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quinta-feira, junho 25, 2009

Portugal 112

Conversa entre Zapatero e Sócrates
Manuela Ferreira enterra Pinóquio e encosta Mexia às boxes

Prisa confirma negociações com a Portugal Telecom
"O grupo Prisa mantém actualmente negociações com a Portugal Telecom, empresa líder de telecomunicações em Portugal, para a definição duma aliança que reforce as posições competitivas das ditas empresas e favoreça as condições necessárias para impulsionar os seus planos de futuro da media Capital e potenciar as suas possibilidades de expansão nos mercados internacionais, particularmente nos países de língua portuguesa", lê-se no comunicado enviado à CMVM. — in RTP (25-06- 2009, 19:51)


Quinta fase da guerra para o controlo socratino da TVI
A reacção, ontem, 24-6-2009, à tarde no inoportuno debate parlamentar, do CDS-PP e do Bloco de Esquerda e, à noite na entrevista na SIC, de Manuela Ferreira Leite, contra a intervenção do Governo na «linha editorial» da TVI, mediante a compra de 30% da Media Capital pela governamentalizada PT, e a própria inábil resposta sub-consciente de Sócrates, tornaram muito difícil esta manobra para o controlo da restante comunicação social de significado. Desalojar José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, que era o objectivo declarado profusamente nos media, tornou-se agora muito complicado com o teste de algodão de demonstração do motivo da manobra: se Moniz for demitido/substituído/rescindido/removido isso expõe o propósito do negócio socratino-bávico.

Convencido da viabilidade do negócio, após a reacção suave em 23-6-2009 (em que avultou o silêncio dos media e... demasiados blogues) à notícia-balão desse dia no «i», Sócrates deu ordem para o negócio avançar rapidamente, sonhando ainda com a ilusão de reverter o resultado das europeias em vitória tangente em Outubro. Porém, a reacção política cresceu a um nível inimaginável, as casas de investimento, até ligadas a accionistas de referência (como o BES) deram parecer negativo, e puseram em causa o prémio político de preço adicional pela compra por 150-200 milhões de euros de uma quota que vale cerca de metade, e movimentos da sociedade civil ameaçaram com providência cautelar para impedir o negócio. — in Do Portugal Profundo (25-06-2009)

O jovem yuppie que gere o semi-monopólio de telecomunicações chamado Portugal Telecom, Zeinal Bava, meteu os pés pelas mãos durante uma entrevista de emergência dada a Judite de Sousa há poucos minutos na RTP. Omitiu sem graça nem jeito a verdade do frete encomendado por Zapatero e Sócrates, que era o de a PT comprar por um valor exorbitante e descaradamente político boa parte da Média Capital. O jovem Zeinal gaguejou, pois, ao povo português —que é dono da Golden Share da PT—, bem como aos demais accionistas da própria empresa — Caixa Geral de Depósitos e privados incluídos.

Como esclarece a Prisa e era óbvio para toda a gente, incluindo os socialistas avisados que começam a abandonar a nau Catrineta do papagaio Sócrates, houve mesmo uma tentativa relâmpago de assalto à TVI, a contento do senhor Zapatero, que tenta a todo o custo salvar o grupo de comunicação pró-socialista Prisa (com um passivo superior a 5 mil milhões de euros!), e para gáudio salivar antecipado de José Sócrates, que por este postigo inesperado vira a grande oportunidade de correr a pontapé José Eduardo Moniz, e sobretudo Manuela Moura Guedes, da paisagem mediática lusitana. Mas a manobra saiu-lhes, por agora (1), pela culatra. Em grande medida, diga-se de passagem, graças à estocada mortal que Manuela Ferreira Leite desferiu ontem à noite sobre o cada vez mais desamparado primeiro ministro "socialista".

Manuela Ferreira Leite, na entrevista que deu ontem a Ana Lourenço, confirma aliás as minhas expectativas e previsões de há um ano, ou mais: será primeira ministra de Portugal a partir das próximas eleições legislativas.

Muita coisa irá forçosamente mudar, começando pela inevitável dança de cadeiras tão ao gosto dos boys&girls do Bloco Central. António Mexia, o grande CEO da EDP —que tem um passivo acumulado de mais de 13 mil milhões de euros!!— já começou a ganir, e tem razões para isso. Vai mesmo ter que mudar de poleiro no fim do ano, e assim talvez sejam suspensas algumas barragens assassinas que o imbecil alegremente vem anunciando por aí como coisa consensual que nunca foi!

Mas voltando ao negócio partidário Prisa-Média Capital, não posso deixar de imaginar a conversa ao telemóvel entre Zapatero e Sócrates.

