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sábado, janeiro 22, 2022

A súbita impossibilidade da Geringonça

A Russian tank T-72B3 fires as troops take part in drills at the Kadamovskiy firing range
in the Rostov region in southern Russia, on Jan. 12, 2022. (AP Photo)

Uma nova guerra mundial na Europa?

O que é que Joe Biden, Nancy Pelosi, Kamala Harris, Alexandria Octavio-Cortez, Olaf Scholz, Annalena Baerbock, Marie-Agnes Strack-Zimmermann e Justin Trudeau têm em comum? A resposta é simples: são todos democratas, verdes e liberais progressistas. Por outro lado, estão todos dispostos a antecipar uma guerra contra a Rússia, por causa da Ucrânia ou doutro motivo qualquer,  mas também contra a China, ou seja, a defenderem a predominância do imperialismo atlântico e europeu sobre o despotismo russo e chinês antes que seja tarde! Se não é isto, assim parece.

Este realinhamento de forças e de retórica progressista envolve também os dirigentes conservador inglês Boris Johson e liberal de centro-direita Scott Morrison. Ou seja, uma coligação de ideias e de forças onde não cabe, de jeito nenhum, a geringonça engendrada pelos senhores Jerónimo de Sousa, António Costa e Francisco Louçã. Estes últimos pintaram o demónio Trump de todas as cores, mas afinal quem os lixou mesmo foram os belicistas do Partido Democrático dos Estados Unidos, os social-democratas, os verdes e os liberais alemães, e ainda os conservadores ingleses e o partido de centro-direita australiano.

Se as causas internas da implosão da Geringonça (sobre-endividamento, emigração em massa, descapitalização do estado e das empresas, alienação das empresas estratégicas, nomeadamente nos setores da energia, banca, portos e aeroportos, águas e saneamento, corrupção, e ainda o esgotamento das máfias partidáris que controlam o país há quarenta anos) são já de si suficientes para assustar quem quer que pretenda herdar tamanha falência desordenada, a rápida deterioração da globalização e da diplomacia mundial, na sequência da crise provocada, primeiro, pelo furacão Trump, e logo depois, pela pandemia, e que levou a uma recomposição de velhas alianças históricas, impõe claramente uma mudança de regime no nosso país. Quer dizer, o fim de uma esquerda toda poderosa mas incapaz, perdida no tempo e na taxonomia, em suma, que nunca percebeu a importância crucial da geografia e da história na condução da Política.

António Costa bem gostaria de fazer a pedratura do círculo, mas tal geometria é, por definição, impossível. Poderá, no entanto, como um qualquer náufrago agarrar-se à primeira tábua de salvação que encontre. Se perder as eleições do dia 30 terá a mesma saída de muitos outros políticos da nossa praça: a de comentador de televisão, provavelmente mal pago. Se ganhar as eleições, mas sem maioria, Rui Rio e a IL serão as suas únicas possíveis bóias para conseguir manter o PS no governo. Uma nova geringonça de esquerda, isto é, frente populista, está fora do horizonte e sobretudo das margens de tolerância de Joe Biden, de Olaf Scholz e da NATO. Capiche? 

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Vergonha transgénica. Barroso, rua!

Governo português e PS coniventes com assalto americano à soberania alimentar europeia!


A invasão da Europa com OGMs tem o apoio dos lóbis financeiros da agro-indústria espanhola e o apoio tácito indigente do governo português. É preciso dizer NÃO aos transgénicos, pois o único objetivo de mais esta ofensiva americana (perdida a guerra contra o euro) é ocupar a terra arável da Europa e controlar a produção e distribuição dos alimentos e da água!!!

Pelos vistos, a Universidade de Évora já anda metida com transgénicos... da Monsanto!

E para o controlo da água industriaram os governos 'socialistas', fazendo passar na sonâmbula Assembleia da República o sinistro Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, a par da criação da infame Águas de Portugal (empresa participada pela Parpública —81%— e pela Parcaixa—18%.





The Greens, other MEPs and environmental organisations were outraged by the Commission’s decision to move ahead and authorise the GMO maize crop Pioneer 1507, despite the opposition of 19 member states which voted against on Tuesday (11 February).

In a wave of reactions on Wednesday, Green MEPs poured scorn on the EU executive, calling its decision “a disdain for the democratic process”.

Daniel Cohn-Bendit, the co-president of the Greens group in Parliament, said in a statement: “if the Commission doggedly pursues the authorisation … we will launch a motion of censure in the European Parliament.”

