Mostrar mensagens com a etiqueta Antonio Mexia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Antonio Mexia. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Dívida da EDP dispara em yuans

Especulação com moeda chinesa ameaçada pelo Banco Central da RPC


Desvalorização agressiva da moeda chinesa trava especulação cambial, mas faz disparar a colossal dívida da EDP quando convertida em yuans.


Yuan Turns Worst Emerging Carry Trade on PBOC’s Actions
Feb 27, 2014 9:05 AM GMT+0000

The yuan has gone from being the most attractive carry trade bet in emerging markets to the worst in the space of two months as central bank efforts to weaken the currency cause volatility to surge.
[...]
The trades involve borrowing funds in a nation with low interest rates to purchase higher-yielding assets elsewhere.

China Currency Plunges Most In Over 5 Years, Biggest Weekly Loss Ever: Yuan Carry Traders Crushed
Submitted by Tyler Durden on 02/27/2014 23:18 -0500, ZeroHedge.

...What is more notable is that the move, while certainly intending to shake out the carry traders bent on riding the USDCNY ever lower, is starting to appear borderline erratic. As a reminder, and as we posted yesterday before the FT picked up the story earlier today, there is a lot of pain in store for those betting on a stronger Yuan, because while the move may not seem dramatic (by USDTRY standards), the reality is that the carry trade positions have massive leverage associated with them, with the pain level on $500 billion in existing carry trades beginning to manifest once the Yuan enters the 6.15-6.20 gap and becomes acute once the European Knock-In zone of 6.20 is crossed (see first chart below) and rising exponentially from there. In fact as we explained, should the renminbi break past 6.20 per dollar, which it is very close to right now, banks would be forced to call in collateral, accelerating the Yuan plunge, at which point the drop would become self-sustaining. The pain from that point on is around US$4.8 billion in total losses for every 0.1 above the average EKI.

Afinal de contas, mesmo com rendas excessivas, a verdade é que a crise económica e financeira em curso e as suas graves repercussões num país de piratas e desmiolado como Portugal, que se traduzem numa dívida pública, empresarial e doméstica insustentável, e na consequente quebra de rendimentos e consumo a partir do momento em que os credores impõem a repressão orçamental e fiscal aos devedores, está a contribuir para o rápido colapso da própria bolha energética especulativa em que a empresa dirigida pelo cabotino Mexia se meteu e meteu o país — com a colaboração de uma vasta simbiose de indigentes políticos e de banqueiros corruptos e ignorantes.

Negócio da China na EDP
27 Fevereiro 2014, 19:10 por Agostinho Pereira de Miranda - Jornal de Negócios.

...se a Galp, o BES ou uma qualquer outra empresa portuguesa quiserem investir no setor energético chinês não podem esperar as garantias legais que a CTG tem na EDP. Daí a pergunta: como foi possível à empresa chinesa ter conseguido fazer o investimento na EDP através de uma "shelf company" sediada no Luxemburgo? A Parpública, o ministério das Finanças e os seus consultores perceberam o que Portugal ia perder com esse artifício jurídico? Fizeram alguma coisa para o contrariar? Parece que alguém estava a dormir aos comandos desta operação de venda.

A China terá conseguido blindar a sua posição de quase-monopólio no fornecimento de energia elétrica em Portugal quando comprou a posição dominante na EDP com a colaboração dos testas de ferro do Bloco Central encarregados do chorudo negócio. Mas de nada lhe valerá se, por um lado, o yuan continuar a cair, e se, por outro, como já está a acontecer, os portugueses deixarem de consumir, deixarem de pagar as contas, e regressarem às candeias de azeite e de petróleo, bem como à queima de pinheiros e eucaliptos, já não para falar da produção de energia off-the-grid!

Na realidade, Mexia, Sócrates e Manuel Pinho (o dos chifres) caíram ou quiseram cair na armadilha montada pela Goldman Sachs quando esta impingiu à EDP as ventoinhas da Horizon Wind Energy, em 2007, por 2,15 mil milhões de dólares. Quem financiou a operação? Que gabinetes de advogados indígenas estiveram metidos na operação? Onde estavam os deputados e os economistas da tugalândia? Quem transporta desde então uma dívida e um serviço de dívida que não param de crescer? A Goldman Sachs sabia que os subsídios à energia eólica iriam acabar, e acabaram nos Estados Unidos em janeiro de 2014! O argumento das cláusulas contratuais já se evaporou na América. Que veio o senhor Sr. Cao Guangjing, do Comité Central do PC Chinês, fazer a Portugal? Protestar? Exigir? Mas como e porquê se a cratera cresce sobretudo na América, e não certamente em Portugal? Pretenderá o senhor Cao enganar o seu governo? É que a nós, portugueses, não engana!

US suspends wind power subsidies, for now
By Ivan Couronne (AFP) – Jan 15, 2014 

Washington — Historic subsidies propping up US wind energy ended on January 1 and Congress refused to renew them, despite supporters arguing that the aid has made renewable power cheaper than coal.

The United States has subsidized wind-sourced electricity since 1992 to promotes the use of green energy and crack America's dependence on the fossil fuels blamed for climate change.
Last year, billions of dollars in wind production tax credits, or PTCs, amounted to some 2.3 cents per kilowatt hour for an industry that has struggled to compete against oil and gas.

But winds of change are blowing. The repeatedly renewed credits expired at the end of 2013, along with many other renewable energy benefits.

Wind energy is now an industry that can "stand on its own," argued Senator Lamar Alexander and other anti-tax-credit lawmakers last month.

Deixo um conselho à EDP e ao senhor Cao Guangjing das Três Gargantas, e membro do PC Chinês: parem imediatamente as obras das barragens do Sabor e do Tua, engulam o prejuízo, e não se fala mais nisso. A alternativa sair-vos-à muito mais cara. Façam bem as contas!

quinta-feira, janeiro 30, 2014

Governo dinamarquês treme após entrada do Goldman Sachs no gigante energético do país - Jornal de Negócios

É preciso travar este vampiro!

