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sábado, abril 25, 2015

A Corja e o 25 de Abril



O gene fascista continua vivo nas entranhas da nossa democracia


A princípio atribuí o ruído à inépcia burocrática proverbial das turmas de deputados que povoam o galinheiro de São Bento, sempre muito ocupados a redigir, discutir e aprovar opacidades constitucionais e legislativas ao sabor dos escritórios de advogados que dominam a poda parlamentar no que realmente interessa ao feudalismo urbano secular e ao indelével corporativismo que continuam a dominar o país, independentemente das máscaras e cores que levam ao baile.

Depois fui começando a ler descrições e transcrições do monstro partidário que o PS, PSD e CDS se preparavam para aprovar no hemiciclo da incompetência e corrupção que conduziu Portugal à pré-bancarrota. Tratava-se, nada mais, nada menos, do que ensaiar a criação de um dos muitos espartilhos da frente populista autoritária que tanto Cavaco Silva, como António Costa, gostariam de instaurar depois das próximas, previsivelmente inconclusivas, eleições.

Ou seja, este ensaio de regresso à censura fascista destina-se a testar a solidez cultural da democracia, saber se a cidadania é ou não capaz de impedir o golpe de estado constitucional que, pelos vistos, está em preparação por quem o povo deseja, cada vez mais, ver pelas costas.

Na realidade, esta farsa é uma prova de pânico do regime. Temem, e ainda bem que temem, um duro castigo eleitoral, sem distinção de qualquer das pernas do Bloco Central da Corrupção.

Ainda não temos nenhum Podemos, nenhum Syriza, nem, felizmente, nenhuma Aurora Dourada a atear fogos pelo país.

Para já emigraram permanentemente, desde o ano 2000, mais de 260 mil portugueses. Só em 2011, 2012 e 2013, entre emigrantes permanentes e temporários, saíram do nosso país mais de 350 mil pessoas (PORDATA). Mas o pico da emigração já foi atingido. Resta agora, aos que ficam, enfrentar a situação de ruína a que uma casta de piratas e de inúteis conduziram o país. No centro desta desgraça está a nomenclatura financeira, corporativa e partidária, uma espécie de argamassa oportunista beneficiada por uma repartição desigual, injusta e corrupta dos rendimentos disponíveis.

Acredito que as novas gerações, que não viveram a ditadura, e mal se lembram do período pré-revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril, em geral melhor preparadas academicamente, saberão travar esta deriva, mudando por dentro os partidos existentes, criando novos partidos, e sobretudo expandindo a cidadania democrática livre, nomeadamente através do investimento intelectual e cultural nas redes sociais.

Espero, por isso, que nas próximas eleições a corja leve mais uma tareia de abstenções e de votos nos partidos minoritários e ultra-minoritários. É por aqui, e não ruminando uma vez mais as promessas da corja que quase destruiu o país, que nos salvaremos e salvaremos Portugal, a liberdade e a democracia.

O modo como o El País viu a tentativa golpista dos 'democratas' e 'socialistas' indígenas contra a liberdade de imprensa, a um dia de comemorar o 25A, é um daqueles estímulos culturais que não podemos deixar de estimar e agradecer.

A propósito, já se demitiu algum deputado? O Podemos chama, com razão, a esta malta, casta.
El Gobierno y los socialistas portugueses, de acuerdo en censurar a la Prensa
El País, Javier Martín Lisboa 23 ABR 2015 - 22:22 CEST

Un proyecto de ley obliga a que los medios envíen previamente sus planes de cobertura electoral y a que el espacio de opinión no exceda al de la información
Portugal celebra los 40 años de libertad de expresión, pero parece que no cumplirá los 41 años. Con nocturnidad y alevosía, con una celeridad desconocida en este país, los tres partidos mayoritarios, los gobernantes PSD y CDS, y el principal partido de la oposición, el Partido Socialista, se han puesto de acuerdo para un proyecto de ley que pretende establecer el control previo de los medios de comunicación en la próxima campaña electoral.

