sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Maiorias absolutas 2

a rose is a rose

O PS a umas horas da maioria absoluta tem pela frente o terrível desafio da verdade, sobre a qual nenhum manto diáfano poderá amaciar a crua realidade das nossas dificuldades.


As últimas sondagens dão uma probabilidade altíssima à maioria absoluta do PS. Mas também dão grandes resultados ao PCP, e sobretudo ao Bloco de Esquerda, que, empatados, andarão à roda dos 7% cada um. Os partidos do Governo demissionário afundam, como se esperava, e Paulo Portas poderá muito bem avançar para uma cisão a prazo do PSD, levando consigo Pedro Santana Lopes e a sua pandilha (autarcas incluídos).
Mas como avisam Medina Carreira, Silva Lopes e Miguel Cadilhe, entre outros, a coisa não está para brincadeiras. O Estado da endogamia perdulária, da preguiça, da irresponsabilidade e da subsídio-dependência tem que dar lugar, quanto antes, a um Estado mais elegante e sobretudo mais eficiente. Os que pagam impostos não estão dispostos a suportar o descanso medíocre de quem não trabalha porque prefere a bicha dos subsídios e das bolsas sem fim. O Estado tem que se ater apenas ao que é essencial, e de forma diligente, poupada e eficaz. Temos todos que saber transformar o desemprego em desemprego criativo, i.e. em actividade e investimento. Por exemplo, um desempregado (porque perdeu o emprego, ou porque ainda não encontrou o seu primeiro posto de trabalho) poderia exercer a actividade para que está preparado a troco de um simples per diem e de um crédito de horas, cuja cobrança em tempo ulterior seria garantida por um banco de horas devidamente avalizado pelo Ministério das Finanças. As empresas, por sua vez, poderiam recorrer a empréstimos de horas de trabalho, dispondo assim de uma modalidade suplementar de financiamento das suas actividades. Em suma, tal como sucedeu na Argentina, temos que nos virar, e já! O próximo Governo, por si só, não poderá, mesmo que queira, resolver em tempo os gravíssimos problemas que temos pela frente. A herança, que dura desde a India, acabou. Precisamos, pela primeira vez, de trabalhar. E o primeiro passo a dar, da responsabilidade do futuro Governo PS, é moralizar a cidadania, acabar com as mordomias escandalosas e promover um Estado eficiente. Boa sorte Sr. Engenheiro!
PS — Só mais um aviso: a maioria absoluta é mesmo necessária à estabilidade relativa de que necessitamos para levar o nosso destino a bom porto. Está muito perto de realizar-se, mas ainda falta votar...

O-A-M #70 18 Fev 2005

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