Entretanto, como é patente, os sociais-democratas dinamarqueses não são muito diferentes do PS à época de José Sócrates, que preparou com o cabotino Mexia o negócio da compra das ventoinhas à Goldman Sachs e o embuste do plano nacional de barragens.
Jornal de Negócios: "Uma petição online contra a entrada do banco de investimento norte-americano reuniu 185 mil assinaturas. Também em protesto, o partido ecologista SF abandonou a coligação de governo de centro esquerda.

Helle Thorning-Schmidt (na foto), líder do Partido Social-Democrata, filiado ao Partido Socialista Europeu, já garantiu, entretanto, que vai continuar a chefiar o Executivo dinamarquês, agora com um governo minoritário que passa a contar com o apoio de apenas dois partidos detentores de 61 dos 179 assentos parlamentares."
 Nem propósito: ler o artigo ontem publicado sobre o embuste das barragens em Portugal.

Governo dinamarquês treme após entrada do Goldman Sachs no gigante energético do país - Jornal de Negócios

terça-feira, julho 24, 2012

EDP à rasca

EDP-R sofre crash de quase 7% na Bolsa de Lisboa (23 julho 2012)

Mexia e Catroga correm em defesa da sua dama chinesa

Como há muito vimos escrevendo, a EDP é uma empresa ferida de morte pelo peso insustentável da sua dívida — uns astronómicos 18 mil milhões de euros! (1)

Os problemas, aliás, acumulam-se e pioram dia a dia:

  • a insistência estúpida e arrogante do cabotino Mexia em avançar com a inútil e criminosa barragem do Tua (congeminada em parceria com o pirata Sócrates — é bom não esquecer), pondo claramente em causa a classificação patrimonial de excelência do Alto Douro, e que se transformou rapidamente numa castanha prestes a rebentar na garganta dos chineses, já levou à quase paragem silenciosa das obras (do mal, o menos);
  • os subsídios às energias renováveis acabaram, ou diminuíram drasticamente, em Portugal e em Espanha, e estão sob forte pressão nos EUA, o que veio a revelar-se uma machadada fatal no embuste do “Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH)” — destinado, precisamente, a escoar a energia nocturna potencial das ventoinhas, que doutro modo têm que parar mais de metade do tempo disponível..., mas uma solução, sob outro prisma, inaceitável, nomeadamente por causar um incremento criminoso da eutrofização das albufeiras; 
  • a Troika exige uma tesourada nas rendas excessivas da EDP, e ainda noutros custos escondidos nas faturas de energia enviadas aos consumidores (RTP, autarquias, regiões, etc.), a que nem Gasparinho, nem Passos de Coelho, nem ASP podem fugir por mais tempo; 
  • o estrondoso falhanço do governo PSD-CDS no controlo da dívida pública, agravado ainda pela decisão irresponsável do Tribunal Constitucional sobre o corte de vencimentos aos funcionários públicos, dá razão a todos os que criticam a timidez do PM no ataque à despesa pela via da supressão dos privilégios indecorosos concedidos à burguesia rendeira e à nomenclatura partidária do país, nas PPPs e nas rendas que agravam os custos da energia ao consumidor;
  • a recessão económica, o desemprego, e a subsequente queda do consumo em Portugal, em Espanha, mas também nos Estados Unidos, atingiram, atingem e atingirão duramente as vendas da EDP em 2011, 2012, 2013, 2014...;
  • a torneira do crédito, nomeadamente para financiar o serviço da dívida, está praticamente fechada (será que é desta que um banco chinês abrirá portas em Lisboa, ou será em Madrid?);
  • o serviço da dívida da EDP e da EDP Renováveis não pára de subir e andará já pelos 600 milhões de euros/ano;
  • o Euro tem vindo a desvalorizar face ao Dólar, mas também, e de que maneira, face ao Renminbi!
  • em suma, no dia 23 de julho de 2012, a EDP caiu 5,83%, e a EDP Renováveis (EDPR), 6,58%, na Bolsa de Lisboa. E não vai ficar por aqui :(

É verdade, como disse Catroga à TVI, que o Estado vendeu a EDP aos chineses com as rendas incluídas. Resta porém saber como é que foi realizada tal operação e semelhante contrato numa altura em que era mais do que público e badalado o compromisso exarado num Memorando negociado pelo próprio Catroga, em nome do PSD e de Pedro Passos Coelho, de eliminar as rendas abusivas cobradas por empresas de regime, como a EDP e as PPPs piratas, ao Estado português.

A investigação criminal entretanto iniciada pelo DCIAP sobre um eventual tráfico de influências ao longo da operação de privatização da então energética nacional fragiliza ainda mais a posição da EDP, hoje controlada pelo Estado chinês, através de António Mexia e Eduardo Catroga.

Por fim, é tão fácil demonstrar ao compadre Catroga que as rendas são abusivas e excessivas. Ora veja, compadre:

  • em 2011, a EDP obteve 1125 milhões de euros de lucros, 50% dos quais arrecadados em Portugal; no entanto, apenas 8% das vendas foram realizadas em Portugal. Ou seja, 92% da receitas vieram do estrangeiro — como explicar este extraordinário fenómeno?
  • uma explicação, parece evidente: advém dos preços de venda praticados por MWh: 99 euros em Portugal, 32,6 euros nos Estados Unidos (mais sobre este tema).
  • outra, advém certamente das rendas que ainda acrescem ao preço de monopólio (ou de cartel, não sei) praticado com a cumplicidade de Sócrates. Por alguma razão o beato Seguro só debita odes pastoris à política deste governo!

 ÚLTIMA HORA

26 julho 2012 — EDP confirma a minha previsão: a dívida deste mamute disparou para lá da sustentabilidade: “A dívida líquida EDP aumentou 6,3%, ou 1,07 mil milhões de euros, no primeiro semestre do ano, quando comparado com igual período do ano passado, de acordo com o comunicado emitido pela eléctrica para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Situava-se em Junho nos 18,019 mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre.” — Jornal de Negócios, 26 julho 2012 17:03.