El texto de la proposición, que ha sido enviado también a los partidos parlamentarios Partido Comunista y al Bloco de Esquerda, obliga a que cada medio de comunicación, público o privado, presente antes del periodo electoral un plan de cobertura de las elecciones, que será controlado por una comisión mixta formada por personas designadas por los partidos políticos. El incumplimiento de ese plan acarreará multas y sanciones de hasta 50.000 euros, aparte de otras amenazas.

El llamado oficialmente "visto previo”, o sea, la censura previa, afectará a cualquier tipo de contenido, ya sean noticias, reportajes, entrevistas o debates, y abarca a todo tipo de medios: escritos, radiofónicos, televisivos, analógicos y digitales; por primera vez, las páginas de internet van a tener que enviar sus planes de cobertura electoral al poder político.

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terça-feira, janeiro 20, 2015

CDS, barragens e verdades inconfessáveis de um poder corrupto

Os consumidores vão ser forçados a pagar custos injustificados através de taxas fixas nas faturas elétricas


A premissa que justificava o Plano Nacional de Barragens já caiu, pois o consumo de eletricidade regrediu para valores próximos do ano de 2005.

Com a introdução de medidas de eficiência energética, o consumo de energia elétrica vai diminuir ainda mais. O próprio mercado, com a inovação tecnológica, vai encarregar-se de introduzir medidas de eficiência energética através do uso de lâmpadas LED, de novos dispositivos elétricos que progressivamente estão a substituir os antigos, como sejam máquinas de lavar roupa, loiça, etc., mais eficientes, ou novos frigoríficos que consomem 50% menos do que os aparelhos antigos.

Relativamente à eficiência energética o Governo nada tem feito, salvo aplicar alguma legislação sobre classificação energética dos edifícios. O documento do CDS, aliás, nada destaca sobre eficiência energética.

A interligação das redes elétricas europeias (por que este Governo se tem batido e bem) faz com que a produção de eletricidade renovável por fontes intermitentes, solar e eólica, seja absorvida pela rede, sem necessidade de barragens de suporte aos parques eólicos.

A Comissão Europeia, através do estudo Arcadia, concluiu que as novas barragens irão degradar a qualidade da água e que por esta razão deixarão de poder ser consideradas reservas estratégicas de água.

Considerando só a energia hídrica (proveniente do rio), as novas barragens irão funcionar apenas um mês por ano (fonte INAG) — 1672GWh/ano equivale 3% do consumo em 2010.

Qualquer que seja a forma de obter energia, utilizando carvão, gás, energia hídrica, eólica e outras, existe sempre uma relação entre a verba investida e a receita obtida.

As Novas Barragens, em início de construção ou por construir, vão custar milhares de milhões de euros aos contribuintes. Destinam-se essencialmente a servir a rentabilidade privada dos parques eólicos, sem o retorno correspondente ao elevado investimento que exigem, e à elevada destruição que causam. Vão, isso sim, OBRIGAR A UM AUMENTO DO PREÇO DA ELECTRICIDADE PARA PAGAR O INVESTIMENTO PREVISTO.

No documento do Governo sobre o Plano Nacional de Barragens está escrito que as Novas Barragens vão ser construídas devido às Eólicas.


ERROS MAIS GRAVES NO TEXTO DO CDS

1.  CDS: "A barragem do Tua não é a primeira a construir dentro, ou próxima, da zona classificada como Património da Humanidade, tendo sido precedida pelas barragens de Crestuma, Carrapatelo, Bagaúste, Valeira, Pocinho, Bemposta, Picote e Miranda, que fazem parte da identidade do Alto Douro Vinhateiro e que permitem a navegabilidade do Douro, com o consequente aumento de visitas turísticas que hoje se verifica."

CRÍTICA: As Barragens que o texto do CDS menciona são de fio de água. A Barragem do Tua (à cota 170 m) vai ser uma Albufeira. Os casos são completamente distintos. O impacte ambiental de uma Albufeira será muito maior.


2.  CDS: "A área de vinha (atributo nuclear da classificação da UNESCO) do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial não é afetada pela barragem do Tua."

CRÍTICA: É impossível prever o que vai ocorrer com uma Albufeira como a Barragem do Tua. Vai depender de vários factores (direcção dos ventos etc). Ninguém pode ter a certeza absoluta das suas consequências.

