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quarta-feira, janeiro 18, 2023

Carvão, petróleo e gás natural continuam a dominar o mix energético mundial

É duvidoso um cenário europeu em que as energias renováveis + biofuels tripliquem o seu peso no mix energético até 2050.

Panorama UE ao fim de trinta anos de investimentos e subsídios massivos em 'energias verdes' e repressão dos combustíveis fósseis (segundo dados oficiais, 1990-2020):

Fósseis* = 35+24+17+12 = 84%

Renováveis** = 16% 

Se a entrada das renováveis crescer ao mesmo ritmo dos últimos trinta anos (altamente improvável), só em 2050 a sua participação no mix energético seria de 48%.

* — carvão, petróleo, gás natural, nuclear

** — biomassa, biogás, biofuels líquidos, hidroelétrica, incineração, geotérmica, eólica, solar, ondas

Em trinta anos (1990-2020) a 'energia renovável' + biofuels triplicou

1990 : 2 978,78 Petajoules

2020: 10 046,86 Petajoules

Fonte: Eurostat (Energy statistics - an overview)

Cenário 2050 

Quota das 'renováveis' + biofuels voltar a triplicar..., mantendo-se o total bruto de 2019

Renováveis + biofuels: 30 140,58 Petajoules (2050)

Energia bruta disponível: 62 846,39 Petajoules (2019)

— a propósito dum artigo no Euractiv

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

“Eu sou ministro da energia, não sou ministro das energias renováveis” - PÚBLICO

Um passo na direção certa


JORGE MOREIRA DA SILVA (ministro): “No que tem a ver com a micro-geração, avançaremos, nas próximas semanas, com o regime do auto-consumo, de modo a que cada um de nós possa, em nossa casa, produzir para consumo próprio electricidade e não estar apenas ao abrigo de um regime de venda desta electricidade à rede, como era o regime da micro-geração. Esta aposta vai não apenas fomentar a aposta nas energias renováveis, na medida em que será utilizada para auto-consumo, mas vai dinamizar a actividade económica dos pequenos e médios instaladores, do cluster do fotovoltaico.”

“Eu sou ministro da energia, não sou ministro das energias renováveis” - PÚBLICO

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

The Golden Age of Gas... Possibly: An Interview With The IEA | Zero Hedge

Mais um argumento pesado a favor da paragem do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico... que a EDP e a Iberdrola em breve mendigarão do governo, não sem antes fazerem o bluff do pedido de indemnizações por suspensão dos contratos. Marinho Pinto, aqui tens um bom naco de matéria jurídica para pegar pelos cornos!

The Golden Age of Gas... Possibly: An Interview With The IEA | Zero Hedge

OP: How is the shale
boom reshaping the global financial and economic system? Who are the winners and losers in this emerging scenario?


IEA: One of the key messages of our World Energy Outlook-2013 is that lower energy prices in the United States mean that it is well-placed to reap an economic advantage, while higher costs for energy-intensive industries in Europe and Japan are set to be a heavy burden.

Natural gas prices have fallen sharply in the United States – mainly as a result of the shale gas boom –  and today they are about three times lower than in Europe and five times lower than in Japan. Electricity price differentials are also large, with Japanese and
European industrial consumers paying on average more than twice as much for electricity as their counterparts in the United States, and even Chinese industry paying  almost double the US level.

Looking to the future, the WEO found that the United States sees its share of global exports of energy-intensive goods slightly increase to 2035, providing the clearest indication of the link between relatively low energy prices and the industrial outlook. By contrast, the European Union and Japan see their share of global exports decline – a combined loss of around one-third of their current share.

sábado, janeiro 04, 2014

A próxima revolução industrial


A tecnologia e a cultura low cost vieram para ficar

The Nearly Free University and The Emerging Economy:
The Revolution in Higher Education (Of Two Minds)

Reconnecting higher education, livelihoods and the real economy

[...] modern colleges and universities have collectively become a rent-seeking cartel, an alliance of nominally competitive institutions that maintains a highly profitable monopoly of accreditation. To grasp the power of the cartel, consider a typical Physics I course even at MIT is almost entirely based on Newtonian mechanics, and the subject matter entirely in the public domain. Only a cartel could arrange to charge $1,500 and more per student for tuition and texts, in the face of far lower cost and superior quality materials, for subject matter that is no more recent than the 19th Century.

Charles Hugh Smith

A próxima revolução industrial já começou e poderia chamar-se Low Cost. Um exemplo do efeito low cost na economia é bem conhecido em Portugal. Toda a gente se lembra dos preços caros da TAP e das demais companhias de bandeira que pousavam em Lisboa, no Porto e em Faro. Toda a gente se lembra ainda da falta de ligações aéreas do Porto para fora do país, obrigando os cidadãos e a gente de negócios do Norte a viajarem de carro ou de comboio até Lisboa para poderem ir até Milão e muitas outras cidades europeias trabalhar, ou do preço exorbitante dos voos Porto-Lisboa, cujos passageiros eram frequentemente, para não dizer invariavelmente, subsidiados pelo estado e empresas públicas, pelas fundações, ou por grandes empresas.

No entanto, foi a concorrência dos voos low cost, sistematicamente ignorados ou criticados pelos lordes da TAP e dos governos de turno, que mudou o panorama da mobilidade aérea do país, permitindo um autêntico boom no turismo de fim-de-semana e nos negócios em plena crise financeira, ao mesmo tempo que demonstrava a insanidade e a corrupção que rodearam o embuste do novo aeroporto da Ota, primeiro no leito de cheia do rio Ota, depois na várzea de sobreiros e em cima do lençol freático da bacia do Tejo na zona de Alcochete-Rio Frio-Canha. Basta passear hoje pelo Aeroporto da Portela para ver as centenas de metros de balcões de check-in permanentemente vazios. Já não servem para nada. O mundo low cost, que envolve viagens incomparavelmente mais baratas do que as oferecidas pelas companhias públicas subsidiadas e pelos antigos oligopólios de slots, implica ligações ponto-a-ponto sem pernoita das tripulações fora de casa, implica uma penalização do excesso de bagagem individual, implica o fim dos aperitivos, refeições e refrescos de borla em viagens de médio curso, implica check-in online, implica tripulações menos numerosas e com algum acréscimo de funções, implica estadias nas placas dos aeroportos de menos de uma hora... implica o desenvolvimento paralelo da hotelaria e dos transportes citadinos em conformidade, ou seja, práticos, transparentes, baratos e disponíveis online. Resumindo, o fim da energia barata e a entrada do Médio e Extremo Oriente, Brasil e partes de África na partilha do bolo do desenvolvimento decretou, sem apelo nem agravo, o início de uma economia mais eficiente, mas também uma dieta sem precedentes em todos os setores parasitários ou pouco produtivos da sociedade. O colapso do sistema financeiro associado à acumulação insustentável do endividamento dos estados e suas empresas perdulárias veio apenas acelerar uma tendência anunciada e sem retorno.

Estado low cost, saúde low cost, educação low cost, mobilidade low cost 

Enganam-se, porém, aqueles que julgam que low cost é sinónimo apenas de voos baratos. A mesma lei que forçou o transporte aéreo a um gigantesco esforço de adaptação à energia cara (apesar de ainda beneficiarem de combustíveis altamente subsidiados, ao contrário do transporte rodoviário), está neste momento a forçar os governos a assumirem as suas gigantescas dívidas. Para já, os governos populistas enveredaram por atacar o problema pela linha de menor resistência, ou seja, os velhos e a classe média, usando o fascismo fiscal e a propaganda como armas. Mas esta via é claramente insuficiente!

Como a Troika, e bem, se tem fartado de avisar, sem uma clara e estrutural diminuição do peso do estado na economia e na vida das pessoas, o défice continuará a subir, a dívida não descerá significativamente, e o peso dos juros continuará a somar, ameaçando destruir literalmente os países que não reagirem a tempo à teimosia das elites corruptas que tomaram de assalto as democracias falidas e falhadas, como Portugal, Espanha, a Grécia, ou Chipre.

Em vez da caricata, hipócrita e destrutiva 'luta de classes' que os esqueletos da 'esquerda' pretendem retomar, como se estivéssemos no início da era do carvão, ou no início da era do petróleo, precisamos, sim, de uma visão estratégica para ultrapassar a evidente metamorfose do Capitalismo (mais uma) em curso.

Por razões acumuladas —o fim da energia barata, a deslocação de uma parte significativa do trabalho produtivo ocidental para o Oriente e em geral para os países atrasados, o envelhecimento e a quebra demográfica dos países industriais avançados, o endividamento geral das sociedades e o empobrecimento das classes médias ocidentais— o chamado 'estado social' ruiu. Morreu na forma até agora conhecida e não vai reviver, salvo se houver uma transformação radical alimentada por uma visão semelhante à filosofia low cost que um dia Alfred E Khan teve para atacar o problema do entorpecimento da aviação americana e que Jimmy Carter viria a colocar no papel e nas pistas em 1978. Então o gigante Pan Am faliu, e a Southwest Airlines adaptou-se.

Sem entrar em mais pormenores, que deixarei para outros escritos, diria o seguinte:

— ou, tal como as companhias de aviação, os sistemas sociais, educativos e de saúde que fazem parte do 'estado social' são capazes de caminhar rapidamente para uma transformação profunda, e sobrevivem, ou deixam-se enredar pelos trocadilhos baratos da chicana partidária que entope diariamente os canais da propaganda mediática, e acabam por falir... como a Pan Am faliu, e como a TAP faliu.

Não será por falta de certidões de óbito que as realidades serão diferentes do que são.


quarta-feira, dezembro 14, 2011

Garganta Funda para a EDP?

O estado português não pode ajudar a TAP, a EDP, ou a REN, mas pode vender estas empresas públicas estratégicas a estados comunistas. Que lindo enterro vamos ter!

