de esquerda pouco difere da austeridade de direita


1

Incêndios — os lesados da catástrofe natural beneficiam de um apoio governamental/comunitário de 4 milhões de euros. Mas o aluguer de dois Canadair, desde maio de 2015 até agosto deste ano, custou 5 milhões de euros (Expresso). Ou seja, os incêndios continuam a ser um bom negócio para todos menos para aqueles que veem a sua propriedade reduzida a cinzas.

Fundos comunitários desbloqueados até maio último: 200 milhões de euros. Vêm aí +400 milhões de euros. Total: 600 milhões de euros. Tudo é relativo quando falamos de milhões. O buraco negro da Caixa Geral de Depósitos somará em breve 6.700 milhões de euros, ou seja, quase 12x o investimento comunitário previsto para este ano.

Dívida Pública continua a crescer: 240,9 mil milhões de euros em julho de 2016. Por sua vez, a dívida líquida subiu 2300 milhões de euros em junho (YOY), nomeadamente para garantir o serviço da dívida em 2017, agravando assim as responsabilidades dos próximos governos e gerações.
(Económico, 01 Set 2016)

Restruturação da dívida pública? Mariana Mortágua diz que sim, mas não sabe como.
Que aconteceria à exposição do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social à divida pública portuguesa (75% dos seus ativos!), aos Certificados de Aforro e do Tesouro (+ de 20.000 milhões de euros) e à exposição bancária indígena ao 'papel comercial' do Estado (10% dos respetivos ativos) se houvesse uma restruturação da dívida portuguesa? Que percentagem da dívida seria renunciada em nome da restruturação? Quem definiria a senioridade dos créditos? A menos que houvesse um ato unilateral do Estado português, seria seguramente o BCE e o FMI (principais credores) a fazê-lo. Como pensa então Mariana Mortágua restruturar a dívida portuguesa, condição sine qua non, afirma, para retomar o investimento público e o crescimento? Qual a sua receita para não voltar a espoliar os já espoliados aforradores portugueses?

Bancos — Exposição dos bancos portugueses à dívida pública representa 10% dos respetivos ativos. Esta percentagem subiu a pique desde 2009 (ver gráfico).
Portugal Gaining on Italy in the Banking ‘Doom Loop’. CFR, August 11, 2016
The graphic also shows that Portugal’s doom loop metric has soared over the past two years. Portuguese banks have been gorging on Portuguese sovereign debt, taking it from 7 percent of total assets to 10 percent—the same level as Spain. If they continuing loading up at this pace, they will reach Italian levels by 2018. CFR
Negócios, 20/7/2015
Público 23/02/2015 - 13:05

Estado — administrações públicas, empresas públicas e PPP— não pode continuar a consumir mais de 50% do PIB

Impostos — Só 26% dos portugueses pagaram impostos em 2015, ainda por cima de forma muito desigual, nomeadamente devido ao labirinto das isenções, reduções e descontos, quer em sede fiscal, quer em rendas e consumos de transporte, energia, água e telecomunicações (uma sangria fiscal injusta).

Económico
O Insurgente

Crescimento — metade das previsões dos dois cenários do OE2016: 1,8% (0,9%) / 1,6% (0,8%)

Demografia: daqui a uma década e meia teremos menos 500 mil residentes; e em 2050 poderemos pouco mais de 8M.
(2030)
Portugal = -500 mil
Brasil, Angola e Moçambique = +47 milhões
África = +493 milhões

2

Apoio (público) à banca agravou dívida em 20 mil milhões de euros
O Banco de Portugal revelou esta quarta-feira pela primeira vez o impacto das medidas de apoio do sistema financeiro no défice e na dívida pública, entre 2007 e 2015. Em termos acumulados, os apoios agravaram o défice em 12,6 mil milhões de euros e a dívida em 20,6 mil milhões de euros.

Qual é a dimensão do buraco negro da Caixa? Próxima dos 6700 milhões de euros
Alienações desde 2010: mais de 1500 milhões de euros (Sede, Caixa Seguros, e Hospitais Privados de Portugal). Recapitalização estimada (Expresso): 5200 milhões de euros.
A fuga de depósitos do ex-BES e do Banif para a Caixa (algumas centenas de milhões de euros?) não chegou sequer para atrasar o desfecho dramático em curso.

Rescisões na CGD — 700 milhões de euros (ou mesmo 800 milhões de euros) para 2500 trabalhadores, ou seja, uma média de 280 a 320 mil euros por bancário
Sendo a Caixa um banco público, fica por explicar como se aplica o famoso critério da igualdade do Tribunal Constitucional. Qual é aqui o critério da indemnização por despedimento, ou extinção do posto de trabalho? Difere ou não do critério aplicado aos demais funcionários e trabalhadores das administrações e empresas públicas? E relativamente aos trabalhadores das empresas privadas que encerram portas, despedem, ou extinguem postos de trabalho, não há uma claríssima violação do princípio da igualdade?

Caixa Geral de Depósitos, um banco público? 
— onde está a lista de grandes devedores?
— onde está a avaliação dos decisores responsáveis pelo colapso da Caixa, salva in extremis pelo BCE?
— alguém interrogou os responsáveis pela ruinosa operação da Caixa em Espanha? Fernando Faria de Oliveira e Carlos Costa, atual governador do Banco de Portugal, devem ou não explicações ao país sobre isto?
— desde quando é que a Caixa empresta dinheiro às micro, pequenas e médias empresas? Vai passar a fazê-lo? Como?

3

Brasil— o rápido aburguesamento do PT, a corrupção, e o rebentamento da bolha petrolífera conduziram ao fim da presidência de Dilma Rousseff. Este fim do estado de inocência da esquerda brasileira terá profundas consequências na evolução do sistema partidário brasileiro. A dimensão da classe média deverá, espera-se, impedir uma nova deriva autoritária no país.

NOTAS

Fundos para recapitalização da Caixa apagam chumbo no teste de stresse do BCE

O teste de stresse do BCE detetou que a Caixa precisa de 2.000 milhões de euros de solidez adicional. Este valor vai ser mais do que compensado pelas medidas previstas no plano de capitalização do banco do Estado – ao todo, o plano de recapitalização ronda os 5.200 milhões de euros.
Expresso, 01.09.2016 às 7h202

A CGD vendeu o edifício da sua sede por 251,8 milhões de euros ao Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos

"No âmbito do contrato-promessa de venda ao Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos, seu imóvel sito na Av. João XXI, 63, sua sede social, celebrado a 30 de Setembro, foi estipulado um valor de venda de 251,8 milhões de euros", revelou a CGD em comunicado. 
Negócios, 04 Outubro 2010, 20:05

A CGD vendeu 80% da Caixa Seguros ao grupo Fosun por 1209 milhões de euros

O negócio, envolvendo um terço do mercado segurador português, foi de mil milhões de euros, mas o encaixe total ascende a quase 1209 milhões de euros, em resultado da distribuição prévia de dividendos de 208,9 milhões de euros.
Público, 09/01/2014 - 15:22

Hospitais da CGD vendidos por 85 milhões

Hospitais Privados de Portugal (HPP) do grupo CGD, foi vendido por 85,4 milhões de euros à Amil Participações SA.
Expresso, 19.11.2012 às 20h46

sábado, agosto 27, 2016

Que futuro para as frentes populares pós-modernas?

Francisco Louçã, líder trotsquista da IV Internacional

Francisco Louçã, um trotsquista pragmático?


Louçã saúda Governo por manter a Caixa pública 
PÚBLICO/LUSA 27/08/2016 - 18:16 (actualizado às 18:58) 
O antigo coordenador do BE, Francisco Louçã, elogiou este sábado o Governo por ter mantido a Caixa Geral de Depósitos 100% pública, acusando Banco Central Europeu e Comissão Europeia de estar ao serviço de interesses particulares, noticiou a Lusa.

Marx nunca defendeu bancos públicos (1). Pois estes são, obviamente, uma contradição nos termos. Lenine, sim. Mas este oportunista do marxismo teve uma missão precisa na Rússia do início do século XX: industrializar um estado continental secularmente despótico e imperial que continua essencialmente na mesma depois de Lenine, de Estaline e dos czares que se lhe seguiram e que modernizaram a Grande Rússia.

