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sexta-feira, maio 08, 2015

Cameron arrasa sondagens

Infografia: BBC

Dois grandes vencedores: David Cameron e Escócia


O grande problema das 'esquerdas' é que, depois de verem o seu modelo invalidado pela História, se transformaram em forças políticas residuais, estagnadas e a transbordar de corrupção e autoritarismo.

Esperemos que o eleitorado português acorde para a realidade, e deixe de sonhar com o Euromilhões cor-de-rosa. É que não existe mesmo!

E quanto ao UKIP, aqui vai uma demonstração...





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quinta-feira, maio 01, 2014

Concordo com Rocard e Delors: Inglaterra, rua!

Michel Rocard, ex-PM francês, 'socialiste'.

David Cameron deveria ser consequente e referendar a presença da Inglaterra na União Europeia.


"Grã-Bretanha devia sair da União Europeia", defende ex-primeiro-ministro francês

Michel Rocard acusa Reino Unido de estar a dar cabo da UE e diz que os britânicos querem sair mas a elite do país não permite.

O Reino Unido é o poodle da América. Todos o sabemos.

A City londrina e as ilhas piratas da coroa britânica têm sido até agora o principal centro da pirataria financeira mundial. Todos o sabemos.

Os Estados Unidos e a Inglaterra tentaram por todos os meios destruir o euro ao longo da última década, felizmente sem qualquer êxito. Todos o sabemos.

Logo, a UE deve convidar a Inglaterra a fazer um downgrade na sua ligação institucional à União Europeia. E deve avançar, quanto antes, nos processos de fortalecimento subsequentes à moeda única:
  1. união bancária europeia, 
  2. salário mínimo europeu, 
  3. harmonização do sistema fiscal europeu, 
  4. reforço do mercado interno da comunidade europeia face às práticas de dumping social, comércio injusto, falsificação de produtos e fraude sistémica que prejudicaram e prejudicam gravemente a economia europeia,
  5. adoção de uma diplomacia externa coerente e sem hesitações, que passe, nomeadamente por um tratado de defesa e cooperação com a Rússia, sem abandonar as alianças e a cooperação privilegiadas com os países atlânticos e a África,
  6. organização urgente de um sistema comum de forças de segurança e militares, com um dissuasor nuclear europeu claramente assumido, completamente independente da NATO, a qual deve ser abandonada na sua configuração atual, imperialista, belicista e completamente ao serviço das angústias estratégicas dos Estados Unidos e do seu cão de fila, ou melhor dito, caniche inglês. 
As simple as that!

É uma pena que a elite indígena do meu país esteja cada vez mais inclinada a voltar aos velhos tempos da oligarquia obscurantista e do fascismo. Engana-se, porém, nos seus cálculos egoístas. Abandonar o trilho da Europa poderá ser o gatilho de uma nova guerra civil em Portugal e da sua divisão ao meio. O Norte não tolerará, por muito mais tempo, os chulos de Lisboa — que raramente são lisboetas, entenda-se —basta pensar nas criaturas abranhescas Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso, Assunção Esteves, Pedro Passos Coelho, José Sócrates, Armando Vara, Jorge Coelho, ou Almeida Santos, para percebermos que o problema nada tem que ver com os alfacinhas!

É uma pena que o Partido Comunista, apesar da renovação em curso, não consiga evoluir para um tipo de formação partidária mais realista, com vocação de poder, claramente europeísta e claramente alinhada com os partidos ecologistas europeus e mundiais. Tem o principal: o seu forte enraizamento local e a disciplina militante. Falta-lhe fazer um retiro espiritual e rasgar a liturgia marxista-leninista.

O resto do sistema partidário irá implodir nos próximos dez anos.

i online:
A França está a perder a paciência para as incertezas desestabilizadoras da Grã-Bretanha quanto ao seu papel no projecto de integração europeu. Sinal disso é o número crescente de personalidades que defendem que o melhor seria a grande ilha descolar dos restantes 27 países da União.

[...]

"A Grã-Bretanha é um grande país que sempre se recusou a permitir que a Europa interferisse nos seus assuntos. Bloqueou o esforço de maior integração", disse o ex-dirigente ao "Trombinoscope", uma revista parlamentar francesa.

"Se eles saírem, torna-se possível dar resposta às necessidades de governação europeia. Até a Alemanha se apercebe disto e tem-no exigido. Eu anseio por que aconteça porque eles impediram-na [a UE] de se desenvolver, mataram-na", acusa Rocard.