Três Gargantas, maior barragem do planeta, é o novo ícone, por excelência transmontano, de Durão Barroso, Sócrates, Passos de Coelho, Assunção Esteves, Armando Vara, Edite Estrela e Francisco José Viegas. Coitado do Torga!
Como o Negócios revelou em primeira mão, os chineses da Three Gorges oferecem o preço mais alto (€3,45 por acção, ou quase 2,7 mil milhões de euros pelos 21,4%), seguidos dos brasileiros da Eletrobras e dos alemães da E.ON. (…) As três melhores propostas estão separadas, no entanto, por pouco: cerca de 200 milhões de euros — in Pedro Santos Guerreiro, “O negócio da China”, Negócios online, 12 Dezembro 2011 | 23:30.
A ameaça da UNESCO de retirar ao Douro a classificação de Património Mundial não incomoda Marcelo. Porque será? O professor da TVI boicotou descaradamente, no passado Domingo, a notícia da semana. Porque teria sido? Não é notícia? Claro que é! Terá então MRS algum conflito de interesses, directo ou por interposta pessoa, com a coisa? Se sim, e ao ponto de ter omitido um assunto tão obviamente relevante na sua crónica semanal, esclareça-o, ou deixe de opinar e de dar notas ridículas!

Em plena fase crucial da privatização da EDP, Marcelo, o governo e ainda o patético (in)Seguro do PS, não querem ouvir nada que possa perturbar a venda ao desbarato, e sem cautela estratégica aparente (a qual deveria ser clara e pública), do sobre endividado, mas nem por isso menos estratégico activo do país chamado EDP.

Medina Carreira disse ontem e bem ao Público que:
“O Governo quer ganhar competitividade vendendo a investidores estrangeiros posições que o Estado detém nas grandes empresas monopolistas e onde antecipa arrecadar seis mil milhões de euros“. “O Estado vai perder os rendimentos que essas empresas geram anualmente“ e “daqui a seis meses” Portugal “não terá activos, não terá rendimentos e estará na mesma situação”. Os seis mil milhões, assegura, “não resolvem nenhum problema”. Público, 13-12-2011.

A imagem do que pode suceder em Portugal se o gigante alemão da energia ganhar a corrida ao controlo da EDP foi dada pelo anúncio do despedimento de onze mil dos seus oitenta mil funcionários. Ou seja, para aumentar a escala e a concentração num tempo de escassa liquidez a solução passa, já imaginávamos, por aliviar a carga humana num lado, e aumentar os activos no outro.

Vai a E.ON limpar o passivo da EDP, de mais de 16 mil milhões de euros, retomando o acesso aos mercados para financiamento do mesmo? Quantos empregos tenciona a E.ON efectivamente criar em Portugal? Que prometeu Passos Coelho à E.ON? Prometeu as mensalidades chorudas dos CIEG e as rendas do Baixo Sabor e do Tua? Prometeu uma entrada no Brasil e nos campos eólicos americanos? Que mais prometeu?

Apesar de as perspectivas serem péssimas, tendo a crer que a alienação da EDP é infelizmente inevitável. A dívida é demasiado grande e as perspectivas a curto-médio prazo das renováveis, em matéria de custo e competitividade face às energias convencionais —sobretudo a hidroeléctrica e a de ciclo combinado a gás natural (dadas as recentes descobertas em África)— são menos que sofríveis.

Salvar a EDP do colapso financeiro tornou-se, em suma, assunto para outros campeonatos.

É aqui que entra a China!

A Alemanha, o Brasil e os Estados Unidos não querem a China a entrar nos seus territórios energéticos pela porta do cavalo lusitano. Espero bem que tenham explicado bem este melindre ao Gasparinho e aos nossos ansiosos sábios.

Por outro lado, dar a EDP à China seria o mesmo que entregar o domínio de uma empresa portuguesa privada com capitais públicos a uma empresa 100% pública do Estado Chinês — China Three Gorges Corporation (“a wholly state-owned enterprise”). Que é feito da legislação europeia sobre a liberalização das "utilities"? O Estado Português não pode ajudar a TAP, etc., mas o Estado Chinês pode comprar a EDP, a REN, a ANA e a TAP. Se for assim, é caso para repetir: pobre Europa!

Eu até defendo a entrada da China em Portugal, de preferência no negócio portuário e na indústria naval, mas sempre com conta, peso e medida. Nunca permitindo que um estado, ainda por cima extra-comunitário, tome conta dum sector estratégico mal liberalizado, só porque temos um ministro com uma grande carreira de tecnocrata pela frente. A insanidade da perspectiva é por demais escandalosa e configura problemas de soberania evidentes. Imaginem que o Alberto João deixa de pagar as facturas da iluminação pública do Funchal (se é que alguma vez pagou) —que aconteceria?

Nasci em Macau, e as boas peças de arte chinesa que possuo foram ganhas pelo meu pai numa noite de sorte em casas de jogo macaenses. À época, estamos a falar do princípio dos anos 1950, em frente à rua onde se situavam as casas de jogo, cresciam como cogumelos casas de penhores. Os que perdiam tudo na vertigem da especulação, acabavam vendendo o que tinham e o que não tinham, às vezes só pelo preço do bilhete do barco de regresso a Hong Kong. O valor das coisas passa, quando menos se espera, de zero a infinito e vice-versa. Quem perder esta realidade antiga de vista não se poderá depois queixar!

POST SCRIPTUM
24-12-2011 — Tenho andado a monte por este país bipolar, desligado da rede e dos média em geral, numa espécie de sauna das ideias! Soube ontem que a EDP sempre foi parar à China, como de algum modo intuí neste artigo. Preferia que a China se ficasse pelos portos e por duas plataformas logísticas, uma a norte, que já está em formação, perto de Vila do Conde e outra em Sines. Mas o dinheiro está onde está, e é tempo de a China se abrir ao Mundo. Bem-vinda!

PS: Caros administradores das três Gargantas, não se esqueçam de despedir o senhor António Mexia tão depressa quanto possível, pois este cabotino foi o irresponsável pela maior dívida privada do país, tendo entregado uma empresa outrora pública (como a vossa é) valendo hoje em bolsa substancialmente menos do que valia quando para lá entrou!


quarta-feira, setembro 28, 2011

Biomassa em vez de barragens

A floresta sustentável é uma alternativa

A EDP tem uma dívida acumulada 3x maior do que a da Madeira e igual ou superior à dívida conjunta de todo o sector público de transportes!!!


A gestão sustentável do Pinheiro Bravo é uma alternativa ao descalabro barragista

Out of the woods? Rural Europe (re)turns to forests as main energy source

Wood is already the most widely-used source of renewable energy in Europe, but the European Commission is looking at additional measures to help rural regions seize their potential for power from biomass.

Forests cover more than 155 million hectares (37%) of the EU27's land area and a further 21 million hectares is covered by other wooded land.

However, the Commission believes there is a clear potential to intensify forests' energy utilisation as only up to 70 % of the annual forest growth being harvested, with some 42% being used for energy.

In addition, wood burning is considered to be largely carbon neutral if forests are cultivated in a sustainable way, making it an environmentally-welcome alternative to oil and coal in rural areas.

Another advantage of biomass is that it may be directly stored and drawn upon for use at any time, unlike wind or solar electricity that need to be consumed directly or converted in order to be stored.

in EurActiv, 22.09.2011.

É por causa do descomunal endividamento da EDP que o pirata Mexia gasta milhões de euros em publicidade e falsas acções de responsabilidade social (green washing). A verdade é que boa parte da factura energética que todos pagamos se deve ao enorme embuste energético fabricado durante o consulado do pirata Sócrates, o qual terá que ser necessariamente desfeito sob pena de os aumentos anunciados em sede de IVA e de preço ajustado ao custo real da energia se tornarem socialmente incomportáveis.

Há um crime público neste sector que tem que ser desvendado e tratado como tal. Os responsáveis políticos pelo colapso financeiro do país têm que ser levados a tribunal e responsabilizados pelas patifarias que fizeram, ajudaram a fazer ou criminosamente autorizaram.

O Plano Nacional de Barragens é um embuste e um crime que tem que ser desfeito quanto antes.

Podemos aumentar a capacidade produtiva das nossas maiores barragens, mas não faz qualquer sentido construir novas barragens. As que se encontram em início de obra (Sabor e Tua) devem parar já!

A hipótese nuclear é outro embuste. Enquanto os japoneses, franceses, alemães e americanos não demonstrarem que o nuclear é mais seguro do que Fukushima, Portugal não pode, sob nenhum pretexto, servir de cobaia à nova geração de reactores supostamente seguros.

Temos, pois, que recorrer às alternativas mais óbvias, seguras e baratas:
  • baixar drasticamente a intensidade e o custo energéticos da nossa economia, lançando um cluster nacional de eficiência energética (que aposte na nova rede ferroviária de bitola europeia, na requalificação dos portos, numa nova indústria naval especializada —por exemplo em navegação de cabotagem, científica e de recreio— no transporte colectivo eléctrico, na eficiência energética dos edifícios e das cidades, na agricultura biodinâmica, na investigação científica focada nestes domínios, etc.);
  • libertar as renováveis eólicas e solar das ligações forçadas à REN e da canibalização burocrática, clientelar e fiscal das facturas do consumo energético;
  • apostar, com a UE, decidida e rapidamente, na biomassa florestal e na exploração sustentável da nossa vasta floresta de Pinheiro Atlântico.
O governo tem que tomar a iniciativa!

ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO: 28-09-2011 18:16

quinta-feira, março 24, 2011

Energia pirata

...quanto mais exportamos para Espanha, mais o consumidor português paga!” — Mira Amaral

“O INE mostra-nos que de Janeiro a Outubro de 2010, comparado com o período homólogo de 2009, houve um aumento de importações de combustíveis de 1 400 milhões de euros. As renováveis da moda não nos reduzem a dependência aflitiva do petróleo e vamos continuar a importar carvão e gás natural pois continuaremos a precisar das centrais térmicas quando não há sol ou vento! Até Novembro de 2010 houve 15,556 GWh de produção termoeléctrica contra 22,009 GWh no período homólogo de 2009, o que significará então, devido às renováveis, uma poupança de importação apenas de cerca de 174 milhões de euros em gás natural e carvão o que contrasta com um sobrecusto da Produção em Regime Especial bem superior! (...)
Em suma, com esta política centrada nas renováveis da moda, geraram-se terríveis sobrecustos para a economia e a dependência do petróleo mantém-se intacta!

Quando é que entraremos no realismo energético? Quando é que abandonaremos a mera propaganda política e começaremos a tratar da energia seriamente? Quando é que perceberemos que a eólica e a fotovoltaica só conseguem representar cerca de 3% do consumo total de energia primária? Quando é que perceberemos que discutir a Política Energética não se pode confundir com o apoio às renováveis da moda, com custos demasiados elevados para um País pobre como o nosso?” — in “Petróleo, renováveis e sobrecustos”, Luís Mira Amaral, Jornal de Negócios.

