domingo, junho 12, 2011

Euro contra-ataca?

Presidente do Eurogrupo aponta baterias às dívidas americana e japonesa. Não percebe, diz, porque está o epicentro da crise na Eurolândia. Vamos ter um Verão quente!



Juncker: Greece Needs 'Soft' Debt Restructuring

BERLIN—Highly indebted Greece needs a “soft, voluntary restructuring” of its debt, said Jean-Claude Juncker, the head of the group of countries using the euro as a common currency, in a radio interview Saturday.

(...) “The debt level of the USA is disastrous,” Mr. Juncker said. “The real problem is that no one can explain well why the euro zone is in the epicenter of a global financial challenge at a moment, at which the fundamental indicators of the euro zone are substantially better than those of the U.S. or Japanese economy.” -- Wall Street Journal.

Tendo presente os números do FMI referentes a 2010, percebe-se melhor a declaração de Jean-Claude Juncker:

Dívida Pública em % do PIB (Wikipedia):
  • Japão: 225,8
  • Grécia: 130,2
  • Itália: 118,4
  • Bélgica: 100,2
  • Irlanda: 93,6
  • EUA: 92,7
  • Reino Unido: 76,7
  • França: 84,2
  • Portugal: 83,1*
  • Alemanha: 74,3
Dívida Externa em % do PIB (Wikipedia):
  • Irlanda: 1224
  • Reino Unido: 398
  • Portugal: 201 
  • Grécia 165
  • Eurozona: 120
  • EUA: 97
  • Mundo: 95
  • União Europeia: 83
  • Japão: 51
Balança de Transacções correntes, posição relativa (Wikipedia)
  • China: 1º (+)
  • Japão: 2º (+)
  • Alemanha: 3º (+)
  • Noruega: 5º (+)
  • União Europeia: 14º (+)
  • Irlanda: 167º (-)
  • Grécia: 180º (-)
  • Portugal: 181º (-)
  • Reino Unido: 186º (-)
  • França: 188º (-)
  • Itália: 189º (-)
  • Espanha: 190º (-)
  • EUA: 191º (-)

Ou seja: da guerra em curso ente o dólar e o euro apenas pode resultar um desastre maior. O modelo económico tem que mudar. E com ele o modelo financeiro especulativo dominante.

PS: a reestruturação da dívida grega vai ter consequências imediatas no BCP, o banco português mais exposto à dívida soberana daquele país. Sem capacidade para reforçar os capitais próprios, terá em breve que recorrer ao fundo de resgate de 16mM€ previsto no Plano da Troika. Esperam-se tempos difíceis neste banco.

(*) Estes números foram recentemente revistos em alta, depois de Bruxelas incluir no perímetro orçamental as dívidas que andavam escondidas nas empresas públicas e em entidades privadas de capitais 100% públicos! Segundo o Expresso: “Bruxelas estima que a dívida pública portuguesa aumente de 93 por cento do PIB em 2010 para 101,7 em 2011 e 107,4 em 2012.”

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