segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Crise Global 61

Suspendam-se as execuções de hipotecas, já!

Bancos americanos anunciam suspensão temporária de execução de hipotecas

15-02-2009. O Citigroup e o JP Morgan Chase, dois dos maiores bancos de varejo dos Estados Unidos, informaram que vão suspender os processos de retomada de bens dos mutuários inadimplentes com suas hipotecas, a fim de esperar a implementação do programa que o Departamento do Tesouro dos EUA planeja para reduzir as ações de despejo.

Na sexta, porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o presidente Barack Obama apresentará na próxima quarta-feira (18) um plano contra os despejos de famílias de imóveis hipotecados. Os detalhes serão dados pelo presidente durante a visita que fará ao estado do Arizona.

Pressão

A decisão dos bancos ocorre após pressão feita por congressistas norte-americanos durante encontro com executivos dos bancos com deputados na câmara dos EUA nesta semana.

No caso do JP Morgan, a suspensão valerá por três semanas. No Citi, a previsão é de que ela dure até o Tesouro detalhar seu programa. A expectativa é de que o governo gaste pelo menos US$ 50 bilhões para reduzir as parcelas mensais atualmente pagas pelos tomadores de empréstimos. -- in nesseinstante.

Enquanto o Bloco Central da Corrupção se desdobra numa miríade de escândalos e sombras, os partidos fora do arco governamental português continuam mentalmente bloqueados numa espécie de catatonia inexplicável, incapazes de avançar qualquer análise lúcida, substancial e objectiva das verdadeiras causas de uma das mais graves crises do Capitalismo, ou de propor sequer uma agenda coerente de mitigação dos efeitos imediatos e mais dramáticos do colapso do modelo neoliberal da globalização.

A inércia predadora instalada pela tríade de piratas que capturou o Partido Socialista tem servido para proteger o descarado comportamento Ponzi do pseudo Banco Privado, tem servido para salvar da transparência o atoleiro de corrupção em que se transformou o BPN, até serviu para renegociar nas melhores condições os atrevimentos financeiros do mediático Joe Berardo, mas não tem servido —antes pelo contrário— para ajudar as vítimas do negócio imobiliário agressivo, sobretudo aquelas que foram atraídas para aquisições temerárias ou simplesmente mal aconselhadas de casa própria pelas mais sofisticadas e sedutoras estratégias de marketing e publicidade. A mesma Caixa Geral de Depósitos que salva milionários e bancos da falência, despeja na rua sem qualquer pudor famílias inteiras das suas próprias casas, cujas hipotecas são executadas seguindo critérios diametralmente opostos àqueles que servem para manter a actual paz podre capitalista neoliberal.

Pois bem, senhores deputados, acordem do vosso estuporado sono e olhem à vossa volta!

Exijam, desde já, deste governo e do presidente da república, uma convergência social de opiniões sobre as execuções assassinas actualmente em curso no sector da habitação, nomeadamente por parte do banco do Estado. Reparem, se vos falta a imaginação, no esforço de Barak Obama. É que ele acaba de empurrar os bancos americanos para uma alteração radical de atitude face às centenas de milhar de famílias falidas americanas, que não podendo satisfazer as respectivas responsabilidades hipotecárias, têm sido literalmente lançadas para gigantescos campos de algo a que poderíamos talvez chamar refugiados do American Way of Life.

Estão há espera de quê, senhores deputados da Assembleia da República, para evitar uma situação trágica semelhante à que a ganância banqueira já conduziu milhões de americanos?

Suspendam-se imediatamente todas as execuções de hipotecas pelo período de um ano, e proceda-se à renegociação dos contratos de modo inteligente, por forma a evitar uma mais do que provável explosão das falências familiares e individuais nos próximos anos.


OAM 536 15-02-2009 23:45

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