Este excelente artigo de Mira Amaral (vale a pena ler os detalhes do mecanismo perverso da formação dos preços da energia no nosso país) mostra claramente o gene que ao longo das últimas três décadas se infiltrou na estrutura económica, financeira e de poder em Portugal, transformando-o, de facto, numa democracia capturada por piratas. Admira-me muito que Mário Soares e Jorge Sampaio só agora tenham acordado deste pesadelo.

O problema que temos pela frente é, pois, gigantesco. Trata-se de corrigir um país onde tradicionalmente abundam a corrupção e a pequena corrupção, cujo sistema de poder traduz uma simbiose oportunista e familiar entre clientelas económico-financeiras, corporativas e partidárias, e que infelizmente se habituou a viver, desde 1415, de rendas coloniais, de monopólios e da emigração.

Como escrevi várias vezes, estamos no fim dum ciclo de 600 anos. E a razão deste colapso histórico é só um: as árvores das patacas já não nos pertencem.

Conclusão: o regime entrou num buraco negro de sobre endividamento de onde não sairá tão cedo, o qual induzirá inevitavelmente uma revolução social. A gente lúcida e honesta deste país (imagino que um punhado de pessoas) deve abdicar dos seus pergaminhos familiares, profissionais e partidários, juntar-se para conversar, e preparar o país para uma insurreição constitucional, da qual resulte uma nova assembleia constituinte e uma nova constituição: simples, justa, transparente e firme.

Portugal é uma língua de areia estreita com um grande e decisivo mar pela frente. Mais de 20% da sua população emigrou de 1960 para cá. Não tem como pagar o seu actual sobre endividamento — qualquer coisa como quinhentas pontes Vasco da Gama, quando só produz 170 pontes por ano, e apenas tem no banco 140. Que fazer? A nova centralidade do Atlântico Norte e Sul, bem como a crise das ditaduras do norte de África, são duas oportunidades que se avizinham a passos largos. Mas aproveitar o novo T deitado da geoestratégia da Europa Ocidental implica mudar Portugal de alto a baixo.

segunda-feira, maio 03, 2010

Bloom Energy

Vem aí a nova rede energética! Barragens para quê?

Edifício da ebay alimentado pelos servidores da Bloom Energy.

Em termos de paradigma, faltava ao sector energético o parceiro tecnológico homólogo da micro computação e da Internet. Parece que vem a caminho. Chama-se Bloom Energy!

Ou seja, faltava uma fonte de captura, transformação, conservação e distribuição de energia simultaneamente limpa, independente das grandes e ineficientes redes eléctricas convencionais (de alta e muito alta tensão) e dos monopólios da era industrial (de que a EDP é o cadáver adiado), sendo ao mesmo tempo menos cara do que as opções convencionais, e muito menos cara do que a actual energia oriunda dos parques eólicos e das herdades foto voltaicas (cujo financiamento fiscal gerou uma bolha especulativa prestes a rebentar).

Os servidores de energia da Bloom Energy, que já funcionam em fase experimental em instalações da Coca-Cola, Walmart, FedEx, ebay, Staples, Google, COX e Bank of America, entre outros gigantes da indústria americana, parece ser a revolução por que todos esperávamos.

Lembram-se do que sucedeu aos jornais e televisões quando surgiu a Internet? Lembram-se do que mudou na Portugal Telecom e na generalidade das empresas de telecomunicações depois da criação do Voice Over IP, de que a Skype é hoje líder? Conhecem os impactos na economia mundial, de empresas como a Amazon, ebay, Paypal, Google e Facebook? Sabem porque é que o senhor da Microsoft, Bill Gates, se reformou? Pois é, a EDP do pedante Mexia que se cuide! E nós, pagadores de impostos, o melhor que temos a fazer é exigir em uníssono aos governantes e políticos que conduziram o nosso país ao estado lastimável em que está, que, pelo menos, não façam mais asneiras! Parem imediatamente a construção da barragem assassina do Baixo Sabor, e os processos conducentes à construção das barragens do Fridão e do Tua!

O mundo da energia eléctrica está à beira de sofrer uma revolução pelo menos tão grande como aquela que a Internet trouxe ao mundo.

Rejeite-se, pois, a vigarice dos contratos de venda de energia à rede. O governo de piratas que tomou conta do nosso país andou por aí a impingir pacotes foto voltaicos alimentados pelo endividamento de Estado, ou seja, com impostos pagos por todos nós, que em breve irão aumentar. Para quê? Pois para alimentar monopólios velhos e inviáveis, como a arrogante (e a prazo falida) EDP do pedante Mexia.

Em vez de dar prioridade à eficiência energética, à inovação e ao desenvolvimento de soluções locais e independentes (off the grid), a nomenclatura indolente, inculta e corrupta que tomou conta da exangue democracia portuguesa, preferiu insistir na destruição ambiental, no desperdício e no assalto à poupança e produtividade nacionais através do vampirismo dos vários monopólios e oligopólios que exploram os recursos estratégicos do país.

A EDP quer barragens, que nada acrescentam à produção eléctrica nacional, única e exclusivamente para aumentar ficticiamente o valor dos activos e garantias próprias que tem que oferecer para conseguir os financiamentos gigantescos da sua aventura na bolha especulativa das energias renováveis. Esta, no entanto, está a esvaziar-se rapidamente e a estocada final poderá surgir antes de qualquer das anunciadas barragens assassinas da EDP estar concluída, com a assinatura de uma empresa californiana chamada Bloom Energy!

OAM 698 — 3 Maio 2010 2:24

sábado, setembro 19, 2009

Energia Verde 2

Bolha solar rebenta em Espanha


Spain’s Solar-Power Collapse Dims Subsidy Model

By ANGEL GONZALEZ and KEITH JOHNSON (WST)

Spain’s hopes of becoming a world leader in solar power have collapsed since the Spanish government slammed the brakes on generous subsidies.

The sudden change has rippled across the global solar industry, in a warning of the problems that government-supported renewable-energy programs can encounter.

Valerá a pena insistir em projectos de microgeração subsidiada?

Não é possível rentabilizar um investimento em microgeração fotovoltaica ligada à rede em menos de 6 anos. Ora seis anos, no actual quadro de desorganização mundial da economia e sobretudo do sistema financeiro, é muito tempo! Os benefícios governamentais e fiscais estão por um fio. A recessão global e o imparável deslizamento do dólar americano fazem cair os preços reais do petróleo. O crescimento previsto dos consumos energético está posto em causa. O excessivo endividamento dos grandes fornecedores de energia eléctrica, seja na especulação bolsista, nas operações de crescimento por aquisição e fusão de empresas, ou nos investimentos colossais nas energias eólica e fotovoltaica, anuncia uma inflação dos preços da energia junto dos consumidores a curto e médio prazo. Como disse, com grande frieza, o presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, “a energia solar era um produto financeiro, não uma solução energética”. Numa palavra, o boom fotovoltaico acabou! — CS.


Comentário: por algum motivo Ricardo Salgado anda muito palavroso. Em suma, mais um fracasso redondo das engenharias financeiras e tecnológicas do senhor Sócrates e do ido e inenarrável Pinho. Como aqui temos vindo a repetir sem descanso, não há solução para a crise energética em perspectiva, mas tão só planos de contingência, programas de mitigação, e sobretudo uma nova atitude perante os recursos limitados da Terra, todos a começar pelos princípios que urge adoptar: eficiência energética, fim do consumismo e da especulação financeira, substituição do actual modelo de avaliação do progresso e da felicidade humana. O crescimento permanente acabou! — OAM.


OAM 622 19-09-2009 17:14

sexta-feira, agosto 07, 2009

Portugal 120

Novo paradigma energético
Nem precisam de ler. Basta ouvir!



"Autoridade da Concorrência não regula o mercado dos combustíveis" — António Costa e Silva, in Negócios da Semana.

Uma entrevista de excepcional qualidade e oportunidade, dada a José Gomes Ferreira (SIC) pelo professor universitário e presidente da Partex Oil and Gas, António Costa e Silva. A não perder.

Apesar dos elogios endereçados a José Sócrates, que não partilho, e da pouca atenção prestada aos impactos negativos de uma visão meramente acumulativa do desenvolvimento e da exploração dos recursos, nomeadamente energéticos, e nomeadamente também no sector muitíssimo crítico dos recursos hídricos e da destruição dos rios, António Costa e Silva é um dos especialistas na área da energia que mais respeito, ouvindo sempre com muita atenção o que tem para dizer.

É um técnico que fala com objectividade e é um cidadão corajoso, que diz publicamente o que pensa. Também é, coisa que prezo muito, um patriota assumido. Gosta do seu país e dói-lhe a insanidade, a incompetência e a estupidez alheias. As acusações directas que faz à mediocridade de mais de metade do actual governo "socialista" — com particular ênfase, ainda que dissimulado, no dromedário das obras públicas, ou na por ele denominada (com acidez suficiente) "Autoridade da Não-Concorrência", são um elixir de bom-senso na tourada eleitoral em curso.

Políticos e candidatos: OUÇAM-NO!


Post scriptum — Correlacionado com um dos temas abordados nesta entrevista —a intensidade energética suicida da nossa economia (graças ao Bloco Central do Betão)— vale a pena ler o recém publicado Parecer da Quercus sobre o Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 do governo de José Sócrates. A posição da Quercus é correcta e revela liminarmente o desacerto criminoso da política de transportes desenvolvida pelo dromedário das Obras Públicas.


OAM 614 07-08-2009 15:44

quinta-feira, março 26, 2009

Energia Verde 1

Certificação energética?
Regime de Penalização Energética + Impostos


Recebi esta denúncia, que espero ver esclarecida por algum zombie parlamentar

No IRS surgiu um campo novo… preparem-se para mais uma despesa...

Quando submeterem o IRS irão verificar a existência de um campo novo no Anexo H, campo dados dos imóveis, sobre a certificação energética: se tem ou não classificação "A+" ou "A". Obviamente que a maioria não tem certificação, logo o campo a preencher é o NÃO.

Dizem que este campo não terá penalização no valor a ser reembolsado! Mas ... façam a v/simulação com o sim e com o não e verão que o valor a ser reembolsado será menor.. logo seremos penalizados!!! (mais ou menos entre 50€ a 100€ a menos)

Se não tivermos a certificação seremos penalizados todos os anos.. se a pedirmos gastamos +-200€ num ano mas fica válida por vários anos (ainda não confirmei por quantos), mas só vale a pena pedir certificação se obtivermos a classificação "A" ou "A+" — o “B” já dá penalização

Contactei a DECO que confirmou a legalidade da situação embora concordasse que a informação explicita e da comunicação social fosse nula.... porque será?