Doutro modo não se entenderia porque motivo a Europa e os Estados Unidos continuam a considerar a Rússia, e o seu novo czar, Putin, como inimigos.

Afinal, os estados da antiga União Soviética, incluindo a Rússia, deixaram formalmente de obedecer ao dogma comunista, não é verdade?

O comunismo soviético e o comunismo chinês (maoismo) são formas laicas de religião e servem, como todas as religiões, para cimentar o poder do Estado. Esta é aliás a causa da incapacidade dos farrapos da esquerda ocidental entenderem o papel do Islamismo na tentativa de criação de um novo império islâmico, ou seja, de refazer o Islão.

A visão retardada das esquerdas oriundas do leninismo, do trotsquismo e do estalinismo (2) sobre o fundamento ideológico das democracias ocidentais —colocando as 'vanguardas' burocráticas e partidárias à frente das maiorias demográficas reais e do princípio fundamental da liberdade de circulação de ideias, pessoas, capitais e bens— há-de condená-las infelizmente a mais um calvário, a mais um martírio intelectual e a mais um sacrifício orgânico.

A repetição da História (as frentes populares pós-modernas de hoje sucedem-se às trágicas frentes populares que antecederam o fascismo e a Segunda Guerra Mundial) é ainda, e uma vez mais, o resultado de uma estagnação teórica, de uma fuga em frente, e de um desejo oportunista de poder.

O atol de contradições que tem vindo a precipitar as esquerdas num sincretismo ideológico circunstancial reflete a incapacidade de reconhecerem a armadilha ideológica onde cairam e de onde continuam sem saber como sair. A superação do capitalismo, nomeadamente em nome de uma utopia, que as religiões e a ideologia comunista em geral congregam, não é assimilável a nenhuma das experiências comunistas conhecidas: União Soviética, China, Jugoslávia, Albânia, Cuba, Vietname, Cambodja, Coreia do Norte. Todos estes caminhos serviram eventualmente para a chegada destes países à economia de mercado, à especulação financeira, à corrupção generalizada, mas não ao capitalismo, nem à democracia, nem à liberdade. E assim sendo, jamais poderiam, podem, ou poderão servir de candeias, ou atalhos, para qualquer país europeu ou americano chegar a um estado pós-capitalista, seja este uma miragem, ou, como creio que poderá ser, uma interceção entre o melhor que o capitalismo tem e a reciprocidade e equilíbrio sociais que se foram perdendo ao longo dos últimos doze mil anos.

Ultimamente, talvez desiludido com as aporias da chamada democracia direta, tenho-me interessado pela putativa origem antropológica da Utopia de Tomás Moro: as Irmandades do Divino Espírito Santo nos Açores, fundadas ideologicamente nas teorias do filósofo e abade cistercense Joaquim de Fiore.

Com um património único —e vivo!— aqui tão perto, bem poderemos recuperar o pathos da utopia sem precisar de massacrar a honestidade intelectual e a gramática política com leituras interesseiras do marxismo.

Já agora, a propósito da 'boutade' do senhor Louçã, vale a pena olhar para os números:

— o financiamento da banca privada ao Estado português, ou seja, o financiamento da dívida pública portuguesa desde que a geringonça tomou o poder, subiu de 50 para mais de 70 mil milhões de euros. Subiu de 90 para 131,6% do PIB, entre 2011 e junho de 2016).

Imagine, senhor Louçã, o que seria se não houvesse banca privada!

NOTAS
  1. É verdade que o Manifesto do Partido Comunista (1848) defende o monopólio estatal do crédito sob a forma de um banco nacional. E também é verdade que o atual sistema bancário chinês (PBC), e o crescente papel dos principais bancos centrais do capitalismo (FED, BoJ, BCE, BoE) na criação imparável de dinheiro virtual para ensopar as suas dívidas galopantes, privadas e públicas, estão a destruir os bancos privados, sobretudo os pequenos e médios, numa espécie de aproximação paradoxal ao dictat do Manifesto. Mas o ponto é que, neste particular, Marx foi arrastado por Engels e pelas circunstâncias a escrever (ou melhor, a subscrever) o que o seu raciocínio não tinha ainda amadurecido. Na realidade, criar dinheiro do nada (de meras expetativas e apostas no futuro) é o que fazem todos os bancos sempre que emprestam dinheiro, pois não é o dinheiro deles, nem o dinheiro dos depositantes que colocam em circulação quando realizam operaçoes de crédito. Ou seja, os bancos comerciais registam os depósitos como dívidas aos depositantes, e os empréstimos como responsabilidades e uma exposição aos devedores, a quem depositaram dinheiro criado literalmente do nada. Se a economia real, da produção e das trocas, perder velocidade, os bancos sofrem a contingência de acumular imparidades (os créditos emitidos tornam-se de difícil cobrança ou mesmo incobráveis, e as garantias sofrem erosão de valor). Não obstante, as suas responsabilidades perante os depositantes, em princípio, não desaparecem, salvo se falirem e não houver proteção pública, ainda que parcial, dos depósitos. Os limites impostos à massa monetária assim criada dependem dos governos e das suas políticas financeiras, nomeadamente através das entidades responsáveis pela emissão de moeda e pela regulação bancária. Mas não só! A lógica intrínseca do capital exige que haja correspondência entre o valor do dinheiro e o valor das coisas, ou seja, trocas comerciais entre povos com territórios, especializações produtivas, organizações sociais, regimes de poder e moedas distintas. Num circuito fechado não é preciso comércio, nem dinheiro, nem bancos. E é por isso que a ex-União Soviética, o Japão e a China puderam escapar, ainda que parcialmente, à lógica capitalista do valor. A URSS e a China devido à dimensão dos seus territórios, o Japão através de uma desvalorização artificial da sua moeda que, a troco da manutenção dum forte setor de exportações de bens industriais, inventou um esquema internacional de especulação cambial—o yen carry trade. Mas esta ilusão de que é possível um mundo sem bancos privados não passa disso mesmo, de uma ilusão. São as balanças comerciais que, em última instância, determinam o valor do dinheiro de cada país. E é por isto que Marx, no calor da Comuna de Paris e das ideias de Engels, sob a pressão da nascente Ligue des Communistes (1847), imaginou um mundo sem bancos privados. Só que esse mundo, para ser real, teria que corresponder a um estado mundial único, ou seja, ao regresso da aldeia primitiva, onde não havia comércio, nem dinheiro, nem bancos. Daí as ideias de promover o internacionalismo proletário, e a revolução permanente. Os resultados foram, como se sabe, desastrosos em toda a parte onde froam experimentadas. Transformar a população mundial num exército industrial comandado por uma vanguarda messiânica foi, de facto, uma péssima ideia!

    As receitas mais duras do Manifesto foram escritas por Frederick Engels, ainda que de uma forma mais matizada, e não por Karl Marx, que andaria assim o resto da sua vida às voltas com as aporias geradas por este pecado original: pensar que a religião vai à frente da História, quando apenas serve para lhe desculpar os pecados.

    Os extratos que seguem servem para demonstrar o meu ponto: não foi Karl Marx quem engendrou a ideia de submeter o sistema financeiro capitalista a um monopólio estatal dominado pela vanguarda auto-proclamada duma massa humanoide bruta a que chamaram proletariado.

    ## Written: October-November 1847

    (i) Limitation of private property through progressive taxation, heavy inheritance taxes, abolition of inheritance through collateral lines (brothers, nephews, etc.) forced loans, etc.

    (ii) Gradual expropriation of landowners, industrialists, railroad magnates and shipowners, partly through competition by state industry, partly directly through compensation in the form of bonds.

    (iii) Confiscation of the possessions of all emigrants and rebels against the majority of the people.

    (iv) Organization of labor or employment of proletarians on publicly owned land, in factories and workshops, with competition among the workers being abolished and with the factory owners, in so far as they still exist, being obliged to pay the same high wages as those paid by the state.

