Mostrar mensagens com a etiqueta Asia Times. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Asia Times. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, abril 11, 2008

China 3

For Those Who Love Tibet!

A perseguição histérica da tocha olímpica por parte de alguns hipócritas ofendidos com a repressão de estado chinesa contra separatistas tibetanos violentos, a que temos assistido diariamente nos noticiários televisivos, é bem o exemplo de duas coisas: a hipersensibilidade urbana face ao espectáculo mediático da morte, e a facilidade com que os conglomerados globais da informação manipulam e estimulam movimentos de opinião ideologicamente bem intencionados, mas invariavelmente desinformados. No caso, escasseiam os protestos contra a transformação da Palestina num campo de extermínio programado pela mão assassina do Sionismo internacional, mas sobra a ira hipócrita de quem não percebe que o incidente tibetano às portas dos Jogos Olímpicos apenas reflecte o icebergue da longa e complexa manobra divisionista estratégica levada a cabo pelos Estados Unidos no sentido de balcanizar a China, tal como o fizeram no passado, continuam a fazê-lo na antiga Jugoslávia (e na Europa em geral!), e pretendem repetir, sem a menor vergonha, na nova e orgulhosa República Popular da China. Mas como nem a contínua desvalorização do dólar impede o agravamento imparável do défice comercial americano, o mais provável é que a dita não surta os efeitos esperados e se volte contra os seus progenitores e padrinhos.

O anúncio publicado no México pela Absolut Vodka -- um mapa da América onde as regiões roubadas ao território da antiga colónia espanhola, na sequência da Guerra Hispano-Americana, regressam à pátria -- é seguramente uma boa ilustração da hipocrisia americana e anglo-saxónica em geral. O Tibete nunca foi independente e acolhe-se à protecção da China como região autónoma há muitas centenas de anos. O Sul dos EUA, pelo contrário, foi militarmente sequestrado em 1898, ou seja, há precisamente 110 anos! Que tal devolvê-lo ao México?! E que tal, para variar, deixar a ilha de Cuba, por fim, em paz? Sabem, por acaso, quem esteve detrás dos movimentos independentistas da Madeira e dos Açores? E sabem, por acaso, quem ainda anda por lá a meter pausinhos na engrenagem? Adivinhem enquanto eu vou dar um passeio pela praia de Carcavelos!

PS: Os recentes ataques de Sarkozy à China, depois de esta ter comprado 160 Airbus há uns meses atrás, teve entretanto uma inesperada e sibilina resposta durante o leilão da imagem nua da primeira dama francesa. A famosa fotografia referida no post anterior foi rematada por 91 mil dólares por um desconhecido coleccionador... chinês.


TIBETE, TIBETE! -- A MONTAGEM DE UMA CRISE

15-04-2008. BEIJING - Perhaps the Dalai Lama, king-god of Tibet, head of Lamaist Buddhism and icon of the present anti-Chinese protests, could have something to learn from Italy. Italy is the only country to have faced a problem similar to that of China with the Dalai Lama: of the occupation of a territory previously governed by a religious monarch. In the case of Italy, it was the pope, in the case of China, it is the Dalai Lama. --
Italian lesson for the Dalai Lama, By Francesco Sisci in Asia Times.

13-04-2008 13:46. Um milhão cento e noventa sete mil quatrocentos e sessenta nove mortos depois da invasão ilegal e assassina do Iraque por uma aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e mais de três mil civis mortos depois da guerra e ocupação NATO do Afeganistão, assistimos impávidos e serenos a uma intolerável manobra de boicote dos Jogos Olímpicos por causa da repressão chinesa sobre uma acção de guerrilha urbana desencadeada por movimentos separatistas tibetanos, com o apoio camuflado e hipócrita dum tão sorridente quanto patético Dalai Lama. A verdade é que americanos, britânicos (e agora também o garnizé gaulês e a atarantada chanceler alemã) resolveram aproveitar a oportunidade mediática dos Jogos Olímpicos para desencadear uma imensa e complexa manobra de desestabilização da China, visando potenciar a sua "balcanização" e, em última análise, comprometer ou pelo menos atrasar o ritmo de crescimento da emergente potência económica mundial. Os Estados Unidos, a Europa e porventura o Japão (os famosos G7) estão à beira do colapso financeiro, sem capacidade de resposta industrial à altura da China e da India, perdendo dia a dia o controlo que há um século exercem sobre os principais recursos energéticos, minerais e alimentares mundiais, e sem qualquer autoridade moral para pretenderem continuar a dar ordens ao resto do mundo.