3.  CDS: "Em particular no que concerne ao potencial impacte da barragem na retenção de areias com consequências na orla costeira, levantado pela Plataforma e pelo GP do PEV, outra das ponderações efetuadas no PNBEPH passou pela seleção de locais a montante de barragens já existentes (no caso de Foz Tua, tem, até à foz, as barragens de Crestuma, Régua e Carrapatelo) para minimizar a retenção de sedimentos. No caso desta barragem do Tua, o impacto na erosão do litoral, é praticamente nulo, ou mesmo inexistente."

CRÍTICA: O ESTUDO ARCADIA DESMENTE LIMINARMENTE ESTE PONTO. Ver Vídeo sobre o estudo ARCADIA encomendado pela Comissão Europeia.





Texto: Rui Rodrigues
Edição e títulos: OAM

quarta-feira, novembro 05, 2014

Nós, PDR ou JGF?

"Quero ser um cidadão que ajude a desbloquear este país", afirma o jornalista
Expresso. "Quero ser um cidadão que ajude a desbloquear este país", afirma o jornalista /  Nuno Fox

Afinal em que ficamos? Perguntam ao António Maria alguns dos seus leitores


Sempre escrevemos que eram necessários dois novos partidos...

Entretanto, surgiram dois candidatos com potencial efetivo: o Nós, Cidadãos!, espécie de social-democracia aberta à colaboração com os monárquicos, rejeitando nesta matéria o perfil jacobino do PS. E o Partido Democrático e Republicano, protagonizado por António Marinho e Pinto, espécie de socialismo popular que rejeita liminarmente os excessos de oportunismo e sobretudo a corrupção que deram cabo do PS.

Claramente próximo do Podemos, que as sondagens colocaram esta semana em primeiro lugar nas preferências dos espanhóis, e podendo arrancar sózinho 10 a 15% dos votos nas próximas Legislativas, o PDR tem sobre o Nós, Cidadãos! a vantagem de apresentar uma cara combativa e conhecida de milhões de portugueses, ainda que o Nós, Cidadãos! tenha mais trabalho realizado no terreno e mais produção de ideias sobre o que pensa mudar no país.

Se o Nós, Cidadãos! conseguisse apresentar até ao fim deste ano um líder conhecido e credível, o seu potencial eleitoral dispararia. Como está, as perspetivas não apontam para nada efetivamente seguro.

Marinho e Pinto, pelo contrário, tenderá a beneficiar de dois fenómenos conjugados: o terramoto político e eleitoral espanhol chamado Podemos, que continua a crescer a uma velocidade impressionante, e a desagregação em curso do Partido Socialista, agora que ficou claro para boa parte dos portugueses que António Costa é uma nulidade político-intelectual, empurrada para a arena do colapso do regime com a missão forçada de segurar o que já não tem conserto. Quanto mais António Costa fugir da sua sombra natatória, mais Marinho e Pinto aparecerá como uma alternativa de esquerda não estalinista à direita rendeira e aos principais piratas que têm saqueado o país. Não me admiraria nada se, em breve, uma parte —inteligente— do Partido Socialista aderisse em bloco ao PDR!

Em que pé fica agora a declaração de hoje de José Gomes Ferreira?

Mais pragmático e capaz de atrair as pessoas e os apoios imprescindíveis a uma solução que impeça o país de resvalar para uma balbúrdia populista de esquerda —risco de que, por enquanto, o PDR não está, de todo, livre—, além de claramente ancorado na defesa da propriedade, da poupança e da liberdade e iniciativa privadas, embora defendendo também mão dura sobre o capitalismo especulativo, rendeiro e oportunista, José Gomes Ferreira, figura simpática, honesta, esforçada e comprometida com o país, poderá preencher o vazio que encontramos no Nós, Cidadãos!, e sobretudo apontar o caminho para mais de metade do eleitorado português que, não gostando particularmente de estado a mais, nem de burocracias parasitárias e incompetentes, está completamente farta das tropelias e enganos a que a direita portuguesa tradicional, representada pelo PSD e pelo CDS-PP, conduziram, de braço dado ao PS, o país.