Abaixo está um site que vos elucidará sobre este assunto, uma vez que esta lei já existe desde 2006.... Os iimóveis de luxo construídos em 2007 eram os poucos ou únicos que tinham esta certificação...

Para este ano já não vamos a tempo de pedir a certificação, mas mesmo que tenhamos certificação só não somos penalizados no IRS se a certificação for "A" ou "A+".. se for abaixo desta classificação seremos sempre penalizados...

Quem está a construir casa, peçam a v/certificação ao construtor. O Construtor já é obrigado a dar a certificação... Na casas novas caso não tenham pré-instalação de paineis solares e/ou soluções ecológicas terão agravamento a nível de impostos (IMI....), serão consideradas casas "Não Verdes" e serão logo penalizadas nas contribuições.

Mais uma grande manobra ao melhor estilo do Sr. Eng. Sócrates.

Comentário: os deputados falam, falam, falam, falam... e falam na televisão ... e falam nas rádios, e escrevem nos jornais, sempre pelos cotovelos! Os demais políticos copiam-nos. Transparência e lucidez? Nem vê-las!

Sempre quero saber como é que os alcaides deste país vão lidar com mais este negócio fiscal escondido, que tem a ratice fraudulenta de financiar as empresas energéticas e o Estado à custa do argumento verde. Como seria de prever, o motorista do BES, actual ministro da economia e da inovação, deve ser o mágico de mais esta multiplicação encapotada das receitas fiscais. A punção fiscal sobre a classe média e os pobres continua!

Post scriptum — leitor amigo enviou-me a documento legal que estabelece os incentivos à certificação energética A e A+. Aqui fica até sabermos mais sobre se existem ou penalizações para quem não trocar o carro que tem por um híbrido, perdão a casa que tem por uma casa ecológica! Ou muito me engano, ou o negócio da certificação energética (vão ser teoricamente necessários 2000 técnicos certificados...) vai ser só para alguns, à semelhança do que ocorreu com as famigeradas inspecções de veículos automóveis!

O Orçamento do Estado para 2008, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007 que foi publicada em Diário da República, 1.ª série, n.º 251, de 31 de Dezembro, introduziu alterações a diversos impostos, designadamente ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), de que se destaca o n.º 6 do Artigo 85.º, indicando que as deduções à colecta dos encargos estabelecidos no n.º 1 do referido Artigo acrescem 10 % no caso de imóveis classificados na categoria A ou A+, de acordo com certificado energético atribuído nos termos do Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril.

Para uma leitura detalhada do Orçamento do Estado para 2008...


OAM 562 26-03-2009 22:58

terça-feira, março 24, 2009

Energia 5

Do pinóquio irrenovável à pedrada da SHELL

As energias eólicas e solar, segundo a SHELL — que acaba de anunciar a sua retirada dos sectores eólico, solar e hídrico (1) — não são rentáveis, ou dito doutro modo, os seus preços, que continuarão a subir no futuro, prefiguram um novo paradigma energético. O tempo da energia cara chegou!

Daí que todo o plano do pinóquio Sócrates (2) não passe duma aldrabice para safar empresas que subsidiaram e subsidiam os partidos do Bloco Central. Só que o descalabro do actual Executivo é tal, que já tudo sai de pernas para o ar, mesmo quando o descaramento do favorecimento ilegal às empresas amigas salta à vista.

Os apoios estatais veiculados por um autêntico cartel energético-partidário à instalação de painéis solares térmicos, tal como o esquema de subsídios à microgeração solar térmica e fotovoltaica, são uma vigarice, além de serem pura demagogia e, por incrível que pareça, uma forma encapotada de sobre subsidiar a própria EDP, Iberdrola e quejandos! Dentro em breve, porém, países sobre endividados, como Portugal, a Espanha, o Reino Unido, etc., serão forçados a abandonar o que efectivamente não passa de um esquema leviano de especulação financeira com a escassez energética de todos nós.

Quando o petróleo voltar a disparar (já recomeçou a subir e poderá dar um salto brusco depois da presumivelmente falhada Cimeira do G20 em Londres (3), no próximo dia 2 de Abril), a falência em catadupa das empresas privadas e do sector público de boa parte dos países europeus levará inevitavelmente a uma revisão drástica das fantasias dominantes em volta das energias alternativas.

Não há alternativa aos combustíveis líquidos oriundos do petróleo capaz de evitar a tempo o COLAPSO ENERGÉTICO que aí vem. Isto é um facto.

E quem tiver contratos assinados com os piratas neoliberais que continuam a publicar decretos e leis destinados a "agarrar" os incautos aos oligopólios da energia e da água, ficará, mais cedo ou mais tarde, com a sucata dos colectores ao colo, imprestável, irreparável e por pagar, para gáudio do BES e da restante banca falida nacional.

Sócrates, Barroso, e outros que tais só tem uma alternativa: RUA!

E quanto a nós, o melhor é mesmo começarmos a confluir em esquemas efectivos de autonomia e eficiência energéticas: racionalização sustentável da intensidade energética do dia-a-dia das nossas casas, empresas e comunidades, microgeração desligada da rede e conservação comunitária da água potável. É urgente renacionalizar a EDP e impedir a todo o custo qualquer privatização dos rios, costas marítimas, portos, aeroportos e estradas. As Parcerias Público Privadas ruinosas, tal como o negócio privado das portagens concessionadas, devem cessar imediatamente!


NOTAS

  1. Shell dumps wind, solar and hydro power in favour of biofuels

    Tuesday 17 March 2009 (Guardian) — Shell will no longer invest in renewable technologies such as wind, solar and hydro power because they are not economic, the Anglo-Dutch oil company said today. It plans to invest more in biofuels which environmental groups blame for driving up food prices and deforestation.

    Executives at its annual strategy presentation said Shell, already the world's largest buyer and blender of crop-based biofuels, would also invest an unspecified amount in developing a new generat­ion of biofuels which do not use food-based crops and are less harmful to the environment.

    The company said it would concentrate on developing other cleaner ways of using fossil fuels, such as carbon capture and sequestration (CCS) technology. It hoped to use CCS to reduce emissions from Shell's controversial and energy-intensive oil sands projects in northern Canada.

    The company said that many alternative technologies did not offer attractive investment opportunities. Linda Cook, Shell's executive director of gas and power, said: "If there aren't investment opportunities which compete with other projects we won't put money into it. We are businessmen and women. If there were renewables [which made money] we would put money into it."


  2. Especialistas de energia denunciam "embuste" na visita de Sócrates e Pinho à Energie

    24.03.2009 - 08h53 (Público) — A visita de José Sócrates e de Manuel Pinho às instalações da Energie para assinalar a segunda fase de expansão da fábrica que produz o que designa por "painéis solares termodinâmicos" está a desencadear uma série de protestos por parte dos principais responsáveis pela investigação e indústria solar no país.

    "É uma empresa que assenta a sua propaganda num embuste", denuncia Eduardo Oliveira Fernandes, ex-secretário de Estado da Energia e académico que desenhou a política energética do actual Governo, no que é acompanhado por Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal e presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar (SPES), e por Manuel Collares Pereira, considerado um dos principais especialistas em energia solar no país, ex-investigador do INETI e responsável pela empresa fabricante de painéis solares térmicos Ao Sol. Os três especialistas clamam que o produto da Energie, fabricado na Póvoa de Varzim, é "publicidade enganosa" - mostram tratar-se de uma bomba de calor accionada a electricidade com apoio secundário em energia solar e não de um painel solar térmico - e atribuem o incentivo político do primeiro-ministro e do ministro da Economia, com a visita efectuada, a uma possível ausência de apoio técnico adequado pelos respectivos gabinetes.

    Também a associação ambientalista Geota se associa às críticas. "A pretexto de vender energia solar, [a Energie] vende mais electricidade", diz Manuel Ferreira dos Santos, um dos responsáveis da organização, que equipara o funcionamento do sistema da Energie a um "frigorífico ao contrário" que continua a ser alimentado por energia eléctrica, não solar, restando o que diz ser uma "acção de marketing bem conseguida".


    Energia solar — Segunda polémica em dois anos à volta da Energie


    24.03.2009 - 21h30 (Público) — A polémica voltou à empresa Energie, da Póvoa de Varzim, pela segunda vez em dois anos. A empresa divulgou hoje ser detentora de um certificado de sistemas solares térmicos passado por entidades europeias, no passado dia 10 de Março, que não convence os especialistas como Oliveira Fernandes, para quem equipamentos anunciados como funcionando com sol, céu nublado, chuva e à noite “não são solares”. “Energia solar é para captar energia solar”, remata.

    ... Em comunicado emitido hoje, a empresa responde que as “acusações são falsas” e garante possuir certificações passadas pela Solar Keymark (dinamarquesa) e pela Dincertco (alemã), consideradas entidades de topo nesta área. “Estas certificações atestam o produto da Energie como sistema solar térmico”, afirma.

    ... O actual presidente da SPES e presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, disse hoje ao PÚBLICO que reitera a posição assumida em 2007 pela SPES sobre os painéis termodinâmicos. Quanto ao certificado anunciado ontem, adianta que a “associação tomará uma posição quando souber do que se trata”.


  3. China calls for new reserve currency
    By Jamil Anderlini in Beijing
    Published: March 23 2009 12:16 | Last updated: March 24 2009 00:06 (FT.com)

    China’s central bank on Monday proposed replacing the US dollar as the international reserve currency with a new global system controlled by the International Monetary Fund.

    In an essay posted on the People’s Bank of China’s website, Zhou Xiaochuan, the central bank’s governor, said the goal would be to create a reserve currency “that is disconnected from individual nations and is able to remain stable in the long run, thus removing the inherent deficiencies caused by using credit-based national currencies”.

OAM 560 24-03-2009 13:00 (última actualização: 25-03-2009 01:36)

sexta-feira, março 13, 2009

Energia 4

Mexia para a rua, já!

Contas da EDP levam auditor a demitir-se

Público - 13.03.2009, Cristina Ferreira e Ana Brito

Vítor Franco saiu contra as regras contabilísticas utilizadas pela EDP nas contas de 2008. A CMVM está a acompanhar o assunto

Na origem da demissão, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, estão divergências de fundo quanto o modo como a operadora registou nas contas de 2008 os ganhos de 405 milhões de euros obtidos com a dispersão em bolsa de 25 por cento do capital das EDP Renováveis, em Junho do ano passado.