O trabalho barato, os recursos naturais, o ouro e o dinheiro fugiram ao controlo do G7, e este é o verdadeiro motivo para a provocação em larga escala montada contra a China, depois do que fizeram contra a Rússia. Estamos à beira de uma guerra mundial? E a espoleta da mesma chama-se Irão? Talvez não. Os Estados Unidos e a Europa, na realidade, mal podem com uma gata pelo rabo! Precisam ambos, isso sim, de ganhar tempo. Já perceberam que o Irão é a chave do Médio Oriente e que, portanto, haverá que contar com a sua força e sabedoria. O problema agora é outro e chama-se China! A provocação em volta dos Jogos Olímpicos é o primeiro sinal de histeria e grande incomodidade ocidental que aí vem. Saberemos lidar com a nova China, que acorda de um sono profundo de 600 anos, recorrendo às lições da História, ou vamos cair nas contradições grosseiras da sinofoba americana Nancy Pelosi?

"Pelosi, a California Democrat, was elected to the House of Representatives in 1987. Four years after the election, massive ethnic clashes broke out in Los Angeles and some other cities in California. At that time, the Federal and state governments moved in 10,000 security forces from the National Guard, the army and the navy to restore order. Thousands of people were arrested. However, She turned a blind eye to the violence in a state where she came from, without moving any motion on the Los Angeles riots. Where was her "moral authority"? -- China View, On hypocrisy of Pelosi's double standards.

Facts and Figures of Tibetan development.

10-04-2008 14:52. "O Parlamento Europeu defendeu hoje que a UE deve encontrar uma posição comum sobre a participação dos Chefes de Estado e de Governo e do Alto Representante da UE na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, prevendo a possibilidade de estes não participarem no caso de não ser reatado o diálogo entre as autoridades chinesas e o Dalai Lama. Na resolução comum aprovada em plenário, os eurodeputados apelam ainda ao Conselho para que nomeie um enviado especial para as questões tibetanas."

... "O Parlamento Europeu "louva o facto de Sua Santidade o Dalai Lama ter apelado ao povo tibetano para protestar de forma não violenta e rejeitado apelos à independência do Tibete", tendo, em vez disso, proposto uma "via intermédia de genuína autonomia cultural e política e de liberdade religiosa". Na resolução, o Parlamento reafirma também "o seu apego à integridade territorial da China"." -- Serviço de Imprensa do Parlamento Europeu.

10-04-2008 01:58:44. ... "Jiang also reiterated that the central government is ready to continue contacts and talks with the Dalai Lama on the condition that he sincerely renounces "Tibet independence" position and stops activities of splitting China, especially the inciting of violent crimes in Tibet and other places and the disruption of Beijing Olympics." -- European Parliament resolution "rudely" interferes into China's internal affairs, China View.

28-03-2008. The unravelling British campaign to break up China, as an opening shot in a Eurasian war, pitting Europe and the United States against China, India, and Russia, poses a grave danger--particularly as the Bush Administration, leading Congressional Democrats like Speaker of the House Nancy Pelosi (D-Calif.), and most European governments, fall in, lock-step, behind the British schemes, out of ignorance or worse. -- British Launch 'Great Eurasian War' Drive, by Jeffrey Steinberg.

OAM 344 11-04-2008, 17:46 (última actualização: 15-04-2008 12:47)

domingo, março 23, 2008

China 2

Bjork canta Declare Independence, em Xangai
Bjork canta Declare Independence, em Xangai.

Tibete! Tibete! pode comprometer estreia chinesa nas Olimpíadas deste verão

Björk: "I have been asked by many for a statement after dedicating my song 'Declare Independence' to both Kosovo and Tibet on different occasions. I would like to put importance on that I am not a politician, I am first and last a musician and as such I feel my duty to try to express the whole range of human emotions. The urge for declaring independence is just one of them but an important one we all feel at some times in our lives. This song was written more with the personal in mind but the fact that it has translated to its broadest meaning, the struggle of a suppressed nation, gives me much pleasure. I would like to wish all individuals and nations good luck in their battle for independence. Justice!" -- in Pitchfork.


Uma semana antes dos acontecimentos violentos que voltaram a colocar na ordem do dia e das preocupações chinesas a questão da independência do Tibete, a cantora islandesa Björk encerrou o seu espectáculo em Xangai com a canção Declare Independence, originalmente dedicada à Gronelândia e às Ilhas Faroé, mas que em espectáculos subsequentes Björk viria a dedicar ao Kosovo e, agora, ao Tibete.

Apesar de o sentido declarado da canção corresponder ao sentimento independentista em sentido lato, a verdade é que as circunstâncias políticas actuais têm permitido localizar esta particular performance artística em terrenos imediatamente explosivos da política mundial. Björk não tem obviamente consciência das implicações geo-estratégicas das suas declarações. Mas a verdade é que toca num ponto sensível do problema ideológico e político das independências nacionais.