Such a motion, which can be tabled by a minimum of 77 MEPs, could – after several steps – mount up to a resignation of the entire Barroso II commissioners team. According to the rules of procedure, at least one tenth of MEPs have to support the motion. If tabled, it is likely to make the agenda at the EP’s plenary session on 24-27 February.

A motion of censure requires approval by two-thirds of all 766 MEPs. An approval would also force the EU Commission to step down. This would be the first time in EU history: in 1999, the EU Commission led by Jacques Santer faced such a censure, but decided to resign before the motion was tabled.

Insiders in The Greens group described the threat as a “warning shot”, hoping the Commission would cave in and redraw its proposal. If not, they claim they will table the motion.

The Greens are also looking into legal action against the proposal, arguing that the EU executive changed its proposal before the Council vote, effectively sidestepping a second reading in the Parliament’s responsible committee.

Ler mais aqui.

domingo, novembro 17, 2013

LIVRE ou MDP 3.0?

Papoila, Rosa-louca (Wikipédia), ou Dormideira?

Este 'meio da esquerda' só pode servir eleitoralmente o PCP. Fantástico!

EU Greens launch US-style primary elections.

BERLIN - The European Greens on Sunday (10 November) selected four top candidates for US-style primaries ahead of the 2014 EU elections.

People from all over Europe can cast their vote online in a process that will select two candidates of the four contenders - a man and a woman or two women.

The online poll will run until 28 January 2014, and the duo to lead the campaign will be announced soon afterwards. EUobserver
Ontem escrevi no Facebook: estive no São Luiz, e do que vi e ouvi, concluo: O 'LIVRE' é uma ideia sem futuro, dirigido a meia dúzia de lunáticos e umas centenas de desiludidos com os partidos de esquerda. Mais um nado-morto do Bloco.

Hoje escrevo: a desilusão é total: uma plateia de reformados, de esquerda, pouco convencida com o novo amanhã que canta, algumas ovelhas tresmalhadas do PS (desempregadas, claro), e uns jovens assessores do deputado europeu em fim de mandato, Rui Tavares. Uma dúzia de curiosos como eu preferiram abandonar aquele ambiente de igreja desalmada, ao fim de meia hora de 'debate'. Decidi, depois do zapping, misturar-me no frenesim do Chiado, onde a crise parece ter dado lugar a um 'europeísmo' e a um 'universalismo' raramente vistos por aquelas bandas, para usar dois termos do Manifesto LIVRE.

Multiplicam-se, nas baixas de Lisboa e Porto (obrigado easyJet, obrigado Ryanair) as geladarias, as lojas de pão, os hostels e uma nova e completamente renovada geração de restaurantes, bares e lojas abertas até à meia noite, ou até às tantas da manhã. Fui afogar a minha pequena tristeza entre gente jovem, bonita, sorridente, a várias línguas, num cálice grande, bojudo, cristalino, com uma mistura convincente de Hendrick's, água tónica e pepino. Entre os cabelos loiros, morenas também, hablando, e sucessivos pares de olhos fixados nos smartphones, Lisboa, com o Sol mais perto da América, dava de si uma das suas inesquecíveis vistas. Os magníficos ângulos e o Gin são-nos oferecidos pelo Park, um bar muito in no terraço do estacionamento da Calçada do Combro. Por mero acaso tinha arrumado o carro naquele edifício. Conveniência absoluta. Obrigado Jorge!