Em que ficamos, perguntam os emails? Na melhor das hipóteses, ficaremos com duas portas de saída para o perigoso colapso do regime que está em pleno curso e já é incontrolável. Os portugueses, que não são todos iguais, nem se reveem numa só cartilha de valores, precisam, tanto quanto do pão para a boca e o emprego, de decidir que democracia querem ter depois deste regime corrupto implodir.

O tempo de apostar, de decidir e de cooperar é agora. Se tivermos duas portas de saída em vez de apenas uma, melhor.

José Gomes Ferreira admite entrar na vida política
Expresso | 10:29 Quarta feira, 5 de novembro de 2014

"Se aparecer um projeto independente, com pessoas credíveis do ponto de vista técnico, e com vontade de governar olhando ao interesse do país e não olhando a ideologias e se me disserem 'precisamos de ti', no futuro poderei pensar duas vezes e dizer 'sim, senhor'. Mas nunca nesta conjuntura político-partidária e nunca em algum dos partidos atuais". 

Sem papas na língua, José Gomes Ferreira admite, em entrevista ao jornal "i" desta quarta-feira, poder vir a participar num projeto político independente, mesmo garantindo estar sobretudo interessado em continuar a ser jornalista e escrever livros.

[...]

Lembrando as suas origens humildes, o jornalista diz acreditar que essa questão lhe garante uma maior proximidade às pessoas, que acredita ser essencial para a vida política. "Tento sempre ver as coisas do lado de quem está a partir do zero para ter coisas, porque também foi esse o meu percurso. Acho que isso dá bagagem para pensar a política e a organização da sociedade tendo em atenção essas pessoas", afirma.

Quanto ao futuro, Gomes Ferreira garante: "Quero ser um cidadão que ajude a desbloquear este país."

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domingo, abril 13, 2014

Próximo PM: Luís Amado?

Luís Amado, o senhor que se segue no PS?

Alea jacta est


O atual CEO do BANIF e ex-ministro dos negócios estrangeiros do PS, Luís Amado, acaba de explicar às criancinhas porque motivo o PS terá que caminhar para uma grande coligação com o PSD se ganhar as próximas eleições legislativas. António José Seguro, enquanto líder prisioneiro da estouvada Isabel Moreira, tem os dias contados.

Próximo Governo terá de ser de maioria, diz Amado

Em entrevista hoje à Antena 1 e ao Diário Económico, o atual presidente do Conselho Administração do Banif considera que “o país aprendeu com os erros”.

“Tivemos durante muitos anos governos minoritários, que tiveram dificuldade em imprimir a ação governativa, uma linha de estabilidade e de coerência programática e política que pudessem resolver alguns problemas estruturais do país”, sublinha. Por isso, o próximo executivo poderá ser “outra coligação, mas tem que haver um governo de maioria”.

“Creio que ninguém duvida hoje que não haverá condições, nem nenhum Presidente da República dará posse a um governo minoritário no atual contexto. Portanto, terá de haver um entendimento”, sustenta.

DN Política, 12/04/2014

O senhor Seguro esqueceu-se de fazer o seu seguro de vida como SGPS. Ou seja, está a prazo e a prazo muito curto. Aliás, o CEO sombra da Mota-Engil já está no lugar certo para o golpe de coelho quando for preciso dá-lo. Quem será o sucessor de Seguro? António Costa? Prefiro pensar em Luís Amado. A entrevista que acaba de dar à Antena 1, revela que já é mais do que uma hipótese.

Sem maioria, com quem irá o PS coligar-se? Com o PCP? A probabilidade de tal acontecer anda muito próxima de zero. Com o resto do Bloco? Risível. Sendo assim, só restam duas hipóteses: ou ganha as eleições, mas não forma governo, ou então terá que aceitar o grande abraço atlântico de José Manuel Durão Barroso. É assim tão difícil de entender?

sábado, março 29, 2014

Barroso vira-se para Belém

Fotografia © REUTERS/Vincent Kessler

Um 'não' que quer dizer 'sim'


Durão Barroso: "Disse várias vezes ao primeiro-ministro que há limites para uma certa política—Público, 29/03/2014 - 10:22