Quando quiserem saber alguma coisa picante antes do tempo (e tempo é dinheiro, como sabemos ;) leiam o António Maria! E a este propósito leia-se o que aqui se escrevia em 13 dez 2009;
União Europeia (30% do PIB mundial)
  • ajudas climáticas: 7200 milhões de euros

Portugal (0,4% do PIB mundial)
  • o segundo Orçamento Rectificativo de 2009 agravou a dívida pública em 15.000 milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE... 
  • a dívida do sector público dos transportes supera os 14.886 milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE...
  • o passivo acumulado da EDP supera os 14 mil milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE...
  • as Parcerias Público-Privadas, entre 2008 e 2038, ascenderão a 19.761 milhões de euros —2,74 vezes mais do que as "ajudas climáticas" da UE...
  • o passivo da Estradas de Portugal (EP) ultrapassou no final de Junho passado os 15,2 mil milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE... 
  • o assalto ao BPN rendeu 9.700 milhões de euros —mais 2.500 milhões de euros do que as "ajudas climáticas" da UE...

25 julho 2012 — EDPR recupera 1,12% relativamente ao crash dos dois últimos dias, onde acumulou perdas de 6,58% e 6,88% respetivamente. Ou seja, desde que o governo chinês assumiu os comandos da empresa, em janeiro de 2012, só a EDPR perdeu mais de 50% do seu valor: de 4,78€, em janeiro de 2012, para 2,34€ ao fim da sessão de hoje.

24 julho 2012 — EDPR continua em queda livre! Ontem perdeu 6,58%, hoje perdeu mais 6,88%. E amanhã? Depois dos bancos, que também começaram a cair assim há mais de um ano atrás, é a vez de os especuladores destaparem uma Caixa de Pandora chama EDP. Eu bem avisei, e não ganhei nada com isso!

As causas são conhecidas. O resto é folclore :(

Nogueira Leite, quadro do Grupo Mello e atual boy do PSD na CGD/Caixa BI (o homem esteve à frente do primeiro Hedge Fund do país!), não gostou da imposição da Perella Weinberg. Zangam-se as comadres….
Os administradores da Caixa Geral de Depósitos António Nogueira Leite (actual presidente da Caixa BI) e Nuno Fernandes Thomaz manifestaram a sua discordância sobre os termos em que o banco foi envolvido pela tutela na contratação da Perella Weinberg para assessorar o Estado na venda da EDP e da REN. Um dossier que não "escapou" ao escrutínio do Ministério Público (MP).

A semana passada o DCIAP comunicou que estava a "investigar a intervenção e conduta de alguns dos assessores financeiros do Estado [Caixa BI e Perella] nos processos" de privatização da EDP (21,35%) e de REN (40%), que renderam ao Tesouro 3,3 mil milhões de euros. A iniciativa surgiu depois das buscas à Caixa BI, à Parpública (que representa o Estado nas privatizações) e ao BESI, que assessorou os compradores. Público, 24 jul 2012.

Como previsto, as ações da EDP e EDPR continuam a cair :(
Grupo EDP atira bolsa para nova queda. Negócios online. 24 jul 2012 09:28.
A acção que mais contribui para a queda do índice nacional é a EDP, ao perder 0,82% para 1,809 euros, acompanhada pela EDP Renováveis que desce 2,90% para 2,413 euros, tendo já estado a cair mais de 3% para um novo mínimo histórico (2,401 euros).

Pico de audiência esta manhã no António Maria!

Acho que está na altura de recrutar um marketeer para angariar investidores para este blogue :)


NOTAS
  1. Esta é uma estimativa. Os valores que constam nos relatórios de contas da EDP são estes:
    • Dívida em 2011: 16.948.805.000 euros
    • Total do passivo no fim do 1º trimestre de 2012:  29.572.060.000 euros
    A EDPR programou um investimento de 4 mil milhões de euros num só parque eólico americano, o Meadow Lake (com fases concluídas entre 2009-2012), cuja primeira fase inaugurou em 2009, já depois do colapso do Lehman Brothers. Uma visão empresarial de génio! Ver reportagem vídeo do Expresso (2009). E a seguir, ainda outro vídeo otimista na mesma linha, de 2007.

 
Data deste vídeo: 14 maio 2007


Última atualização: 27 jul 2012 0:28

sexta-feira, janeiro 27, 2012

EDP criminosa

EDP: um estrago insustentável que tem que ser atalhado já!

Foz do rio Tua, acidente fatal em obras da EDP na inútil barragem (Foto ©SIC)

Responsabilizem o senhor Mexia, o senhor Sócrates, o senhor Zorrinho, e já agora, a senhora (sa)Cristas pelo sucedido! É assim que deve ser em democracias dignas do nome que ostentam!

Estamos fartos de insistir na bestialidade desta obra, na sua inutilidade económica (1), no peso insustentável que tem para o agravamento da dívida pública portuguesa e portanto para o aumento da probabilidade de bancarrota do país. Quando é que a corja partidária acorda?!

A opinião pública deve mobilizar-se para responsabilizar económica e criminalmente os responsáveis políticos por este desastre, e pelos desastres que se avizinham no futuro — desde logo, o da mais do que provável perda da classificação dada pela UNESCO ao magnífico vale do Douro, com particular relevo para o Alto Douro e a Região Demarcada do Vinho do Porto.


POST SCRIPTUM: a instabilidade na zona de obras da barragem (não previsto no estudo de impacto ambiental, que eu saiba) é óbvia e conhecida há muito. As cargas de dinamite e as grandes amplitudes térmicas da região concorrem para o aparecimento de fendas e quedas de rochas.

Ver vídeo demonstrativo da instabilidade do vale do Tua, nomeadamente na zona onde estão a construir a barragem (que deve ser parada, já!), realizado uma semana antes do acidente mortal.