Mas vamos aos factos:
  1. O LIVRE é, antes de mais, um projeto pendurado no Partido Verde Europeu (EGP), através de Rui Tavares, coordenador de duas comissões do EGP no Parlamento Europeu (Direitos Humanos e Cultura e Educação). O EGP planeou e vai lançar uma campanha à americana para as próximas eleições europeias, apelando, tal como os liberais democratas do grupo ALDE, ao reforço da União Europeia apesar dos erros cometidos, propondo, pois, uma refundação dos mecanismos eleitorais e de representação da União. Ambos defendem uma Europa mais próxima dos cidadãos, mais claramente representativa da vontade dos europeus, e ambos defendem a diminuição do peso do Conselho Europeu na condução política da União. O LIVRE de Rui Tavares tem, porém, um problema imediato para resolver: a ligação de Cohen-Bendit ao Partido Ecologista os Verdes, do PCP, perdão, de Heloísa Apolónia. O LIVRE é e será um MDP 3.0, a menos que esta subalternidade dos falsos Verdes lusitanos à agenda estalinista do PCP (renovada por Arménio Carlos) seja rapidamente desfeita.
  2. O segundo facto relevante é que a centena de curiosos que se aproximaram do Hotel Borges, e depois se foram sentar na plateia do Teatro São Luiz, dividia-se em dois grupos etários dominantes: um, claramente maioritário, de ex-dirigentes, ex-militantes, votantes e ex-votantes desiludidos da esquerda em geral, entre os 40 e os 70 e tal anos; e outro, de jovens tardios, entre os 30 e os 40 anos, oriundos da mesma banda ideológica, mas com ligações mais ou menos estreitas ao plano LIVRE. A ausência de gente realmente jovem, quero dizer, entre os 20 e os 30 anos foi manifesta. Provavelmente já emigraram todos.
  3. Pelo que decorre dos dois pontos anteriores, gritou a dissonância cognitiva entre a agenda de Rui Tavares, pendurada na plataforma europeia, entretanto estendida e que dá pelo nome de The Greens/European Free Alliance, e os que, ao nada verem de novo na declaração de princípios acabada de proferir, salvo a gritante auto-redução do espaço programático e eleitoral potencial do novel partido, alinharam uma catadupa de avisos à navegação e os receios manifestos de que a coisa poderá, ou morrer à nascença, ou revelar-se mais uma muleta do PCP.
  4. Ora vamos lá aos 'princípios': o Universalismo que reclama Rui Tavares e Ana Benavente) é da Carta das Nações Unidas; os três princípios seguintes estão na nossa Constituição e vêm da Revolução Francesa —Liberdade, Igualdade, Solidariedade (antes chamava-se Fraternidade); o Socialismo está também na nossa Constituição (apesar de ser um profissão de fé anacrónica); a Ecologia também está na nossa Constituição, nos programas de governo de meio mundo, e não há tasca ao virar da esquina, de Lisboa e Pequim, que não venda ecologia a preço de saldo; por fim, o Europeísmo, que eu saiba, não é contestado por nenhum dos partidos com assento parlamentar, e os poucos idiotas que o contestam são reconhecidos rendeiros falidos da nação, ou, nos casos mais compungentes, lunáticos puros. Claro que há uma direita populista em ascensão na Europa, que não quer ver esmagadas por diretórios, nem por burocracias politicamente corretas, oportunistas e preguiçosas, as diferenças que trouxeram à Europa a sua enorme distinção, força e potencial. Mas o problema, senhores da Esquerda, não é o ascenso deste populismo, mas o que lhe deu origem!!!
  5. A lenga-lenga de Rui Tavares parece, pois, mais um atavismo sobre o peso da dívida que nos caiu em cima da cabeça, como se fosse um asteróide vindo do céu, de uma galáxia distante chamada “Eles”. Para esta catástrofe natural apenas tem uma solução, curiosamente a mesma que o atual governo já implementou no terreno: vender dívida pública aos portugueses!
  6. Mas o mais o grave deste manifesto de um partido nado-morto é que nem sequer identifica o dano maior da presente crise. Não, não é a destruição do estado social, nem os cortes nas reformas e vencimentos da função pública, pois ambos fizeram e fazem menos mossa ao país do que as centenas de milhar de jovens e menos jovens que têm emigrado para encontrar trabalho remunerado e honrar as suas responsabilidades. O dano maior é outro. Chama-se metamorfose das classes médias, uma metamorfose dramática, que apenas começou, e que ainda vai fazer muitas vítimas até que um novo paradigma económico e tecnológico se estabilize. E acima deste dano estrutural há um ainda maior. Chama-se fim da energia e dos recursos naturais baratos, do qual decorre uma incapacidade estrutural da oferta agregada global satisfazer a procura agregada global. A consequência que temos pela frente é mesmo uma perda global do poder económico per capita, desemprego estrutural prolongado, depressão demográfica, crises políticas sucessivas e, a pouco e pouco, o regresso de uma economia mais equilibrada, assente em paradigmas por enquanto desconhecidos. Esta equação não se resolve com missas, nem de direita, nem de esquerda, mas com mentes abertas, imaginação, inteligência, coragem, determinação, perseverança, colaboração e honestidade. Nunca dividindo de forma infantil, como Rui Tavares faz, as pessoas entre esquerda e direita!
  7. Rui Tavares declarou que o LIVRE será o meio da Esquerda — mas o que é isto se não umas inúteis décimas eleitorais? É esta a ambição do LIVRE? RIP.