Aquele montante foi contabilizado como "ganho na alienação de activos financeiros" e, por isso, foi incorporado nos resultados líquidos do ano passado, que atingiram o montante recorde de 1091,9 milhões de euros.

Esta opção é contestada pelo facto de a EDP Renováveis ser uma empresa estratégica, onde a EDP possui o controlo do capital. Por isso, e porque a operação de dispersão em bolsa foi feita através de um aumento de capital com um prémio de emissão de acções (que foram vendidas acima do seu valor nominal), esta linha defende que aquele montante deveria ter sido contabilizado nos capitais próprios, sem reflexo nos lucros do ano. As acções da EDP Renováveis foram vendidas a oito euros cada uma, contra um valor nominal de cinco euros.

Este critério contabilístico faria descer os lucros dos 1091,9 milhões de euros apresentados para 686,9 milhões. Neste caso, Mexia teria apresentado uma queda de 24 por cento.

A EDP vende os anéis, mais concretamente, 1/4 da EDP Renováveis, e aldraba os balanços com retórica contabilística.
  • Objectivo 1: esconder o óbvio, i.e. que a rentabilidade efectiva da empresa, apesar das ventoinhas espalhadas pelo país (ou precisamente por causa delas!) é menor do que o prometido ou espectável;
  • Objectivo 2: esconder do mercado accionista a situação real da empresa, não reflectindo devidamente o significado da venda de 25% da EDP-R: nos próximos anos a receita extraordinária da dispersão em bolsa da EDP-R, já não se registará... (o esquema das receitas extraordinárias à custa do património tornou-se aliás uma tradição desde que Manuela Ferreira Leite foi ministra das finanças);
  • Objectivo 3: proporcionar lautos vencimentos aos administradores de uma empresa estratégica nacional, onde o Estado é accionista — mas onde deveria voltar a ser o principal e maioritário accionista, contra os falhados neoliberais de Bruxelas!
Eu escrevi já várias vezes sobre este tema, sem saber, claro, da engenharia financeira barata em curso. Volto a repetir: a EDP quer construir 10 novas barragens para:
  1. disfarçar o fiasco da produtividade prometida das eólicas, pondo as eólicas a trabalhar para as barragens e estas, por sua vez, a cobrir o défice produtivo das ventoinhas;
  2. confiscar paulatinamente as bacias hidrográficas do país (Douro, Tejo, Guadiana, Mondego, Vouga, etc.) e controlar o acesso à preciosa água potável dos rios!!
Este escândalo contabilístico é muito mais importante do que parece. E mereceria uma boa agitação parlamentar, se os partidos que temos e a respectiva clientela não formassem, como formam, uma burocracia indolente e corrupta. O Louçã e o Vasco Pulido Valente escandalizam-se com o cleptómano José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, mas nunca os ouvi falar seriamente desse escândalo maior que é termos em funções um primeiro ministro suspeito das maiores trafulhices e ilegalidades que dão cadeia — apesar de o prazo de validade do pinóquio da tríade de Macau já ter terminado! O Louçã, ainda vá, que não sabe nada da história de Portugal, e sempre teve um raciocínio quadrado, agora o Vasco, caramba! Então o homem não é historiador? Ou também é daqueles que escreve história ao sabor de quem o protege?

O PSD das PME e das Autarquias tem aqui uma excelente oportunidade para mostrar o que vale. Mas tem que fazê-lo a partir da sua actual direcção, pois os autarcas das populações atingidas pelo assalto planeado pela EDP estão virtualmente todos comprados.


Referências neste blogue:


OAM 554 13-03-2009 23:06

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Energia 2

PIN Go!

Painéis solares térmicos terão benefício triplo para as famílias

11-02-2009 (Público) — A instalação de painéis solares térmicos em habitações particulares vai ter um “triplo benefício” para as famílias já a partir do próximo mês, anunciou hoje o primeiro-ministro, no discurso inicial do debate quinzenal, no Parlamento, dedicado à economia.

Esta medida pretende incentivar a utilização de energias renováveis, para a qual o Governo irá dispor de cem milhões de euros dirigidos à comparticipação na compra dos equipamentos e a incentivos fiscais de 30 por cento do custo do investimento. A estes dois aspectos a favor do orçamento das famílias, José Sócrates juntou ainda a previsível redução de 20 por cento da factura energética anual de um agregado familiar.

José Sócrates arengou sobre mais uma das suas inopinadas fantasias eleitorais, desta vez em torno de painéis solares e famílias. Trata-se, na realidade, de atrair os incautos para uma incógnita gerida em regime de monopólio pela irresponsável EDP. Trata-se, também, de uma tentativa de levar as já sobre endividadas famílias portuguesas a potenciarem de algum modo a velocidade do dinheiro, sob renovadas, mas nem por isso menos imprevisíveis e perigosas estratégias de endividamento.

Em vez de se propor simplesmente um programa sério, amplo e acelerado no domínio da produtividade e eficiência energéticas dos edifícios públicos —ministérios, direcções-gerais e delegações, escolas e universidades, tribunais, câmaras e juntas de freguesia—, temos mais uma engenharia financeira virtual apoiada nas proclamadas virtudes da luta europeia contra o aquecimento global, nomeadamente através do chamado mercado do CO2.

Sucede, porém, que o esquema tortuoso do mercado das emissões de CO2 (transformar uma emergência social num negócio rentável), acaba de ser desmontado como um esquema inútil e mesmo contraproducente no combate ao aquecimento global, do qual tem vindo a resultar, não uma diminuição das emissões, mas antes um jogo do empurra entre poluidores compulsivos.

Wind Turbines in Europe Do Nothing for Emissions-Reduction Goals
By Anselm Waldermann

10-02-2009 (Spiegel Online) — Despite Europe's boom in solar and wind energy, CO2 emissions haven't been reduced by even a single gram. Now, even the Green Party is taking a new look at the issue -- as shown in e-mails obtained by SPIEGEL ONLINE.
...

Building Renovations Are Better than Windmills

Experts from the Green Party are taking the problem very seriously: "We are in a veritable crisis situation, and that means we must reconsider and alter things we once took for granted," writes one contributor, adding that it's important to re-examine "whether we have set the right priorities."

Another expert begins his e-mail with a general clarification: "Dear People, I'm not fundamentally against the EEG. I only emphasize this because Manfred has repeatedly and erroneously described me as an opponent of the EEG." But here comes the big "but": "When reduction of CO2 emissions is more cheaply achieved through insulating a building than using a wind turbine, that is where we should concentrate our support." When it comes to climate change, everything else is secondary to reducing CO2 emissions.

Indeed, when it comes to climage change, investments in wind and solar energy are not very efficient. Preventing one ton of CO2 emissions requires a relatively large amount of money. Other measures, especially building renovations, cost much less -- and have the same effect.

The e-mail exchange ends with a conciliatory "What do you think?" But it is quickly followed by a bitter PS: "Do the Greens think that this problem (of climate change) will solve itself if we just screw solar panels onto our rooftops?"

Daqui até percebermos que o escandaloso plano de construção de barragens lançado pelos piratas do Bloco Central, sob a batuta do abrilhantado e arrogante CEO da EDP e da espanhola Iberdrola (comandada em Portugal por um traidor zombificado chamado Pina Moura), é uma nulidade económica, uma imbecilidade tecnológica e um crime ambiental, não tardará muito. Às comunidades atingidas pela anunciada expropriação e ruína, uma palavra de esperança: resistam com tudo o que tiverem à mão! Até porque muitas das "grandes obras" e negociatas promovidas pela tríade de Macau, por este governo neoliberal do PS, e em geral pelo Bloco Central da Corrupção, estão por um fio.

Os PIN e aldrabices do género começam a cair que nem tordos!

Novo terminal de contentores de Alcântara, plataforma logística da Maia/Trofa e aeromoscas de Beja (que voltou a adiar a sua inauguração e viu a respectiva empresa abruptamente expropriada pela ANA Aeroportos!) são as primeiras vítimas. Outras se seguirão. E o motivo é simples: enquanto durar a presente crise sistémica, que não se prevê que amaine antes de 2010-2012, ninguém no seu perfeito juízo investirá um euro que seja em projectos tecnicamente levianos e economicamente ruinosos.

O tempo em que tudo isto de fazia e ninguém ligava peva —vejam-se as escandalosas administrações do Metro de Lisboa, da Refer, da CP, da Lusoponte, das SCUD ou da RTP—, acabou. Por outro lado, o Estado português, como muitos outros, está gravemente endividado, e em breve passará para a segunda divisão do Euro, cuja criação parece inadiável. O colapso da moeda europeia —se não face ao USD, seguramente face às moedas regionais em fase de gestação no Médio Oriente e na Ásia— deixou de ser uma hipótese meramente retórica.

Nos últimos quatro meses em Lisboa pontes perdem 14 mil carros/dia
12-02-2009 - 00h30 (Correio da Manhã) — As duas pontes sobre o Tejo em Lisboa perderam diariamente mais de 14 mil veículos desde Setembro. A mais penalizada foi a 25 de Abril que, nos últimos quatro meses, perdeu mais de dez mil veículos por dia, tendo chegado ao final do ano com menos tráfego diário do quem em 2007.

Os dados de tráfego da Estradas de Portugal revelam que o número de carros a cruzar a ponte 25 de Abril e a ponte Vasco da Gama tem vindo a diminuir desde Setembro. As perdas têm sido mais evidentes na 25 de Abril, mas também a ponte Vasco da Gama tem perdido diariamente um número significativo de travessias: passou de 65 950, registadas em Setembro, para 62 318 no último mês de 2008.


Governo aconselha SOMAGUE a recorrer a parceiros privados

11.02.2009 - 21h35 (Público) — Um dia depois da SOMAGUE, promotora da Plataforma Maia/Trofa, ter abandonado o projecto por considerar que este não era rentável no panorama económico actual, a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, informou que já esteve em contacto com a empresa aconselhando-a a “procurar outros parceiros privados, que assegurem a continuidade do projecto”.

... A Plataforma Logística Maia/Trofa situa-se no denominado Vale do Coronado, abrangendo terrenos da Reserva Agrícola Nacional, o que tem gerado alguns protestos de ambientalistas locais.