Depois de ouvir a entrevista dada ontem por José Manuel Durão Barroso à SIC fiquei com a certeza de que o ainda presidente da Comissão Europeia se candidatará nas próximas eleições presidenciais. O homem é demasiado novo para perder uma tal oportunidade ao fim de três décadas de fulgurante carreira política, nacional e internacional. Que outra personalidade indígena estaria melhor colocado? Quem melhor do que Barroso conhece a malta do PS, do PSD e do CDS? Quem, além dele, entre nós, beija e trata por tu os principais líderes europeus e mundiais? Tem a América melhor amigo neste cantinho estratégico da Europa? Poderá Portugal, no aperto em que se encontra hoje, e de hoje até 2016, e ainda de 2016 a 2026, deitar fora um poliglota com semelhante carreira política e agenda de contatos? A menos que o chamem para presidir à ONU ou à NATO, não vejo como possa dizer não à próxima corrida presidencial.

O seu programa presidencial foi, aliás, exposto sem ambiguidade nas respostas que foi dando ao entrevistador da SIC, Ricardo Costa: é contra a reestruturação da dívida pública; quer um presidente da república apoiado pelos três principais partidos; quer um governo de emergência nacional integrado pelo PS, PSD e CDS; e considera que, tendo sido já esticada até ao limite a corda da austeridade sobre os mais débeis e as classes médias, a consolidação orçamental e o crescimento terão que contar com um esforço maior dos mais ricos, e sobretudo com o apoio de uma União Europeia mais forte no plano financeiro, económico, tecnológico e militar.

As alternativas a Barroso que até agora se puseram em bicos de pé são francamente risíveis quando comparadas com a hipótese Barroso.

A distribuição salomónica de galhardetes a Manuela Ferreira Leite, Bagão Felix e José Sócrates (1) revelou, em suma, que há técnicas que não se esquecem.

NOTAS

  1. Sócrates vende hospitais e património nacional, para esconder défice (Youtube)

    Já se sabia, mas agora é oficial: Sócrates demitiu-se quando os bancos lhe comunicaram que não podiam emprestar mais dinheiro para pagamento de vencimentos do pessoal das administrações públicas. O dinheiro então em caixa baixara para 300 milhões de euros, insuficiente para pagar os vencimentos dos funcionários públicos de um só mês. Assim caiu o vigarista Sócrates deixando um calote público de tal modo gigantesco que só uma intervenção externa evitou cairmos numa guerra civil. Ainda pensa votar nas rosas de plástico do PS? EU NÃO VOTO enquanto não houver um compromisso nacional para mudar a Constituição e reduzir o custo e o desperdício públicos — começando por atacar sem apelo nem agravo a grande corrupção que grassa pelo país e na partidocracia que temos.

sexta-feira, dezembro 28, 2012

VINCI, investe ou especula?

VINCI airports até 2063

VINCI gere dez aeroportos portugueses até 2064 

Mota-Engil e o Bloco Central da Corrupção esperam ter feito um bom negócio!
Da proposta apresentada pela Vinci, "1.200 milhões de euros servirão para cobrir o 'fee' de concessão, 700 milhões de euros é o valor da dívida da ANA e 1.200 mlhões corresponde ao 'equity value' da ANA e esse valor [em 90%] será imputado à amortizaçao de dívida de pública, naturalmente que essa receita será recebida em 2013", detalhou Maria Luís Albuquerque — Jornal de Negócios, 27 dez 2012.
A diferença da oferta da Vinci para a da Fraport foi de +638 milhões de euros. Perante tais números o governo não poderia deixar de recusar a melhor solução técnica e de gestão.

A VINCI é uma empresa de engenharia civil e de rendas, sobretudo rodoviárias, para quem a aquisição da ANA permitirá subir do nível amador em que está em matéria de concessões aeroportuárias, para uma liga profissional. Pagou ou vai pagar bem por esta festejada graduação que simultaneamente mantém em aberto as esperanças aeroportuárias criminosas do indígena Bloco Central da Corrupção.

Vamos esperar pelos próximos episódios.

Quanto à Fraport, sempre pensei que a tia Merkel estava interessada no negócio. Mas bem vistas as coisas, não. Seja como for, parece-me que este governo e o inSeguro do PS vão ter que tirar no início do próximo ano um "crash course" de francês na Lusófona, já que de Berlim, de agora em diante, passarão a ouvir a litania nein, nein, nein...

