terça-feira, maio 13, 2008

PPD-PSD-6

Pedro Passos Coelho, PSD
Pedro Passos Coelho, a juventude como oportunidade. Web do candidato.

Aposta com futuro

Passos Coelho apresenta-se como a melhor alternativa social-democrata a Sócrates

02.05.2008 - 20h14 Público. Pedro Passos Coelho afirmou hoje que é o candidato à liderança do PSD com melhores condições para destronar José Sócrates e defendeu que só é possível construir uma alternativa de Governo com "caras novas".

"Se em duas semanas de campanha alguém que não foi primeiro-ministro, ministro, nem secretário de Estado, consegue obter 15,5 por cento das preferências dos portugueses - não do PSD porque no PSD sou muito conhecido - e a possibilidade de impedir uma maioria absoluta, imagine o que não pode ser a progressão num ano de campanha eleitoral centrada nos portugueses e a apostar numa nova geração que traga uma política diferentes", disse.

Passos Coelho desafia adversários a revelar programas para se saber quem está próximo do PS

12.05.2008 - 20h45 Lusa/Público. Pedro Passos Coelho desafiou hoje os seus adversários à liderança do PSD a revelarem o que pensam e apresentarem os seus programas para que os militantes saibam quem está mais próximo do PS.

"Quero fazer um apelo aos outros candidatos: Seja nos debates que vão ocorrer na televisão, seja no debate que já vai ocorrendo dentro do PSD, não esperem pelas eleições para dizer o que pensam, comecem a dizer hoje para que os militantes saibam o que vão escolher", declarou Passos Coelho, na sua sede de candidatura, em Lisboa.

12.05.2008 - Lusa/SOL. Hoje de manhã, numa entrevista ao Rádio Clube, Pedro Santana Lopes defendeu que Manuela Ferreira Leite deveria abandonar a corrida por «dar a entender que não votou no PSD» numa entrevista ao Jornal de Notícias, no domingo.

A subida meteórica das expectativas no jovem candidato à liderança do PSD é um sinal dos tempos. Os portugueses, votantes ou não no partido laranja, e por maioria de razão os eleitores do PPD-PSD, não crêem mais nas virtualidades dos senadores do regime. Toleram Cavaco Silva, espécie de águia atenta e exigente sobrevoando a praia lusitana; escutam o velho Mário Soares, pela sua eterna e comovente bonomia; talvez votem uma vez mais em Manuel Alegre, sobretudo se a situação económica continuar a degradar-se e o PPD-PSD persistir em querer suicidar-se. Mas ficam por aqui. O resto do Bloco Central, espécie oportunista em vias de extinção, não tem já nada para dar. Durão Barroso percebeu o significado da coisa, e José Sócrates, devidamente lubrificado pela tríade de Macau, também! Os populismos de sinal contrário ensaiam, entretanto, as suas gargantas esganiçadas. Dispõem de probabilidades crescentes de êxito, porque, num certo sentido, os tempos mais próximos pertencem-lhes. Mas ainda assim, há quem e bem prefira acreditar que o país está preparado para uma maior sofisticação democrática. E que numa tal suposição, o sistema partidário pode e deve sofrer duas rupturas profundas (uma no PPD-PSD e outra no PS) seguidas de uma reestruturação do apodrecido xadrez político-partidário. Este xadrez precocemente envelhecido pesa sobre o futuro colectivo da espécie lusitana como um lastro de retórica vazia, quando do mesmo deveríamos poder esperar que fosse um tabuleiro criativo de canais de informação e de vontades simultaneamente competitivas e cooperantes.

Não encontro outra explicação para o inegável e persistente apelo que a juventude dos candidatos exerce sobre as sondagens, e de facto sobre todos nós. José Manuel Durão Barroso foi primeiro-ministro aos 46 anos, Sócrates aos 48 e Pedro Passos Coelho, se lá chegar, aos 46! Na realidade, a imagem do maratonista primeiro-ministro, a memória do "tuga" ambicioso e determinado que se abalança sem medo para a presidência da União Europeia, e agora a evidência de que o PSD precisa de alguém como Pedro Passos Coelho, e não de uma figura de cera gasta, nem dum comediante de reality shows fora de moda, estabelecem uma tendência geral no perfil da nossa ansiedade política colectiva, que possivelmente nada fará mudar nos tempos mais próximos. É um bom sinal!

As sociedades são cada vez mais complexas, difíceis de gerir, ávidas de transparência administrativa e informacional, interactivas, informais, ambiciosas e dispostas a enfrentar os dificílimos desafios deste século. A gestão das mesmas impõe tarefas muito duras, que exigem sprinters e maratonistas hábeis e resistentes, ambiciosos, profissionais e sobretudo dispostos a passar o testemunho ao atleta seguinte, com justiça e espírito desportivo.

Outro aspecto desta tendência democrática é o da legitimação pelo voto secreto, directo e universal. O êxito sem precedentes das "directas", primeiro no PS, e agora no PPD-PSD, vem provar que o regime precisa mesmo de uma reviravolta radical nos seus protocolos de legitimação. É verdade para os grandes partidos, mas também o é, cada vez mais, para o PCP, o Bloco de Esquerda (que, soube-se agora, nem sequer uma organização juvenil formalizada dispõe), os sindicatos (onde tem que acabar a indecorosa instrumentalização partidária de que são vítimas há décadas) e as ONGs, cuja obscuridade orgânica e processual tem dado lugar aos mais indesejáveis parasitismos. No plano mais geral da administração pública, há que caminhar urgentemente para a generalização responsável do instituto do referendo.

Marco António, um dos cérebros mais jovens e silenciosos da esperada metamorfose do PSD, afirmou há dias que, com as novas regras sobre limitação de mandatos, e o novo regime de quotas de género na constituição das listas de candidatos aos órgãos legislativos nacionais e locais, o país iria passar por uma mudança política sem precedentes. Tem absoluta razão. E o mais estimulante é que falou não apenas como observador, mas sobretudo como actor dessa importante evolução na nossa ainda muito incipiente democracia.

Sem de modo algum subscrever a detestável provocação de Santana Lopes, diria que Manuela Ferreira Leite não tem efectivamente nenhum papel histórico positivo a desempenhar na actual crise do PPD-PSD. Se quer realmente salvar o PSD, só tem uma coisa a fazer: desistir da sua candidatura a favor de Pedro Passos Coelho, assegurando deste modo uma vitória folgada ao jovem tribuno, em vez de contribuir inadvertidamente para uma fragmentação descontrolada do partido laranja, onde nunca votei, mas cujo desempenho na democracia portuguesa evidentemente estimo.

OAM 358 13-05-2008, 00:47

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