Aos 83 anos, o socialista diz que ficou claro que "o povo britânico quer deixar a Europa" e apenas está a ser impedido de deixar a UE pelas classes política e financeira do país. "As elites britânicas têm medo do isolamento que isso pode provocar, e que este possa enfraquecer" o principal centro financeiro da Europa [Londres], esclareceu.

As declarações de Rocard ecoam outras feitas por Jacques Delors, o antigo presidente socialista da Comissão Europeia, que em 2012 também apelou ao Reino Unido para que deixasse a UE. O homem que é tido como o arquitecto da UE moderna e do euro, rompeu com a cautela típica dos líderes europeus num esforço para oferecer à Grã-Bretanha uma saída. "Os britânicos estão apenas preocupados com os seus próprios interesses económicos, e nada mais. Devia ser--lhes oferecida uma forma diferente de parceria", disse Delors ao "Handelsblatt", um jornal económico alemão. "Se os britânicos não querem um nível maior de integração na Europa, podemos mesmo assim ser amigos, mas numa base diferente. Consigo vislumbrar uma alternativa que mantenha a abertura no acesso ao espaço económico europeu ou um acordo de livre comércio", adiantou.

A França reagiu mal às exigências feitas pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que alguns poderes atribuídos a Bruxelas fossem devolvidos aos parlamentos nacionais e de que a promessa de uma "união cada vez mais estreita" fosse retirada dos tratados da UE. Segundo fontes diplomáticas, Paris está farto das ameaças de Cameron de que se não houver uma reforma "a bifurcação dos caminhos se torna inevitável".

sábado, dezembro 10, 2011

Os piratas de sempre

A bomba lançada por David Cameron na cimeira europeia foi encomendada pela City e pelos paraísos fiscais de sua majestade

David Cameron conduz um Mini Cooper fabricado pela BMW em Oxford.
Foto© Sang Tan/AP (The Guardian)

Nick Clegg deu provavelmente o tiro de partida para o fim da coligação presidida pelo conservador e primeiro-ministro inglês David Cameron, na sequência do veto inglês imposto por Cameron à revisão do Tratado Europeu. Já todos sabíamos que esta seria a posição britânica, mas talvez fosse razoável esperar um pouco mais de tacto e mediação.
Deputy prime minister Nick Clegg is no longer prepared to take the hits for the coalition on policies he does not agree with.

Just 24 hours after appearing to back Cameron, sources close to Clegg made clear that the deputy prime minister believed the PM had been guilty of serious negotiating failures that risked damaging the national interest, British jobs and economic growth. The Guardian, 10-12-2011.

 O Reino Unido tem tido desde sempre uma posição oportunista relativamente à União Europeia: quer todas as suas vantagens, mas nenhum dos seus preços. No entanto, apesar da tolerância demonstrada pelo "continente" (onde é que já ouvimos este tipo de idiossincrasia?) o resultado tem sido a desindustrialização acelerada do país (primeiro, a favor do Japão, e depois da Alemanha) e o seu empobrecimento deslizante, só disfarçado pela sua ainda formidável indústria de serviços, nomeadamente financeiros.

A City londrina e os seus paraísos fiscais são responsáveis por uma verdadeira rede de especulação à escala global (1), curiosamente protegida pelo direito europeu, ao mesmo tempo que disfarçam na sua actividade frenética boa parte do descomunal endividamento da economia e da sociedade britânicas. O Reino Unido tornou-se, embora esconda a realidade o mais que pode, um gigantesco banco negro (shadow bank) cujos contornos começam agora a ser revelados.

Ora foi precisamente a pressão exercida pelo eixo franco-alemão para limitar os graus de liberdade desta actividade financeira não regulada e obscura (2), maioritariamente sediada em Londres e nos off-shores do reino e da rainha, que acabaria por quebrar a tradicional fleuma britânica. O primeiro ministro inglês levava um veto no bolso acompanhado de uma única instrução: usar em qualquer caso!

O endividamento descontrolado da Europa e dos Estados Unidos da América é um fenómeno complexo (3) cuja análise deixaremos para outra oportunidade. Mas importa reter o facto de que o mesmo decorre de fenómenos aparentemente tão diversos quanto o crescimento demográfico global, o envelhecimentos das populações, a maior redistribuição dos recursos naturais, energéticos e tecnológicos disponíveis que se seguiu à descolonização mundial, a urbanização em massa, a automação tecnológica e a desmaterialização de uma gama imparável de processos de produção, organização, informação, comunicação e gestão, ou ainda da especulação financeira generalizada que acabaria por tomar conta das economias empresariais, públicas e pessoais.