— Pepe, perdón, Jose, es decir Socrates, como estas?
— José?! perdon Sapateiro, quer decir, Zapatero, si soy yo... bueno, vamos andando... y tu?
— Socrates, tengo un problemita... de que te queria hablar un ratito. Tienes un minuto para mí?
— Claro que tenho un minutito para tí. Por supuesto! Nada de saúde espero!
— Algo de nuestra salud partidaria, más bien, no se si me entiendes...
— Oh sim, sim! Nostra salude partidaria anda un poco mala, para no dizer una mierda! Pero como posso ajudarte?
— Bueno, de echo, tu me puedes ayudar, y yo te puedo ayudar tambien!
— Ah síííííí.......!! Cuentame ya!
— La cuestión es la siguiente: el grupo Prisa, ya sabes, los dueños d'El País y de tu odiada TVI, y de muchas otras cosas más, tiene un problema de fondos bastante serio. Y ya sabes, tengo que ayudarlos. Dependo de ellos para casi todo y la cosa no esta nada fácil para nosotros. La Derecha, ya sabes, el PP, sube continuamente en las encuestas... y por este camino nos hecharan del poder. No puede ser! Vamos a tener el caos en España! Y el caos en mí país, ya sabes, es el caos en tu país...
— Es verdade! Pero no vejo como posso ajudarte... no tengo dinero ni para mandar cantar un ciego. No vas a pedirme dinero, no?
— Tranquilo Socrates, claro que no! La idea es otra. Bastaria que la telefonica portuguesa, es decir la PT, comprara una parte de Média Capital, que ahorita pertenence al Grupo Prisa, para que yo quedara bien delante de Juan Luis — Cébrian, lo conoces, no? — y tu, a la vez, podrás hechar a la chica esa que no te larga... Como se llama ella, que no me acuerdo?
— La put...., no, Manuela Moura Guedes, essa grande put..., perdón, gaja, te refieres, no?
— "Gaja", que significa "gaja"?
— No sei la palavra en español... "tipa"?
— Ah..., a una golfa te refieres, no?
— No, es más bien una put...., bueno una golfa, sí. Le gusta el golf, seguramente!
— Qué dices?
— No, nada, nada...
— Que te parece entonces la idea? Un buen negocio para los dos, o no es así?
— Claro, claro. Mataríamos uma put... e um coelho a la vez!
— Curioso, en mi país, tambien tenemos un refrán parecido: matar dos conejos de un tiro!
— Si, si es lo mesmo! Matar dois coelhos de uma cajadada!
— Cajadada?
— Sí, quer decir, con un cajado, ... un pau, ... un palo,, bueno es un proverbio alentejano!
— Proverbio, Socrates?
— Sí, un proverbio. No sabes lo que es?
— No....
— Bueno Zapatero, y que tengo que facer para sacar fora la put... que no me larga, de TVI?
— Si hablas con ese alentejano simpatico que manda en la PT...
— Quién, el jovem Zeinal Bava?
— No, Socrates! El alentejano ese, como se llama? Granada, o algo así....
— Hummmm... voy a preguntar y ya te llamo, vale?
— Haceme ese favor. Te agradezco un montón! Un abrazo!
— Controlar la TVI... com um único "palo"... Que grande ideia! Que grande dia! Vou contar ao Pedro! Tra-la-la... tra-la-la..., tra-la-la.....


NOTAS
  1. Ao contrário do que o Público anunciou, com manifesto exagero, horas depois deste post, na edição de 26 de Junho —Acordo para o negócio da PT com a TVI quase concluído. José Eduardo Moniz fica na estação—, o negócio morreu mesmo depois da entrevista a Manuela Ferreira Leite, secundada posteriormente pelas palavras sem regresso do Presidente da República.


OAM 594 25-06-2009 23:55 (última actualização: 29-06-2009 18:36)

terça-feira, junho 23, 2009

Crise Global 67

Bolha mediática prestes a rebentar

Está esclarecido o mistério da candidatura de José Eduardo Moniz à direcção do Benfica: o homem sabe que o porta aviões da TVI, isto é o Grupo Prisa, vai a pique, tal como o Titanic!


Dívidas obrigam Grupo Prisa a procurar sócios minoritários


O grupo Prisa, proprietário do jornal espanhol ‘El País’, já tem mais de cinco mil milhões de euros em dívida acumulada.

Esta situação obriga à procura de sócios para vender participações minoritárias dos seus negócios, incluindo da Media Capital, que detém a TVI e a editora Santillana.

Encarando as dificuldades em fechar o acordo com a Vivendi e a Telefónica para vender a Digital +, o grupo Prisa duplicou os esforços para procurar novos sócios para as suas empresas. — in Económico.