Liscont desiste de classificação Potencial Interesse Nacional para alargamento do terminal de contentores

11.02.2009 - 18h47 (Lusa/ Público) — A Liscont, concessionária do terminal de contentores de Alcântara, decidiu pedir a dispensa da classificação de projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) da obra de alargamento do terminal, disse à Lusa o presidente da empresa.

Eduardo Pimentel afirmou que, "apesar de continuar a achar que se trata de um projecto de interesse nacional", a empresa quer que "o projecto passe por todos os crivos, para que no futuro não se ponha em causa a bondade ambiental", prescindindo assim da classificação como PIN, que permitiria ser aprovado com "mais velocidade".

"É melhor que não seja considerado PIN, que seja um processo normal, para que no futuro não subsistam dúvidas, o que não vai interferir na calendarização que tínhamos definido, que já era como se não se tratasse de um projecto PIN", disse ainda.


Carga contentorizada cresceu 10% em 2008, tonelagem caiu 1,8%

11-02-2009 (Cargo News) — Os totais revelam que os cinco principais portos nacionais movimentaram 63,34 milhões de toneladas de carga no ano findo, menos 1,8% que no ano anterior, segundo os números trazidos a público pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM).

Antes de proceder a uma análise mais detalhada das poucas alternativas que temos pela frente, e das que se vão esvaíndo dia a dia, duas recomendações:
  1. estude-se com atenção o plano, aliás muito discutível, de Barak Obama;
  2. trave-se drasticamente o plano de "grandes obras" do actual governo, quanto mais não seja, por isto: para não desperdiçar recursos —que não existem!— em fantasias irrealizáveis no curto e médio prazo. O Novo Aeroporto de Lisboa, a Ponte Chelas-Barreiro, as barragens do Baixo Sabor e Tua (entre outras), a Alta Velocidade entre Lisboa e Porto (e todos os apeadeiros intermédios previsíveis), têm que forçosamente esperar por melhores dias, ou nem sequer verem a luz do dia.


OAM 535 13-02-2009 02:49 (última actualização 12:10)

sexta-feira, agosto 01, 2008

Petroleo 20


Uns dizem "eficiência energética", e pensam em macrobiótica; outros dizem "produtividade energética, e acreditam que o planeta pode voltar a ser azul e sexy!


Espanha: Plano Energético de Emergência

A Espanha reage à crise, com decisão e transparência. Podemos não estar de acordo com todas as medidas (biocarburantes de origem alimentar, por exemplo, são de banir imediatamente), mas que no país vizinho há governo, disso ninguém duvida. É aliás contrário do que se passa na praia lusitana, onde os irresponsáveis governamentais e as araras parlamentares desconhecem ou sub-avaliam criminosamente a actual crise do paradigma energético.

A exigência de uma Plano de Emergência Energética é algo por que venho clamando há mais de dois anos. Talvez agora, sob a influência do mano mais grande, os imbecis do Terreiro do Paço façam alguma coisa.

Las medidas del plan energético

MADRID, 29-07-2008.- En una comparecencia extraordinaria en el congreso, Miguel Sebastián ha presentado 31 medidas, en cuatro ámbitos, para reducir el consumo energético en España.

Medidas transversales
  1. Se impulsarán las empresas de servicios energéticos, garantizando su seguridad jurídica, facilitando la financiación y ejecutanto contratación pública.
  2. El Ministerio duplicará el presupuesto del Instituto para la Diversificación y Ahorro de la Energía, IDAE, para el apoyo de proyectos estratégicos de grandes empresas y grupos industriales. El IDAE dispondrá de 120 millones de euros, en vez de los 60 millones previstos anteriormente.
  3. Las empresas acreditadas energéticamente, es decir, empresas con certificado AENOR, tendrán ventaja en la contratación pública.
  4. Se firmará un convenio con el Consejo de Consumidores y Usuarios para llevar a cabo campañas de formación e información sobre los instrumentos y beneficios del ahorro energético.

Movilidad
  1. Realización de un proyecto piloto de introducción de vehículos eléctricos en colaboración con las Comunidades Autónomas y las Entidades Locales, con el objetivo de demostrar su viabilidad técnica, energética y económica.
  2. Dentro de los procedimientos de contratación pública, se establecerá un criterio de preferencia sobre los vehículos turismos de clase de eficiencia energética A.
  3. En las flotas de vehículos públicos se introducirá como requisito obligatorio mínimo el 20% de biocarburantes, avanzando al objetivo establecido del 38% en 2012.
  4. En relación a los biocarburantes se asegurará el cumplimiento del objetivo del 5,83% del consumo de combustibles para automoción en 2010.
  5. El Plan VIVE (Vehículo Innovador - Vehículo Ecológico) permitirá renovar cerca de 240.000 vehículos con más de 15 años de antigüedad.
  6. Se exigirá a los fabricantes de vehículos que informen a los consumidores sobre las emisiones y el consumo energético del vehículo a adquirir, mediante una etiqueta energética comparativa.
  7. Presentación de una propuesta para reducir los límites de velocidad en un 20% de media en el acceso a las grandes ciudades y su circunvalación y en las vías de gran capacidad. De esta forma se pretende fomentar una conducción eficiente en términos de consumo eléctrico.
  8. Se llevarán a cabo campañas para comunicar e informar a los ciudadanos sobre técnicas de conducción eficiente de vehículos.
  9. Movilidad urbana sostenible: se facilitará que los municipios puedan mejorar sus sistemas de transporte público, buscar rutas alternativas y comprar vehículos eficientes negociando con el Banco Europeo de Inversiones una línea específica de financiación.
  10. Se incorporarán criterios de eficiencia energética a la hora de determinar la aportación de la Administración Central en la financiación del transporte público de los Ayuntamientos.
  11. Se exigirá a los operadores de red de telefonía móvil garantizar la cobertura en la red de metro de todas las ciudades españolas.
  12. Se acordará con las Comunidades Autónomas y las Corporaciones Locales correspondientes la extensión del horario de apertura del metro durante los fines de semana.
  13. Se promoverá el transporte urbano en bicicleta, previo acuerdo con las Entidades Locales, apoyando la implantación de sistemas de bicicletas de uso público y carriles bici urbanos.
  14. En el caso de las ciudades de más de quinientos mil habitantes, se implantarán carriles reservados al transporte colectivo de viajeros, los denominados BUS-VAO.
  15. Planes de movilidad de trabajadores, para los centros con más de 100 empleados. Se establecerán rutas de autobuses para que puedan acceder a su lugar de trabajo sin utilizar el vehículo privado.
  16. Se optimizarán las rutas aéreas utilizando los pasillos del espacio aéreo del Ministerio de Defensa. Esta medida permitirá reducir la longitud de las rutas aéreas comerciales hasta un máximo del 10%.

Ahorro energético en edificios
  1. Limitación de la temperatura en el interior de los edificios climatizados de uso no residencial y otros espacios públicos, excuyendo algunos lugares como los hospitales. La temperatura no podrá bajar de 26º en verano, ni ser superior a los 21º grados en invierno.
  2. Financiación de las inversiones que promuevan el ahorro energético de las instalaciones.
  3. Se establecerá la obligación de que los edificios nuevos de la Administración General del Estado alcancen una alta calificación energética.

Medidas de ahorro eléctrico
  1. Se trabajará con la Comisión Europea para eliminar completamente del mercado las de bombillas de baja eficiencia.
  2. Se repartirán gratuitamente, y a través de vales regalo en la factura de la luz, una bombilla de bajo consumo por cada hogar en 2009 y otra en 2010. En total, se expenderán alrededor de 59 millones de unidades.
  3. Como complemento a la medida anterior se repartirán seis millones de bombillas de bajo consumo, mediante un programa 2x1 para la sustitución voluntaria de las bombillas incandescentes.
  4. En el caso del consumo eléctrico por parte de la Administración General del Estado, se establecerá el objetivo obligatorio de una reducción del 10% efectiva en la primera mitad de 2009 con respecto al mismo periodo del año 2008.
  5. Se mejorará la eficiencia energética en instalaciones de alumbrado público exterior.
  6. Se reducirá en un 50% el consumo energético de iluminación de autovías y autopistas.
  7. Se impulsará una norma que permita a las empresas ferroviarias urbanas e interurbanas compensar en su factura la electricidad recuperada por frenada.
  8. Para terminar, se disminuirán las pérdidas en transporte y distribución de energía eléctrica.

    En conjunto, estas 31 medidas tendrán un coste de 245 millones de euros que se repartirán a lo largo del periodo de duración del Plan y que estará financiado en su mayor parte por el IDAE. Con el impulso de estas medidas el ahorro total estimado en 2011 se situará entre las 5,8 y las 6,4 millones de toneladas equivalentes de petróleo, o lo que es lo mismo, el equivalente a un ahorro de entre 42,5 y 47 millones de barriles de petróleo. -- in El Mundo, 29-07-2008.

Última hora
Russia takes control of Turkmen gas
By M K Bhadrakumar

30-08-2008. From the details coming out of Ashgabat in Turkmenistan and Moscow over the weekend, it is apparent that the great game over Caspian energy has taken a dramatic turn. In the geopolitics of energy security, nothing like this has happened before. The United States has suffered a huge defeat in the race for Caspian gas. The question now is how much longer Washington could afford to keep Iran out of the energy market.

Gazprom, Russia's energy leviathan, signed two major agreements in Ashgabat on Friday outlining a new scheme for purchase of Turkmen gas. The first one elaborates the price formation principles that will be guiding the Russian gas purchase from Turkmenistan during the next 20-year period. The second agreement is a unique one, making Gazprom the donor for local Turkmen energy projects. In essence, the two agreements ensure that Russia will keep control over Turkmen gas exports.

The new pricing principle lays out that starting from next year, Russia has agreed to pay to Turkmenistan a base gas purchasing price that is a mix of the average wholesale price in Europe and Ukraine. In effect, as compared to the current price of US$140 per thousand cubic meters of Turkmen gas, from 2009 onward Russia will be paying $225-295 under the new formula. This works out to an additional annual payment of something like $9.4 billion to $12.4 billion. But the transition to market principles of pricing will take place within the framework of a long-term contract running up to the year 2028. -- in Asia Times.