A Europa e os Estados Unidos são os olhos de um furacão financeiro sem precedentes na história económica. A ameaça de colapso do sistema é real (4)! O olho esquerdo deste furacão foi o Lehman Brothrers (e em geral, a chamada crise das hipotecas subprime), o olho direito chama-se Grécia (e em geral, a chamada crise das dívidas soberanas na zona euro). Os impactos do subprime na Europa e no resto do mundo foram tremendos, em grande medida por causa da concentração existente no sistema financeiro e da globalização da sua actividade. No entanto, se as dívidas soberanas europeias degenerarem num verdadeiro colapso do crédito e da circulação monetária, as suas repercussões na economia americana seriam provavelmente fatais. Daí a inevitabilidade de a Eurolândia ter que passar por alguma forma de Quantitative Easing (5), isto é, de criação de liquidez assente em nada mais do que quimeras! No entanto, a Alemanha só aceitou ir por este caminho de forma mitigada (envolvendo os bancos e os especuladores) e ancorada (no FMI), depois de garantir que a esmagadora maioria dos países da União Europeia aceitaria implementar previamente mecanismos de convergência tributária, prudência orçamental e supervisão financeira mais transparentes e confiáveis.


POST SCRIPTUM

Acabo de ler o discurso de Helmut Schmidt ao congresso ordinário do SPD — uma reflexão de grande sabedoria cuja leitura a todos recomendo (versão portuguesa aqui; transcrição original neste pdf; registo vídeo integral aqui). Recomendo ainda, muito a este propósito, a audição do histórico discurso de Wiston Churchill na Universidade de Zurique um ano depois da capitulação alemã (1946), no qual o primeiro ministro inglês apelou à constituição dos Estados Unidos da Europa sob iniciativa do eixo franco-alemão (registo áudio aqui.)

É muito curiosa a ausência, no discurso de Schmidt, de qualquer referência ao Reino Unido, a não ser indirectamente, no ataque claro dirigido à banca pirata mundial que hoje desafia de forma descarada os estados soberanos, os governos democráticos e centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. 11-12-2011 18:40


NOTAS E REFERÊNCIAS
  1. “MF Global and the great Wall St re-hypothecation scandal”, by Christopher Elias (UK). Reuters, 12/7/2011.
    “Rumours, disasters and ‘re-hypothecation”, by Golem XIV, December 8, 2011.
    “Shadow Rehypothecation, Infinte Leverage, And Why Breaking The Tyrany Of Ignorance Is The Only Solution”. Tyler Durden, ZeroHedge, 12/10/2011.
  2. Entre os múltiplos esquemas destinados, por um lado, a criar liquidez do nada (ou melhor dito, da expropriação potencial intempestiva do valor intrínseco a várias categorias de activos financeiros e não financeiros), e por outro, a especular com a sorte dos investimentos, numa lógica autofágica do sistema financeira enquanto tal, o buraco negro dos derivados financeiros OTC —com um potencial de destruição na ordem dos 10x o PIB mundial— e o agora evidenciado esquema das rehipotecas financeiras (que gozam de especiais privilégios na City e nos ilhéus propriedades pessoais da rainha de Inglaterra) são as principais armas de destruição maciça do sistema financeiro global. A tentativa de colocar a zona euro a suportar as fugas de radioactividade financeira resultantes da implosão em curso deste sistema deu origem à verdadeira guerra movida pelo par dólar-libra ao euro. Menos mal que os alemães ainda sabem pensar e têm os ditos no sítio!
  3. “Chris Martenson and James Turk talk about Europe and the global economy” (video). E ainda este quadro sobre o descontrolo do défice na União Europeia. 
  4. “Eurozone banking system on the edge of collapse.” By Harry Wilson
    “The eurozone banking system is on the edge of collapse as major lenders begin to run out of the assets they need to keep vital funding lines open.” Telegraph, 10:01PM GMT 09 Dec 2011.
  5. “The ECB Decision – A Detailed Analysis”, by Pater Tenebrarum. Acting Man, December 9th, 2011.
    “ECB as Pawnbroker of Last Resort (POLR)”, by Izabella Kaminska. ft.com/Alphaville, Nov 29 2011.
    “True ‘Austrian’ Money Supply update”, by Michael Pollaro. Forbes, Jul. 17 2011.

act. 11-12-2011 11:30; 18:44; 22:58