    (v) An equal obligation on all members of society to work until such time as private property has been completely abolished. Formation of industrial armies, especially for agriculture.

    (vi) Centralization of money and credit in the hands of the state through a national bank with state capital, and the suppression of all private banks and bankers.

    (vii) Increase in the number of national factories, workshops, railroads, ships; bringing new lands into cultivation and improvement of land already under cultivation – all in proportion to the growth of the capital and labor force at the disposal of the nation.

    (viii) Education of all children, from the moment they can leave their mother’s care, in national establishments at national cost. Education and production together.

    (ix) Construction, on public lands, of great palaces as communal dwellings for associated groups of citizens engaged in both industry and agriculture and combining in their way of life the advantages of urban and rural conditions while avoiding the one-sidedness and drawbacks of each.

    (x) Destruction of all unhealthy and jerry-built dwellings in urban districts.

    (xi) Equal inheritance rights for children born in and out of wedlock.

    (xii) Concentration of all means of transportation in the hands of the nation.

    —in Frederick Engels 1847, The Principles of Communism [Marxists Internet Archive]


    ## Written: January-February 1848; First Published: late February 1848

    1. Abolition of property in land and application of all rents of land to public purposes.

    2. A heavy progressive or graduated income tax.

    3. Abolition of all rights of inheritance.

    4. Confiscation of the property of all emigrants and rebels.

    5. Centralisation of credit in the hands of the state, by means of a national bank with State capital and an exclusive monopoly.

    6. Centralisation of the means of communication and transport in the hands of the State.

    7. Extension of factories and instruments of production owned by the State; the bringing into cultivation of waste-lands, and the improvement of the soil generally in accordance with a common plan.

    8. Equal liability of all to work. Establishment of industrial armies, especially for agriculture.

    9. Combination of agriculture with manufacturing industries; gradual abolition of all the distinction between town and country by a more equable distribution of the populace over the country.

    10. Free education for all children in public schools. Abolition of children’s factory labour in its present form. Combination of education with industrial production, &c, &c.

    —in Karl Marx and Friedrick Engels, 1847, Manifesto of the Communist Party [Marxists Internet Archive]


    ## Quem escreveu o Manifesto do Partido Comunista?

    In spring 1847 Marx and Engels joined the League of the Just, who were quickly convinced by the duo's ideas of "critical communism". At its First Congress in 2–9 June, the League tasked Engels with drafting a "profession of faith", but such a document was later deemed inappropriate for an open, non-confrontational organisation. Engels nevertheless wrote the "Draft of the Communist Confession of Faith", detailing the League's programme. A few months later, in October, Engels arrived at the League's Paris branch to find that Moses Hess had written an inadequate manifesto for the group, now called the League of Communists. In Hess's absence, Engels severely criticised this manifesto, and convinced the rest of the League to entrust him with drafting a new one. This became the draft Principles of Communism, described as "less of a credo and more of an exam paper."

    On 23 November, just before the Communist League's Second Congress (29 November – 8 December 1847), Engels wrote to Marx, expressing his desire to eschew the catechism format in favour of the manifesto, because he felt it "must contain some history." On the 28th, Marx and Engels met at Ostend in Belgium, and a few days later, gathered at the Soho, London headquarters of the German Workers' Education Association to attend the Congress. Over the next ten days, intense debate raged between League functionaries; Marx eventually dominated the others and, overcoming "stiff and prolonged opposition",[1] in Harold Laski's words, secured a majority for his programme. The League thus unanimously adopted a far more combative resolution than that at the First Congress in June. Marx (especially) and Engels were subsequently commissioned to draw up a manifesto for the League.

    Upon returning to Brussels, Marx engaged in "ceaseless procrastination", according to his biographer Francis Wheen. Working only intermittently on the manifesto, he spent much of his time delivering lectures on political economy at the German Workers' Education Association, writing articles for the Deutsche-Brüsseler-Zeitung, and giving a long speech on free trade. Following this, he even spent a week (17–26 January 1848) in Ghent to establish a branch of the Democratic Association there. Subsequently, having not heard from Marx for nearly two months, the Central Committee of the Communist League sent him an ultimatum on 24 or 26 January, demanding he submit the completed manuscript by 1 February. This imposition spurred Marx on, who struggled to work without a deadline, and he seems to have rushed to finish the job in time. (For evidence of this, historian Eric Hobsbawm points to the absence of rough drafts, only one page of which survives.)

    In all, the Manifesto was written over 6–7 weeks. Although Engels is credited as co-writer, the final draft was penned exclusively by Marx. From the 26 January letter, Laski infers that even the League considered Marx to be the sole draftsman (and that he was merely their agent, imminently replaceable). Further, Engels himself wrote in 1883 that "The basic thought running through the Manifesto ... belongs solely and exclusively to Marx." Although Laski doesn't disagree, he suggests that Engels underplays his own contribution with characteristic modesty, and points out the "close resemblance between its substance and that of the [Principles of Communism]". Laski argues that while writing the Manifesto Marx drew from the "joint stock of ideas" he developed with Engels, "a kind of intellectual bank account upon which either could draw freely."[2]

    —in The Communist Manifesto [Wikipedia]
  2. Os leninismo e o trotsquismo são internacionalistas, enquanto o estalinismo é, em primeiro ligar, e estrategicamente, patriótico, ou seja, nacionalista, e só taticamente promove o internacionalismo, que utiliza, na realidade, como estratagema defensivo.
Atualização: 30/8/2016 18:28 WET

terça-feira, agosto 09, 2016

A Caixa? Sem certeza.


Só mudando radicalmente o modelo institucional da Caixa, esta deixará de ser o saco sem fundo da partidocracia irresponsável que afundou o país


O PCP e o Bloco são co-responsáveis pela solução que vier a vingar no buraco negro chamado Caixa Geral de Depósitos. PCP e Bloco podem, perfeitamente, desenhar linhas vermelhas, ou bater com a porta. António Costa depende do assentimento destes dois partidos para tudo o que faz.

Quanto ao resto, ou seja, a Caixa, só não continuará a ser um saco azul sem fundo se for previamente transformada numa associação sem fins lucrativos (no interior da qual deverá existir um banco comercial competitivo), dotada de finalidade social clara, independente do Estado, e de que possam fazer parte todos os seus associados.

Esta associação, por sua vez, pode e deve recuperar para o seu património e âmbito de ação a Caixa Geral de Aposentações, a qual, por sua vez, deverá abrir as portas do seu sistema de segurança social (pensões e reformas) ao resto da sociedade numa base de responsabilidade mutualista a detalhar.

Só por esta via, ou por uma semelhante, a Caixa Geral de Depósitos deixará de ser uma coutada partidária.


NOTA

As notícias que têm vindo a lume recentemente revelam a tentativa desesperada, por parte da nomenclatura que se apropriou do estado e da democracia, de manter tudo na mesma, embora vestindo outra retórica. Esperemos que a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu estejam suficientemente atentos e impeçam mais um embuste financeiro cuja conta será paga, como até agora todas têm sido, pelos contribuintes.

“A CGD tem vindo a implementar uma estratégia que integra o Plano de Reestruturação e medidas adicionais que excedem as exigências mínimas da DG Comp”, também explicou o presidente do banco aos deputados. “Contudo, os benefícios das medidas adotadas são graduais e o seu impacto só será totalmente materializado a médio prazo.” Um outro exemplo de “medidas adicionais” foi a decisão da CGD de deixar de ser um dos bancos que melhor remunera depósitos para ficar abaixo da média do mercado português – o setor paga, em média, 0,5%, contra os 0,32% atuais da CGD. O banco estatal estima ganhar com esta redução do custo dos depósitos 400 milhões de euros, mas só em 2018. - Veja mais em: Dinheiro Vivo 
O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (Sintaf) identifica na lista de nomes propostos pelo governo para a futura administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) o sinal que a gestão do banco público continuará marcada pela “partilha partidária entre o PS, PSD e CDS”, precisamente o tipo de administração que nos últimos anos acumulou “múltiplos erros” que penalizaram a CGD e os contribuintes. - Veja mais em: Dinheiro Vivo

sábado, maio 21, 2016

Mais 7 mil milhões dos bolsos dos contribuintes para a banca

Foto original: Miguel Baltazar/Negócios (editada por OAM)

A geringonça é a melhor amiga dos banqueiros


Banif: Notícia da TVI baseou-se em carta entre governador e Centeno 
Negócios, 18 Maio 2016, 18:37 
Foi com base numa carta trocada entre o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, que a TVI se baseou para avançar com a notícia, a 13 de Dezembro, que começou por falar no fecho do Banif e depois na sua resolução.

