sexta-feira, março 11, 2011

Regime à rasca

Uma estreita e terrível janela de oportunidade!
[fonte governamental da Alemanha à agência Dow Jones]: “Portugal está a afundar-se debaixo de uma montanha de dívida e os custos de financiamento são intoleráveis. Julgo que até final de Março ou início de Abril, [um pedido de auxílio] acontecerá”, afirmou. — in Jornal de Negócios, 11mar2011.
Manuel Maria Carrilho escrevia ontem, no DN, ideias certeiras sobre o governo à rasca de Sócrates. Mas eu vou mais longe, interpretando o balbuciar de pânico emitido ontem também por Francisco Assis, no frente-a-frente com Miguel Macedo, no Jornal das Nove da SIC: não é só o governo, mas também o regime, que está à rasca e cada vez mais atordoado. Muito grave, esta situação, se tivermos em conta que o mitómano Sócrates, por ser uma criatura sem escrúpulos, pode mesmo deitar de vez o país ao lixo. Como no parlamento parece só haver sucata política, o perigo de assistirmos ao colapso do regime é real.

Só um evento poderá salvar Sócrates, Passos de Coelho e o país de uma vergonhosa, dolorosa e prolongada bancarrota: uma nova guerra no Golfo Pérsico, ou o fecho do Canal de Suez, em consequência do alastramento e agravamento do colapso das ditaduras do norte de África.

Em ambos os casos, os abastecimentos da China, do Japão e da Índia, passariam obrigatória e maioritariamente por Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Angola, e pelo Atlântico Sul e Norte!

Nesta circunstância, aliás provável (supondo a bom supor aquela que será neste momento a estratégia anglo-americana de sobrevivência e de contenção, uma vez mais, da poderosa Alemanha), Portugal e Espanha atrairiam avultados investimentos orientados para os transportes marítimos e ferroviários, e até para a indústria de logística militar. Marinha, portos marítimos e fluviais, e ferrovia de bitola europeia são, pois, as óbvias prioridades de Portugal.

As outras prioridades, igualmente urgentes e decisivas, passam pela segurança alimentar do país e pelo controlo público de todos os sectores estratégicos da nossa economia natural. Oferecer à Alemanha, de mão-beijada, como garantia de futuros empréstimos, a REN, ou os portos atlânticos, bem como outros sectores estratégicos, seria um crime contra a integridade nacional.

Só há, assim, uma solução: reformar de alto a baixo o Estado e travar o insaciável apetite da nossa incompetente e parasitária burguesia.

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