OAM 401 31-07-2008 23:44 (última actualização: 01-08-2008 18:19)

quarta-feira, junho 18, 2008

Portugal 28

Morte súbita

A produção de petróleo per capita começou a declinar de forma consistente em 1979, e o início da queda absoluta da produção a nível global começará, segundo Richard C. Duncan, em 2006 (a uma taxa de 2.45% ao ano, durante 34 anos!). Quer dizer, daqui a um ano e meio, poderemos estar já a lidar com preços de crude na ordem dos 100 dll/barril. Em 2008, ainda segundo as previsões de Duncan, as reservas de países como os EUA, México, Noruega, Angola, Rússia, Afeganistão, Urzebequistão, Azerbeijão, etc., começarão a decair mais depressa que as reservas da OPEC (Venezuela, Nigéria, Líbia, Argélia, Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Qatar, Kwait, Irão, Iraque e Indonésia), colocando estes países numa clara posição de supremacia energética, mas também no centro de gigantescas disputas estratégicas. -- O António Maria, 16-10-2004.

Uma das coisas boas que me acontece quando viajo, ou emigro temporariamente, é a quase completa ausência de notícias sobre Portugal. Exceptuando o que a CNN diz sobre o belo Cristiano e a selecção nacional, ou no caso desta minha viagem a Pequim, a presença fotográfica da pianista Maria João Pires na galeria dos grandes músicos e intérpretes musicais do século 20 e da actualidade, que tive oportunidade de admirar no novo e espectacular Centro Nacional de Artes Performativas, a amnésia é total e terapêutica. Quando regresso ao meu país, depois de um safari marroquino ou de uma massagem chinesa nos pés, o meu país, sob o impacto sempre extraordinário do sobrevoo da cidade e aterragem na Portela, parece-me invariavelmente lindo e apetecível. O pior, como me confiava há anos um professor português de economia ao serviço da Universidade de Manchester, é o que vem depois de encararmos a bicha dos táxis!

Regressado à capital, recebido desta vez por um taxista diligente e profissional, e a não menos saborosa vitória da selecção portuguesa sobre a temível República Checa, fui sendo informado, pelo mesmo taxista, da paragem cardíaca que afectara a parte nevrálgica do sistema circulatório do país: transporte rodoviário de mercadorias, transporte aéreo e veículos prioritários (ambulâncias e carros de bombeiros, veículos policiais e aviões.) As bombas de carburante e as prateleiras dos supermercados esvaziaram-se rapidamente. O Governo, a Presidência da República e a Oposição ficaram em estado de choque (foi o que nos salvou!)

O acidente vascular rodoviário fora inesperado e repentino. Reagir a quente, com forças policiais ou com uma requisição civil precipitada (como aventaram depois as araras profissionais da Pedratura do Círculo), poderia ter incendiado o país. Manuela Ferreira Leite esteve certamente à altura da crise, não lançando nenhuma gasolina para a fogueira. O dromedário-mor do reino e o primeiro-ministro portaram-se bem (Aleluia!) na condução das negociações que permitiram enfim libertar o país do sufoco momentâneo. Como que acordando lentamente de um desmaio, saiu-se da paragem cardíaca sem mazelas de maior no tecido sociológico do país. Até ver...

Nem sequer durante os dois inesquecíveis e convulsivos anos da Revolução dos Cravos houve semelhante possibilidade de uma morte súbita do sistema político. Perante a gravidade da crise e a manifesta apatia de todo um Estado diante da primeira prova iniludível do colapso do actual modelo energético mundial, a classe política vai finalmente acordar para os cruciais desafios políticos que temos pela frente, não daqui a dez ou vinte anos, mas já.

Nada fará baixar a curva ascendente dos preços da energia, das matérias primas, da água e dos alimentos básicos. O petróleo continua e continuará a subir independentemente das viagens aflitas de Condoleezza Rice e George W. Bush à Arábia Saudita, independentemente das pressões ilegítimas e hipócritas do G7 sobre a China (mas não sobre o carry-trade do hiper-proteccionista Japão, principal casino da especulação financeira ocidental), independentemente das ameaças de ataque nuclear ao Irão (por parte dos idiotas israelitas, americanos, ingleses e franceses.)

A Ásia autonomizou-se definitivamente do Ocidente, tornando-se a outra metade estratégica do mundo. A globalização acabou. Falta tão só evitar a III Guerra Mundial, e assinar um novo Tratado de Tordesilhas, balizado agora por dois novos meridianos, algures entre o Japão e a metade oriental de África. Mas para que esta nova partilha seja viável é absolutamente necessário que o Médio Oriente petrolífero fique fora do tratado, como se de uma Suiça energética se tratasse. Isto implicará, por outro lado, parar imediatamente a lógica suicida da Organização Mundial de Comércio (WTO), regressando-se a um regime de pautas aduaneiras que permita uma competição colaborativa das economias, mais equilibrada e menos injusta. Encurralar a Europa e os Estados Unidos numa competição impossível com a mão-de-obra barata, a planificação centralizada e autocracia dos principais países asiáticos (China, Japão e Coreia do Sul) será o caminho inevitável para uma III Guerra Mundial. E se uma tal tragédia ocorrer, não tenhamos dúvidas sobre um ponto: a Europa e os Estados Unidos serão aliados. Procurarão a neutralidade da Rússia e atacarão sem dó nem piedade os três tigres asiáticos. Pode ser o fim do mundo descrito pelo Apocalipse!

Regressando a Portugal, diria que a iminência de uma morte súbita do sistema político foi demonstrada à saciedade pelos impactos sucessivos das revoltas dos professores e das empresas de transporte rodoviário, revoltas essas que, por sua vez, mostraram o grau de acomodação, inépcia, burocratização e corrupção do associativismo sindical e empresarial dominantes. No caso do boicote rodoviário (que nada tem que ver com o lockout a que se refere Mário Soares num artigo aliás notável sobre a mesma crise, publicado no DN de 17-06-2008), o que esteve realmente em causa foram quatro circunstâncias concorrentes para a aflição e indignação dos pequenos e médios transportadores de mercadorias, responsáveis pela maior fatia do transporte e do emprego neste sector estratégico da nossa economia:
  1. A subida imparável dos preços dos carburantes, sobre os quais recaiem impostos oportunistas. O ISP não tem nenhuma justificação a partir do momento em que terminou a conjuntura do petróleo barato, pelo que é de defender desde já a sua supressão pura e simples. Por outro lado, a excessiva carga do IVA terá que baixar e ser harmonizada o mais depressa possível com a Espanha. Este assunto, pela sua extrema gravidade, terá mesmo que ser separado da questão do défice...
  2. A inflação, a subida dos juros e o tremendo impacto da crise financeira mundial sobre a economia espanhola (com particular ênfase na queda, em mais de 30%, do respectivo sector imobiliário) está a asfixiar uma parte importante das nossas empresas de exportação, e por essa via, centenas ou mesmo milhares de pequenas empresas de transporte rodoviário.
  3. Os lucros inusitados e sem qualquer regulação efectiva das petrolíferas, com especial destaque para a vagamente pública GALP é um escândalo inaceitável. Revolta qualquer um e se não forem rapidamente travados, suscitarão as condições ideias para uma re-nacionalização parcial (que defendo) da petrolífera portuguesa. O que o país tiver que desembolsar para recuperar a maioria accionista da empresa será rápida e largamente recuperado pela imparável valorização dos activos e do negócio petrolífero e energético em geral. O corticeiro de Mozelos e a família dos Santos que se ponham a pau!
  4. Finalmente, a política fiscal arbitrária da nomenclatura política que nos dirige, revelada pelas escandalosas e inaceitáveis isenções fiscais atribuídas aos iates de luxo e às empresas turísticas que utilizam embarcações de recreio (por que não às competições de Fórmula 1, ao motocross e às motas de água?!) revelam a hipocrisia do discurso político perante as dificuldades, e sobretudo a corrupção endémica que grassa pelos corredores governamentais e parlamentares. A ausência de moral pública sempre justificou o caminho das revoltas e das revoluções. Talvez seja a hora de os políticos corruptos irem para a cadeia e os moles para casa!
A revolta dos camionistas é um sério aviso ao país, tendo pelo caminho revelado três realidades dramáticas:
  1. A irracionalidade criminosa da política de transportes implementada ao longo das últimas décadas, a qual deu prioridade acéfala à rodovia e ao desordenamento do território, em detrimento de uma equilibrada repartição do esforço e da planificação entre os modos rodoviário, ferroviário, marítimo-fluvial e aéreo. Num país vertical, beneficiado por seis grandes rios (Minho, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana) e com uma tão generosa costa marítima, como foi possível destruir praticamente a ferrovia e deixar os portos marítimos e fluviais ao abandono?
  2. A inexistência de uma rede de aprovisionamento de combustíveis líquidos articulada com as principais interfaces de transportes do país (os aviões que se dirigiam para a Portela foram forçados a procurar abastecimento noutros aeroportos!), a que se soma a ausência de circuitos alternativos de abastecimento aos veículos prioritários (polícia, bombeiros e forças militares, para-militares e policiais).
  3. A completa falência dos serviços de protecção civil perante uma emergência nacional de três dias.
Do ocorrido terão agora que ser extraídas rapidamente algumas ilações para a acção política.
  • O actual sistema de transportes precisa de uma radical e urgente reformulação estratégica, com a reorientação imediata das prioridades de investimento para o sector ferroviário e marítimo-fluvial. O novo aeroporto e a nova travessia do Tejo devem ser colocados em pausa. Mas, por outro lado, devem ser dadas novas prioridades para as ligações ferroviárias rápidas entre Madrid e Pinhal Novo, e entre Porto-Aveiro-Salamanca. Por outro lado, deve ser seriamente estudada a possibilidade de construção de um grande terminal marítimo de águas profundas entre o Bugio e a Trafaria e ainda a abertura de um canal fluvial entre os estuários do Tejo e do Sado, projectos estratégicos destinados ambos a acolher parte significativa do aumento exponencial do tráfego marítimo oriundo do renovado canal, alargado e aprofundado, do Panamá.
  • As forças militares, de segurança e de socorro têm que dispor de reservas próprias de abastecimento de carburantes, e não depender de petrolíferas privadas!
  • A ANA, por toda irresponsabilidade até hoje revelada, tem que ser expurgada dos incompetentes que por lá pastam.
  • Em suma, o país terá que se preparar para aceitar, mais cedo ou mais tarde, um Estado de Emergência Energética Prolongada, do qual resulte um conjunto de medidas de curto e médio prazo destinadas a interromper tudo o que seja manifestamente atentatório da eficiência energética de que desesperadamente precisamos. Destaco apenas algumas:
    1. proibição imediata de todos os desportos motorizados baseados em consumo petrolíferos;
    2. fim do ISP e igualização do IVA à escala europeia;
    3. promoção intensiva da microgeração energética;
    4. controlo accionista estatal das principais empresas responsáveis pela exploração dos recursos vitais ao país: energia e carburantes, águas, mar (ZEE) e rios.
Claro que para aqui chegarmos haverá que redefinir o actual sistema de forças políticas por forma a fazer as inadiáveis reformas da nossa débil democracia. Será este o tema do próximo postal.