Está visto que António Costa, que almoçou no Ritz com a elite da banca nacional antes de perder as eleições, é uma das fontes da TVI, que esta decidiu não revelar quando perguntada se confirmara ou não junto do Banco de Portugal, do Banif e do Governo, a bomba noticiosa que forçou a resolução do Banif antes do fim de 2015.

Sérgio Figueiredo disse à comissão de inquérito parlamentar ao assalto ao Banif, sobre António Costa, primeiro ministro, que não revelaria, em nome da defesa das fontes, se o contatou ou não a este propósito. Ou seja, António Costa, primeiro ministro, é uma espécie de Garganta Funda na opinião do arrogante e desastrado testa de ferro da EDP e da Média Capital.

Mas o mais intrigante é o silêncio de António Costa perante a prestação de quem aparenta ostensivamente ter as costas quentes. Não deveria António Costa, primeiro ministro, ter desmentido imediatamente (ou confirmado) um hipotético contato com Sérgio Figueiredo a este propósito, depois dos dislates desta criatura na comissão de inquérito parlamentar?

Eu tenho uma teoria:

— os banqueiros indígenas, mais conhecidos pela APB (Associação Portuguesa de Bancos) conspiraram para forçar a resolução do Banif antes de 31 de dezembro de 2015, pois só assim evitariam suportar uma parte muito relevante dos custos de uma provável resolução do Banif, caso esta viesse a ocorrer já em 2016. Ainda que, também neste caso, por insuficiência de liquidez do Fundo de Resolução, o contribuinte tivesse que ser de novo chamado a emprestar ao fundo, como ocorreu com o BES (3.900 M€).

No entanto, como afirmou Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, à comissão parlamentar de inquérito ao assalto ao Banif, 'não foi a suspensão (1) do estatuto de contraparte que matou o Banif, antes a falta de colateral para absorver fuga de depósitos'. O BCE não retirou o estatuto de contraparte ao Banif, como então afirmou o primeiro ministro António Costa à laia de desculpa de mau pagador pela deflagração televisiva da resolução do Banif.

A fuga de depósitos do Banif foi desencadeada pela notícia explosiva da TVI. Ou seja, a notícia em causa não foi um acaso, mas um ato premeditado por quem mandou plantar a falsa notícia na TVI.

Diz Sérgio Figueiredo que a peça que baseou a notícia foi uma uma carta trocada entre o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno. Se é assim, então, um dos dois é objetivamente responsável pela fuga de uma informação obviamente confidencial. Que dizem ambos a esta afirmação de Sérgio Figueiredo? Já mandaram averiguar a fuga de informação? Já a desmentiram? Quem deu a notícia à TVI? Carlos Costa ou o antigo colega de faculdade de Sérgio Figueiredo, Mário Centeno?

Se o governador do Banco de Portugal afirma que foi a 'falta de colateral para absorver a fuga de depósitos o fator determinante da decisão de resolução', parece então evidente que a sabotagem do Banif não terá tido origem no Banco de Portugal. E se não teve, que responsabilidade teve o governo da geringonça na destruição, por deflagração mediática, do Banif, e na subsequente nacionalização dos prejuízos que tal sabotagem viria a provocar?

Não é esta mesma geringonça que, depois de enterrar 3 mil milhões de dívida pública no Banif, se propõe atacar uma vez mais os bolsos dos contribuintes, desta vez para voltar a recapitalizar a insolvente Caixa Geral de Depósitos, sugando mais 4 mil milhões de euros à poupança nacional?

A Caixa recebeu 3.600M€ dos contribuintes desde 2008, e espera agora receber mais 4.000M€ dos mesmos contribuintes. Assim não custa nada gerir um banco!

Onde está a lista de créditos incobráveis, de cobrança duvidosa ou simplesmente demorados, da Caixa? Queremos saber antes de pagar. Com certeza!

E onde param as imparidades da Caixa? Quem foram os responsáveis pelo colapso da Caixa, pois é de um colapso que se trata? Não fora a Caixa uma entidade pública (obscura), e em breve veríamos abrir-se diante de todos nós um buraco tão grande ou ainda maior do que o do BES. Com certeza!

Para já, o que está em curso, é o resgate da Caixa Geral de Depósitos, dissimulado e ilegal à luz das regras comunitárias sobre a concorrência bancária.

A fatura dos desvarios da banca indígena endossada ao contribuinte anda neste momento e previsivelmente nos 15.250 milhões de euros (BCP: 750M€ + BES:3.900M€ + Banif: 3.000M€ + Caixa: 7.600M€), 7 mil milhões dos quais, cortesia da Frente Popular pós-moderna, mais conhecida por geringonça, capitaneada pelo 'otimista ligeiramente irritante' António Costa (2).


ÚLTIMA HORA
CRISTINA CASALINHO: “As necessidades brutas de financiamento para este ano são de cerca de 23 mil milhões de euros” 
Em entrevista à Antena 1 e ao Económico, Cristina Casalinho refere que “tínhamos cerca de 8,5 mil milhões [de almofada financeira] acautelados quase até ao final de 2015. Não fora o Banif e teríamos cumprido o objectivo”.  
Económico, 23/5/2015, 00:05 
Recapitalização sobe "factura" do Estado na CGD para 7,6 mil milhões 
Económico, 23/5/2016 00:05 
Aumento de capital de 4 mil milhões de euros, que está em preparação, eleva para 7,6 mil milhões de euros o montante injectado pelo Estado na CGD, nos últimos oito anos.
ERC condena TVI por notícia do Banif
Negócios,  20 Maio 2016, 20:51
O regulador ordenou a TVI a ler a deliberação na íntegra no programa com maior audiência da TVI24. E terá que pagar 450 euros por encargos administrativos, segundo o Diário Económico. 
...a TVI "não auscultou o Banif, nem, aparentemente outras entidades interessadas, em momento prévio à difusão das informações identificadas, omissão esta que consubstancia inobservância do dever de auscultação prévia das partes com interesses atendíveis na matéria noticiada, tal como prevê o artigo 14º, nº1, alínea e) do Estatuto do Jornalista, e no ponto 1 do Código Deontológico", lê-se no mesmo projecto de deliberação citado pelo Diário Económico.

O regulador vai ainda enviar este projecto de deliberação à Comissão da Carteira Profissional do Jornalista (CCPJ), que tem o pelouro de avaliar se a TVI violou as regras de conduta deontológica.

Além disso, a TVI terá de pagar uma taxa por encargos administrativos no valor de 450 euros.

NOTAS

  1. Suspensão ou retirada da contraparte ao Banif, eis a questão que envolve Constâncio
    Negócios, 05 Abril 2016, 19:02

    “Houve decisão de suspender o estatuto de contraparte”, declarou o governador do Banco de Portugal, em resposta ao deputado centrista João Almeida quando questionado sobre o que decidiu o conselho de governadores do BCE.

    “Na linguagem do BCE, não há perda do estatuto. Há a palavra suspensão. O Banco de Portugal nunca falou em perda, falou sempre em suspensão”, continuou Carlos Costa na audição desta terça-feira, 5 de Abril, levando João Almeida a concluir que não houve, portanto, qualquer decisão de retirada do estatuto. A retirada impedia o regresso do banco à actividade, a suspensão permitiria.