PT sozinha na corrida para comprar a TVI

A Portugal Telecom (PT) está em negociações para comprar 30% da Media Capital, a empresa que detém a TVI. Segundo o jornal Expresso, a Ongoing saiu do negócio por só aceitar uma posição maioritária. — in DN TV&Media.

Spain's Prisa to cut pay, dividends

MADRID, June 18 (Reuters) - Debt-burdened Spanish media group Prisa (PRS.MC) will ask staff to take pay cuts and is suspending dividends probably until 2011 as it steps up its restructuring efforts, its CEO said on Thursday.

The owner of newspaper El Pais did not rule out a capital hike, as shareholders approved last year, and will press to find business partners, Juan Luis Cebrian told the company's annual shareholders' meeting, as the group battles a heavy debt burden and a downturn in advertising.

... "We are going through an extremely difficult situation, but it is not desperate ... nor is the group's future threatened," Cebrian said. — in Reuters.

Quem haveria de dizer que a estrela luminosa do jornalismo e da comunicação mediática global saída desse extraordinário diário espanhol chamado El País não passa neste momento de uma estrela cadente? Que se passou? Deixou de fazer bom jornalismo? Perdeu audiências? Não resistiu às quebras de receita no sector publicitário? Cresceu demais?

Bom jornalismo e audiências não perdeu certamente. Basta comprar o El País do próximo Sábado, ou ouvir a Manuela Moura Guedes na Sexta, para concluir que continuam em alta em matéria de bem confeccionar notícias e capacidade de atrair audiências.

Já que no que se refere a receitas de publicidade, excesso de endividamento e grandes perdas em bolsa, a coisa muda de figura.

Depois de ter batido no fundo em 9 de Março deste ano (ver Bolsa PT), as acções da Prisa lá se foram levantando até chegar ao máximo deste ano —4,34 euros— no passado dia 8 de Junho, estando desde aquela data em queda. Mas o pior pode estar por vir! Há quem sussurre sobre o colapso a curto prazo do altamente endividado sector mediático espanhol, que como o resto da economia espanhola viveu anos de ouro à sombra da especulação imobiliária e bolsista, endividando-se ruidosamente, como se o mundo não tivesse fim, ou parte do explorado terceiro mundo e algumas ex-colónias europeias não tivessem emergido como pujantes economias do século 21, declaradamente indispostas a mimar por muito mais tempo um Ocidente consumista, cheio de retórica humanista, mas cada vez mais endividado e a perder hábitos de trabalho.

As televisões autonómicas espanholas estão virtualmente falidas. Mas sobretudo só agora começamos a conhecer os enormes estragos que a Internet veio e continuará a provocar no grande sistema mediático inventado na América, por volta de 1928, depois da publicação do decisivo e pouco conhecido livro Propaganda, de Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud e fundador do conceito de Relações Públicas. O Broadcast big-brotheriano tem vindo a ser paulatinamente substituído por uma nova e radical turba multa mediática chamada Netcast, muito mais democrática e incontrolável, como se tem visto nos recentes conflitos bélicos internacionais e nas manifestações contra o autoritarismo e a criminalidade de Estado por esse mudo fora: Bush, Iraque, Líbano, Afeganistão, Irão, etc.

Há quinze anos que falo disto. Mas nem o Pinto Balsemão, nem alguns governos autonómicos do país vizinho ligaram às minhas palavras quando amigavelmente as transmiti em modo de aviso. O problema agora é que os governos estão falidos, sobretudo depois de injectarem biliões de dólares e euros nas economias americana e europeia para salvar a obsoleta indústria automóvel e as máfias banqueiras. Não vai haver igual benesse para salvar os jornais e as televisões, até porque haverá outras prioridades no futuro imediato: empresas energéticas com passivos gigantescos (veja-se o caso patético da EDP), sistemas de segurança social à beira do colapso e um incomensurável buraco negro financeiro chamado Derivados, ou Derivatives, cujo valor nocional, i.e. de potencial desastre, corresponde a qualquer coisa como quatro vezes o PIB mundial!

A única saída para evitar o colapso dos governos será muito provavelmente imprimir dinheiro à toa, de onde sairá, se o fizerem, uma inevitável onda de hiperinflação. Mugabe já deve estar a rir-se à gargalhada. Até lá, contem com mais falências —a bolha mediática pode ser a próxima a rebentar—, mais impostos, mais desemprego, escassez e subida generalizada do preço do dinheiro, hipotecas a subir, e uma viragem das vossas vidas como nunca imaginaram.

Sobretudo não dêem crédito aos governantes, que continuarão a mentir como mentiram até agora — isto é, com todos os dentes!


OAM 593 23-06-2009 23:07