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domingo, junho 25, 2017

Garoupa? Azul, parda, ou cor-de-rosa?

Nuno Garoupa


O primeiro sinal não convence


Nuno Garoupa, professor de Direito em Portugal e nos Estados Unidos e ex-presidente executivo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (da área do CDS), é o nome mais emblemático de um grupo de pessoas que se juntará em breve para discutir a criação de um novo partido político em Portugal, posicionado à direita do PS, segundo o jornal Público. 
Jornal Económico, 23 jun 2017

Ao anunciar que quer ocupar um nicho, à direita do PS, começa mal esta iniciativa encabeçada, ao que parece (1), por Nuno Garoupa.

O país precisa de mudar o chip do regime, mas para tal só um discurso dirigido a todos os portugueses, claro, coerente, e pragmático, poderá desalojar a nomenclatura burocrática que tomou o regime de assalto—pela dita via eleitoral, claro.

Marcar desde início o programa por uma incidência especialmente atenta à economia das cidades e à cultura urbana, ainda vá. Pois, como se sabe, a direita e o centro-direita que temos continuam a ser basicamente provincianas e culturalmente atávicas.

Agora, anunciar-se como pretendente a um nicho, é o mesmo que salvar um Coelho ameaçado. Quer dizer, o contrário de tirar um coelho da cartola.

Um nicho?!

NOTAS

  1. Li, depois de publicar este post, na págiba FB de Nuno Garoupa, o seguinte:

    "Meus amigos, todos aqueles que me têm perguntado, publica e privadamente, sobre os meus planos de vida têm ouvido consistentemente a mesma resposta. Não tenho a mais pequena intenção de abandonar a minha carreira académica no estrangeiro (o curto intervalo na FFMS foi isso mesmo, um curto intervalo). Acredito que faz falta em Portugal uma sociedade civil forte. Continuarei, pois, a fazer a minha intervenção na sociedade civil, mas geograficamente localizado nos Estados Unidos ou por esse mundo fora. Não tenho qualquer plano para lançar, promover e muito menos liderar um partido novo. Nem filiar-me em qualquer dos partidos atuais. Aliás, quem tem a paciência de ler o que escrevo no DN sabe perfeitamente o que acho de partidos novos e de partidos antigos. Para o bem e para o mal. Um dos problemas em Portugal é a vida política esgotar-se precisamente nos partidos (e nas claques). A mobilização a fazer é na sociedade civil, que, como disse ontem na SIC-N, no contexto da tragédia recente, provou mais uma vez que não existe. O resto será sempre inevitavelmente mais do mesmo."