    Seja qual for a opção, sublinhou Carlos Costa, este “não foi um factor determinante para a resolução”
  2. Afinal é mais (Económico): 19 a 23 mil milhões, ainda que parte deste dinheiro já tenha sido devolvido com juros: 1.500 M€ do BPI e 2.250M€ do BCP. Ou seja, a nossa exposição varia, de momento, entre 15.250M€ a 19.250M€, consoante se considerem os 4 mil milhões exigidos pela Caixa, ou não.
Atualização: 25/5/2016 23:51 WET

sexta-feira, janeiro 08, 2016

Banca portuguesa por um fio

FOTO PAULO DUARTE / GLOBAL IMAGENS

António Costa diz que Fundo de Resolução não tem dinheiro


Agora percebe-se porque carga d'água Cavaco não viabilizou o governo de gestão do PàF, e deu posse a um governo do PS apoiado por comunistas de todas as cores. É que um governo de gestão não poderia ter tratado do caso Banif nas datas impostas pelo BCE. Faltava-lhe o apoio, ainda que implícito, de todo o parlamento. Ponto.

Foram as implicações da extrema debilidade do sistema bancário português e da insolvência do seu Fundo de Resolução que os banqueiros certamente explicaram a António Costa no célebre almoço do Ritz no dia 16 de novembro último. Não havendo bancos portugueses com recursos suficientes para comprar o Banif (o qual viria a ser saldado por 150 milhões de euros —ou até dado, se a este valor subtrairmos o crédito fiscal do Banif que o Santander herda), a menos que o Banif entrasse diretamente num processo de falência e liquidação, seria absolutamente necessário contar com um governo capaz de tomar decisões pesadas antes do fim do ano — ou seja, institucionalmente apto a resolver o banco, ainda que atirando o preço da operação para os bolsos dos contribuintes. Caso a resolução fosse empurrada até 2016, e uma vez que o Fundo de Resolução estava, e continua, nas lonas, o Banif seria muito provavelmente condenado à falência e liquidação.

Foi isto mesmo que os mesmos banqueiros que almoçaram com António Costa no dia 16 de novembro foram repetir a Cavaco Silva no dia seguinte, quando este os chamou a Belém.

Este cenário, já se si dramático, ficou ainda mais negro quando se soube no dia 8 de dezembro que o ECOFIN aprovara o chamado financiamento ponte no quadro do Fundo Único de Resolução.



08/12/2015 - Statement on Banking Union and bridge financing arrangements for the Single Resolution Fund. ECOFIN Ministers reaffirm the importance of deepening the Banking Union in the context of a well-functioning Economic and Monetary Union. Following the successful establishment of the Single Supervisory Mechanism (SSM), we welcome the forthcoming entry into force of the intergovernmental agreement on the transfer and mutualisation of contributions to the SRF (IGA), which will allow the Single Resolution Fund (SRF) to be fully operational on 1 January 2016. 
In line with the commitment taken in December 2013, Member States participating in the Banking Union agree to put in place a system of bridge financing arrangements in order to ensure sufficient funding to the SRF during the transitional period. As of 2016, each participating Member State will enter into a harmonised Loan Facility Agreement with the Single Resolution Board (SRB), providing a national individual credit line to the SRB to back its national compartment in the SRF in case of possible funding shortfalls following resolution cases of banks of the Member State concerned. With this agreement, participating Member States ensure a credible start of the SRF as of early 2016. 
The maximum aggregate amount of the credit lines of euro area Member States will amount to EUR 55bn, with a repartition key among Member States which follows the 2014 estimates of the Commission for contributions to the SRF. The aggregate amount and the repartition key will be reviewed by the end of 2017 or earlier, if a non-euro area Member State joins the Banking Union. The individual credit lines are to be drawn as a last resort, after having exhausted all other financing sources, including bail-in requirements under the BRRD as well as the steps foreseen under Article 5 of the IGA including the SRB's external borrowing capacity. Such system of national credit lines will ensure the protection of taxpayers and will be fiscally neutral over the medium term, as the banking sector of the Member State concerned will be liable for repayment of the amounts drawn under the credit line. It will ensure equivalent treatment across all Member States participating in the Banking Union in terms of rights and obligations, as well as incurring no costs for Member States not participating in the Banking Union.

Finalmente, quanto ao facto de o Banif ter caído por dez reis de mel coado nos braços do Santander, além do mistério associado à corrida ao banco provocada pela TVI, que falta esclarecer, em vez de ter ido parar às garras do maior fundo abutre do planeta, a Apollo Global Management, LLC. (Link1, Link2), a explicação é simples: só se o BCE fosse doido é que permitira tal movimento em vez de defender um dos grupos financeiros sistémicos da Eurozona, o Grupo Santander (1). Um banco que precisa de reforçar os seus rácios de capital, que já é um dos maiores bancos em Portugal e na Europa, que conhece bem o nosso mercado, e que se dedica à atividade bancária e financeira, nomeadamente através de aquisições sucessivas e da dispersão do capital por inúmeros acionistas de peso, e não tanto à rapina de empresas em dificuldades através dos famosos LBO (Leverage Buyout) seria sempre um opção melhor do que o voo da águia especulativa americana. Além do mais, segundo afirmou António Costa no programa Quadratura do Círculo, e ao contrário do que publica o Expresso de hoje, não houve nenhuma outra proposta vinculativa além da do Santander.

É triste vermos o primeiro ministro de Portugal dar explicações aos portugueses sobre os meandros de uma operação tão complexa quanto dramática pelas repercussões que teve e terá, não numa conferência de imprensa, não numa declaração ao país, complementar da que proferiu aquando da resolução do Banif, mas regressando ao programa televisivo de onde saiu para tomar conta do PS. Um primeiro ministro que se esconde da realidade não oferece confiança (2). Que fará se a crise financeira e bancária continuar em 2016, 2017, 2018, 2019, atingindo, por exemplo, o BCP, o Montepio, e a Caixa? Ficámos a saber que o BCE deu um rebuçado a António Costa pela oferta do Banif ao Santander: um ano mais para vender o Novo Banco. Mas, e se este for um rebuçado envenenado? Ou seja, e se este adiamento da venda do Novo Banco significar tão só inscrever os custos da operação no Orçamento de Estado de 2017?

É triste percebermos até que ponto o grande capitalismo português e os seus bancos, mas também os seus políticos, caminham tão rapidamente para a insignificância e para o desastre. Os graus de liberdade da nossa soberania esfumam-se a cada dia que passa. Não sei porque gritam tanto as araras e os cagarros do Soviete Supremo de São Bento.


ÚLTIMA HORA

António Costa foi dizer à Quadratura do Círculo, em modo informal e pachorrento, o que não poderia ter anunciado de modo mais institucional, nem através do seu ministro das finanças, sob pena de lançar o pânico imediato no país e nos mercados. Mas o pânico acaba de chegar, via Reuters. Qualquer pessoa atenta perguntará: depois de setembro de 2016 (mês em que a janela de generosidade do BCE se fecha) quem estará disposto a financiar países que não respeitam contratos, seja na banca, seja noutros setores? O alerta de maremoto financeiro indígena está dado!

La debacle de Novo Banco dificulta el acceso al mercado de la banca periférica
REUTERS, 9/01/2016 - 12:28 
Los bancos pequeños de la periferia en Europa tendrán dificultades para emitir nueva deuda por las pérdidas que asumirán previsiblemente los inversores con cinco emisiones de deuda senior en Portugal, según expertos que temen ahora un cierre temporal para nuevas emisiones de deuda por parte de entidades de menor tamaño. 
El Banco de Portugal conmocionó al mercado a finales de diciembre al transferir casi 2.000 millones de euros de deuda senior de Novo Banco al banco malo que aglutina los peores activos de Banco Espirito Santo desde su rescate en 2014. Tras el traspaso el valor de los títulos se acercó casi a cero, dejando a los inversores con escasas expectativas para recuperar su dinero. 
“Lo que ha pasado en Portugal dificultará el acceso al mercado de los bancos de segunda fila”, dijo un gestor de fondos. 
“Un inversor puede optar por invertir en un banco más débil o en un banco fuerte como HSBC o Citigroup. ¿Si creo que el año que viene un banco como HSBC no respetaría sus obligaciones de pago con los bonistas? No. ¿Pero un banco italiano de segunda fila?”.

E as notícias sobre a 'banca periférica' correm! Banif, qual foi a pressa? A realidade é como o azeite e os cadáveres: acaba sempre por vir ao de cima.