Entretanto, aquilo que o governo terá que explicar é onde e como vai dar uso aos mil e duzentos milhões de euros do fee da concessão. São vinte e quatro milhões de euros vezes cinquenta anos, de que o país deveria beneficiar ao longo deste tempo, isto é, até 2063. Será que o governo vai abrir uma conta de poupança, ou espatifar a massa no NAL de Alcochete, cobrindo através de tal operação mafiosa as dívidas criminosas e os investimentos aventureiros do Bloco Central da Corrupção?

Queremos saber, por nós, pelos nossos filhos e pelos nossos netos.

De fora ficam alguns aeroportos civis: Lajes, na Terceira, Pico e Tires, entre outros. Mas falta conhecer, antes de mais, o caderno de encargos. Os próximos meses serão pois cruciais para avaliar as reais intenções do governo nesta operação, começando por tirar a limpo se foi efetivamente conduzida pelo governo ou por um dos homens da mala do PSD.

A pedra de toque é esta: se a imprensa indigente que temos recomeçar a propaganda do novo aeroporto, por causa do putativo esgotamento da Portela, e outras vigarices do género, então teremos a prova de que este governo foi, nesta negociação, um elenco de fantoches. Se, pelo contrário, ouvirmos falar de obras na Portela e de melhorias no aeroporto Sá Carneiro (taxi-way e ILS), então é porque a operação do NAL dependerá realmente da saturação efetiva da Portela, e não de uma saturação aldrabada, virtual e manipulada, como até aqui se pretendeu fazer crer aos incautos portugueses.

A TAP transportou mais de 10 milhões de passageiros, mandou dizer à imprensa no passado dia 26 de dezembro.

Na realidade, transportou menos de 4 milhões de pessoas, na medida em que por cada viagem de ida e volta que fazemos somos contados duas vezes, e os passageiros da TAP que voam do Rio ou de Luanda para Paris, Londres ou Frankfurt, etc., via Lisboa, são contados quatro vezes! Seja como for, houve um ligeiro aumento de passageiros de 2011 para 2012. Mas a que preço?

Para ganhar esta cacha noticiosa que não convenceu nenhum putativo comprador, exceto o testa de ferro boliviano, a TAP manteve e mantém rotas ruinosas ou com load factors muito abaixo da concorrência. Ou seja, perde centenas de milhões de euros por ano. Quem irá pagar de ora em diante tais prejuízos? O governo, nomeadamente através da Chica-esperta Parpública? Só se a Troika, a Lufthansa e a tia Merkel andarem a dormir na forma! A TAP? Está falida e insolvente! Os bancos indígenas, a começar pelos piratas do BES? Mas como, se o BES e o Crédit Suisse têm atravessada nos respetivos balanços a operação de encomenda firme, por parte da TAP, de 12 aviões Airbus A350-900, com entregas previstas já em 2013-2014 e um valor final que supera os 3 mil milhões de euros? Poderá a VINCI fazer descontos de amiga à TAP, ou penalizar a concorrência da TAP, nomeadamente aquela que resulta do crescimento das companhias Low Cost na Europa —easyJet, Ryanair, Germanwings, Vueling ou Transavia? Mas isso seria abrir uma guerra com as mais poderosas companhias aéreas europeias, e sobretudo com a União Europeia, já para não mencionar que tal atitude revelaria uma manifesta insanidade de gestão.

A decisão de suspender o rocambolesco processo de entrega da TAP ao colorido Efromovich resultou, percebe-se agora, da oferta da Vinci, a qual permitirá alcançar e até ultrapassar as metas previstas em sede de receitas extraordinárias (leia-se venda de anéis) para a redução do défice da República. Mas o problema permanece: quem irá pagar as dívidas acumuladas e correntes da TAP? E se a TAP sucumbir, que acontecerá ao famoso Hub da Portela?

Estou absolutamente convencido que o Bloco Central da Corrupção prometeu à Vinci um novo aeroporto pago, pelo menos em parte, com pelo do próprio cão, isto é, com parte da verba que a VINCI destinou à aquisição da ANA. E que os franceses caíram na esparrela!