NOTAS
  1. O Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH), previsto para ser executado entre 2007 e 2020, é um embuste engendrado pelo governo "socialista" de José Sócrates, com vários objectivos, falaciosos, ou movidos pela relação de dependência entre dois poderes corruptos: o político-partidário e o financeiro:

    Objectivo 1: atrair financiamento comunitário para o desenvolvimento de energias limpas e consequente redução do nível de emissões de CO2 equivalente — uma aposta errada, pois não descontaram o CO2 equivalente produzido pela construção das próprias barragens e complementar sistema de geração e transporte de energia eólica, pela inflação induzida na economia pelo acréscimo dos custos de energia e consequente deterioração da balança comercial, e ainda pela eutrofização galopante das águas das albufeiras das barragens (vale a pena acompanhar os argumentos de Luís Mira Amaral sobre esta matéria, aqui, e aqui (já não está!);

    Objectivo 2:  alimentar o Bloco Central do Betão e as rendas do monopólio energético assegurado pela EDP e dos bancos associados ao esquema;

    Objectivo 3: financiar o colossal endividamento da EDP em aquisições e investimentos eólicos nos Estados Unidos da América, entretanto comprometidos pelo próprio colapso financeiro americano, como prova a decisão recente da Iberdrola de suspender a construção de novos parques eólicos nos EUA, ou ainda a recente decisão do novo governo espanhol, de Mariano Rajoy, de suspender novos subsídios às energias renováveis. Na realidade, não se trata de um financiamento directo, mas sim indirecto, i.e., a construção de barragens inúteis em Portugal aumenta o peso dos activos reais face aos activos fictícios (meramente financeiros e especulativos), melhorando assim a qualidade das garantias que poderão ser oferecidas em troca dos empréstimos contraídos no mercado. A entrada dos chineses na EDP prova, no entanto, que esta estratégia, além de aventureira, ilegítima (pois foi realizada nas costas dos contribuintes e consumidores portugueses), e previsivelmente perigosa (a contagem das vítimas fatais já começou!) morreu.
Actualização: 27 Jan 2012 15:39

quarta-feira, setembro 28, 2011

Biomassa em vez de barragens

A floresta sustentável é uma alternativa

A EDP tem uma dívida acumulada 3x maior do que a da Madeira e igual ou superior à dívida conjunta de todo o sector público de transportes!!!


A gestão sustentável do Pinheiro Bravo é uma alternativa ao descalabro barragista

Out of the woods? Rural Europe (re)turns to forests as main energy source

Wood is already the most widely-used source of renewable energy in Europe, but the European Commission is looking at additional measures to help rural regions seize their potential for power from biomass.

Forests cover more than 155 million hectares (37%) of the EU27's land area and a further 21 million hectares is covered by other wooded land.

However, the Commission believes there is a clear potential to intensify forests' energy utilisation as only up to 70 % of the annual forest growth being harvested, with some 42% being used for energy.

In addition, wood burning is considered to be largely carbon neutral if forests are cultivated in a sustainable way, making it an environmentally-welcome alternative to oil and coal in rural areas.

Another advantage of biomass is that it may be directly stored and drawn upon for use at any time, unlike wind or solar electricity that need to be consumed directly or converted in order to be stored.

in EurActiv, 22.09.2011.

É por causa do descomunal endividamento da EDP que o pirata Mexia gasta milhões de euros em publicidade e falsas acções de responsabilidade social (green washing). A verdade é que boa parte da factura energética que todos pagamos se deve ao enorme embuste energético fabricado durante o consulado do pirata Sócrates, o qual terá que ser necessariamente desfeito sob pena de os aumentos anunciados em sede de IVA e de preço ajustado ao custo real da energia se tornarem socialmente incomportáveis.

Há um crime público neste sector que tem que ser desvendado e tratado como tal. Os responsáveis políticos pelo colapso financeiro do país têm que ser levados a tribunal e responsabilizados pelas patifarias que fizeram, ajudaram a fazer ou criminosamente autorizaram.

O Plano Nacional de Barragens é um embuste e um crime que tem que ser desfeito quanto antes.

Podemos aumentar a capacidade produtiva das nossas maiores barragens, mas não faz qualquer sentido construir novas barragens. As que se encontram em início de obra (Sabor e Tua) devem parar já!

A hipótese nuclear é outro embuste. Enquanto os japoneses, franceses, alemães e americanos não demonstrarem que o nuclear é mais seguro do que Fukushima, Portugal não pode, sob nenhum pretexto, servir de cobaia à nova geração de reactores supostamente seguros.

Temos, pois, que recorrer às alternativas mais óbvias, seguras e baratas:
  • baixar drasticamente a intensidade e o custo energéticos da nossa economia, lançando um cluster nacional de eficiência energética (que aposte na nova rede ferroviária de bitola europeia, na requalificação dos portos, numa nova indústria naval especializada —por exemplo em navegação de cabotagem, científica e de recreio— no transporte colectivo eléctrico, na eficiência energética dos edifícios e das cidades, na agricultura biodinâmica, na investigação científica focada nestes domínios, etc.);
  • libertar as renováveis eólicas e solar das ligações forçadas à REN e da canibalização burocrática, clientelar e fiscal das facturas do consumo energético;
  • apostar, com a UE, decidida e rapidamente, na biomassa florestal e na exploração sustentável da nossa vasta floresta de Pinheiro Atlântico.
O governo tem que tomar a iniciativa!

ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO: 28-09-2011 18:16

sábado, fevereiro 26, 2011

O lóbi desesperado da EDP

Camilo Lourenço: “Portugal precisa, rapidamente, de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.” Negócios online, 25-02-2011.


Inocentemente ou não, Camilo Lourenço está a fazer um frete mediático a António Mexia, por duas razões principais:
  1. porque a nossa principal dependência energética não é suprível pela energia eléctrica (as barragens assassinas de Sócrates-Mexia não substituem nem nunca substituirão de forma significativa o petróleo, nem o gás natural — mas aumentarão a eutrofização das albufeiras, afastarão os turistas dos vales do Douro, Tua, Sabor, e Côa, ameaçarão a segurança da cidade de Amarante e, antes de mais, custarão uma pipa de massa aos consumidores indefesos, precisamente, em barris de petróleo!)
  2. porque aquilo que o cabotino Mexia quer é aumentar, ainda que seja para accionista burro e investidor incauto verem, os activos de uma empresa sobre endividada, da qual faz parte uma famosa EDP Renováveis, em queda catastrófica, que acaba de anunciar que já não distribui os dividendos de 2010, e cujas acções caminham a todo o gás para o preço da bica (1).
Tudo isto é grave, sobretudo se tivermos presente que o objectivo dissimulado do cabotino Mexia já só pode ser um: evitar o desaparecimento da empresa antes de a mesma poder ser tomada de assalto por uma grande energética espanhola, francesa, alemã, brasileira, angolana ou chinesa. É a síndroma TAP que move o cabotino Mexia, e as suas antenas mediáticas!