La banca española pierde 18.000 millones de valor en bolsa en cinco semanas 
El Economico/ EFE (10/01/2016 - 12:40): Los principales bancos españoles cotizados han perdido en poco más de un mes unos 18.000 millones de euros en capitalización bursátil, que se han esfumado, entre otras razones, por el descalabro de las bolsas chinas, la caída del precio del crudo y las tibias medidas anunciadas en diciembre por el BCE. 
Según datos del mercado, en sólo cinco semanas el valor bursátil conjunto de estas entidades -Santander, BBVA, CaixaBank, Bankia, Popular, Sabadell y Bankinter- ha pasado de 164.204 millones de euros a 146.293 millones 
La pérdida de capitalización ha sido muy desigual entre las entidades, siendo el Santander el que más se ha dejado en el camino con una reducción de su valor en bolsa de 14.671 millones de euros.  

NOTAS
  1. ¿Quiénes son los verdaderos dueños de Banco Santander? Francisco S. Jiménez - 16/01/2015, in Dirigentes_digital
    ¿Cómo es posible, que primero Emilio Botín, y luego Ana Patricia Botín, controlen con mano de hierro uno de los mayores bancos de Europa, cuando la familia apenas tienen un 0,77% de capital de la entidad? 
  2. Ouvido o programa da íntegra, há que reconhecer que as explicações dadas por António Costa clarificam a decisão tomada pelo Banco de Portugal, e pelo Governo in extremis. Só falta mesmo saber, e isso o Primeiro Ministro não explicou, porque não foi a resolução executada no dia 3 de janeiro de 2016. À luz do Mecanismo Único de Resolução e do chamado investimento ponte não se teria mitigado o novo rombo nas finanças públicas que todos teremos que pagar?
Atualização: 10 jan 2016 12:57

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

Dinheiro da troika para a banca retido até aos exames do BCE - Jornal de Negócios

Vem aí uma grande tesourada!

Dá-me um certo gozo, no meio do pandemónio de brutalidades governamentais e de fascismo fiscal em curso, ver os banqueiros começarem a molhar-se pelas pernas abaixo. Foram avisados, nomeadamente por este blogue, mas preferiram continuar o festim da especulação e o concubinato partidário e governamental. Preferiram continuar a aldrabar os livros. Espera-os agora uma máquina zero financeira, a começar pela Caixa—onde estão os milhões emprestados para a tomada de assalto cor-de-rosa do BCP? BES e BCP serão os primeiros a poder ver as suas imparidades transformadas em insolvência. Banif e bancos fantasma do estado são para encerrar, com pesadas perdas, claro. De que estamos à espera para levar os responsáveis a tribunal?

Dinheiro da troika para a banca retido até aos exames do BCE - Ajuda Externa - Jornal de Negócios

A parte do empréstimo externo dedicada aos bancos vai continuar guardada até praticamente o fim do ano. Restam cerca de seis mil milhões de euros.

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Anunciados testes de stress a 124 bancos da UE em Maio | Dinheiro Digital

O Banif ficou de fora porquê?
Em cada um dos 22 países, os bancos escolhidos -- que, no caso de
Portugal, são BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos e Grupo Espírito Santo
-- devem representar pelo menos 50% do setor bancário.
Anunciados testes de stress a 124 bancos da UE em Maio | Banca & Seguros | Dinheiro Digital

sexta-feira, abril 13, 2012

O mordomo da Brisa

António Nogueira Leite — vice do PSD, vice da Caixa e testa de ferro do grupo Mello

Pedro Passos Coelho diz que não foi ele quem deu carta branca à pantomina da OPA da Brisa. Mas se não foi ele, então foi o seu vice-presidente laranja, António Nogueira Leite, dedicado mordomo do grupo Mello e muito mais!


Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal, no Parlamento garantiu que o Governo não deu instruções à Caixa sobre OPA, nomeadamente em relação ao financiamento para a OPA da Brisa (Jornal de Negócios online)


Em qualquer parte do mundo, salvo porventura na Guiné-Bissau e em Cabo-Verde, o escandaloso e creio mesmo que ilegal conflito de interesses entre o senhor António Nogueira Leite, vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos e empregado da Brisa, e a dita OPA da Brisa, já estaria a ser investigado pelas autoridades de regulação financeira, pelo banco central local (isto é, o Banco de Portugal) e pela polícia!

Ora somem lá isto, e depois digam-me se o país não precisa mesmo de uma grande vassourada!

António Nogueira Leite (dados retirados, nomeadamente, da Wikipédia)

... administrador da CUF (grupo Mello), da SEC (Sociedade de Explosivos Civis, até Junho de 2011 pertencente ao grupo Mello), da José de Mello Saúde, da EFACEC Capital (grupo Mello), da Comitur Imobiliária (grupo Mello) e ainda da Reditus (participada do grupo Mello), da Brisa (grupo Mello) e da Quimigal (grupo Mello).

Este super-homem também é ou foi, pasme-se, presidente do Conselho Geral da OPEX (Sociedade Gestora De Mercado De Valores Mobiliários Não Regulamentado SA, dedicada à negociação de produtos financeiros especulativos, nomeadamente hedge funds, de que faz parte o BFI - Banco Fiduciário Internacional (IFI) SA, uma Off-Shore curiosamente sediada em Cabo Verde...)

Claro que o super Leite foi ou é ainda e também, tal como a Opex, membro do Conselho Consultivo da CMVM, o antro de cumplicidades que não viu nada, não ouviu nada e continua serenamente impune, em pleno colapso financeiro do país, como se a democracia portuguesa não passasse de uma parvalheira habitada por 230 palhaços parlamentares!

A indicação e a nomeação de António Nogueira Leite para a vice-presidência da Caixa Geral de Depósitos não foi realizada à revelia do Pedro Passos Coelho, primeiro ministro de Portugal, ou foi?!

Este escandaloso negócio de expropriação de poupança privada e pública serve única e exclusivamente os interesses de uma das famigeradas famílias de rendeiros responsável pela bancarrota do país: os Mellos. 

E o pior é que esta mesma família, agora coligada com a família Espírito Santo, presumo que com a mesma intermediação do dito mordomo e testa de ferro, se prepara para tomar de assalto a ANA e a futura ex-TAP para levar por diante o embuste criminoso do Novo Aeroporto da Ota em Alcochete — desta vez pretendendo vender aos tolos do país (que são muitos!) a ideia mirabolante de construir um aeroporto de raiz para as Low Cost. 

Querida Troika, salva-nos, por favor, dos nossos próprios indígenas!

quarta-feira, março 30, 2011

Governo escondeu buraco do BPN

A pergunta é: porquê?



Eu tenho uma teoria: a tríade de Macau negociou o BCP pelo BPN. E que roube o melhor! A Caixa, essa, financiou o assalto de um e o buraco de outro. Uma cleptocracia no seu melhor.

Como avisámos a tempo e horas, a Caixa, por causa destas e doutras, há muito que caminhava para imparidades inexplicáveis. Os "mercados", entretanto, acordaram, e o resultado é mais do que previsível: mais um banco a caminho do lixo.

Quando o PSD quiser privatizar alguma coisa (a TAP, a Caixa Geral de Depósitos, as Águas de Portugal, a CP, o Metro, ou as PPPs) descobrirá, horrorizado, que ninguém compra empresas falidas com passivos monumentais —frutos apodrecidos de má estratégia, má gestão, excesso de trabalhadores e obrigações sociais financiadas por um estado igualmente na bancarrota.

Foi isto que a nova presidente do Brasil explicou, em palavras cristalinas como água, à prole aflita que a rodeava hoje em Coimbra — e de que as palavras do mitómano casmurro que ainda ocupa o cargo de presidente do governo são a melhor ilustração.

sexta-feira, abril 30, 2010

Portugal 185

Grécia corta 13º e 14º meses aos funcionários públicos

Por cá, talvez chegue transformar metade destes subsídios em poupança forçada, sob a forma de certificados de aforro não cobráveis antes de 2014.