Em 2063, segundo a ONU, Portugal terá menos dois milhões e duzentas mil pessoas do que hoje. O petróleo que ainda houver daqui a cinquenta anos será um bem caríssimo e racionado. Ou seja, quer a demografia do país, quer a inevitável transformação radical do transporte aéreo, demonstram duas coisas: que a saturação da Portela é uma miragem e que apostar numa cidade aeroportuária em Alcochete não passa de uma ficção.

Conclusão: a oferta da VINCI é uma operação especulativa com objetivos de curto prazo. Cá estaremos para confirmar ou infirmar esta hipótese!


POST SCRIPTUM

A manipulação dos processos de alienação da ANA e da TAP, associada como está ao embuste do NAL da Ota em Alcochete, já  causou um rombo potencial na economia e nas contas públicas nacionais de mais de 1,2 mil milhões de euros. Este rombo chama-se suspensão do programa de ligação da rede ferroviária portuguesa à rede espanhola e europeia de bitola europeia.

O Bloco Central da Corrupção boicotou sistematicamente a implementação da bitola europeia em Portugal, apesar de todos os compromissos assumidos pelo Estado português.

FACTOS:

Ligações ferroviárias - bitola europeia (UIC)

2010 - Barcelona-França (só mercadorias)

2013 (abril) - Barcelona-França (mercadorias e passageiros): a ligação já foi estabelecida, encontra-se em fase de testes, exploração comercial começa em abril de 2013

2015 - Algeciras-Barcelona-França (mercadorias e passageiros) / PDF

2016 - Y Basca: Valladolid-Vitoria-Bilbao^San Sebastián-Irun-França (mercadorias e passageiros)

Rui Rodrigues (Público):
Convém também recordar que, no dia 23 de Dezembro de 2009, na Comissão de Transportes da Assembleia da República (está registado na respetiva acta), o Governo do ex Primeiro-Ministro José Sócrates justificou a construção da Linha Sines-Badajoz, em bitola ibérica, afirmando que só daqui a 30 anos a Espanha se iria ligar a França, em bitola europeia, para mercadorias. Era o único argumento que justificava o projeto. Esta informação é novamente desmentida pela conclusão da nova linha para mercadorias e passageiros de bitola europeia, Barcelona-França, do Corredor do Mediterrâneo e incluído na Rede Transeuropeia de Transporte.
Em Portugal o Bloco Central da Corrupção tudo fez até agora para atrasar a ligação ferroviária em bitola europeia entre Portugal, Espanha e o resto da Europa. Motivo: o embuste do novo aeroporto da Ota em Alcochete. Cavaco Silva e o ex-BPN-SLN (agora Galilei), muito bem representado pelo homem da mala Arnaut, em sintonia e coordenação perfeita com a tríade de Macau (Vitorino, Santos, Coelho, Ho) e o fundo de investimento clandestino do PS sediado na Holanda, enterraram centenas de milhões de euros na Alta de Lisboa e nas imediações de Rio Frio e Canha, no perímetro do Campo de Tiro de Alcochete. Querem agora passar a fatura do desperdício e da corrupção ao idiota de sempre: o contribuinte português. A indigente imprensa que temos colabora. Quanto aos intelectuais de serviço, sabem lá o que levou Portugal à bancarrota!

O Bloco Central da Corrupção está bem e recomenda-se. Pobre inSeguro, pobre Diabo!


ÚLTIMA HORA / PROPAGANDA INDIGENTE

I
ANA Vinci — mais uma notícia idiota: então os terrenos da Portela, que são do Estado e nunca esteve previsto que viessem a ser propriedade da nova concessionária privada de aeroportos, serão vendidos pela Vinci quando o negócio do novo aeroporto se colocar? Se os terrenos são do Estado só o Estado poderá vendê-los! Quanto muito encarregará a ANA Vinci para intermediária do negócio.

Já agora: os terrenos da Portela (510ha) valeriam hoje, depois de bem oleada a falida e corrupta câmara municipal de Lisboa, qualquer coisa entre 5 e 15 mil milhões de euros! O suficiente para o Bloco Central da Corrupção continuar a sonhar com Alcochete!