Certos povos, regiões e nações adquirem por vezes sentimentos de pertença territorial e comunidade ao longo de séculos de maturação psíquica e sociológica cujo horizonte de realização tende inevitavelmente para o desejo de independência. Se a oportunidade surge, geralmente aproveitam-na para se libertarem de tutelas e domínios que aprenderam historicamente a repudiar. As derrotas de tais ambições no campo da batalha política, por mais trágicas que sejam, não são geralmente suficientes para matar os sonhos longamente amadurecidos. Mas, por outro lado, questões territoriais objectivas acabam frequentemente por reconduzir tais sentimentos profundos a uniões políticas, de jure e de facto, fora das quais a sobrevivência dos povos se vê constantemente ameaçada -- seja pela pequenez do território, seja pela frágil demografia, seja pela escassez de recursos, seja ainda pelas ameaças externas de outros povos cuja vitalidade e necessidades de expansão frequentemente põem em causa aquilo que no dia a dia dos povos frequentemente parece ser uma imutabilidade histórica e cultural.

Num certo sentido podemos dizer que a União Europeia, ao procurar ser uma Europa das regiões, pretende atingir esse difícil ponto de equilíbrio entre o sentimento de pertença nacional e a necessidade absoluta de integrar tais sentimentos em unidades cosmopolitas com uma amplitude territorial, económica e cultural duradouras e sustentáveis. A experiência terrível das guerras europeias nacionalistas é um aviso que não devemos subestimar, mesmo ouvindo com atenção e entusiasmo a voz dos poetas cantando as insondáveis contradições da alma humana.

Post scriptum -- 23-03-2008. Escutei ontem na CNN um argumento bastante cínico sobre a improbabilidade de um boicote ocidental, ou mesmo de actos simbólicos inesperados por parte dos atletas. As cláusulas minuciosas dos contratos celebrados entre os patrocinadores das várias delegações e atletas incluem invariavelmente interdições explícitas relativamente a actos extra-desportivos que possam ofender o anfitrião, ou simplesmente desviar o "ideal olímpico" para temas estranhos e inoportunos como, por exemplo, as várias querelas políticas mundiais actualmente em curso. Assim se vê a força de quem realmente manda!



REFERÊNCIAS

Declare Independence! (video clip original)

Olympics Boycott Chatter Grows as Tibet Unravels: William Pesek

March 21 (Bloomberg) -- It has been a rough year so far for conventional wisdom on China.

One supposedly irrefutable truth was that China wouldn't allow stocks to plunge. Tell that to investors watching shares slump to eight-month lows. The CSI 300 index is down 25 percent this year, and it's only March.

Another is that China won't overheat. Tell that to economists analyzing what the biggest inflation increases in 11 years mean for stability in a nation of 1.3 billion people.

The latest bit of conventional wisdom to be challenged is that the Aug. 8-24 Olympics would proceed with the precision of a referee's stopwatch. Tell that to a world getting antsy about events in Tibet, which are compounding China's already festering wound from its support of the regime in Sudan, where the government is accused of aiding genocide in the Darfur region.


Björk's "Tibet, Tibet" caught on Youtube

We've been looking around all day for a video of Björk's final song Declare Independence at her Shanghai concert and here it is! [Click here for another alternative video] Björk chanted "Tibet, Tibet" not once, but thrice, before yelling out "Raise your flag" again and again in a crescendo that made the crowd completely ecstatic (presumably because half of them didn't understand what she was saying?) -- Shanghaiist.


The fallout from Björk's "Tibet" call


It looks like the news embargo on Bjork's "Tibet" incident has finally been lifted and the fallout has begun. We have not found many traces of it, however, in the Chinese mainstream media. -- Shanghaiist.


Bjork's Shanghai surprise: a cry of 'Tibet!'

Singer under fire after shouting 'Tibet! Tibet!' after performing her song Declare Independence at Shanghai concert.

The Icelandic singer initially dedicated Declare independence to Greenland
and the Faroe Islands, which still have formal links to Denmark. The video for the song shows her in clothing bearing their flags. Its lyrics include: "Don't let them do that to you. Raise your flag!"

While performing in Japan last month, she dedicated the song to Kosovo. Bjork also played at several fundraising concerts supporting Tibetan independence in the US in the 1990s. -- Guardian.


China posts wanted list for Tibet

Chinese authorities have issued a list of 21 people wanted for their alleged role in anti-China riots in the Tibetan city of Lhasa last week. -- BBC News.



OAM 340 23-03-2008, 02:59