Entretanto, há que investigar o que andam os piratas do Bloco Central a fazer com o sobe-e-desce do PSI 20!

E há que exigir de Sócrates que explique ao país para onde foram os 300 milhões de euros que usou para recomprar dívida soberana previamente emitida. A quem recomprou esta divida? Qual foi exactamente a operação? Exigimos transparência!

O senhor Joe Berardo, tal como o BCP, já para não mencionar os escândalos do BPN e do BPP, têm sido objecto de sucessivas operações de resgate dissimulado (nomeadamente via Caixa Geral de Depósitos), ao mesmo tempo que o banco público executa hipotecas a centenas/milhares de famílias que deixaram de cumprir com os seus compromissos. Não pode haver uma lei para os testas de ferro e para os bancos, e outra para o comum dos cidadãos.

A continuarmos por este caminho, não se admirem os partidos da actual nomenclatura se um dia destes alguém exigir o regresso à ordem! A democracia não pode ser uma desculpa para a institucionalização de um Estado mafioso.


POST SCRIPTUM —  O Bagão Félix engasgou-se. Porquê? No lugar de ministro das finanças passámos a ter uma banana. Porquê?


OAM 692—30 Abril 2010 17:48

segunda-feira, novembro 16, 2009

Portugal 139

"Face Oculta": o xeque-mate?

Cavaco Silva deve dar a Sócrates o mesmo destino que Sampaio deu a Santana Lopes. Nem mais, nem menos. Com cortesia, mas sem hesitar, pois já hesitou demais!


Kill Bill, Queen Of The Crime Counsil (audio legendado)
Q. Tarantino/ U.Thurma



Se as cinco mais recentes gravações de telefonemas entre Armando Vara e José Sócrates envolverem também, e porventura sem margem para dúvidas, o actual primeiro ministro num ou mais presumíveis crimes graves, que farão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça? Voltarão a mandar destruir os registos — i.e. as provas?!

E se os responsáveis titulares do processo "Face Oculta" recusarem fazê-lo, em nome da razão, da lei e da justiça —como é seu dever e acredito que façam—, que acontecerá depois?

Bom, se tal vier a ocorrer, estaremos envolvidos numa grave crise constitucional, de consequências imprevisíveis. Estou pois certo que o senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça não deixará de explicar isto mesmo ao senhor Presidente da República, para que este proceda preventivamente e assegure, como lhe compete, o normal funcionamento das instituições e a estabilidade do regime constitucional.

Atitude diversa da lógica do direito, que aqui e agora se impõe, com urgência, comprometeria estes dois pilares estruturais da democracia portuguesa —presidência da república e presidência do supremo tribunal de justiça— num impasse constitucional gravíssimo, tornando-os antes de mais suspeitos de compactuar com uma possível subversão e corrupção inaceitáveis do actual sistema político.

O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça não é patrão dos juízes, tal como o Procurador-Geral da República não é patrão dos procuradores. O primeiro ajuíza o que lhe é levado às mãos em última instância por quem apela aos seus bons serviços; o segundo, distribui a tarefa de acusar por agentes do Estado que devem pautar a sua acção exclusivamente pela lei e pela própria ética profissional. Os dois altos responsáveis mencionados não mandam mais do que isto! E sobretudo não têm autoridade para ajuizar a qualidade de certidões emitidas por entidades de direito competentes, independentes e autónomas, como agora pretendem ilegitimamente, levantando-se por isso as maiores suspeitas relativamente aos sucessivos comportamentos de Pinto Monteiro e Noronha do Nascimento.

A única coisa que o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça pode proibir ou mandar destruir são apenas escutas que contenham matéria sensível para a segurança do Estado. Não lhe cabe pois, nesta competência, ponderar ou deixar de ponderar sobre a eventual natureza criminosa do comportamento de um primeiro ministro se tal comportamento não for justificável por superior interesse do Estado. Ou seja, no limite, a ordem de Noronha do Nascimento, secundada por Pinto Monteiro, de mandar destruir as gravações comprometedoras de José Sócrates no caso "Face Oculta", são inconstitucionais e por conseguinte devem ser rejeitadas por quem tem a responsabilidade de uma investigação criminal como a que já obviamente correlaciona Armando Vara e José Sócrates numa sucessão de telefonemas que presumivelmente indiciam a prática de crimes puníveis com pena de prisão até oito anos!

Tudo o resto, nomeadamente as fugas de informação organizadas a partir de Lisboa, por quem quer que seja (e neste caso só se me afigura ter ocorrido ao mais alto nível), é irrelevante do ponto de vista da forma e substância de um processo que só poderá levar à destituição de José Sócrates do cargo que inopinadamente ocupa.

Ninguém, salvo meia dúzia de almas penadas arregimentadas dentro do PS por Jorge Coelho, votou nesta criatura indecorosa. Poucos votaram, aliás, uma segunda vez, neste PS. E o que temos agora é um desgoverno nado-morto, cada vez mais semelhante ao abortado desgoverno de Santana Lopes e Paulo Portas. Não vejo como se possa atrasar o inevitável golpe de misericórdia que mais cedo ou mais tarde abreviará a estuporada semivida desta falsa maioria.

José Sócrates é um boneco criado por Edite Estrela e Jorge Coelho, tendo servido lindamente para impedir que o inesperado vazio criado por António Guterres (apavorado com a dimensão do polvo parido pela tríade de Macau que o levara ao poder) fosse inadvertidamente preenchido por Ferro Rodrigues, entretanto (oportunamente?) envolvido no processo judicial sobre a rede de pedofilia tecida em volta da Casa Pia.

Com o Pinóquio que nos tem levado triunfalmente à ruína, a tríade de Macau pensou que o PS se tornaria, enfim, um partido orgânico da nova democracia liberal, embrenhado-se nas principais estruturas da nossa eterna burguesia indigente e palaciana: construção civil e obras públicas, rendas de monopólios, sector financeiro e sistemas de comunicação. Daí até lançar um plano de assalto aos principais concursos públicos (estradas, pontes, ferrovia, barragens e aeroportos), sector das comunicações (Portugal Telecom, Diário de Notícias, TSF, TVI, SIC/Expresso, etc.) e banca (Caixa Geral de Depósitos, primeiro; BCP, depois), foi um ápice.

Visando supostamente impedir a entrega da banca nacional às garras de Madrid ou de Barcelona (argumento que à época venceu junto de vários patriotas sinceros), formou-se um verdadeiro sindicato clandestino de interesses com o objectivo de tomar de assalto o incapaz BCP. A Caixa Geral de Depósitos, directamente e por interpostos agentes (Manuel Fino, Joe Berardo, Teixeira Duarte, etc.) foi o principal actor desta operação, estando então aos comandos da mesma os hoje presidente e vice-presidente (suspenso, mas bem pago) do BCP, Carlos Santos Ferreira e Armando Vara! Palavras para quê?! São artistas portugueses e adoram caviar! Não esperem, todavia, que angolanos e chineses, depois de tanta merda, vos acudam!!

De tudo isto fomos escrevendo neste blogue inúmeras vezes. O dique onde toda esta porcaria se acumulou acaba de rebentar e não vejo como remediar os estragos sem ir ao miolo do problema, isto é, à tríade de Macau, cuja cabeça é preciso cortar rente, antes que todo o organismo constitucional da frágil democracia portuguesa apodreça atacado pelas finas metástases do cancro da corrupção instalada.

Só vejo uma saída expedita e publicamente aceitável para esta crise: Cavaco Silva deve dar a Sócrates o mesmo destino que Sampaio deu a Santana Lopes. Nem mais, nem menos. Com cortesia, mas sem hesitar, pois já hesitou demais!

Prolongar a agonia do socratintismo deixou de ser uma originalidade lusitana! A partir do processo "Face Oculta", pactuar com o monstro criado pela tríade de Macau será o mesmo que entregar a democracia à imprevisibilidade de uma guerra civil constitucional que o prolongado declínio económico em que estamos e iremos continuar por mais três, cinco, dez anos..., poderá a qualquer momento (e não faltarão oportunidades propiciadas pela profunda crise mundial que não cessa de revelar sinais preocupantes) fazer degenerar num colapso total do regime. É isto que V. Ex.ª, Senhor Presidente da República, quer?