REFERÊNCIA

Para ajudar a compreender este problema, sobre o qual temos escrito frequentemente, transcrevo este elucidativo texto de João Joanaz de Melo.

Há século e meio que em Portugal as políticas de obras públicas megalómanas têm sido entendidas como paradigma de desenvolvimento.
Por João Joanaz de Melo, Professor de Engenharia do Ambiente na Universidade Nova de Lisboa.

No sector energético, apesar das belas intenções pela eficiência energética, o esforço é dirigido para os empreendimentos caros e de eficácia duvidosa: barragens, carro elétrico, micro-geração, TGV, com investimentos previstos na próxima década orçando em dezenas de milhar de milhões de euros – o investimento do Estado em eficiência energética mal chegará a 150 M€ no mesmo horizonte.

Os defensores do Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) tentam adquirir uma patina de respeitabilidade invocando motivações ambientais. Alegadamente, estes empreendimentos agressivamente promovidos pelo Governo e pelas grandes empresas eléctricas (EDP, Iberdrola e, em menor escala, Endesa) destinam-se a reduzir a dependência energética, diminuir a emissão de gases de efeito de estufa e permitir armazenagem de energia eólica recorrendo à bombagem. Objectivos meritórios, mas infelizmente falsos.

As motivações ambientais seriam para rir se não fossem para chorar. As 9 grandes barragens recentemente aprovadas (7 do PNBEPH, mais Baixo Sabor e Ribeiradio) são verdadeiros crimes ambientais, preparando-se para destruir as paisagens maravilhosas e habitats raros dos últimos grandes rios selvagens de Portugal. Será também destruída a identidade, a cultura e os meios de desenvolvimento local, de que a condenada linha do Tua é um exemplo desolador. O emprego gerado nas grandes barragens é na ordem de 2 a 10 vezes inferior, por euro investido, a alternativas como o turismo rural, a requalificação urbana ou a eficiência energética.

Em termos energéticos, estas 9 barragens representarão apenas 1% do consumo de energia do País, gerando 2 TWh/ano de electricidade. O investimento requerido será oficialmente de 3 600 M€. Somando a isto os lucros das grandes eléctricas e os encargos financeiros, os cidadãos portugueses irão pagar pelo menos o dobro, durante décadas, na tarifa ou nos impostos – uma dívida brutal sobre os nossos filhos e netos (as concessões vão até 75 anos).

A mesma quantidade de energia poderia ser poupada com investimentos na ordem de 360 M€ (10 vezes menores), em medidas de eficiência energética com retorno até 3 anos, com enorme potencial de receitas para as famílias e para as pequenas empresas de gestão da energia e de requalificação urbana; e com muito mais eficácia na redução da dependência externa e de emissões de GEE.

Quanto à bombagem hidroeléctrica, o PNBEPH diz que precisamos idealmente de 2000 MW. Ora, entre os sistemas já funcionais e os projectos em curso, só em barragens já existentes, teremos a curto prazo 2507 MW instalados.

Não se vislumbram objectivos ambientais ou sociais para a febre das barragens: apenas o favorecimento das grandes empresas eléctricas e construtoras, e a captação de receitas extraordinárias para o Orçamento de Estado, atirando com os custos para as gerações futuras. Já passámos a fase de vender os anéis – agora querem mesmo cortar-nos os dedos.

NOTAS
  1. Foi seguramente este o primeiro blogue a chamar a atenção para o endividamento estúpido da EDP, e para as fragilidades e manobras de propaganda barata do seu cabotino líder.

    O “BPI: ‘EDP pode ser uma armadilha de valor’” — Negócios Online, 04 Março 2011) vem finalmente alertar os especuladores, o estado português e os partidos, para a bomba-relógio que o endividamento aventureiro da principal energética nacional representa para a sua autonomia e para a eficiência, sustentabilidade e preço da energia de que precisamos como de pão para a boca.

sábado, agosto 14, 2010

EDP e Iberdrola assassinas

Museu do Côa. Foto: Camilo Rebelo & Tiago Pimentel

EDP, Jun 2010
Total do passivo = 29.883 milhões de euros
Dívida Líquida = 16.108 milhões de euros


Em breve a EDP e a Iberdrola estarão no papo de empresas maiores.
Entretanto, os investimentos especulativos em barragens assassinas (Sabor, Tua, Fridão, etc.) e redes eólicas subsidiadas sem viabilidade comercial são meras fugas em frente da EDP e da espanhola Iberdrola para aumentarem artificial e ilusoriamente riquezas próprias meramente contabilísticas.

As albufeiras das barragens não criam trabalho, não trazem turismo, interrompem os ciclos vitais de alimentação e retro-alimentação dos sistemas ecológicos (ar, terra, rio e mar) e por absoluta e inevitável negligência da EDP, Iberdrolas e quejandos, a que se somam os produtos químicos azotados (usados nomeadamente na vinha e nos pomares) que escorrem das margem alcantiladas para os rios, estão a promover a estagnação (eutrofização) das águas das albufeiras, ou seja, a sua morte e a morte do que nessas albufeiras ainda sobrevive.

O programa de barragens actualmente em curso é pois um embuste ainda maior e mais criminoso do que o do felizmente derrotado Novo Aeroporto de Lisboa na Ota (do lunático Cravinho.) Maior até do que aquele que os socialistas e as boas consciências urbanas à época do ministro Manuel Maria Carrilho (hoje alto representante português na UNESCO — a entidade que precisamente vigia os patrimónios sensíveis e qualificados da humanidade) derrotou e bem a barragem do Côa. Aguardamos ansiosamente o veredicto da UNESCO e da ministra da cultura (que recentemente inaugurou o nado-morto Museu do Côa) sobre a conspiração da EDP e da Iberdrola.

A energia prometida pelo pirata Sócrates, pelo cabotino Mexia e pelo vendido Pina Moura é negligenciável no cômputo energético nacional (+3% da energia eléctrica produzida)

A energia eléctrica representa uma percentagem diminuta na nossa gravíssima dependência energética totalmente assente no consumo de combustíveis líquidos importados (petróleo e gás natural) e que em breve deixaremos de poder suportar, por absoluta falta de capacidade de endividamento.