No entanto, se houvesse crescimento do tráfego aéreo que justificasse um novo aeroporto, então seria uma grande estupidez desativar a Portela, precisamente porque neste caso seria mais do que justificado a região de Lisboa ser servida por dois aeroportos. Em caso de sismo, inundação, ou de eventuais defeitos estruturais nas novas pistas a construir nos terrenos do estuário do Tejo, haveria sempre uma alternativa de recurso.

No entanto, o mais provável mesmo é que o negócio do transporte aéreo de massas já tenha atingido, tal como o petróleo, o "plateau" mais alto do seu crescimento, e que de ora em diante a tendência de crescimento comece a declinar. NAL em 2020? Não creio. Em 2030? Ainda menos? Em 2063? Totalmente irrealista!

O Governo decidiu entregar a gestão dos aeroportos portugueses à Vinci por 3,08 mil milhões de euros, mas apesar do elevado valor que a empresa francesa vai pagar, ela nunca ficará com a propriedade das infraestruturas e dos terrenos. Aliás, mesmo quando Lisboa tiver um novo aeroporto, é o Estado que fica com os terrenos da Portela. São "domínio público e vão continuar a ser", garantiu ao Dinheiro Vivo fonte próxima do processo. — in Dinheiro Vivo, 29 dez 2012.

II

A ANA ainda não foi privatizada, ainda não se sabe quem será a próxima administração, mas já se sabe o que vai fazer no Brasil, na Portela, na Madeira e em Beja! Esta pessegada apenas mostra que temos uma imprensa indigente e de propaganda, e que a transparência democrática está cada vez mais longe.

O seminarista da Jota PS que hoje é o presidente da Junta (perdão, do PS) está calado porque consente no essencial, porque aprova a negociata por baixo da mesa do Bloco Central da Corrupção. A reação oficial pela boca do inenarrável zorrinho serviu apenas para transmitir uma mensagem subliminar à alcateia: os pormenores ainda não chegaram ao Largo do Rato! Vá lá, também queremos saber quanto nos toca...

Sérgio Monteiro dixit:
Nova ANA vai concorrer à privatização do aeroporto do Rio de Janeiro

Outra das novidades trazidas pela privatização será a evolução das taxas aeroportuárias: sobem até 14% em Lisboa para permitir reduzir 25% na Madeira e congelar os valores cobrados no Porto. Beja deverá ficar reservado para o transporte de carga. i online, 29 dez 2012.

Mais propaganda e conversa da treta alimentada pelo BCC (in Dinheiro Vivo)


Última atualização: 29 dez 2012 18:33 WET


sexta-feira, setembro 14, 2012

Um Joker chamado Portas

Coligação com CDS-PP fora do governo? Seria muito original!

O PSD de Passos de Coelho já era!

A resposta de Paulo Portas à desorientação política completa de Passos de Coelho é a carta fora do baralho que vem deitar um balde água fria nos planos atabalhoados do gago mental das finanças.

Depois do levantamento geral de rancho contra o plano do senhor Gaspar, a entrevista ao senhor primeiro ministro teve no dia seguinte uma resposta pronta do parceiro de coligação que não pode deixar de ser vista como um grande murro no estômago da governo.

Nós sabemos que os nossos políticos têm estômagos e gargantas elásticas, mas ainda assim, há coisas ingeríveis ou indigestas de mais.

O CDS fora do governo, mas sem romper a coligação? A ameaça é um bluff, mas não deixará de exercer um fortíssimo peso nas negociações internas da coligação que decorrerão desde a Quinta Revisão da Troika até à aprovação do Orçamento de Estado.

Paulo Rangel deveria avançar para a liderança do PSD, e Manuela Ferreira Leite, por sua vez, deveria substituir o empregado do BES e o burro de canudo quanto antes.

Quanto aos indecorosos regionais, Marco António e Menezes, deveriam receber de imediato ordem de marcha para... Freixo de Espada à Cinta, ou melhor ainda, para Caracas!

Precisamos de mudar o regime, de uma nova constituição, de um sistema eleitoral responsável, da reforma interna dos partidos parlamentares pelo sangue novo que neles já correrá neste momento, e precisamos de novos partidos e de agrupamentos cívicos independentes de governança democrática, nas cidades e nos campos — complementares do sistema representativo convencional. Como está, mantendo-se o status quo, a corrida de lémures para o abismo só poderá acelerar o passo :(