OAM 650 16-11-2009 23:43

quinta-feira, outubro 22, 2009

Portugal 135

Novela sórdida da TVI
Prisa nos eixos depois de adiar colapso financeiro com a venda de 35% da Media Capital.

In Illo Tempore: quem deu emprego a Fernanda Câncio no DN? Resposta: Henrique Granadeiro. Quem depois pôs o Granadeiro na PT: José Sócrates! Quem deu o primeiro passo, a pedido de Sócrates (claro!), para calar a Manuela Moura Guedes? Henrique Granadeiro. Quem deu o segundo (porque o primeiro foi em falso)? O franquista recauchutado que dirige o grupo Prisa! Quem insistiu e acaba de conseguir controlar a TVI? A PT superiormente comandada pelo boy socratino: Henrique Granadeiro. Que grande zurrapa!!

Com o estado de falência suspensa da Impresa (para se manter à tona viu-se forçada a dar o Expresso e a SIC como garantia aos bancos!), com o controlo crítico dos conteúdos da TSF e a transformação da RTP num reedição proto-fascista do Secretariado da Propaganda Nacional, só faltava mesmo à máfia que domina o PS controlar a TVI e monopolizar até ao limite a Internet e as comunicações telefónicas fixas, móveis e de dados. Estamos quase lá, ou estou enganado?!

Os meus amigos democratas já pensaram bem no que estão a tolerar?

O caldo de cultura para uma súbita desconstrução do Estado democrático está aí. De um dia para outro, deixaremos de ter democracia, e em seu lugar estará, sem que sequer disso nos tenhamos apercebido, um NOVO FASCISMO, suave como o anterior, mais corrupto do que o anterior, de seringas e tribunais fantoches em punho, capaz de nos esmagar com eficácia bem maior do que Salazar alguma vez imaginou.

Se abandonarmos os princípios, se os trocarmos pelo mísero prato de lentilhas que as eleições dá a alguns, não tenho dúvidas que o colapso acabará por ocorrer. De momento, só deposito esperança em duas coisas: no voto inteligente dos eleitores, e sobretudo no potencial de uma crítica social auto-organizativa que, com palavras e actos, denuncie sistematicamente o desastre que se prepara em múltiplos domínios, e se prepare para exercer de forma proporcional, mas sem hesitação, o seu inalienável direito à liberdade, à justiça, à democracia, à solidariedade e ao bom governo.

LER noticia no Público


OAM 640 22-10-2009 14:15

segunda-feira, maio 11, 2009

Portugal 104

Prendam-nos a todos!

A Caixa Geral de Depósitos, além de apoiar por debaixo da mesa o BCP e Joe Berardo, entre outros grandes especuladores da nossa praça, está a usar o falido e corrupto BPN para financiar às escondidas as grandes construtoras e cimenteiras deste país (Mota-Engil, Visabeira, Grupo Lena), bem como as empresas públicas do Bloco Central da Corrupção (Parpública, CP, Metro, TAP, etc....), ao mesmo tempo que anda com o presidente da Eclipse Foundation e do falso banco privado português ao colo. É um escândalo! Prendam o Loureiro, prendam o Rendeiro, e ponham a banca em quarentena, quanto antes, antes que seja tarde demais.

Quando ouvimos o Pinóquio, o inenarrável dromedário da Ota, o motorista do BES, o genial criador do aeromoscas de Beja e putativo urbanista do Campo de Tiro de Alcochete, ou ainda o famoso cavador de buracos negros, Basilio Horta, palrarem sobre grandes investimentos e grandes obras, como se não devessem nada a ninguém, e Portugal não estivesse a resvalar rapidamente para um buraco de dívidas sem fundo, apetece-me gritar: ENVIEM ESTES PANTOMIMEIROS PARA O AFEGANISTÃO!

E no que respeita aos padrinhos do Bloco Central da Corrupção, que andam muito agitados ultimamente, talvez fosse bom recolherem as garras estaladiças e os dentes amarelos, por óbvia impossibilidade de escangalharem mais do que já escangalharam o brinquedo da democracia.

Estado não paga às construtoras
por ILÍDIA PINTO (Diário de Notícias)

11-05-2009. O presidente da Federação da Construção Civil e Obras Públicas alerta para os "graves problemas de liquidez" das empresas. Em dívida estão mais de 1,8 mil milhões. Metade é das autarquias, que deviam ter começado a pagar em Março. Mas também não receberam.

As empresas de construção civil e obras públicas continuam à espera que o Governo e as autarquias paguem o que devem. A federação do sector, a Fepicop, assegura que, apesar dos muitos anúncios relativos à regularização de dívidas das administrações Central e Local, os mais de 1850 milhões de euros permanecem por liquidar. Destes, 950 milhões correspondem às facturas das autarquias. O Ministério das Finanças havia anunciado que os primeiros pagamentos ocorreriam durante o primeiro trimestre mas, até agora, Reis Campos, presidente da Fepicop, garante que nada foi pago.

A situação é grave, garante Reis Campos, pois provoca "graves problemas de liquidez" às empresas e torna-se "mais preocupante ainda" porque, com o agravar da conjuntura económico-financeira mundial, estas têm grandes dificuldades nas relações com a Banca. "É que o Estado tem, com as empresas, uma posição completamente unilateral. Não paga o que deve, mas exige os impostos na hora e até às empresas credoras de IVA que prestem garantias bancárias para receberem os reembolsos, esquecendo que os bancos, não só não dão crédito, como querem é receber", critica.

(...)

Banco Privado deve mais de dois mil milhões aos credores (Diário Económico)

11-05-2009, Maria Ana Barroso — Banco de Portugal deve entregar hoje nas Finanças a proposta final para a resolução do problema do BPP. Governo tem cinco dias para responder.

Se for à falência, o Banco Privado Português (BPP) não terá capacidade para fazer face a metade das suas responsabilidades para com os vários credores. A saber: do total de dois mil milhões de euros de dívida (a clientes, trabalhadores, Estado, bancos financiadores, entre outros), o banco só tem mil milhões de euros de activos disponíveis.

Uma realidade descrita no documento com o plano de recuperação e saneamento do BPP, entregue dia 24 de Abril ao Banco de Portugal, a que o Diário Económico teve acesso. "Caso o BPP seja objecto de um processo judicial de insolvência, a venda forçada de activos, implicará um ‘gap' entre activos e passivos de aproximadamente 995 milhões de euros).

Tendo em conta que as dívidas ao BCE, a outras instituições financeiras e ao Tesouro (no âmbito dos 450 milhões de euros de empréstimo concedido em Dezembro) têm subjacentes garantias reais, na sua maioria, ficariam para último na lista, sem garantias de retorno do dinheiro os clientes de retorno absoluto e os clientes com depósitos à ordem e a prazo. O documento fala em 741 milhões de euros ainda a haver, nesta altura, pelos clientes de retorno absoluto e em 418 milhões de euros de depósitos.

Solar
Empresa de energia apadrinhada por Sócrates e Pinho perde certificação (Público)

Construtoras inundam BPN com centenas de pedidos de financiamento nos últimos três meses

08.05.2009 - 19h56 — Público
Por Cristina Ferreira, Ana Brito
Nos últimos três meses o Banco Português de Negócios (BPN) foi inundado de pedidos de financiamento (e algumas propostas de reavaliação de dívidas), por parte de empresas, muitas delas imobiliárias e de construção, ligadas aos grupos Mota Engil, Lena e Visabeira. Estes três grupos têm empréstimos a correr no BPN de 86,5 milhões de euros, 74 milhões de euros e 42 milhões de euros, respectivamente.

Em causa estão centenas de pedidos de financiamento que também envolvem accionistas da SLN (que antes da nacionalização detinha o BPN) e até de entidades públicas, como a Parpública, a CP, o Metro do Porto a Empodef e a SPdH. Mas também de clubes de futebol e de autarquias.


OAM 585 11-05-2009 09:45 (última actualização: 11:26)