A intensidade energética da economia portuguesa é —escandalosamente— a mais elevada da UE27, e deve-se no essencial à aposta do Bloco Central do Betão na impermeabilização do país: obras públicas, sobretudo autoestradas e especulação imobiliária. Cavaco e Alegre são pois parte do desastre e não alternativas confiáveis!

O modelo especulativo da economia portuguesa, que foi também responsável pela pandemia de corrupção que tolhe o país, está esgotado e só não mergulhou ainda Portugal numa guerra civil porque estamos a ser mantidos na Unidade de Cuidados Intensivos do BCE (até quando, alguém adivinha?)

Só há uma solução capaz de mitigar os gravíssimos problemas da nossa economia: eficiência energética, eficiência económica, eficiência financeira, eficiência administrativa, eficiência politica e, acima de tudo, transparência democrática

A clandestina corrida à água actualmente em curso sob o disfarce de putativas necessidades energéticas é uma conspiração potencialmente explosiva. Tem que ser abortada imediatamente!

Se alguém pensa que vai aprisionar as águas do Norte do país, para privatizá-las a favor da EDP e depois vendê-la a preço de ouro a Lisboa e ao Alqueva desiluda-se. Antes mesmo de uma tal conspiração ser descoberta e desmontada haverá quem no Norte de Portugal impeça tamanho crime!


ANEXOS
  1. EDP - resultados 
  2. Barragem do Tua: "Verdes" acusam EDP de não cumprir todas as imposições ambientais 12-08-2010 Bragança, 12 agosto (Lusa)

    O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) acusou hoje a EDP de não ter cumprido todas as imposições relativas à barragem de Foz Tua, o que pode pôr em causa a classificação do Douro Vinhateiro como Património da Humanidade

    De acordo com a dirigente Manuela Cunha, o projeto vai "ter impactos na paisagem classificada" pelo que carece do parecer da UNESCO e da aprovação do IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arqueológico e Arquitectónico. Nem um nem outro constam, segundo disse, dos planos e estudos que a EDP teve de adicionar ao projeto para a conformidade com as imposições da Declaração de Impacto Ambiental (DIA), o chamado RECAPE - Relatório de Conformidade Ambiental.

    A DIA, emitida em maio de 2009, foi favorável à construção da barragem na foz do rio Tua com o Douro, em Trás-os-Montes, mas com a imposição de 12 condicionantes e 50 estudos e medidas.

    Depois de a EDP ter entregado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) toda a documentação exigida foi elaborado o RECAPE que esteve em discussão pública até 06 de agosto.

    O PEV fez chegar à APA a sua posição e alega ter detetado na consulta pública que "o Plano de Recuperação Ambiental e Integração Paisagística da zona afetada pela barragem não foi aprovado pelo IGESPAR e pela Direcção Regional de Cultura do Norte, tal como a DIA obrigava".

    Manuela Cunha refere ainda que "não existe, nem no estudo, nem no relatório técnico, nenhum documento que traduza um aparecer favorável da UNESCO, organismo ao qual o PEV já apresentou uma queixa sobre o que se está a passar no Tua. A dirigente reiterou que o Douro Vinhateiro pode ser desclassificado pela UNESCO "por a barragem influir com a zona de proteção à área classificada, na qual se aplicam a mesmas regras".

    "Os impactos paisagísticos são brutais. É o próprio estudo que reconhece", disse, apontando a central de produção de energia que abrangem três edifícios, um deles com 25 metros de altura, o equivalente a um prédio de sete andares, e 75 metros de comprimento. A dirigente do PEV alertou ainda para a ausência de um plano sobre as linhas de transporte de energia e os seus impactos no Douro Vinhateiro. O partido critica também as alternativas aos 16 quilómetros da Linha do Tua que vão ficar submersos propostas pela EDP num plano de mobilidade que classificou "uma obra de surrealismo completa".

    "Propostas que vão desde funiculares a elevadores agarrados à barragem (...) há dinheiro para tudo, menos para um canal alternativo ferroviário", observou. Contactada pela Lusa, a EDP respondeu por escrito apenas que "considera ter entregado os documentos pedidos na DIA". Antes do final de agosto não deverá haver uma decisão final sobre o RECAPE da barragem de Foz Tua, segundo disse à Lusa fonte da APA, que está agora a analisar as participações apresentadas durante o período de discussão pública para tomar uma decisão final. Se o RECAPE for aprovado, em outubro deverá ser celebrado o contrato de concessão definitiva entre o Governo e a EDP, que já abriu concurso público para a construção e espera começar as obras antes do final do ano. HFI

    *** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico*** Lusa/fim

segunda-feira, julho 06, 2009

Portugal 113

Renacionalizem a EDP, já!
EDP encomenda lei ao PS para roubar proprietários do Alto Douro


Bragança, 06 Jun (Lusa) - O deputado do PSD por Bragança Adão Silva considerou hoje que a alteração à lei das expropriações "dá à EDP um poder discricionário que pode prejudicar milhares de proprietários de terrenos" na barragem do Baixo Sabor. -- in Expresso online.

O António Maria (7 mar 2009) — As acções perderam valor (mais de 50% no caso da EDP, e quase 8% nos oito meses que é cotada a EDP Renováveis) e a dívida da empresa ascende a uns astronómicos 13 890 milhões de euros!

Para se ter uma ideia de quão gigantesca é esta dívida da EDP, basta pensar que chegaria para pagar o novo aeroporto de Lisboa e respectivas acessibilidades, a nova ponte sobre o Tejo, e ainda todas as linhas de TGV anunciadas: Porto-Vigo, Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid.

Eis algumas dívidas escandalosas de algumas empresas públicas, com que os neoliberais e os comentadores económicos indigentes (a maioria) costumam esgrimir para justificar a impunidade da burguesia clientelar que temos, e assegurar os seus postos de trabalho — deles, jornalistas económicos indigentes, naturalmente:

  • Refer: 5 mil milhões de euros
  • CP: 3 mil milhões de euros
  • Metro de Lisboa: 3 mil milhões de euros
  • TAP: 2,5 mil milhões de euros
TOTAL: 13,5 mil milhões de euros

Ou seja, menos que a astronómica dívida da EDP: 13 890 milhões de euros!