OAM 377 19-06-2008, 12:33

quarta-feira, maio 07, 2008

Crise Global 14

EDP logo
EDP: empresa ao serviço do público ou da especulação bolsista?

A próxima bolha

Em 1997 rebentou a bolha especulativa das Dot.com, e dez anos depois rebentou, e continua a rebentar, a gigantesca bolha especulativa do Subprime imobiliário, que o atoleiro da invasão, da destruição e da reconstrução cada vez mais problemática do Iraque, não faz mais que piorar.

O dinheiro especulativo retirou-se dos mercados maduros (e sobretudo dos podres!), afocinhando com as suas narinas ensanguentadas nas chamadas commodities: cobre, ouro, petróleo, carne, soja, leite, milho, trigo, arroz, ... Assim, depois da inflação criminosa do imobiliário, temos e teremos para um ou dois anos mais a inflação criminosa da gasolina e do gasóleo, do pão, do arroz e do leite. A energia barata acabou, e com a sua morte acaba também a vida barata em geral. Iremos, a partir deste ano da Graça de 2008, e provavelmente para sempre, voltar a sentir o valor das coisas e a escassez estrutural do dinheiro. Ou será que novas bolhas especulativas esperam por nós num futuro relativamente próximo, prometendo-nos, como sempre, consumo e felicidade?

A fome e o colapso das empresas devidos à super-inflação dos preços dos bens energéticos e alimentares essenciais, não poderão durar muito, sob pena de provocarem um novo ciclo de lutas globais violentas, com consequências terminais para muitas empresas, muitos governos e muitos Estados, a começar pelos que já hoje fazem parte da lista dos chamados "Estados Falhados". O contrário da bonança prometida pela globalização e pela ilusória razão liberal é o que neste preciso momento chega, como um terrível maremoto de destruição, a milhões de seres humanos em boa parte do mundo. A célebre "mão invisível do mercado", ao contrário do que continuam a afirmar alguns imbecis televisivos pagos para dizerem baboseiras, soube e sabe sempre a que dono pertence! E, por conseguinte, quem se lixa é o mexilhão!

Uma das consequências da amplificação noticiosa enviesada da actual crise energética e ambiental é a mais do que provável transformação da mesma naquilo a que os especuladores chamam uma "oportunidade de negócio". Os biliões ("trillions") de dólares actualmente refugiados nos covis fiscais espalhados por esse mundo fora (com especial destaque para as ilhas piratas da rainha de Inglaterra), para onde, aliás, segue sem controlo algum e no maior segredo parte importante dos milhares de milhões de dólares e euros empresta-dados por todos nós (através da Reserva Federal, do Banco de Inglaterra e do Banco Central Europeu) aos falidos bancos do G7, nomeadamente sob a forma de inflação, falências, quebra da actividade produtiva e desemprego, espera ansiosamente uma oportunidade para voltar a atacar.

Segundo se pode ler no notável artigo de Eric Janszen, a próxima vítima chama-se Energias Renováveis! É para lá que biliões de dólares, euros e yuans se posicionam espumando como sempre a sua incomensurável ganância. O idiota que dirige a EDP disse ontem que não ganha muito, apesar de ganhar 30 ou 40 vezes mais do que os seus sempre dispensáveis empregados, explicando ao rebanho nacional que ele, palhaço-mor dos verdadeiros donos da EDP, apenas deve explicações aos seus accionistas! É para eles que o dito idiota trabalha, ficámos todos a saber da sua própria cavidade oral. Os autarcas, e sobretudo as populações, devem atentar bem nestas palavras quando o Sr. Mexia lhes aparecer com falinhas mansas a prometer um futuro verde à custa das futuras barragens hidroeléctricas, cujo único fito é, já o sabíamos, aumentar a capitalização em bolsa da pervertida EDP, nunca fornecer energia barata, muito menos eficiente, aos Portugueses. Quando este ou o próximo governo se preparar para congeminar, em convénio corrupto secretamente negociado, um cartel energético para quem todos nós passaremos, através da micro-geração que nos vai ser impingida com cânticos primaveris, a vender energia aos preços que nos impuser o oligopólio de turno, lembrem-se deste aviso!

É caso para dizer: Que Mil Bob Geldofs (1) se multipliquem pela pradaria usurpada pelos novos e ridículos vampiros do Capitalismo Terminal e da Pós-Democracia.

De leitura obrigatória:

The next bubble:
Priming the markets for tomorrow's big crash

by Eric Janszen
February 2008
HARPER'S Magazine

A financial bubble (2) is a market aberration manufactured by government, finance, and industry, a shared speculative hallucination and then a crash, followed by depression. Bubbles were once very rare--one every hundred years or so was enough to motivate politicians, bearing the post-bubble ire of their newly destitute citizenry, to enact legislation that would prevent subsequent occurrences. After the dust settled from the 1720 crash of the South Sea Bubble, for instance, British Parliament passed the Bubble Act to forbid "raising or pretending to raise a transferable stock." For a century this law did much to prevent the formation of new speculative swellings.

Nowadays we barely pause between such bouts of insanity. The dot-com crash of the early 2000s should have been followed by decades of soul-searching; instead, even before the old bubble had fully deflated, a new mania began to take hold on the foundation of our long-standing American faith that the wide expansion of home ownership can produce social harmony and national economic well-being. Spurred by the actions of the Federal Reserve, financed by exotic credit derivatives and debt securitiztion, an already massive real estate sales-and-marketing program expanded to include the desperate issuance of mortgages to the poor and feckless, compounding their troubles and ours.

That the Internet and housing hyperinflations transpired within a period of ten years, each creating trillions of dollars in fake wealth, is, I believe, only the beginning. There will and must be many more such booms, for without them the economy of the United States can no longer function. The bubble cycle has replaced the business cycle.

...

... We have learned that the industry in any given bubble must support hundreds or thousands of separate firms financed by not billions but trillions of dollars in new securities that Wall Street will create and sell. Like housing in the late 1990s, this sector of the economy must already be formed and growing even as the previous bubble deflates. For those investing in that sector, legislation guaranteeing favorable tax treatment, along with other protections and advantages for investors, should already be in place or under review. Finally, the industry must be popular, its name on the lips of government policymakers and journalists. It should be familiar to those who watch television news or read newspapers.

There are a number of plausible candidates for the next bubble, but only a few meet all the criteria. Health care must expand to meet the needs of the aging baby boomers, but there is as yet no enabling government legislation to make way for a health-care bubble; the same holds true of the pharmaceutical industry, which could hyperinflate only if the Food and Drug Administration was gutted of its power. A second technology boom--under the rubric "Web 2.0"--is based on improvements to existing technology rather than any new discovery. The capital-intensive biotechnology industry will not inflate, as it requires too much specialized intelligence.

There is one industry that fits the bill: alternative energy, the development of more energy-efficient products, along with viable alternatives to oil, including wind, solar, and geothermal power, along with the use of nuclear energy to produce sustainable oil substitutes, such as liquefied hydrogen from water. Indeed, the next bubble is already being branded. Wired magazine, returning to its roots in boosterism, put ethanol on the cover of its October 2007 issue, advising its readers to forget oil; NBC had a "Green Week" in November 2007, with themed shows beating away at an ecological message and Al Gore making a guest appearance on the sitcom 30 Rock. Improbably, Gore threatens to become the poster boy for the new new new economy: he has joined the legendary venture-capital firm Kleiner Perkins Caufield & Byers, which assisted at the births of Amazon.com and Google, to oversee the "climate change solutions group," thus providing a massive dose of Nobel Prize--winning credibility that will be most useful when its first alternative-energy investments are taken public before a credulous mob. Other ventures--Lazard Capital Markets, Generation Investment Management, Nth Power, EnerTech Capital, and Battery Ventures--are funding an array of startups working on improvements to solar cells, to biofuels production, to batteries, to "energy management" software, and so on.

(artigo integral)


NOTAS
  1. Bob Geldof afirmou no luxuoso Hotel Pestana Palace, onde certamente ficou hospedado, que Angola é governado por uma súcia de criminosos. Foi um pouco forte! De corruptos até à quinta costela, talvez. Mas criminosos, sem distinguir crimes de colarinho branco de crimes de sangue, é um pouco forte? Enfim, já mataram o Savimbi, e os tempos agora são outros. Por outro lado, quando se faz uma crítica assim tão contundente, há que temperá-la com alguma autocrítica. No caso, referindo a corja de ladrões e assassinos que há quase dois séculos pontificam nos centros de decisão de sua majestade pirata a rainha e Inglaterra, em Downing Street e no sempre atento MI6. Mas enfim, é sempre bom ver alguém atirar pedras para um charco.
    "... conheço África há 25 anos, o governo de Angola é uma cleptocracia, potencialmente o país é um dos mais ricos do planeta mas 200 pessoas controlam tudo enquanto 15 milhões vivem na miséria. Claro que Angola vai mudar, há hoje mais países democráticos em África e o papel da sociedade civil está a crescer, os sindicatos estão a regressar. Os africanos estão mesmo a dar lições de direitos humanos aos chineses em África e há bons exemplos na Nigéria, Uganda, Quénia, Botswana ou Moçambique. O resultado desta boa governação é um crescimento económico de 10% ao ano. Não quero insultar ninguém em Angola, mas é um dos países mais pobres do mundo e ao mesmo tempo é um dos mais ricos. Para onde vai o dinheiro? Para os dirigentes, eles estão a roubar, são criminosos." (in Expresso, 10-05-2008.)

  2. I will use the familiar term "bubble" as a shorthand, but note that it confuses cause with effect. A better, if ungainly, descriptor would be "asset-price hyperinflation"--the huge spike in asset prices that results from a perverse self-reinforcing belief system, a fog that clouds the judgment of all but the most aware participants in the market. Asset hyperinflation starts at a certain stage of market development under just the right conditions. The bubble is the result of that financial madness, seen only when the fog rolls away.

OAM 357 07-05-2008, 17:19 (actualização: 10-05-2008 18:44)