Pois bem, a EDP gerida pelo cabotino do PSD-PS, António Mexia, anda a gastar fortunas em publicidade, festivais e condicionamento mediático, com o intuito de nos convencer da excelência e desafogo do quase-monopólio energético nacional, quando afinal o que este senhor soube fazer ao longo da sua gerência muito yuppie foi caviar um monumental buraco financeiro, virtualmente impagável.

Vou votar no Bloco de Esquerda —uma segunda vez— por um claro motivo: porque promete controlar publicamente os monopólios estratégicos do país, como aliás o faz qualquer país civilizado deste planeta. Olhem para a França, ou para a China! Só mesmo os pacóvios sem cérebro e indigentes comentadores económicos deste país pensam o contrário e continuam a entoar litanias às virtudes do Capitalismo Chulo Lusitano (CCL)

Os países descobriram, para lá da globalização neoliberal, as vantagens inalienáveis dos recursos soberanos. Petróleo, gás natural, recursos mineiros, água, ar limpo, terra arável, emprego, etc. estão a regressar rapidamente à posse popular, i.e. ao perímetro das soberanias nacionais. Deixar o pão e a água dos povos nas mãos dos especuladores profissionais e da burguesia canina internacional foi um erro tremendo, que estamos e iremos ainda por muitos anos pagar com língua de pau.

Todavia há esperança. A Rússia, a China, o Brasil, o Irão, a Arábia Saudita, os Emiratos Árabes Unidos, o Iraque, e vários poutros países ricos em recursos naturais, em recursos humanos e em capital soberano acumulado aprenderam a lição, e o seu exemplo irá inevitavelmente contaminar o resto do mundo. Os idiotas de sempre, ou melhor os ladrões e assassinos do costume, chamam a este cenário — "o perigo do regresso ao proteccionismo"! Pois bem, não vai haver alternativa ao novo proteccionismo que se anuncia. E como sempre, quem se atrasar na corrida, ficará a ver navios.

É pois urgente refundar um sector público estratégico em Portugal, inteligentemente desenhado, administrado com transparência e competitivo à escala ibérica, europeia e global.

O Mexia, tal como o Granadeiro e outros, devem apresentar as suas cartas de demissão quanto antes. Se tivermos a lucidez de percebermos esta realidade a tempo, evitaremos males piores e dramas desnecessários.


OAM 598 06-07-2009 20:13

quarta-feira, maio 07, 2008

Crise Global 14

EDP logo
EDP: empresa ao serviço do público ou da especulação bolsista?

A próxima bolha

Em 1997 rebentou a bolha especulativa das Dot.com, e dez anos depois rebentou, e continua a rebentar, a gigantesca bolha especulativa do Subprime imobiliário, que o atoleiro da invasão, da destruição e da reconstrução cada vez mais problemática do Iraque, não faz mais que piorar.

O dinheiro especulativo retirou-se dos mercados maduros (e sobretudo dos podres!), afocinhando com as suas narinas ensanguentadas nas chamadas commodities: cobre, ouro, petróleo, carne, soja, leite, milho, trigo, arroz, ... Assim, depois da inflação criminosa do imobiliário, temos e teremos para um ou dois anos mais a inflação criminosa da gasolina e do gasóleo, do pão, do arroz e do leite. A energia barata acabou, e com a sua morte acaba também a vida barata em geral. Iremos, a partir deste ano da Graça de 2008, e provavelmente para sempre, voltar a sentir o valor das coisas e a escassez estrutural do dinheiro. Ou será que novas bolhas especulativas esperam por nós num futuro relativamente próximo, prometendo-nos, como sempre, consumo e felicidade?

A fome e o colapso das empresas devidos à super-inflação dos preços dos bens energéticos e alimentares essenciais, não poderão durar muito, sob pena de provocarem um novo ciclo de lutas globais violentas, com consequências terminais para muitas empresas, muitos governos e muitos Estados, a começar pelos que já hoje fazem parte da lista dos chamados "Estados Falhados". O contrário da bonança prometida pela globalização e pela ilusória razão liberal é o que neste preciso momento chega, como um terrível maremoto de destruição, a milhões de seres humanos em boa parte do mundo. A célebre "mão invisível do mercado", ao contrário do que continuam a afirmar alguns imbecis televisivos pagos para dizerem baboseiras, soube e sabe sempre a que dono pertence! E, por conseguinte, quem se lixa é o mexilhão!

Uma das consequências da amplificação noticiosa enviesada da actual crise energética e ambiental é a mais do que provável transformação da mesma naquilo a que os especuladores chamam uma "oportunidade de negócio". Os biliões ("trillions") de dólares actualmente refugiados nos covis fiscais espalhados por esse mundo fora (com especial destaque para as ilhas piratas da rainha de Inglaterra), para onde, aliás, segue sem controlo algum e no maior segredo parte importante dos milhares de milhões de dólares e euros empresta-dados por todos nós (através da Reserva Federal, do Banco de Inglaterra e do Banco Central Europeu) aos falidos bancos do G7, nomeadamente sob a forma de inflação, falências, quebra da actividade produtiva e desemprego, espera ansiosamente uma oportunidade para voltar a atacar.

Segundo se pode ler no notável artigo de Eric Janszen, a próxima vítima chama-se Energias Renováveis! É para lá que biliões de dólares, euros e yuans se posicionam espumando como sempre a sua incomensurável ganância. O idiota que dirige a EDP disse ontem que não ganha muito, apesar de ganhar 30 ou 40 vezes mais do que os seus sempre dispensáveis empregados, explicando ao rebanho nacional que ele, palhaço-mor dos verdadeiros donos da EDP, apenas deve explicações aos seus accionistas! É para eles que o dito idiota trabalha, ficámos todos a saber da sua própria cavidade oral. Os autarcas, e sobretudo as populações, devem atentar bem nestas palavras quando o Sr. Mexia lhes aparecer com falinhas mansas a prometer um futuro verde à custa das futuras barragens hidroeléctricas, cujo único fito é, já o sabíamos, aumentar a capitalização em bolsa da pervertida EDP, nunca fornecer energia barata, muito menos eficiente, aos Portugueses. Quando este ou o próximo governo se preparar para congeminar, em convénio corrupto secretamente negociado, um cartel energético para quem todos nós passaremos, através da micro-geração que nos vai ser impingida com cânticos primaveris, a vender energia aos preços que nos impuser o oligopólio de turno, lembrem-se deste aviso!

É caso para dizer: Que Mil Bob Geldofs (1) se multipliquem pela pradaria usurpada pelos novos e ridículos vampiros do Capitalismo Terminal e da Pós-Democracia.

De leitura obrigatória:

The next bubble:
Priming the markets for tomorrow's big crash

by Eric Janszen
February 2008
HARPER'S Magazine

A financial bubble (2) is a market aberration manufactured by government, finance, and industry, a shared speculative hallucination and then a crash, followed by depression. Bubbles were once very rare--one every hundred years or so was enough to motivate politicians, bearing the post-bubble ire of their newly destitute citizenry, to enact legislation that would prevent subsequent occurrences. After the dust settled from the 1720 crash of the South Sea Bubble, for instance, British Parliament passed the Bubble Act to forbid "raising or pretending to raise a transferable stock." For a century this law did much to prevent the formation of new speculative swellings.

Nowadays we barely pause between such bouts of insanity. The dot-com crash of the early 2000s should have been followed by decades of soul-searching; instead, even before the old bubble had fully deflated, a new mania began to take hold on the foundation of our long-standing American faith that the wide expansion of home ownership can produce social harmony and national economic well-being. Spurred by the actions of the Federal Reserve, financed by exotic credit derivatives and debt securitiztion, an already massive real estate sales-and-marketing program expanded to include the desperate issuance of mortgages to the poor and feckless, compounding their troubles and ours.

That the Internet and housing hyperinflations transpired within a period of ten years, each creating trillions of dollars in fake wealth, is, I believe, only the beginning. There will and must be many more such booms, for without them the economy of the United States can no longer function. The bubble cycle has replaced the business cycle.

...

... We have learned that the industry in any given bubble must support hundreds or thousands of separate firms financed by not billions but trillions of dollars in new securities that Wall Street will create and sell. Like housing in the late 1990s, this sector of the economy must already be formed and growing even as the previous bubble deflates. For those investing in that sector, legislation guaranteeing favorable tax treatment, along with other protections and advantages for investors, should already be in place or under review. Finally, the industry must be popular, its name on the lips of government policymakers and journalists. It should be familiar to those who watch television news or read newspapers.

There are a number of plausible candidates for the next bubble, but only a few meet all the criteria. Health care must expand to meet the needs of the aging baby boomers, but there is as yet no enabling government legislation to make way for a health-care bubble; the same holds true of the pharmaceutical industry, which could hyperinflate only if the Food and Drug Administration was gutted of its power. A second technology boom--under the rubric "Web 2.0"--is based on improvements to existing technology rather than any new discovery. The capital-intensive biotechnology industry will not inflate, as it requires too much specialized intelligence.

There is one industry that fits the bill: alternative energy, the development of more energy-efficient products, along with viable alternatives to oil, including wind, solar, and geothermal power, along with the use of nuclear energy to produce sustainable oil substitutes, such as liquefied hydrogen from water. Indeed, the next bubble is already being branded. Wired magazine, returning to its roots in boosterism, put ethanol on the cover of its October 2007 issue, advising its readers to forget oil; NBC had a "Green Week" in November 2007, with themed shows beating away at an ecological message and Al Gore making a guest appearance on the sitcom 30 Rock. Improbably, Gore threatens to become the poster boy for the new new new economy: he has joined the legendary venture-capital firm Kleiner Perkins Caufield & Byers, which assisted at the births of Amazon.com and Google, to oversee the "climate change solutions group," thus providing a massive dose of Nobel Prize--winning credibility that will be most useful when its first alternative-energy investments are taken public before a credulous mob. Other ventures--Lazard Capital Markets, Generation Investment Management, Nth Power, EnerTech Capital, and Battery Ventures--are funding an array of startups working on improvements to solar cells, to biofuels production, to batteries, to "energy management" software, and so on.

(artigo integral)


NOTAS
  1. Bob Geldof afirmou no luxuoso Hotel Pestana Palace, onde certamente ficou hospedado, que Angola é governado por uma súcia de criminosos. Foi um pouco forte! De corruptos até à quinta costela, talvez. Mas criminosos, sem distinguir crimes de colarinho branco de crimes de sangue, é um pouco forte? Enfim, já mataram o Savimbi, e os tempos agora são outros. Por outro lado, quando se faz uma crítica assim tão contundente, há que temperá-la com alguma autocrítica. No caso, referindo a corja de ladrões e assassinos que há quase dois séculos pontificam nos centros de decisão de sua majestade pirata a rainha e Inglaterra, em Downing Street e no sempre atento MI6. Mas enfim, é sempre bom ver alguém atirar pedras para um charco.
    "... conheço África há 25 anos, o governo de Angola é uma cleptocracia, potencialmente o país é um dos mais ricos do planeta mas 200 pessoas controlam tudo enquanto 15 milhões vivem na miséria. Claro que Angola vai mudar, há hoje mais países democráticos em África e o papel da sociedade civil está a crescer, os sindicatos estão a regressar. Os africanos estão mesmo a dar lições de direitos humanos aos chineses em África e há bons exemplos na Nigéria, Uganda, Quénia, Botswana ou Moçambique. O resultado desta boa governação é um crescimento económico de 10% ao ano. Não quero insultar ninguém em Angola, mas é um dos países mais pobres do mundo e ao mesmo tempo é um dos mais ricos. Para onde vai o dinheiro? Para os dirigentes, eles estão a roubar, são criminosos." (in Expresso, 10-05-2008.)

  2. I will use the familiar term "bubble" as a shorthand, but note that it confuses cause with effect. A better, if ungainly, descriptor would be "asset-price hyperinflation"--the huge spike in asset prices that results from a perverse self-reinforcing belief system, a fog that clouds the judgment of all but the most aware participants in the market. Asset hyperinflation starts at a certain stage of market development under just the right conditions. The bubble is the result of that financial madness, seen only when the fog rolls away.

OAM 357 07-05-2008, 17:19 (actualização: 10-05-2008 18:44)